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História Lucidez Silenciosa (JiKook) - Os fins justificam os meios


Escrita por: Lady-Rin

Notas do Autor


OLÁÁÁÁÁÁ!!!
Primeiramente, eu não morri ainda, apesar de ter sumido por um tempo.
A vida adulta é um caos, gente, vocês sabem! PERDÃO!!!

No mais, trouxe mais um capítulo pra vocês, e espero que gostem!

ATENÇÃO:
*ESSE CAPÍTULO CONTÉM INSINUAÇÃO DE SEXO, SEXO (DE LEVE), VIOLÊNCIA FÍSICA E PSICOLÓGICA!
*Não foi betado, então já aviso que está CHEIO DE ERROS.
*Esse capítulo meio que marca o fim da primeira fase da fic.
*Não sei mais o que avisar...

Enfim, boa leitura! Espero que gostem e, se puderem, me mostrem os erros que vou betando com o tempo!

OBRIGADA PELO FAVORITOS E COMENTÁRIOS! <33

Capítulo 16 - Os fins justificam os meios


Fanfic / Fanfiction Lucidez Silenciosa (JiKook) - Os fins justificam os meios

ANTES

"- Não estou entendendo, Jimin, e sei que Jungkook também não. – Hoseok interviu, sério. – O que quer dizer exatamente?

Jungkook viu “Jimin” morder os lábios, ele ficou em silêncio por um tempo, depois respirou fundo e soltou:

- Não posso mais trabalhar aqui com vocês, quero rescindir o contrato com a empresa.

E ok, Jungkook poderia esperar por muitas coisas vindas daquela visita inesperada do senhor Park, mas definitivamente não por aquilo."

 

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J&J Advertising – 12h40

- Tudo bem – Hoseok disse, um tempo depois de se recuperar do choque das palavras do outro, percebendo que aquela revelação do loiro tinha raízes mais profundas que apenas o uma vontade maluca de deixar a parceria com eles -, eu já ouvi o que você queria dizer e preciso deixar claro que de antemão acho tudo isso uma grande burrice. – Hoseok não media as palavras quando queria expressar o que realmente pensava. – Mas a decisão é sua e eu não vou interferir.

O loiro viu - surpreso pela irritação do outro -, Hoseok levantar-se da cadeira, e caminhar para perto da porta.

- Onde vai? – Ousou questionar. – Precisamos conversar.

- Acerta tudo com o Jungkook, o que for decidido eu aceito. – Hoseok disse abrindo a porta. – Mas não vou compartilhar dessa ideia idiota.

- O que deu nele? – O loiro questionou, ainda olhando a porta fechada por onde Hobi havia saído.

- Ele gosta de você. – Jungkook disse, apenas. – Está preocupado.

O ambiente naquela sala estava opressivo, e os atuais ocupantes o sentiam completamente abafado, embora o ar condicionado estivesse ligado.

Hoseok já havia se retirado há alguns segundos, mas “Jimin” e Jungkook não disseram absolutamente mais nada, ficaram apenas ali, se encarando como se enfrentassem um ao outro mentalmente.

- Ainda estou tentando entender. – Jungkook falou, depois de um suspiro pesado. – Estava tudo indo bem até onde eu sei.

- Esse é o problema, está tudo indo muito bem. – “Jimin” bufou, aparentando estar nervoso. – Tão bem que...

- Que? – Jeon o incentivou, vendo o outro desviar os olhos.

O loiro deu de ombros, mordendo os lábios.

- Não posso. – “Jimin” sussurrou, de olhos baixos e úmidos.

Exasperado, Jungkook correu as mãos por entre os cabelos. Não compreendia exatamente o que estava acontecendo ali, embora suspeitasse da motivação daquela angustia toda.

- O grande motivo é aquele dia, não é? – Disse, com seriedade, vendo “Jimin” fechar os olhos com força.

- Não totalmente – Comentou baixinho e voltou a olhar Jungkook -, mas toda aquela situação constrangedora contribuiu bastante.

- Jimin...

- Eu sei, ok? – “Jimin” interrompeu, sorrindo tristemente. – Sei que você jamais ficaria comigo no fim das contas.

- Não é bem assim. – Jungkook disse, rapidamente, não gostando do rumo inesperado da conversa. – É só que...

- Tudo bem! – O loiro interrompeu mais uma vez, falando rapidamente e completamente nervoso. – Não é como se alguém fosse te condenar por me rejeitar ou algo assim. Naturalmente você deve ter dezenas de pessoas interessadas em você, e todas mais inteligentes, sociáveis, interessantes e bonitas que eu. – Soltou uma risadinha, tentando fazer parecer que estava tudo bem. – Todas elas, com certeza, são perfeitas e eu...

- Jimin... – A voz de Jungkook era quase um sussurro.

- Sou só um prostituto, não é? – “Jimin” encarou-o profundamente, penetrando seus olhos no negrume que eram os de Jungkook. – Um prostituto problemático e completamente errado. – E novamente sorriu, mas dessa vez, era um sorriso genuinamente dolorido. – Sou apenas sua causa social.

- Jimin, não! – Jungkook falou, imperativo, e ergueu-se da cadeira. – Que absurdo é esse que está falando?

A mente de Jungkook girava completamente atordoada naquele momento, não sabendo dizer se era por todas aquelas palavras absurdas saírem da boca de um ser tão precioso quanto Jimin, ou se por notar que na mente dele tudo aquilo era completamente plausível e verdadeiro.

Caminhando até a cadeira onde o loiro estava, Jungkook o puxou pelo braço e o ergueu dali, fazendo com que Jimin ficasse de pé a sua frente e o encarasse nos olhos.

- Nada disso é verdade, ok? – Disse para ele, completamente sério, fitando seus olhos tristes. – Você não é um prostituto, não é problemático ou errado, e muito menos é minha “causa social”! – Segurou duramente o corpo de Jimin junto ao seu, pelos antebraços. – Você precisa entender o motivo da minha recusa, Jimin, e ele não tem nada a ver com querer ficar ou não com você!

- Não consigo entender. – “Jimin” murmurou, com os olhos úmidos.

Jungkook suspirou levemente, observando de tão perto o rosto bonito daquele loirinho confuso.

- Vejo algo em seus olhos que não me deixa te tocar dessa forma, Jimin. – Disse, levando uma das mãos para acariciar a face macia de Jimin. – Eu sinto que... que preciso te proteger. Sinto que não posso ser como todos os outros homens.

Jungkook sentiu Jimin aconchegar o rosto em sua mão e deslizou o polegar pela bochecha dele, completamente absorto naqueles lindos olhos redondinhos e castanhos.

- Quer mesmo saber o motivo pelo qual preciso me afastar? – O loiro disse, com a voz sussurrada e doce.

- Por favor. – Jungkook respondeu, realmente curioso, mas no mesmo tom.

“Jimin” mordeu o lábio inferior, encenando nervosismo, e desviou os olhos para baixo. Suspirou pesadamente, como que tomando coragem, e disse:

- Estou apaixonado por você.

Os segundos que se sucederam àquela revelação foram de um duro silêncio. Jungkook apenas encarava o rosto de loirinho, que por sua vez, encarava fixamente o chão. O silêncio era gritante, mas parecia ser o único que cabia ali, naquele momento.

Jungkook prendeu a respiração logo que a compreensão do peso daquelas palavras o atingiu e, antes que pudesse de fato pensar, passou os braços pelo corpo trêmulo do mais baixo e o prendeu em um abraço forte, como se tentasse dizer naquele gesto que tudo ficaria bem.

- Não sei o que dizer. – Jungkook disse, porque realmente não sabia.

- Não precisa dizer nada, - “Jimin” afastou o rosto do peito do moreno. – Não é como se eu esperasse que você fosse retribuir. Mas precisava que soubesse.

- Amo outra pessoa. – A voz de Jungkook saiu incerta dessa vez, o que não passou despercebido aos ouvidos do outro.

- Eu sei. – “Jimin” afastou-se de vez do abraço e voltou a sentar-se na cadeira.

Jungkook também voltou a sentar e encarou o rosto corado dele.

- Você foi honesto comigo então, nada mais justo que eu também o seja. – Começou. – Sinto algo por você, Jimin, isso não posso negar, mas não sei do que se trata exatamente. Tenho uma necessidade indescritível de protegê-lo e de estar perto de você, mas amo outra pessoa.

- Senhor Min. – “Jimin” afirmou, quase que amargo, mas ainda em tom suave.

Jungkook assentiu com um movimento leve de cabeça e disse:

- Mas eu e ele não estamos mais juntos.

Os olhos do loiro encontraram os seus quase que de imediato, uma luz de esperança surgindo ali.

- Os motivos não importam. – O moreno continuou, sério. - Apenas importa saber que, no momento, nenhum compromisso da minha parte impede que tentemos algo, mas da sua sim.

- O que quer dizer? – “Jimin” estava confuso, embora suspeitasse que o final daquela conversa fosse extremamente agradável para si.

- Quero dizer que sinto algo por você, e estou disposto a descobrir o que é ao seu lado. Mas, para isso, você vai precisa se afastar daquele seu namorado e ficar apenas comigo.

Aquelas palavras caíram como uma bomba no meio dos dois homens ali sentados. Chim estava verdadeiramente surpreso, não conseguindo crer que fora tão fácil conseguir o que queria, e bem mais do que isso até. Já Jungkook, não tinha ideia do motivo de dizer aquilo tão abruptamente, fora impensado e completamente impulsivo, e tinha certeza que ia resultar em uma grande merda.

- Está falando sério? – A voz doce de “Jimin” soou incrédula.

Ele estava? Jungkook não tinha certeza se estava fazendo a coisa certa, mas já tinha empregado sua palavra e não voltaria atrás. Embora não fosse apenas isso, no fundo sabia que queria mesmo ficar com ele. Jimin era lindo, era sensual e confiante, Jungkook gostava da presença dele, se sentia atraído.

- Nunca falei tão sério em toda a minha vida. – O moreno enfatizou, confiante. Embora nem tanto assim por dentro.

- Eu não... não sei. – O loirinho resmungou, embora apenas quisesse parecer frágil. – Jongin vai me matar se eu fizer isso.

- Ele não precisa saber que você vai fazer. – Jungkook disse, inclinando-se sobre a mesa e apoiando os braços nela. – Você sai da casa dele sem que ele saiba.

Chim quase se entregou soltando uma risada, achava Jeon bastante inocente as vezes.

- Eu não posso simplesmente fugir de lá, Jungkook, você não entende? – Questionou, com sinceridade dessa vez. – Ele detém um longo contrato sobre meus direitos de imagem, se eu quebrar vou precisar pagar milhares de dólares, dólares que eu não tenho! Além do mais, onde eu moraria? Não tenho para onde ir e se Jongin me encontrar, ele vai me matar, de verdade.

Aquele jogo era de fato arriscado, Jungkook via aquilo com facilidade. Tinha ciência de que Jongin era um cara perigoso, que toda aquela imagem que ele passava de homem poderoso e de negócios era uma fachada pro que ele realmente fazia, e era exatamente por isso que não queria deixar Jimin nas mãos dele.

- Vou cuidar de você. Jongin não vai machucá-lo e sobre o contrato, meus advogados podem resolver isso para você. – Jeon disse tudo de forma sincera, completamente disposto a ajudar o loirinho no que fosse necessário, percebia o sofrimento incrustado em seus olhos lindos. – Se aceitar o que proponho, não vai precisar se preocupar com mais nada, eu cuido de tudo para você.

Estava ansioso para saber a resposta, o resultado daquele seu plano maluco, imaginando se estava fazendo de fato algo eu fosse ajudar Jimin ou acabar com tudo de uma vez.

Mas algum tempo em silêncio se estendeu e:

- Eu preciso... pensar. – “Jimin” disse, e levantou da cadeira, apressado. – Preciso pensar, okay? Me dê um tempo.

- Você tem quanto tempo precisar, Jimin. – Jungkook garantiu. – Não quero que se sinta pressionado, porque a escolha é sua. Mas não podemos ficar juntos na situação atual, entende?

“Não quero que se sinta pressionado”, Chim pensou desdenhoso, porque claramente Jungkook o estava pressionando com toda aquela conversa, mas não é como se fosse realmente ruim. Chim precisava pensar com clareza, porque sabia que Jungkook não estava fazendo aquilo pelo seu “bom coração”, precisava saber os reais motivos e pesar as consequências de suas próximas ações.

- Nos falamos depois, certo? – Disse ao moreno. – Preciso ir.

Jungkook assentiu e viu o loiro sair. Pegou o celular sobre a mesa e ligou para o número tão conhecido por si.

- Hobi, pode vir aqui? – Questionou, quando o outro atendeu. – Acho que acabei de fazer a maior merda minha vida.

 

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- É oficial, Jeon Jungkook finalmente pirou de vez! – Hoseok exclamou, completamente incrédulo. – Como é possível que você tenha feito isso?

- Eu não tenho ideia. – O moreno estava exasperado. – Eu só vi a chance e fiz.

Hoseok passou a mão pelos cabelos, ainda recostado contra o armário de documentos da sala de Jungkook, levemente preocupado.

- Eu imaginei que você estava atraído por ele mas, não a ponto de já oferecer um casamento!

Hoseok estava perplexo, não mentiria e diria que nunca incentivou algo entre Jimin e Jungkook, mas aquilo já era demais. Como Jungkook oferece algo como aquilo? Ele não pensava que poderia estar prejudicando a si e a Jimin ainda mais?

- Eu não ofereci casamento nenhum. – Jeon olhou-o, mordendo levemente o lábio inferior. – É só que... ah! – Não sabia bem como explicar aquela confusão. – Ele disse que estava apaixonado, Hobi, e eu vi a chance perfeita para tirá-lo dos braços daquele canalha. Eu só... Sei lá, me sinto atraído por ele também, nenhum dos dois vai sair perdendo.

- Nenhum dos dois? – Hoseok sentou-se de frente para o outro, sério. – Jungkook, o namorado dele é um maluco violento que o agride! Você tem noção que se ele descobrir ele vai mesmo matar o Jimin? E não só ele!

Jungkook sabia dos riscos, ao menos de parte deles.

- Eu sei. Mas como disse pro Jimin, vou cuidar de tudo, vou protegê-lo.

O ruivo recostou-se contra a cadeira, sem saber se agradecia a Jungkook por estar ajudando Jimin – que já considerava um amigo -, ou se dava uns tapas nele por ser irresponsável e se pôr em risco.

- Isso vai ser um escândalo. – Comentou. – Não iniciamos as campanhas públicas da nossa Organização ainda, mas toda a imprensa vai ficar sabendo que o Jimin é o rosto da campanha e cair matando com todo essa história.

- É só não deixarmos vazar. – Disse o moreno, tentando ser positivo.

Hoseok riu.

- Não deixar vazar? – Desdenhou. – Claro, até porque o namorado possessivo e violento do Jimin não é dono de uma casa noturna famosa e sócio majoritário de uma empresa de pornografia, empresa essa que a estrela pornô é o Park Jimin, que é o rosto da campanha da nossa Organização. Uma organização que você iniciou, Jungkook! – Enfatizou. – Você não entende? Tudo isso está ligado a imagem da nossa empresa, à sua imagem e à minha. Vai dar muita merda.

Jungkook só queria um apoio, não uma constatação de que tinha tomado uma decisão ruim.

- Achei que queria que eu o ajudasse. – Disse, cansado.

- Eu quero. – Hoseok aproximou-se mais de Jungkook, falando de forma amena e razoável. – Eu só estou receoso de que você ou ele se machuque, afinal, aquele Jongin não parece um cara muito legal.

- Eu tenho uma ideia, na verdade. – Jungkook disse. – Mas vou precisar que entre em contato com nossa junta de advogados.

Hoseok mordeu o lábio e suspirou. Jungkook sempre tinha uma ideia para tudo, boas ideias em sua maioria, esperava que essa fosse uma dessas maiorias.

- Conte-me, então. – Pediu.

E Jungkook pôs-se a falar.

 

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Aeroporto Internacional John F. Kennedy

O avião havia finalmente pousado em solo americano muitas horas depois de sair de sua cidade natal, e Seokjin quase se jogou no chão de tanta alegria por finalmente estar em solo firme. Era acostumado a voar na verdade, ministrava palestras em muitos lugares, mas nem por isso gostava de viajar naquelas coisas que se sacudiam como se fossem cair a qualquer momento.

Demorou um pouco para conseguir retirar a bagagem mas não ligou muito, a felicidade de finalmente estar em terra e prestes a encontrar com seu amor superava qualquer cansaço. E por falar em seu amor, quase se derreteu inteiro ao encontrar mais uma vez o belo sorriso de covinhas de Kim Namjoon a sua espera no saguão do aeroporto.

Seokjin sequer se importou de estar em meio a tantas outras pessoas, apenas abraçou o noivo com força e deixou-se ser beijado por ele, estava com muitas saudades.

- Senti sua falta. – Murmurou, no ouvido do outro.

- Eu também, você nem consegue imaginar o quanto, meu amor. – A voz grave de Namjoon disse, ao outro. – Você deve estar tão cansado.

- Estou. – Jin sorriu e afastou-se um pouco do noivo. – Onde está o carro?

- Lá fora. Vamos? – Namjoon o pegou suas duas malas, gentil como sempre. – Temos muito o que conversar.

Jin franziu a expressão, desgostoso.

- Imagino. Você sempre apronta na minha ausência. – Revirou os olhos e riu. – Só espero que não tenha engravidado ninguém por aí.

Namjoon riu das palavras do outro, guardando as malas dele na traseira do carro e abrindo a porta para ele entrar.

- Vira essa boca pra lá, Seokjin. – Disse e entrou no carro, sentando no lugar do motorista. – Sabe que todos os filhos que pretendo ter é com você.

O caminho até a casa de Namjoon foi tranquilo, o casal conversou coisas bobas do dia a dia de ambos e sorriam alegres constantemente por se verem. Estavam com saudades, e demonstraram o quanto assim que adentraram e trancaram as portas da casa, trocando um beijo cheio de urgência e calor.

- Estou cansado. – Seokjin disse, sorrindo assim que suas costas tocaram o sofá, com seu noivo deitado em cima de si.

- Eu sei, mas garanto que posso relaxar você com muitos beijos. – Disse, selando os lábios de Jin com beijos molhados. – E com uma transa gostosa.

- Senti saudades desse seu lado cheio de fogo, sabe? – Jin sussurrou, inclinando o pescoço aos lábios do outro, sabendo que não há como resistir aos toques daquele homem. – É tão ruim ficar sozinho, longe de você.

- Estamos juntos agora.

As roupas foram jogadas para longe em pouco tempo, dando lugar a peles quentes e suadas que se tocavam e arrepiavam em desejo; o apartamento, antes vazio, foi preenchido por sons, calor e desejo, e Seokjin não poderia estar mais satisfeito por estar nos braços do seu amor, atingindo junto com ele o ponto máximo da paixão dos dois.

Ofegantes e nus, arrumaram-se como dava no sofá e abraçaram-se, satisfeitos.

- Nunca mais vou te deixar passar tanto tempo fora. – Namjoon murmurou, acariciando as costas nuas do noivo e deslizando o nariz pela bochecha dele. - Não tem noção do quanto a saudade doeu.

Jin sorriu, arrumando-se melhor contra o corpo do outro.

- Eu sei que não é fácil, mas é meu trabalho, você sabe. – Suspirou e deu um riso trocista. – Além do mais, não é como se você tivesse ficado sozinho, não é?

Namjoon fechou os olhos e deixou uma expressão desgostosa apertar seu rosto. Era um acordo deles e era gostoso, mas isso não impedia de se sentir levemente constrangido de contar aquilo na frente do seu noivo e homem que amava.

- Eu sabia. – Jin acusou, e sorriu mais abertamente. – Como ele é?

Seokjin e Namjoon estavam juntos há bastante tempo, mais de cinco anos na verdade, mas nem sempre podiam estar juntos. Eles tinham um acordo, podiam ficar com quem quisessem na ausência do outro, desde que não envolvesse nenhum sentimento. Namjoon foi o mais relutante a aceitar o acordo no início, achou um absurdo que seu Jin tivesse proposto uma coisa daquelas, imaginando que ele pudesse não estar satisfeito apenas consigo, mas não foi difícil para Jin virar o jogo, trabalhava com a mente das pessoas afinal.

O fato não era Jin não estar satisfeito apenas com Namjoon, era justamente o contrário. Jin era todo “certinho” e trabalhava demais, e conhecia o histórico amoroso do noivo o suficiente para se questionar se tudo aquilo iria durar. Porém, o que começou como uma forma de “suprir os desejos” de Namjoon aos olhos de Jin, tornou-se algo intenso e quente para os dois, como um fetiche estranho por ficar com alguém e contar ao parceiro como foi e como o “amante” era.

- Bonito, bom de cama e complicado. – Namjoon resumiu, encarando o noivo curioso nos olhos.

- Defina bonito. – Jin se empolgou por conhecer melhor o tal homem.

- Loiro, lábios carnudos, rosto inocente, corpo bonito. – Namjoon suspirou e deu de ombros. – Como todos os outros, eu diria.

Jin apertou um pouco os olhos, levemente incomodado. Não pela beleza do tal rapaz, porque como seu noivo disse, ele era bonito como todos os outros; mas por sentir Namjoon tenso como nunca antes foi em uma situação parecida.

- Sei. – Disse, ainda mantendo o sorriso. – Agora defina bom de cama.

- Ele é... – Nem sabia bem como classificar. – Um uma estrela de filmes pornô.

Jin sentou-se no sofá rapidamente, encarando o noivo em surpresa.

- Sério? – Pareceu ainda mais empolgado. – Eu conheço?

 Namjoon deu de ombros.

- Não sei, mas não vou dizer o nome dele. – Disse, porque também fazia parte do acordo deles.

- Sei, sei. – Jin bufou. – Mas por quê complicado?

Era complicado porque Jimin agora estava envolvido sentimentalmente com Jungkook, mas Namjoon não podia dizer isso a Jin porque ele gostava muito do moreno mais novo e ficaria preocupado.

- Ele tem alguns problemas. – Disse apenas, e beijou novamente os lábios cheios de Jin. – Mas nada com que eu me envolva ou me importe.

Seokjin estranhou aquele comportamento, mas não se aprofundou na questão no momento, embora fosse sim investigar os motivos de seu noivo parecer nervoso com a menção ao outro rapaz.

- Tudo bem. – Voltou a se deitar. – Agora vamos dormir um pouco, porque eu não brinquei quando disse que estou muito cansado.

Namjoon sorriu e voltou a abraçar o noivo, ambos caindo no sono em seguida.

 

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Sexy Boys – Alguma hora do início da noite

- Acho que já está na hora de me contar o que aconteceu, não é? – Taehyung cochichou no ouvido de Chim, no intervalo da gravação de uma das cenas deles dois.

Haviam chegado no estúdio da Sexy Boys a pouco mais de uma hora e foram diretamente gravar as cenas que tinha destinadas naquele dia, afinal, uma nova produção dos dois estava prestes a ser lançada. Taehyung estava curiosíssimo com tudo o que havia acontecido na J&J Advertising mais cedo, tudo porque seu amigo se recusara a lhe contar qualquer detalhe, dizendo apenas seus planos estavam bem encaminhados e ficado quieto olhando para fora da janela com um jeito meio perdido.

Taehyung estava preocupado, Jimin estava muito estranho ultimamente. Bem, ele sempre ficava estranho quando estava “daquele jeito”, mas estava ainda mais. Era natural de quando Jimin trocava, que ele ficasse mais arisco, cheio de planos e que apenas pensasse em si mesmo, por isso não foi muita surpresa saber que ele tramava algo para se livrar de Jongin e para encontrar uma nova fonte para lhe prover uma boa vida. Era compreensível até, porque era impossível imaginar que Jimin estivesse bem vivendo o inferno de relacionamento abusivo que sua mente machucada um dia supôs ser amor.

Era compreensível, mas isso não impedia que Taehyung morresse de preocupação pelo melhor amigo/irmão, porque não entendia o que acontecia com ele quando mudava daquela forma e agia como outra pessoa, porque tinha medo que todas aquelas maquinações acabassem por virar contra ele e machuca-lo de forma irreversível, porque sabia que ele era capaz de tudo estando daquela forma.

- Acho que não. – Chim sorriu, sussurrando ao outro no mesmo tom, e olhou para os lados. – Não que eu esteja preocupado ou interessado, mas onde está o imbecil do Jongin?

Taehyung revirou os olhos pela mudança brusca e clara de assunto, mas não disse nada sobre, porque também estranhava aquele fato. Jongin não aparecia há muito tempo, desde que fora fazer uma “visitinha” a Kyungsoo; o que era bastante curioso, já que ele quase nunca deixava Jimin sozinho, especialmente daquela forma.

- Não tenho ideia. – Disse, num suspiro. – Mas isso muito me preocupa, se quer saber. Jongin é como você, quando está quieto demais, está aprontando alguma.

O loirinho soltou uma risada, esperando a maquiadora terminar de aplicar um óleo especial em suas nádegas, para aparecer bem nas câmeras.

- Chim, V! – O diretor das cenas chamou. – Está na hora.

Taehyung revirou os olhos. Sua vida era tão complexa!

 

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A boca de “Jimin” trabalhava em um sobe e desce incansável pelo caralho a sua frente, a bunda desnuda e lustrosa empinada no ar em direção as câmeras que o gravava com atenção, enquanto os seus olhos felinos encaravam a expressão contraída em prazer de Taehyung.

O loirinho sabia bem o que a visão da sua boca de lábios fartos e, agora, vermelhos e muito úmidos causa no seu parceiro. Taehyung não gostava muito de fazer aquilo com o melhor amigo; era trabalho, mas ele odiava admitir que sentia sim prazer em ter “Jimin” daquela forma, com o corpo sobre o seu, o tocando daquela forma. Jimin era lindo, era sensual e, daquela forma, gostava muito do que fazia, então era impossível não sentir prazer com ele ou desejo por ele.

A boca bonita largou o pau úmido e rígido de Taehyung, que caiu sobre seu baixo ventre com um estalo molhado, e “Jimin” subiu o corpo sobre seu, passando uma perna de cada lado da sua cintura. A câmera focou o momento em que, com um sorriso maldoso, “Jimin” levou dois de seus dedos pequenos até a boca de Taehyung, e os colocou ali, para que ele os chupasse e deixa-se bem molhados.

Ainda sorrindo de leve, o loirinho retirou os dedos da boca do parceiro e os levou para trás do próprio corpo, onde a câmera cortou a imagem para filmar os mesmos dedos sendo introduzidos no espaço entre sua nádegas redondas. A expressão no rosto de “Jimin” era uma mistura confusa de dor e prazer, mas uma mistura tão bonita que Taehyung não conseguiu se controlar e o puxou para um beijo molhado, que se estendeu por alguns segundos, enquanto o loiro ainda se abria com os dedos.

Os dedos foram retirados e “Jimin” sentou-se ereto sobre a pélvis de Taehyung, que o segurou com as duas mãos pela cintura fina. A câmera se afastou, dando uma visão ampla dos dois sobre a cama, com Tae deitado e Jimin montando seu corpo, e focou bem o momento em que o loiro levou uma das mãozinhas para trás e segurou de forma firme o caralho excitado do outro o direcionando ao seu ânus.

- Você está pronto? – “Jimin”, questionou, enquanto sorria ladino, sua frase de efeito.

Taehyung levou uma das mãos a parte de trás dos seus cabelos loiros e puxou sua cabeça para trás.

- Não sei o que ainda está esperando.

Fechando os olhos com força, pelo aperto nos cabelos e pela excitação, “Jimin” ergueu um pouco mais os quadris e se pressionou contra o pau de Taehyung, sentindo-o alojar-se profundamente dentro de si, até sentir apenas as bolas dele do lado de fora.

Um gemido alto derramou-se pelos lábio fartos do loiro e sua respiração tornou-se descompassada assim que ele apoiou uma das mãos no peito de Taehyung e começou a movimentar o quadril, subindo e descendo a bunda, deslizando pelo pau quente.

Taehyung suava, estar deitado com “Jimin” se movimentando daquela forma em cima de si era gostoso pra caralho, ainda mais quando ele respirava pesado e sorria daquela forma enquanto lhe olhava. Aquilo era errado em tantos níveis! Mas era impossível não desejar aproveitar o momento.

Por isso, Tae virou o loiro sobre a cama e “Jimin” tratou de pôr-se imediatamente de quatro para ele, mexendo a bunda bonita e lustrosa de uma lado para o outro, como em um convite mudo ao seu prazer. Notadamente, Taehyung não o rejeitou e tratou de aprofundar-se totalmente nele novamente, arrancando um gritinho esganiçado do loirinho pela força com que entrara nele.

As gravações daquela cena não demoraram muito, já tinham feito toda a parte das preliminares afinal então, depois da foda, estava tudo pronto.

- Mais um trabalho perfeito, Chim, as câmeras realmente amam você! – O diretor da cena elogiou, com um olhar claramente cobiçoso para o loirinho nu. – Bom trabalho V.

Taehyung revirou os olhos. Ainda estavam deitados na cama, tentando recuperar o fôlego, enquanto todos os envolvidos na gravação estavam deixando o quarto, para dá-los um pouco de privacidade.

- Esse cara tá interessado em você. – Disse Tae, virando de lado na cama para ver o outro melhor. – Deixa só o bonitão do mal saber disso.

Chim riu.

- Você ainda o chama assim? – Questionou, e balançou a cabeça em um gesto negativo. – Jongin não causa tanto medo assim e não precisamos nos preocupar com ele.

- Isso tem a ver com sua conversa de mais cedo com o Jeon? – V tentou investigar, apertando questionador os olhos.

Chim riu da curiosidade alheia.

- Jeon está comendo na minha mão. – Comentou displicente. – Posso ter dele o que quiser.

- Não acho que o Jongin vai ficar satisfeito com isso, Chim. – Taehyung alertou. – Ele não gosta de ser deixado de fora.

Chim deu mais uma risada, debochando.

- Esqueça aquele cara. – Disse, certeiro. - Jongin não vai ter nada a ver com a minha vida muito em breve.

- Jura, amorzinho? – A voz bonita de Jongin sobressaiu-se no cômodo, assustando levemente os dois já presentes ali. – E como é que você pretende me expulsar da sua vida?

Jimin ficaria muito assustado naquele momento, como Taehyung parecia agora, ao ver a causa dos seus sofrimentos bem ali, parada à porta do quarto, de braços cruzados e um sorriso enviesado assustador.

- Ainda estou esperando uma resposta. – Jongin comentou, ainda com um sorriso intimidador.

- Olha, Kai, é... – Tae tentou dizer, vendo a iminente desgraça.

- Não lembro de ter falado nada com você, Taehyung. – O moreno o interrompeu, agora sendo mais rude. – Saia daqui.

- Mas...

- Agora! – Jongin ordenou, imperativo. – Quero ficar a sós com o meu amorzinho.

Taehyung ainda abriu a boca para protestar, mas recebeu um olhar condescendente do seu melhor amigo, o que o fez se levantar em silêncio, vestir um roupão e deixar o quarto. Estava preocupado com Jimin, porque embora soubesse que estando como Chim ele era safo e conseguia contornar praticamente qualquer situação, o que Jongin havia ouvido seria difícil de contornar.

Dentro do quarto, os dois homens se encaravam profundamente. Chim não sentia medo de Jongin, não do ponto de vista de poder ser machucado por ele, mas sentia-se levemente apreensivo pela quase descoberta de seu plano. Jongin não era burro.

O loirinho observou Jongin soltar um suspiro pesado e trancar a porta do quarto na chave, o que o fez ficar em alerta. Embora não achasse que Jongin fosse lhe bater e machucar ali, sabia que ele era imprevisível.

- Acho que precisamos ter uma conversa séria, não é, amorzinho? – Kai aproximou-se a passos lentos da cama. – Por que tenho a leve impressão que você está tentando me passar pra trás?

Antes que Jongin chegasse muito perto de si, Chim levantou-se da cama pelo lado oposto e permaneceu atento. Não daria chance para o azar ali.

- Eu sinceramente não tenho ideia do que você está falando. – Disse, usando seu tom mais neutro. – Mas também posso dizer que acho que você está me passando pra trás, afinal, sumiu quase todo o dia sem dar qualquer explicação.

Kai sorriu, ladino.

- Vai dizer que está com ciúmes agora? – Provocou.

- E se eu estiver? – Chim resolveu entrar no jogo, aproveitando-se para desviar o foco da conversa. – Você é meu namorado, não é?

Jongin novamente se aproximou e o loirinho tratou de se afastar mais um pouco.

- Por que está fugindo de mim, amorzinho? – O moreno riu baixo. – Até parece que está com medo. Fez algo de errado, Chim Chim?

Chim deu de ombros.

- O que eu poderia ter feito? – Desconversou.

- Venha aqui. – Jongin ordenou. – Agora.

O loiro sabia que não poderia recuar àquela ordem, porque estava trancado naquele quarto com o outro, afinal, estava preso. Ele foi, cauteloso, devagar, mas aproximou-se até estar parado na frente do moreno alto.

- Não estou satisfeito com o que tem feito, Jimin. – Jongin disse, sério. – Por que está mentindo pra mim?

Chim franziu o cenho.

- Meu nome não é...

- É sim! – Jongin o interrompeu e levou a mão a segurar seu maxilar delicado, com força. – Seu nome é Park Jimin, e eu não estou com paciência para tratar com sua parte maluca hoje! – E aproximou o rosto do chocado de “Jimin”. – O que estava fazendo com aquele idiota do Jeon sem me avisar nada?

Chim mordeu o lábio inferior.

- Fui tratar dos nossos negócios. – Fez-se de sonso. – O que mais eu poderia ter ido fazer?

Jongin puxou o rosto dele bem para perto do seu e plantou um selinho nos lábios fartos, com força suficiente para lhe machucar a boca.

- Você acha que eu sou burro, não é, amorzinho? Tenho pessoas sempre de olho em você. – O moreno disse, depois de soltar-lhe os lábios. – Você está me traindo, Jimin? Se estiver, vou matar você.

- Meu nome não é, Jimin! – Chim praticamente gritou. – Por que não vai pro inferno?

Estava saturado. Por que tinha que aguentar aquilo? Por que tinha que se submeter a uma situação miserável como aquela? Sua vida era horrível, mas aquele dia estava pra ficar na história, porque como se não bastasse Jimin ter simplesmente sumido da sua cabeça, aquela dor de cabeça constante que não lhe deixava, Jongin ainda havia aparecido no momento mais inadequado possível.

Apesar de ser mais forte e não ser idiota, entendia perfeitamente cada uma das vezes que Jimin pensou em acabar em definitivo com toda aquela merda.

Não deveria ter gritado, mas não aguentava aquilo, e a mão pesada de Jongin voou sobre o seu rosto, em um tapa tão forte que o levou ao chão.

- Você perdeu a noção, não é, vagabundo? – Jongin falou, em um tom exasperado. – Tá querendo outra lição pra aprender a me respeitar, não é?

Os olhos naturalmente pequenos e redondos do garoto loirinho estavam espantosamente arregalados, e Chim não sabia o que responder, porque o ódio lhe preenchia tão forte que a garganta estava travada.

- Qual é o seu problema? – Jongin continuava, parecendo muito irritado. – Eu faço tudo por você, amor! Eu amo você e por isso tento te cuidar o melhor possível! Eu faço tudo por você e você só me trai! – Segurou os cabelos loiros de Chim com força e diminuiu o tom da voz. – Vou disciplinar você novamente, amorzinho, mas dessa vez vou fazer você se arrepender de ter pensado em fazer qualquer coisa contra mim.

Um novo tapa foi dado no seu rosto já machucado, arrancando um gemidinho dolorido de si. Chim sabia que ali estaria perdido, porque Jongin lhe machucaria como nunca havia feito antes, ele não suportava a ideia de ser traído por si, de qualquer forma.

- Vamos resolver isso na nossa casa. – Kai apontou o dedo na sua cara. – Vai tomar um banho, estava se esfregando em outro cara até agora, não vou encostar em você assim.

Se estar sujo da porra de outro cara fosse impedir que Jongin o ferisse, Chim ficaria sem tomar banho por um bom tempo. Mas ele tratou de gritar um sonoro “vai!”, bem na sua cara, e ele foi, por não ter como fugir naquele momento.

Trancado no banheiro, Chim encarou-se no espelho, notando com clareza seu rosto vermelho pelos tapas. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas ele não permitiu que nenhuma delas viesse a cair, porque era orgulhoso e sabia aguentar todas as situações, por mais dolorosas que elas fossem.

Tomou um banho rápido, mas não perdeu nenhum segundo daquele momento se lamentando pelo que poderia acontecer, tratou de pôr a cabeça para funcionar e pensar em uma forma de tirar algo de bom daquilo tudo. Porque Chim até poderia apanhar, mas jamais faria aquilo sem que pudesse tirar também uma vantagem para si.

Enquanto saiam juntos da gravadora, Jongin e “Jimin” estavam de mãos dadas e sorriam para todos, despedindo-se. Naquele momento, Chim só queria morrer. Não, ele queria matar Jongin por precisar segurar sua mão e fingir que tudo estava bem, apenas para ele fazer seu papel de “bom namorado” para todos. Como se não fosse espancá-lo quando chegasse em casa, como se não fosse feri-lo até largá-lo desacordado no chão...

O caminho para casa foi silencioso, Jongin não lhe disse nenhuma palavra, nenhuma das ofensas que costumava dizer em situações como a aquela, ele só estava lá, carregando um sorrisinho malicioso no rosto. Chim não estava com medo, ele nunca sentira isso de fato, mas se sentia levemente apreensivo, se isso explicasse a dorzinha chata de cabeça e o estômago levemente nauseado.

- O que vai fazer comigo dessa vez? – O mais baixo perguntou, sem vacilar na voz e na postura. – Me bater com o chicote? Com o cinto? Me acorrentar? Me colocar na coleira? Me prender no quarto e me deixar passar fome? – Riu de leve, desafiador. - Você já fez tudo isso e não adiantou muito.

- Acho que vou te surpreender dessa vez. – Jongin continuou com os olhos na estrada, mas sorriu mais abertamente. – Sabe que não gosto de machucar muito, mas você precisa ser disciplinado.

- O que vai fazer? – Chim voltou a perguntar, mais sério.

Jongin nada respondeu, até chegarem em casa.

 

>>>>>>>>>>>>

 

Jimin House – 22h30

Chim já havia vivido muitas coisas naquela casa, já a tinha visto alegre e cheia de gente, já a tinha visto em meio a um clima intimista e sensual, mas nunca em todo aquele tempo havia a visto tão soturna e intimidante. Sentia-se levemente sufocado estando sentado sobre a cama, dentro daquele quarto, observando Jongin trancar as portas da sua varanda como se nada estivesse acontecendo.

O que lhe deixava mais “preocupado” era todo aquele silêncio, porque o normal seria Jongin já lhe ter gritado uma série de impropérios e lhe dado uns bons tapas pra se orientar, especialmente naquela circunstância. Ele não lidava bem a questão das traições, o que era uma pena, porque Chim nunca gostou de ser fiel.

- Você tem sido um garoto muito problemático, amor. – Jongin lhe disse, assim que parou de pé ao lado da cama. – Eu já te dei tantas lições que nem sei contar, mas você teima em não me respeitar. O que eu faço com você agora, Jimin?

Uma pontada forte atingiu a cabeça de Chim e ele pressionou as mãos por entre os fios loiros.

- Meu nome não é Jimin. – Disse, quase que rangendo os dentes. – Vai pro inferno!

- É você quem vai. – Jongin comentou e sorriu. – Lembra do que me contou há um tempo? Sobre como você foi iniciado naquela vida? Você chamou aquilo de inferno, lembra? Eu te salvai daquilo, mas você é tão mal agradecido.

Um suspiro brusco saiu pelos lábios cheios do garoto loiro, soando como um engasgo dolorido. Ele não devia lembrar daquilo, não era uma memória sua! As lembranças de Jimin não deveriam aparecer para si, mas aquela estava lá, viva, fazendo sua dor de cabeça aumentar.

Chim pressionou as mãos na cabeça com mais força, na esperança de fazer os fleches dolorosos de lembranças sumirem da sua cabeça, mas era impossível. Não conseguia interromper o fluxo de memórias daqueles homens asquerosos o tocando de forma tão invasiva quando ainda era só um garotinho. Não! Eles não tocavam a si, tocavam Jimin!

- Eu te dei uma vida, Jimin, mas você insiste em me deixar triste, em me trair e me afastar. – Jongin falou, usando um tom sério. – Então a culpa do que vai acontecer aqui hoje é inteiramente sua, porque eu te amo e não quero te machucar, mas você está me obrigando.

- Quem você ama? – Chim ergueu os olhos, subitamente ofensivo, mas ainda com as mãos pressionando a cabeça.

- Amo você, Jimin. – Jongin disse, franzindo o cenho. – Você sempre...

- Mas o Jimin não está aqui. – Ele disse, sorrindo maldosamente. – Ele não está há muito tempo. E sabe o que é pior? Você diz amá-lo, mas nem percebeu!

Jongin, que estava muito perto da cama, apenas direcionou um tapa forte sobre o rosto do loiro, que grunhiu de dor.

- Você está apenas tentando me provocar! – Disse, desacreditando as palavras do outro. Levou as mãos aos cabelos loiros de “Jimin” e o arrastou da cama, jogando-o no chão. – Eu já perdi completamente a paciência com você! Você perguntou que tipo de castigo eu te daria hoje, não foi? Sabe de uma coisa? Vamos relembrar o passado.

Chim observou Jongin pegar o alo de metal que tão bem conhecia, trazê-lo até si. Tentou se debater, mas outro tapa pesado no rosto o deixou desnorteado e a “coleira” foi fechada no seu pescoço com um cadeado, e presa a corrente que ficava na parede – justamente para aquele fim -, lhe deixando imobilizado.

Arrumando os cabelos de volta no lugar, Jongin olhou o corpo do seu “amor” deitado no chão e balançou a cabeça em um gesto negativo.

- Tudo isso poderia ser evitado. – Disse e caminhou até a porta do quarto. – No momento você não me deixa opção, amor. Eu te protegi desse seu trauma por todo esse tempo, mas acho revivê-lo um pouquinho vai te fazer lembrar que estar comigo é o melhor pra você. Espero que isso te faça pensar.

Inusitadamente, o coração de Chim acelerou, suas mãos suaram, as pernas tremeram, a garganta fechou e ele quis chorar. Estava com medo! Um medo que nunca imaginou sentir, mas bastou juntar as peças do que Jongin dissera sobre os traumas do seu passado e seu inferno pessoal, pra ter uma impressão aterradora do que poderia lhe acontecer.

Suas suspeitas assustadoras foram confirmadas no momento em que Jongin voltou para o quarto, acompanhado de outros dois homens grandes.

- Jongin... – Ele chamou, meio esganiçado, e começou a tentar arrancar do pescoço o alo de metal que o prendia no chão. – Por favor!

- Eu até poderia dizer que fico satisfeito por ouvir você implorar pela primeira vez na vida, Chim, mas só consigo sentir pesar. Quero que tire uma lição disso, quero que se lembre de onde eu te tirei, que te dei tudo, quero que seja grato. – E então se virou para os dois homens ali presentes. – Façam o que quiserem com ele, apenas livrem o rosto e pontos vitais. Ele ainda é a fonte dos meus lucros, afinal.

Quando Jongin deixou o quarto, a primeira das muitas lágrimas deixaram os olhos miúdos de Jimin. Chim podia vê-lo através do espelho do closet. Era tragicamente engraçado pensar que depois de uma dia todo desaparecido, ele ousava aparecer logo em um momento como aquele. Jimin chorava.

Chim sentia dor, Jimin chorava.

Os homens estranhos se aproximaram, arrastaram-lhe pelas pernas e começaram a arrancar suas roupas. Chim tentou escapar umas duas vezes, mas para onde iria estando acorrentado pelo pescoço como um cachorro? Enquanto os homens nojentos lhe machucavam e usavam seu corpo como bem queriam, sua mente oscilava entre o presente e o passado, um passado em que também usaram e abusaram de seu corpo, onde era novo demais para conseguir se salvar.

Chim sentia dor, Jimin chorava

Não era novo agora, não era bobo, não era fraco.

Quando tudo acabou, Chim viu os homens asquerosos saírem de cima de si e arrumarem as roupas enquanto comentavam coisas nojentas sobre ele. Chim olhou bem aqueles rostos, sentindo o gosto amargo da dor que eles deixaram. Se lembraria deles depois.

Chim sentia dor, Jimin chorava.

Quando Jongin voltou ao quarto, a dor e o nojo que que eles sentiam era tanta que não coube no único corpo que dividiam, a visão escureceu, tudo apagou.

Jongin não estava mais no quarto, havia saído há certo tempo quando achou que Chim dormia profundamente, antes ainda limpou seu corpo e colocou na cama, sem a coleira no pescoço. Jongin dormiria em outro cômodo para que a “fonte dos seus lucros” pudesse ter um bom descanso. Chim não dormia, no entanto, apenas usava seus bons dotes de ator e fingia; havia acordado não muito tempo depois de desmaiar, mas manteve-se de olhos bem fechados.

Assim que Jongin havia se retirado, Chim levantou-se lentamente da cama, por sentir dores absurdas em suas partes íntimas; caminhou até a varanda do quarto e a abriu, deixando a brisa morna daquela noite tocar seu rosto cansado e machucado, ficando ali por um tempo a observar as estrelas.

Não lhe passava muita coisa pela cabeça, de modo que seus olhos fitavam as estrelas mas não as viam de fato, só sentia a chama fria de um ódio mortal tomar seu interior como um amante possessivo e violento. Ódio... nunca sentira tanto dele, e lembrar-se dos gritos desesperados que Jimin deixou escapar por horas o deixava ainda pior, o deixava insano.

Aqueles gritos, aquela dor, tudo o fazia relembrar um passado doloroso e voluntariamente esquecido. Sentia o pouco controle que tinha se perder lentamente, mas não entraria em surto e sairia por aí completamente desvairado, não, aquilo marcava a volta de uma de suas facetas mais interessantes, uma que não hesitou em matar o homem que lhe machucou pela primeira vez de forma brutal, quase que animalesca, usando as próprias mãos.

Se fechasse os olhos e forçasse um pouco a mente, poderia facilmente sentir a textura escorregadia e viscosa do líquido vermelho que lhe cobria o corpo, assim como o cheiro férreo do mesmo. Sorriu. Sangue sempre o fascinara, e assim continuaria fazendo.

Abriu novamente os olhos, lembrando-se brevemente que Jungkook sempre os elogiava, “olhos lindos”, ele dizia. Mas os olhos lindos demonstravam apenas frieza no momento em que Chim virou-se para o quarto e caminhou até lá dentro, a passos muito vagarosos e pegou o celular, que estava jogado no chão junto à sua calça. Havia tido muito tempo para pensar no que fazer enquanto estava no carro e no banho, não era trabalho demais para sua mente rápida e sagaz, por isso já sabia exatamente como agir.

Chim encarava-se no espelho enquanto fazia a ligação, observando o olhar choroso e desesperado de Jimin.

- Vou tirar a gente daqui. – Sussurrou.

A ligação não demorou muito para ser atendida, e logo a voz rouca e sonolenta de Jungkook soou através do aparelho.

-  Alô!

Chim mordeu o lábio e deixou um leve fungado choroso escapar, mas não respondeu.

- Alô? – Jungkook voltou a falar, irritado pelo silêncio. – Não acredito que me acordou pra ficar em silêncio.

Mais um soluço baixo deixou a garganta de Chim.

- Oi? Está tudo bem? – A voz do outro lado da linha soou levemente aflita, por ouvir um som de choro. – Quem é?

- J-jungkook. – Chim chamou, agora chorando. – Me ajuda.

Alguns segundos de silêncio se passaram até:

- Jimin? – Jungkook falou mais alto, ouvindo o choro sofrido do outro. – Por que está chorando? O que aconteceu?

Chim deixou que as lágrimas descessem livremente, soluçando constantemente e baixinho, colocando para fora uma angustia que verdadeiramente não sentia.

- Está me deixando preocupado, Jimin. – O moreno falou, ficando levemente nervoso, mas tentando manter o tom neutro. – Fala comigo, o que aconteceu?

- Me ajuda. – Disse baixinho, a voz saindo entrecortada pelo choro. – Me salve, Jungkook.

A linha ficou silenciosa por um tempo curto, com Jungkook apenas ouvindo o choro sofrido do outro, que repetia um “me salve” sem parar.

- Onde você está? – Perguntou, determinado.

- Não tenho muito tempo. – Chim sussurrou, soluçando um pouco. – Ele me machucou, Jungkook, e me prendeu aqui no quarto. – A voz demonstrava toda a dor que parecia sentir, magoada, dolorida, ferida por toda uma vida de sofrimento. – Consegui pegar meu celular antes de ele me prender, mas sei que ele vai voltar pra buscar. Me ajuda, Jungkook, eu só tenho você.

E Chim soube que depois daquelas palavras, seus planos estavam devidamente consumados, por isso não se surpreendeu quando a voz indignada de Jungkook se pronunciou.

- Eu vou destruí-lo e aí não terá volta. Tem consciência disso? – Ele questionou, completamente irritado. – Tem certeza de que quer isso?

- Está doendo tanto, Jungkook. – Chim choramingou. – Me salve, eu só tenho você.

- Chego em alguns minutos, tente se acalmar, Jimin.

A ligação foi encerrada e Chim passou as mãos pelos olhos, limpando as lágrimas que desceram por ali.

- Eu deveria ganhar um óscar. – Disse, sorrindo abertamente.

Chim fez os cálculos e concluiu que Jungkook chegaria em mais ou menos trinta minutos, tempo mais que suficiente para pôr o resto do plano em prática.

Com dificuldade pelas dores fortes, vestiu uma calça de moletom e uma camiseta, e caminhou à passos lentos até a cozinhas, parando em frente ao balcão e pegando uma faca grande, que estava sobre o aparador. Voltou em direção aos quartos, mas em vez de ir para o seu, caminhou até onde sabia que Jongin estava dormindo; abriu a porta e entrou sorrateiramente, vendo-o dormir de bruços, tranquilo.

Observou-o por um momento; ele era tão bonito, uma pena ser tão ordinário.

Jongin remexeu-se incomodado, sem saber bem o porquê. Abriu os olhos lentamente, despertando daquela sensação incomoda de ser observado e virou-se de lado. O susto que tomou foi grande ao notar o homem de pé, parado ao lado da sua cama, observando-o com estranho interesse; sentou-se e já se preparava para levantar, quando reconheceu aquele corpo bonito.

- Chim Chim? O que está fazendo aqui? – Perguntou, estranhando a presença do outro. – Achei que estivesse dormindo.

Quando não recebeu nenhuma resposta, esfregou os olhos e novamente encarou o loiro parado ali e a faca que ele trazia nas mãos. Jongin ergueu-se da cama rapidamente, impondo uma distância relativamente segura entre ele e seu “Jimin”.

- O que pensa que está fazendo? – Questionou, ríspido.

- Fiquei sem sono, vim dormir com você. – Chim deu de ombros, dando um passo “inocente” na direção do moreno.

- Com uma faca? – Jongin recuou um pouco e estendeu-lhe a mão. – Me dê isso agora.

- Isso? – Chim ergueu a faca, encarando o fio bem afiado e sorriu. – Não vou entregar, nós vamos brincar um pouco antes.

Chim disparou em uma corrida até Jongin, empunhando habilidosamente aquela faca, e jogou-se contra ele. Jongin, por sua vez, não tentou fugir, apenas ergueu os braços para a frente e segurou Chim pelos ombros.

- Larga isso, Chim! – Disse, com alguma dificuldade, segurando os pulsos de Jimin para evitar que a faca o atingisse. – Larga agora!

Chim ria enquanto tentava se soltar do aperto em seus pulsos e enfiar aquela faca o mais profundo possível nas entranhas daquele desgraçado. Jongin reconhecia aquela reação, os olhos frios e parados, o sorriso insano nos lábios, a vontade de ter novamente o sangue nas mãos.

Em um segundo de descuido, Chim trocou a faca de uma mão para outra e empurrou-a com força contra o rosto de Jongin, que por pouco conseguiu desviar, recebendo apenas um ferimento superficial no rosto.

Precisava pará-lo antes que ele perdesse de vez o controle, sabia, e foi por isso que direcionou uma das pernas por entre as de Chim e puxou, dando uma rasteira que o levou ao chão, derrubando a faca para longe.

Imediatamente Jongin o segurou pelos cabelos loiros, e o puxou para ainda mais longe da faca, fazendo-o grunhir em dor. Ainda com os dedo nos cabelos de Chim, Jongin o arrastou pelo chão, em direção ao seu quarto, sem dar chance de ele se defender.

Quando chegaram ao quarto, Jongin fechou a porta com a chave e arrastou Chim até perto da parede em que ficava a maldita corrente que prendia a “coleira” ao seu pescoço. Chim tentou levantar, tentou revidar, mas tudo o que conseguiu foi um chute nas costelas que o deixou momentaneamente sem ar e escureceu sua visão. Jongin aproveitou esse momento de fragilidade e prendeu o anel metálico novamente no seu pescoço, pondo-o na “coleira”.

Uma nova onda de chutes e socos vieram, enquanto Jongin gritava a Chim que ele precisava aprender quem era a “putinha submissa” ali, à quem ele devia respeito, e que o mataria se ele tentasse mais uma “burrice” como aquelas.

- Você não pode comigo, Chim. – Rosnou, quando terminou de bater no loiro, deixando-o caído no chão. – Entenda que você me deve tudo! Eu sou seu dono!

- Eu vou acabar com você! – Chim gritou alterado e cuspiu um pouco de sangue no chão. – Está me ouvindo? Vou acabar com a sua vida e você vai sempre se lembrar de mim como o cara que te deixou na merda!

Jongin ainda ergueu o braço pra dar-lhe mais um tapa, mas recuou. Precisava acalmar os nervos ou bateria naquele loiro até mata-lo.

- Vai ficar aí por um tempo, sem comida ou água, pra aprender a me respeitar. – Foi a última coisa que disse.

Quando Jongin deixou o quarto, Chim continuou deitado no chão, também pudera, aquela corrente restringia totalmente os seus movimentos; e uma lágrima desceu pelo seu rosto. Chim passou o dedo naquela lágrima e o levou aos lábios, sentindo o sabor salgado dela e sorriu. Sim, Chim sorriu, porque finalmente uma fase do seu plano estava concluída, não importando o quanto tinha se ferido ou ferido os outros para estar ali, sabia que tudo daria certo.

- Eu disse que ia tirar a gente daqui, Jimin. – Murmurou, olhando-se pelo espelho.

No reflexo, Jimin apenas concordou, com o rosto lavado pelas lágrimas.

- Estou com medo. – Ele disse. – E se ele nos machucar mais? E se não der certo?

- Já deu. - Chim sorriu, mas mais pareceu uma careta de dor.

A certeza de seu sucesso se deu em definitivo assim que ouviu a porta do seu quarto ser aberta violentamente e muitos policiais entrarem por ali, seguidos de um Jeon Jungkook completamente afobado, que não esperou um segundo para correr em sua direção.

- Jimin! Meu Deus. – Ele exclamou, ajoelhando-se ao seu lado, assim que viu seu estado. – O que aquele miserável fez com você?

As mãos de Jungkook tocavam o seu corpo com extremo cuidado, mas mesmo assim soltava gemidos de dor. Gemidos verdadeiros, porque estava machucado de verdade. Sabia que não deveria estar nada bonito; mesmo que seu rosto estivesse praticamente intacto, já que Jongin não queria estragar a “fonte dos seus lucros”, seu corpo estava muito machucado devido à surra que Jongin lhe dera e a forma nojenta como aqueles homens o tocaram.

“Filho da puta,” – Chim pensou. – “agora vai passar muito tempo no inferno”.

Não conseguia mais falar e sua visão estava embaçada, mas sentia claramente as mãos que lhe tocavam o corpo. Algumas investigavam seus ferimentos, outras retiravam o anel metálico do seu pescoço; mas apenas um par o interessava de fato, as mãos que acariciavam com leveza os seus cabelos e o seu rosto, as mãos de Jeon Jungkook.

Sua visão embaçou ainda mais e ele sabia o que aquilo significava, mas não resistiu, e se deixou levar pela sensação de leveza no corpo. Sabia que nunca estaria tão seguro quanto estava agora, sabia que poderia relaxar, porque Jeon Jungkook estava bem ali, e era óbvio que ele cuidaria de si até o fim.

- Vai ficar tudo bem, Jimin. – Ouviu Jeon sussurrar contra o seu ouvido. – Vou te ajudar a ser feliz agora.

Chim sabia que aquilo era verdade e, com essa certeza, entregou seu corpo ao mundo dos sonhos, feliz.

 

Continua...


Notas Finais


Para que não entendeu, todo esse capítulo meio que girou em torno da mente perturbada do meu filho Jimin (exceto a parte do meu otp maravilho Namjin), mostrando mais algumas nuances de suas personalidades.
Jimin (o original) sumiu e apareceu, mas as dores de cabeça suspeitas continuam lá... mistérioooooo.

Momentinho VMin no esfrega esfrega, roça roça, gravando ceninhas quentes... goxto!

Antes que digam que tá tudo muito corrido, porque Jungkook "amava" o Yoon e agora já tá apaixonado pelo Jimin e tudo mais, quero dizer que "amar" uma pessoa não exclui você de se apaixonar por outra, o filósofo Hoseok explicou isso no cap passado. E mais, Jungkook, em momento nenhum, prometeu um romance ao Jimin, ele prometeu ajudá-lo! Na mente dele, prometer que ficaria com ele se ele largasse o Jongin era a única e mais rápida forma de livrá-lo daquela relação abusiva, já que "jimin estava apaixonado" por ele também.

Esse capítulo meio que marca o fim da primeira fase da fanfic (adeus Jongin! Por enquanto...), a partir de agora vamos nos aprofundar mais a "relação" dos Jikook!

E SIM, o Yoon vai voltar, okay? Nesses dois últimos caps ele só estava curtindo a dorzinha de cotovelo dele. No próximo ele já volta.

Tudo isso parece um enredo de novela mexicana! kkkk

COMENTEM a fanfic, pessoal! Vamos interagir!

Acho que é isso!
Beijos na bunda e até a vista!
<33


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