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História Lua Negra. (Renesmee e Jacob) - Gestos


Escrita por: LilitaBrita

Notas do Autor


Olá meus amores, espero que gostem!

Capítulo 14 - Gestos


—Eu não entendo, Emilly, não entendo nada disso.—eu disse, atônita.—Por que vocês escondem tudo de mim? 

  —Eles se preocupam com você, minha querida.—ela acariciou minha bochecha com o polegar.—Você deveria se sentir especial. 

  —Não é esse o problema.—respirei fundo, mordendo o lábio inferior.— Eu fico feliz pela preocupação e zelo que vocês têm demonstrado por mim, a grande questão é a omissão, sobretudo, que se refere à minha família. 

  —Entendo...

  —Enquanto estou aqui, onde eles estão?—ela não respondeu, permaneci olhando-a, esperando alguma resposta. Mas ela não veio.

  —Eu sabia, sabia que não teria respostas. E é exatamente assim que me encontro, sem resposta, sem apoio. Estou perdida, completamente perdida, Emilly!

  —Nessie, acalme-se. Eles vão voltar.—as suas mãos estavam erguidas em minha direção, como se quisessem afagar-me. 

As mãos de Emilly eram rígidas e ásperas, dando-lhe a impressão de que havia trabalhado muito. Haviam calos distribuídos em cada cavidade, suas unhas arranharam minha pele de leve.

—Se vão voltar...foram para algum lugar! O que você sabe?—encarei-a seriamente.

Observei-a cambalear até o batente da porta, seus pés não conseguiam equilíbrio, pareciam vacilar a qualquer instante. Segurei em suas mãos, permitindo que ela se apoiasse em mim. Emilly agradeceu, meneando a cabeça positivamente.

  —Eu não sei de nada, mas acredito que você deveria conversar a sós com Jacob. Só ele saberá te explicar detalhadamente.—suas mãos acariciavam vagarosamente minhas madeixas.

—Você tem razão, ele me deve muitas explicações.—ela pegou meu rosto sutilmente, como se tivesse medo de que eu fosse frágil. Encarei sua cicatriz que pendia dos olhos ao queixo. Era tão aparente, tão notória...e momentaneamente, senti uma pontada de medo se instalar em meu corpo. Ela percebeu a minha longa avaliação, afastou-se de mim constrangida

—Eu sei, é horrível.—disse, com a mão direita no rosto.—Mas já me acostumei, sabe? —hesitei por um instante.  —Já me acomodei com os olhares alheios.—deu de ombros.—Já não me causam tão impacto como antes.

E sorriu fraco, mas tão fraco que fiquei em dúvida se aquele era realmente um sorriso. Ela, tão alegre, parecia fragilizada naquela hora. 

  —Não é horrível, Emmy.—ela arrumou uma mecha que caíra em seus olhos, sorrindo com o novo apelido.—Você é linda de qualquer jeito, aposto que Sam concordaria plenamente comigo.

Seu sorriso apareceu, diferentemente de antes, apresentava algo novo. Uma vivacidade.

—Ah...devo ir agora.—fitei o relógio de pulso.—Não quero perder um minuto sequer.

  —Tudo bem, estarei torcendo por você.

Vesti o casaco de camurça de Emilly, não sentia frio, mas minha pele clamava pelo tecido fino e demasiadamente macio. Quando o vesti, imaginei que aquela poderia ser a minha segunda pele. Escovei os cabelos rapidamente com a ponta dos dedos, enroscando-os e retirando os resíduos que os cremes deixavam. Quando me dei conta, a praia de La Push abria um sorriso convidativo. As árvores vascolejavam na presença do vento, a onda espumosa  estourava e mesclava-se no corpo das pessoas, todo aquele espetáculo natural parecia-me uma orquestra sinfônica. Completamente organizada e equipada, como se tivessem ensaiado há milhares de anos. Avistei-o de longe, seu corpo bronzeado não estava coberto. Seu peitoral era ainda mais atraente do que eu podia imaginar, não que eu nunca tivesse o visto sem camisa, mas neste dia, em especial, ele parecia diferente. Parecia mais...mais...bem, não encontro palavras. Seth também prendeu minha atenção por alguns segundos, mas meus olhos logo encararam Jacob novamente. Quando nossos olhares por fim, se encontraram, ele ficou imóvel. Segundos se passaram e ele ainda me observava, decidi me aproximar. Bem lentamente.

Eu me sentia...não sei como me sentia. Hesitei em me aproximar, mas com uma certeza súbita, continuei a caminhar em direção à ele. O rosto dele adquiriu uma palidez cinzenta, pude ver que ele estava nervoso.

 —Jake.—o chamei.

 Meu tom de voz estava diferente, ele olhou pra mim, ainda com a respiração pesada, os olhos transbordando confusão. Ele me puxou para mais perto, com as mãos entrelaçadas nas minhas. Seth caminhava devagar em direção à areia, buscando fornecer privacidade para nós dois.

—Escute. Me deixe explicar, não fique irritada. Está bem? Só escute.—disse enquanto me olhava nos olhos, firmemente.

—Estou escutando, e também não estou brava. Estou chateada.—encarei meu reflexo na água.— Você não tem o direito de me esconder algo que também é ao meu respeito.

—Na verdade, Nessie, você não é a única que não sabe. Eu também não sei.

—Mas, mas se você tivesse me deixado ir antes...talvez, talvez eu os teria impedido.—gaguejei, soltando as mãos aninhadas as suas. 

Meus olhos estavam úmidos, marejados. Coberto de lágrimas que não poderiam escapar, havia segurado por muito tempo aquele choro em sua frente. Agarrei-me em seu corpo, chorando copiosamente. 

  —Nessie—disse ele, e afagou meu cabelo, plantando um beijo em minha testa.—Vai ficar tudo bem. Shhh. Está tudo bem.

  —Não. Não vai ficar tudo bem.

Ele enxugou uma lágrima que escorria em meu rosto.

—Shhh, fique quietinha.

—Eu não vou...

—Eu faço ficar.—ele brincou, inclinando o meu queixo na direção do seu rosto.

Nos encaramos por alguns instantes. Suas mãos pararam de acariciar meus cabelos por alguns segundos.

  —Duvido...

—Acho que você ainda não aprendeu uma coisa.—disse, contornando meu rosto com a ponta dos dedos.

—Difícil. O quê por exemplo?—questionei.

—Nunca duvide de um Black.—ele se aproximou mais um pouco, colando nossas testas.—Nunca!

—E o que aconteceria se eu duvidasse? —instiguei.

—Sofreria as consequências por duvidar!—ele me fez cócegas.

—Ah, Jake, me desculpe por ter te ignorado. Eu estava sentindo falta do meu...meu melhor amigo, meu quase irmão.—o abracei de modo fraternal, envolvendo meus braços ao redor de sua cintura. Seu queixo ficou perfeitamente encaixado no topo de minha cabeça, ele estava feliz, mas havia algo em sua expressão que denunciava certo descontentamento. Parecia que ele queria alguma coisa, que estava lhe faltando algo. Seth nos encarava de longe, não sorria nem fazia careta. Apenas nos observava minunciosamente, como se não pudesse perder nenhum detalhe daquela experiência. Acenei para ele, chamando-o para se aproximar de nós.

 —Não se preocupe, Nessie. Eles vão voltar.—Seth disse, me encarando seriamente. 

  —É tudo que mais desejo no momento.—apertei meu o pingente de meu colar.—Preciso vê-los.

—Nós vamos ajudá-la. Eles não vão ficar sumidos para sempre.—Seth tentou me consolar.—Por mais que acontecesse, teríamos a eternidade para procurá-los.—brincou, mas eu não me senti a vontade com a brincadeira. Apenas sorri fraco.

—Sam já está se preocupando, nossa espécie também fica ameaçada sem a presença deles.—Jacob argumentou.—Fique tranquila.


Notas Finais


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