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História Lukanette - Rock n' Love - Forever


Escrita por: LuckyGirl102 e HanabiKawaii26

Notas do Autor


Chegou o capítulo do casamento. Este é o casamento mais completo que já escrevemos. Inclusive, o convite (na foto de capa) fui eu mesma que fiz. Criei um modelo original e usei dois endereços reais.

Bônus: Eu, uma Adrinette roxa, chorei emocionada escrevendo esse capítulo com a HanabiKawaii26. Eu nunca tinha chorado escrevendo fic.

Outra coisa: não mencionamos a idade do Luka e da Marinette no casamento porque queremos mostrar que não tem essa de “idade para casar”. Vocês podem imaginar a idade que quiserem (eles não estão como o Jagged e a Anarka, nem no começo dos 20).

Vamos deixar nas notas finais um link para uma pastinha no Drive com as fotos, e os links das músicas que mencionamos no capítulo. Se vocês quiserem ler e visualizar, sugerimos que abram duas guias e vão acompanhando. Só três coisinhas: 1- O topo de bolo da foto (em madeira) é só um modelo. A partir dele, imaginem um com os bonecos como a Marinette e o Luka noivos dando as mãos na mesma posição; 2- Na foto do esboço do véu com a tiara, a tiara ficou mais curta, então imaginem ela com o comprimento da foto da Julieta; 3- A gravata e o lenço da foto estão na cor azul Tiffany, mas para o Luka imaginamos azul petróleo, como as pontas do cabelo dele. Então imaginem o mesmo terno, com outra cor de gravata e lenço (a mesma cor do vestido da Anarka).

Queremos agradecer muito a vocês que leram, comentaram e nos apoiaram. Foi todo o carinho de vocês que nos motivaram a fazer um casamento tão completo e emocionante para o Luka e a Marinette. Esse capítulo é dedicado a vocês, um presente nosso por tudo.

E a perguntinha que deixamos é: O que os títulos dos capítulos têm em comum? Uma dica: o nome deste capítulo (“Forever”), do capítulo 2 (“I Was Made For Lovin’ You”) e do capítulo 11 (“Rock And Roll All Night”) matam a charada.

Boa leitura.

Capítulo 14 - Forever


Fanfic / Fanfiction Lukanette - Rock n' Love - Forever

Eu passava a mão no cabelo de Marinette para consolá-la. Ela chorava muito e estava bem nervosa. Passamos um bom tempo abraçados, com ela chorando no meu peito até que ouvi sua última fungada seguida de um silêncio. Eu a olhei carinhosamente nos olhos e beijei sua testa.

- Tá tudo bem, tá? - eu disse bem sereno - Está melhorzinha? Conseguiu desabafar?

- Sim… - ela respondeu com a voz bem triste - Acho que já chorei o que tinha que chorar.

- Eu sei que isso é bem desagradável. Eu vou tentar dar um jeito.

- Mas, Luka… ele não vai mudar. Você ouviu meu pai, ele não se intimidou nem quando minha mãe disse que iria embora.

- Eu ainda tenho mais uma carta na manga. Se não der certo, eu desisto, mas então nós dois vamos aprender juntos como superar. Está bem?

- Está bem.

Sorrimos um para o outro e nos beijamos. Marinette lavou o rosto e continuamos nosso dia: jantamos com a minha família, tocamos música, assistimos televisão, escovamos os dentes e fomos dormir. Ficamos bem juntinhos na cama de casal.

No dia seguinte, depois de almoçar, pedi ao chofer que me levasse até a padaria. Tom estava no caixa, com a camisa que eu lhe dei.

- Boa tarde, Sr. Dupain.

- Boa tarde - ele respondeu seco - Eu não tô afim de ver tua cara hoje, melhor você ir.

- Ah, mas eu ia te fazer um chamado.

- Um chamado? - Tom perguntou desconfiado.

- Sim. Quer tomar uma cerveja comigo? Aí nós podemos conversar e nos acertar.

- Você paga?

- Claro.

- Então tá. Vamos.

Fiquei feliz que Tom aceitou meu convite. Ele interfonou para Sabine e pediu para ela cuidar do caixa. Perto da padaria havia um bar que Tom frequentava bastante. Achei que fosse o melhor lugar para conversarmos. Pedimos as cervejas e fomos atendidos bem rápido. Parecia estar indo tudo certo, Tom até brindou comigo. Mas aí eu cometi um pequeno errinho: enquanto ele limpava o bigode, eu arrotei sem querer.

- Opa… desculpa… - eu disse envergonhado colocando a mão sobre a boca.

- Além de pobre, você é porco? - Tom me olhou bravo.

- Não… escapou sem querer, desculpa.

- Você é mesmo detestável - ele cruzou os braços.

- Puxa… foi só um arrotinho pra aliviar o gás que tava incomodando a minha barriga…

- Pobre é mesmo uma desgraça, né? Quando é com um rico, ele fecha a boca, até coloca a mão assim, bem discreto. Agora o pobre não, né? O pobre já vai abrindo a bocona e pondo tudo pra fora. Deus que me livre.

Para alguém que é casado com uma chinesa, a reação dele foi bem exagerada. Mas eu sabia que era mais uma implicância comigo do que indignação.

- Acho que começamos mal… - eu disse um pouco sem jeito - Desculpa de novo. Eu quero conversar com o senhor amigavelmente, de genro pra sogro - comecei a falar de um jeito bem compreensivo - Sr. Dupain, nós dois amamos a Marinette e queremos vê-la feliz. Eu estou pedindo para que o senhor reconsidere e vá ao nosso casamento.

- E por que eu deveria?

- Porque o senhor é o pai da noiva. Pra Marinette não precisar entrar sozinha na igreja, por favor… - eu pedi com gentileza e expliquei - É um momento tão importante pra ela… e para todos nós. Eu e a Marinette vamos formar uma família, e o senhor está tendo a oportunidade de testemunhar o começo dela. O senhor formou uma família linda com a Sabine, tiveram uma filha fantástica, e o seu pai perdeu a chance de ver tudo isso acontecendo. Não cometa o mesmo erro, Sr. Dupain.

- Os casos são diferentes. O meu pai não quis ir ao meu casamento porque ele foi racista com a Sabine. Isso é errado. E sim, ele não quis nem ver a Marinette quando ela nasceu, e isso também é errado. Agora o meu problema com você é outro.

- E qual é, Sr. Dupain? E nem venha me dizer que eu sou pobre. Dinheiro não faz ninguém melhor do que ninguém. E já tem anos que eu estou rico e o senhor sabe disso - disse antes de tomar mais um pouco.

- Eu sei. E não é por causa do dinheiro - ele deu umas boas goladas e continuou - É que você, Luka, não tem classe, não tem pedigree - disse de um jeito arrogante - O Adrien, por outro lado, é o retrato da elegância, do requinte, da sofisticação. A Marinette foi criada como uma dama, merece um homem refinado. E você não é refinado nem aqui nem na China.

- Com todo o respeito, Sr. Dupain, mas o senhor também não é nenhum lorde inglês não - respondi com a mesma calma - E eu acho que o senhor entenderia melhor a Marinette se visse as coisas por outro ângulo. Eu trato a Marinette com tanto respeito, assim como trato os pais dela. O senhor deveria ficar feliz. Eu até trouxe um presente pro senhor quando vim conhecê-lo melhor - apontei para a camisa - É a camisa que está usando agora, lembra?

- Lembro. Lembro sim. Eu gosto dela.

- Então, Sr. Dupain… por que apesar de tudo o senhor continua me tratando tão mal? Por que o senhor não gosta de mim?

Tom terminou de tomar a cerveja e ficou um tempo com a caneca na boca, fingindo que ainda tinha alguma coisa para beber. Percebi que ele estava evitando me responder. Terminei minha cerveja e continuei encarando meu sogro. Ele enfim pôs a caneca de volta na mesa, mas ainda estava em silêncio.

- Então, Sr. Dupain? Por que o senhor não gosta de mim?

- É direito meu não gostar de você.

Aquela resposta dizia tudo: Tom não tinha motivos para me detestar, era sua escolha.

Percebi então que aquilo não dependia de mim. Tom sabia que eu não podia mudar algumas coisas. Mas, para o azar dele, também havia coisas que ele não podia mudar. Eu não podia fazê-lo gostar de mim e ele não podia me impedir de casar com a Marinette.

- É direito seu, né? - eu disse ainda calmo - Tudo bem, então - me levantei devagar - Eu entendo, Sr. Dupain, e não tenho como mudar isso. Mas ainda peço que o senhor reflita. Eu por mim não faço a menor questão que o senhor vá ao nosso casamento. Mas é pela Marinette, a sua filha, que eu estou pedindo que o senhor vá. Se o senhor não quiser vir, tudo bem, é direito seu também - me virei, fui até o caixa e dei o dinheiro - Estou pagando pela minha cerveja e daquele senhor. Se ele quiser mais alguma coisa, é por conta dele.

Saí do bar e voltei para casa com o chofer. Fiquei preocupado com a reação da Marinette. Fui para o quarto, tirei os sapatos e deitei na cama, onde ela estava sentada.

- Oi, amor. Como foi? - perguntou Marinette.

- Bem… - suspirei - Seu pai não quis me dar uma chance. Eu chamei ele pra tomar cerveja e conversar. Nós fomos, mas apesar de tudo o que eu expliquei, ele continua o mesmo.

- Oh… - ela baixou a cabeça triste - Que pena…

Fiquei surpreso com a reação dela. Imaginava que Marinette fosse chorar desesperada, mas graças a Deus, ela só ficou um pouquinho chateada.

- Olha, apesar de tudo, nós temos um ao outro - peguei sua mão com delicadeza - Nós vamos nos casar, formar nossa família, e sermos muito felizes, não importa o que aconteça.

- Vamos - ela sorriu enquanto eu me levantava para sentar e nos beijamos - A sua família me ajudou hoje. Enquanto você estava fora, os seus pais e a Juleka conversaram comigo. O Jagged disse que vai me acompanhar até o altar se o meu pai não vier. Ele entra com a minha mãe na cerimônia, depois vai discretamente por trás dos bancos para me encontrar na porta da igreja e me levar até você.

- Que ideia ótima - respondi contente - Gostei que o meu pai vai te acompanhar na igreja. Eu mal posso esperar pra te ver vestida de noiva.

- Eu também - Marinette abriu um sorriso enorme - Eu vou fazer o meu próprio vestido, meus acessórios, nossos convites, nosso topo de bolo.... Aiii eu tô tão animada, Luka - ela me abraçou - Eu vou me casar!!!

- Vai, Marinette - passei as mãos sobre as costas dela - Vai ser a noiva mais linda e mais feliz de todo o mundo.

Mais tarde, Marinette e eu pesquisamos um lugar para morar. Havia uma mansão à venda no centro do quarto distrito, a alguns metros da casa dos meus pais e a uma boa distância da dos pais dela. Marcamos uma visita para aquela semana. Depois combinamos a divisão do planejamento. Marinette, por exemplo, cuidaria das roupas e eu das músicas. É claro que ia ter muito rock n’ roll em um casamento de roqueiro, e ela ia pôr esse tema nos convites. Ficamos um tempão pesquisando referências de decoração, mas não achamos muitas coisas que nos agradavam. A maioria parecia festas de aniversário em vez de casamentos, e nós queríamos fazer algo com referências sem perder a elegância do evento. Então propus algo para relaxarmos.

- Que tal vermos um filme?

- Ótima ideia, Luka.

Decidimos ver “Romeu e Julieta”, de Franco Zeffirelli. Nós dois já conhecíamos esse filme há muito tempo, pois tanto a minha mãe quanto a dela tinham visto quando eram jovens. Preparamos um lanchinho para comer enquanto assistíamos: pipoca, chocolate quente, e queijo com goiabada. Marinette gostava da cena em que a ama falava com a Senhora Capuleto sobre a infância da Julieta, pois pelas informações, elas tinham o mesmo signo*.

(*Na versão original de “Ikari Iozen”, Marinette diz que seu signo é Leão. Segundo a ama, Julieta nasceu no dia 1º de agosto, o que a torna uma leonina também. Não se sabe o signo de Romeu, mas temos certeza que ele é de Escorpião, devido à intensidade de seu amor.)

Muitas cenas eram iguais às que passamos na vida real, nos emocionando tanto com felicidade quanto tristeza. O interessante é que o Lorde Capuleto não tinha problema com o Romeu, até quis que ele fosse bem tratado em sua casa durante o baile. Eu queria muito que o Tom fosse como o pai da Julieta, mas ele era briguento como a mãe dela.

(Nota: Na história original é assim mesmo: quem gosta de brigar são o pai do Romeu e a mãe da Julieta. A mãe dele e o pai dela não se interessam muito. Lorde Capuleto só se irrita quando Julieta recusou casar com Páris, mas quando ela pede perdão ao pai mais tarde, eles se reconciliam e ele a abraça.)

Tudo no filme era encantador: os cenários, as atuações, os figurinos, as músicas. Decidi usar algumas para a cerimônia. Então Marinette e eu nos entreolhamos: achamos o tema do nosso casamento.

Organizamos e anotamos nossas ideias. Aproveitei para ouvir as músicas novamente com Marinette, e mostrar ainda uma muito bonita do Kiss que eu queria tocar no final da nossa cerimônia. No dia seguinte fomos contar tudo para meus pais e irmã. Marinette pensou em vestir nossas famílias com as cores das casas. Os Montecchios usavam cinza e azul, e alguns verde escuro. Os Capuletos usavam dourado e vermelho, e alguns laranja. Minha mãe ficou feliz, pois ela já planejava usar um vestido azul como a tinta das pontas do meu cabelo. Juleka também gostou da ideia, ainda mais porque Marinette bolou o vestido das madrinhas com base nela. Como na nossa história Juleka teve um papel como o de Benvólio, seu vestido seria verde escuro, como a roupa que ele usava. Alya foi uma mistura de ama da Julieta, por ser a confidente da Marinette, com o frei Lourenço, por nos ajudar a ficar juntos, como naquele episódio no barco. Bolar uma cor que combinasse esses dois papéis seria mais difícil, então Marinette escolheu a mesma para as duas madrinhas. Estava tudo tranquilo, até que meu pai teve uma ideia.

- Então, Marinette, já que eu vou ter duas entradas, eu podia usar duas roupas.

- Ai, Jagged, não começa - reclamou minha mãe.

- Mas é sério, Nanarky. Vai ser bem fiel ao tema. Veja bem: quando eu entrar com a Sabine, eu vou estar como pai do noivo, um Montecchio. Daí quando eu for entrar com a Marinette, eu vou estar como um Capuleto. Dois papéis, duas roupas. Eu entro usando uma, daí eu me troco na sacristia e volto.

- Meu Deus… vai atrasar a cerimônia toda só pra se mostrar… você não cansa de ser tão convencido não?

 - Eu só tô entrando no clima, Nanarky. Você só briga comigo, poxa - ele olhou para a minha noiva - Marinette, o que você acha? Não vai te atrapalhar eu usar duas roupas, vai?

- Não, Jagged… - Marinette respondeu meio tímida.

- Obrigado, minha norinha - ele a abraçou - E aproveitando, eu podia usar um terno prata e outro dourado. Ia ficar super rock n’ roll.

- Nem pensar, velho pirata - afirmou minha mãe - É o seu filho que tá casando. Não vai aparecer mais que os noivos.

- Ah, mas eu também sou importante, Nanarky - ele fez bico.

- Marinette, fala quais cores você pensou para os homens. Não deixe esse pirata velho ficar dando palpite senão ele vai transformar o seu casamento em um show dele.

- Bem… - disse Marinette - Eu pensei em terno e gravata cinza escuros para os padrinhos, e o Jagged poderia usar terno cinza claro e gravata azul escura.

- Então vai ser essa roupa que você vai usar, pirata - minha mãe falou decidida - E fim de papo.

A cena era um pouco cômica. Resolvi então explicar a minha ideia para as músicas da cerimônia.

- A maioria delas vem do filme - peguei meu violino - Eu pensei nessa para a minha entrada - toquei a música escolhida - Se chama “Did My Heart Love ‘Til Now?”, toca quando o Romeu vê a Julieta pela primeira vez - meus pais e Juleka gostaram - A Marinette vai entrar com a marcha nupcial clássica, do Felix Mendelssohn. Então pensei em tocar a música “Juliet” na entrada dos padrinhos - toquei - Ela também é bem calminha e alegre.

Eles estavam gostando bastante. Então meu pai fez uma pergunta inesperada.

- E pra minha entrada, Luka? Qual música vai ser?

- O senhor vai entrar com a mesma dos padrinhos, pai.

- A minha não pode ser uma faixa bem rock n’ roll, como aquela que eu entrei no meu casamento?

- Ai, Jagged… - minha mãe disse com voz de reprovação - Você já casou. Chega de se exibir.

- É que como eu não sou padrinho, eu sou o pai do noivo, acho que eu devia ter uma música exclusiva também.

- Música exclusiva sim… vai ganhar é uma vassourada exclusiva se não parar. O pai do noivo entra com a música dos padrinhos. Você é o pai do noivo, vai entrar com a música dos padrinhos. E fim de papo.

Marinette e eu agradecemos a atenção da minha família e dissemos que íamos mantê-los informados sobre tudo. Íamos sair para convidar pessoalmente os nossos outros padrinhos. Antes, perguntamos se alguém tinha alguma dúvida. Meu pai tinha uma.

- E qual é a roupa do Fang?

- Ai… - minha mãe pôs a mão na testa - Chega desse crocodilo, Jagged. Você nem sabe se a igreja vai permitir. Falando nisso, já sabem em qual igreja vão casar?

- Estamos pesquisando. Queremos uma bem bonita - respondi.

- Escolham um buffet perto da igreja - sugeriu minha mãe - Assim facilita para os convidados.

- Obrigado pela dica, mãe. Vamos fazer isso.

Marinette foi para a casa de Alya e eu para a dos meus padrinhos. Tanto ela quanto eu precisávamos de no mínimo um padrinho e uma madrinha cada. Eu já havia conversado com Juleka para ser minha madrinha antes mesmo de comprar o anel de Marinette. Para ser meu padrinho, eu não podia escolher alguém melhor que o Lucas. Ele ficou muito contente de ter sido escolhido. Nos abraçamos, e ele me prometeu que nos daria uma geladeira de presente.

- Como o tempo passa - disse meu padrinho - O menino que nós batizamos já vai casar.

- Ah, eu lembro como se fosse ontem: eu segurando o Luka bebezinho vestido de branco na igreja - minha madrinha lembrava emocionada - O padre Michel fazia a cerimônia e ele ficava quietinho no colo… uma bênção de menino.

Conversei bastante com meus padrinhos e Lucas, e os convidei para virem à minha casa tomar um chá. Para a minha surpresa, Sabine estava na sala com todos, explicando que pensou em usar um vestido laranja no casamento. Aproveitamos a presença dela e da minha madrinha para falar do nosso bolo de casamento. Queríamos que o recheio fosse de Romeu e Julieta. Sabine já teve uma ideia: fazer um mousse com o queijo minas e um com a goiabada. Ela conversou com a minha madrinha para encomendar com o amigo dela o queijo minas e a goiabada para o bolo e os canapés. Como queríamos casar em maio e estávamos em dezembro, havia bastante tempo para organizar a logística. A goiabada dura bastante, mas o queijo é bem perecível. Sabine disse que ela estava elaborando um docinho para nosso casamento, mas era uma surpresa. Estávamos bem curiosos.

Um pouco depois, Marinette e eu conversamos sobre a igreja em que iríamos nos casar. Pesquisamos várias opções e escolhemos a Igreja Saint-Christophe de Javel, no décimo-quinto distrito de Paris. Era longe, mas valeria a pena. Ela ficava a poucos metros do buffet Pavillon des Princes, cujas fotos nos interessaram. O chofer nos levou para a igreja. Chegando lá, fomos recebidos por um padre muito simpático.

- Boa tarde, em que posso ajudá-los? - ele nos cumprimentou.

- Boa tarde, padre - Marinette e eu dissemos ao mesmo tempo.

- Meu nome é Luka e essa é a minha noiva Marinette - expliquei enquanto apertávamos a mão dele - Nós queremos nos casar aqui nessa igreja. É com o senhor que acertamos?

- Sim, é comigo mesmo - ele respondeu - Meus parabéns aos dois, que a bênção de Deus esteja convosco - nos abençoou e respondemos com um amém - Para quando vocês planejam o casamento?

- Para maio - respondeu Marinette.

- Então vieram na época certa. Nossa paróquia exige no mínimo seis meses de antecedência. Venham comigo, por favor, vamos tratar das datas lá na frente.

- Muito obrigado - agradeci - É um prazer conhecê-lo, padre…

- Laurent. Bem, na verdade é Lorenzo, porque eu venho de Verona, mas eu já estou há tantos anos em Paris que eu atendo aqui por padre Laurent. O prazer é todo meu.

Marinette e eu nos entreolhamos surpresos. Só podia ser obra do destino.

- O senhor vem da cidade de Romeu e Julieta, e tem o mesmo nome do frei que casou os dois? - perguntou ela.

- Sim. Se eu tivesse nascido uns séculos antes, poderia ter sido eu o mesmo frei - ele brincou e nós rimos juntos - Por aqui, por favor - entramos em uma salinha - Eu ainda vou conversar com vocês para conhecê-los melhor, mas eu já sinto que são um casal muito apaixonado.

- E somos. Inclusive, padre Laurent, eu mencionei Romeu e Julieta porque eu e o Luka somos iguais a eles.

- Também estão casando escondidos das famílias? - brincou ele.

- Não… - Marinette respondeu com uma risadinha - É que eu e o Luka enfrentamos tudo para ficarmos juntos. Acredite, padre, até nos machucamos lutando um pelo outro. Que Deus me perdoe por dizer isso em uma igreja… - ela fez o sinal da cruz - ...mas é meu pai o problema. Talvez ele nem esteja no casamento. Eu me dou muito bem com os pais do Luka, e ele com a minha mãe. Tudo com muito carinho e respeito. Mas o meu pai, por orgulho, não aceita o nosso amor.

- Entendo… e o seu pai tem algum motivo para não gostar do seu noivo, minha filha?

- Não tem, padre.

Eu expliquei nossa história ao padre Laurent. Contei sobre a idolatria injustificada de Tom por Adrien, sua rejeição a mim por ser pobre, como isso continuou mesmo depois que eu fiquei rico, e como tudo isso magoava a nós e Sabine. Disse que Tom não percebia a injustiça que estava cometendo, tudo por orgulho e ilusão, e o padre disse uma frase do frei Lourenço: “Os loucos não possuem orelhas”.

- Eu lhes digo, meus filhos: vocês não estão aqui por coincidência. Deus está unindo vocês. E se assim Ele quer, assim será feito - as palavras dele nos confortaram bastante - Será um prazer realizar o casamento de vocês.

Conversamos com o padre e ele falou sobre o curso de noivos que faríamos na igreja. Marcamos o casamento para o dia 15 de maio. Agradecemos por tudo e nos despedimos. O chofer nos levou para o buffet, que era tão lindo quanto nas fotos, e tinha bastante espaço. Acertamos a data do dia 15 de maio, escolhemos toalhas turquesas e arranjos com flores vermelhas, e fizemos um pedido especial: queríamos que o tio-avô da Marinette elaborasse o menu que a cozinha iria preparar. A gerente aceitou e fechamos o contrato. Agradecemos, nos despedimos e voltamos para casa. No caminho, pensamos em encomendar um almoço no restaurante lígure no dia do nosso casamento no civil.

De volta à mansão, Marinette ligou para seu tio-avô e explicou sobre o tema do nosso casamento. Ele ficou honrado em ser escolhido para criar o menu. Liguei para minha antiga chefe e conversamos um pouco.

- Pode deixar, Luka, que dia 8 de maio, vamos reservar o andar de cima para vocês. Parabéns de novo, ragazzo.

- Muito obrigado, Dona Caroline. Em breve vamos aí, entregar os convites. Grazie.

Aproveitamos a vibe e pesquisamos sobre a culinária de Verona. Descobrimos que a polenta e o nhoque foram inventados lá. Praticamente todo prato principal de Verona é servido com polenta, então imaginamos que o Sr. Cheng pensaria em algo assim.

Já era noite, e Marinette fazia um desenho em seu tablet. Cheguei bem pertinho e vi que ela estava criando o nosso convite de casamento.

- Luka - ela se virou para mim - Quer ver como ficou?

- Quero.

Marinette havia feito um convite bem bonitinho, todo bordado em renda preta com coraçõezinhos pretos nas pontas. No topo havia uma frase, “Desde o primeiro olhar nossos corações sabiam que seria para sempre”, e o nome dos nossos pais. No centro havia nossos nomes em prata, com duas guitarras sobrepostas com corações brancos. Embaixo estavam a data, o horário, e os endereços da igreja e do buffet.

- Ficou lindo! Nos representou tão bem, meu amor - lhe dei um beijinho no rosto - Está perfeito.

- Obrigada - Marinette sorriu - Eu vou mandar o design para a gráfica e pedir para fazerem com renda de verdade.

- Ótima ideia - demos um selinho.

No dia seguinte visitamos a mansão que nos interessou. Conversamos bem e fechamos negócio. Planejamos a compra dos nossos móveis e a contratação dos nossos funcionários. Dois dias depois, compramos as alianças de ouro e mandamos o modelo dos convites para a gráfica. Assim que ficaram prontos, fomos entregar todos pessoalmente. Foi bom Kyoko e sua mãe terem voltado a morar em Paris, assim elas poderiam vir.

O tempo ia passando. De vez em quando, Marinette se sentia triste, pois Tom não entrava em contato desde o anúncio do nosso noivado. Parecia que ele estava mesmo decidido a imitar o pai. Eu a confortava sempre que ela estava assim, e treinamos como superar essa decepção. Juntos, fazíamos meditação, respiração, ouvíamos músicas que eu tocava e procurávamos nos distrair. Aproveitamos a época para viajar para Mustique, e levamos Sabine para passar o Natal e Réveillon. Marinette e eu tínhamos viajado para muitos lugares, mas alguns eu estava guardando para conhecer depois de casados.

Na época da Páscoa, nós já havíamos superado totalmente a tristeza pela indiferença de Tom. O curso de noivos também nos ajudou muito. Estávamos em uma tarde bem gostosa e relaxante. Fizemos massagens um no outro, e depois pesquisamos mais sobre a história. Existiram mesmo duas famílias nobres chamadas Montecchio e Capuleto, mas esta última, na verdade, se chamava Cappelletti. Eles vinham de Cremona e os Montecchios de Vicenza. Inclusive, na cidade de Montecchio Maggiore, em Vicenza, existem dois castelos, chamados hoje de Castelos de Romeu e Julieta, que foram uma das inspirações para a história. Na época em que ela foi escrita, as duas famílias estavam há cerca de 200 anos em Verona.

(Nota: A história de Romeu e Julieta na verdade foi escrita por Luigi da Porto. Depois, Matteo Bandello escreveu uma versão simplificada (inclusive, mudou o sobrenome de Julieta de “Cappelletti” para “Capuleto”), que Arthur Brooke traduziu para o inglês. Shakespeare apenas adaptou essa versão para o teatro, mas levou todo o crédito.)

Em março, o Sr. Cheng chegou para sua primeira visita. Eu o conheci quando eu e Marinette éramos namorados. Ele era um senhor muito educado.

- Eu fiz uma longa pesquisa para elaborar esse menu - ele disse com um leve sotaque chinês - Antes de eu começar, me diga, Luka: você é descendente de italiano?

- Ah… - dei uma risadinha - Só o meu nome que é italiano. Eu sou descendente de escoceses.

- Entendi… é que quando a Marinette me disse que queria um menu italiano, imaginei que você fosse descendente. Ainda mais com esse nome Luka. Bem, vamos à proposta.

O Sr. Cheng era muito inteligente, e levou sua pesquisa bem a sério. Ele bolou um menu que seguia o formato tradicional francês, com três opções de entrada, prato principal e sobremesa, mas com um conteúdo totalmente italiano, focado principalmente em Verona. Havia tanto pratos típicos quanto invenções de outros lugares, mas apreciadas lá.

Ele começou com os antepastos, servidos sobre torradas de pão italiano. Havia cinco opções salgadas e duas doces. Os salgados eram Sopressa (um salame típico de Verona feito de pancetta, presunto cru e bastante alho), patê de vitela desfiada, antepasto de alcachofra, flores de abobrinha recheadas com ricota fresca, e sarde in saor (um patê feito de sardinha frita com cebola agridoce, pinoli e uva passa). Um dos doces era Romeu e Julieta, de queijo minas e goiabada. O outro, Sabine havia pedido para não contar.

Para as entradas havia três opções de massas. Os dois primeiros eram clássicos de Verona. Um era Risotto all’Amarone, feito com dois produtos de lá: arroz vialone nano e vinho amarone. Outro era nhoque de batata ao pomodoro e queijo Grana Padano ralado. O terceiro não vinha de Verona, mas tinha tudo a ver com o tema: cappelletti de abóbora e amaretto* em caldo de frango. O nome da massa era igual ao sobrenome original da Julieta, e o recheio é típico de Mântua, para onde foi o Romeu depois de banido.

(*Licor italiano de amêndoas)

Os três pratos principais eram de Verona, dois históricos e um tradicional: pastissada de caval com polenta, filé de frango com pearà e polenta, e truta na manteiga e sálvia com polenta e renga. A primeira é feita de carne de cavalo* cozida no vinho tinto de Valpolicella. Pearà é um molho feito com caldo de carne, migalhas de pão, tutano e pimenta do reino. Polenta e renga é uma polenta com arenque em conserva em cima. Colocariam bem pouquinho arenque porque ele é um peixe muito forte.

(*Não se surpreendam. Na Europa é muito comum comer carne de cavalo, principalmente na França e na Itália.)

Para a tábua de queijos, servida antes da sobremesa, o Sr. Cheng separou ótimas opções: Monte Veronese, Grana Padano, Piave e Asiago. Todos são feitos de leite de vaca.

Já com a sobremesa, a coisa foi um pouco diferente. As sobremesas típicas de Verona são pães parecidos com o panetone, mas sem recheio, como o pandoro e o nadalin. Então o Sr. Cheng propôs que nossa sobremesa fosse o nosso bolo de casamento, cujo recheio era Romeu e Julieta, servido com sorvete de hortelã que encomendaríamos com o André.

Por fim, os digestivos seriam dois vinhos de áreas vinícolas de Verona: Recioto della Valpolicella e Recioto di Soave. Ele também trouxe algumas opções de drinks diretamente de um bar de Verona chamado Frizzante Lab. Um deles se chamava Romeu e Julieta, feito de prosecco, licor de framboesa e gelo. Havia uma grande variedade de bebidas, tanto alcóolicas como rum, uísque, cerveja e vinhos de Verona, quanto não-alcoólicas, como sucos, água, limonada e soda italiana.

Marinette e eu já estávamos muito contentes com o menu do Sr. Cheng. Então ele nos veio com mais uma surpresa: elaborou uma lembrancinha bem fofa para o nosso casamento. Em Verona existem dois docinhos, chamados Bacio de Giulietta, “beijo de Julieta”, e Sospiri di Romeo, “suspiro de Romeu”. São biscoitinhos de base feita com manteiga, gema e farinha de arroz. O da Julieta acrescenta farinha de avelã e cacau em pó, e é recheado com ganache de chocolate. O do Romeu acrescenta farinha de amêndoas e é recheado com ganache de baunilha. Juntando um de cada, formando um casadinho de dois sabores, é feito o Bacio de Giulietta e Romeo, “beijo de Julieta e Romeu”. O biscoito é compridinho, e as pontas parecem uma boca de beijo. Era a lembrancinha perfeita.

Agradecemos muito pelo trabalho do Sr. Cheng, felizes e honrados com o capricho e cuidado que ele teve. Todo aquele passeio pela culinária de Verona e proximidades nos deixou ainda mais ansiosos para que o dia chegasse logo.

Marinette e eu planejávamos quase tudo juntos, mas seus acessórios e vestidos de noiva, incluindo os tecidos, eram segredo. Ela fazia tudo em seu ateliê, incluindo nosso topo de bolo, que ela me mostrou o modelo. Marinette era mesmo muito criativa.

Passado um tempo, terminamos nosso curso de casais e organizamos os ensaios na igreja. Tom não veio em nenhum deles. Por isso, meu pai fez dois papéis. Daí ele sugeriu que puséssemos um andaime para chegar ao altar por cima, fumaça e fogos de artifício. Minha mãe perguntou se ele queria botar fogo em tudo e o mandou parar de se exibir. Seguimos com o ensaio e meu pai treinou a entrada tradicional com a Marinette. Estávamos indo para o carro quando minha mãe o puxou.

- Espero que esteja fazendo isso pra ajudar a Marinette, e não pra aparecer duas vezes, pirata.

- Mas é pra ajudar a Marinette, Nanarky.

- Sei… eu te conheço.

Marinette e eu cumpriríamos a tradição dos sete dias. Ela passaria esse tempo em um hotel com a Juleka. Marcamos limpeza de pele três dias antes do casamento na prefeitura para deixarmos o rosto pronto para a semana da igreja.

Para o nosso casamento civil, eu estava de camisa azul, calça, casaco e gravata cinzas, e Marinette de vestido roxo e cabelo solto. Estávamos com meus pais, Juleka, minha sogra e outras pessoas próximas, como a minha antiga chefe Dona Caroline e seu marido, que foram nossas testemunhas. Nosso casamento na igreja teria muito mais gente. Fomos para a prefeitura do quarto distrito e aguardamos nossa vez.

Sabine tentou várias vezes ligar para Tom no celular, mas ele não atendia. Sinalizamos que estava tudo bem. Nada estragaria aquele dia para nós. Fomos chamados e houve a cerimônia civil. Marinette e eu assinamos o documento com as testemunhas e demos nosso primeiro beijo como oficialmente casados. O pessoal aplaudiu contente e saímos da prefeitura. Antes de entrarmos no carro, Sabine falou conosco.

- Podem deixar comigo que o Tom não vai sair dessa impune. Vou colocá-lo pra dormir na padaria, e perto do forno que é lugar quente.

- Obrigada, mamãe - respondeu Marinette - Mas do jeito que é o pai, ele vai querer aproveitar que o meu quarto está vazio e entrar lá.

- Eu vou trancar o seu quarto, o meu e a sala. Ele só vai poder usar o banheiro. De resto, ele que fique na padaria, e vai trabalhar lá sozinho. Já vai treinando ficar sozinho para quando eu for embora.

- Faz muito bem.

Chegamos ao restaurante e o Sr. Massimo já tinha deixado tudo pronto. Nos serviram os melhores pratos da casa, tudo acompanhado de vinhos da Ligúria. Depois, nos serviram uma sobremesa que na verdade era da Toscana, mas segundo a Dona Caroline, era a minha cara: um crepe de castanha típico de uma cidade chamada Luca. Minha antiga chefe era mesmo um amor de pessoa. Agradecemos por tudo e brindamos com os convidados.

Deixamos Juleka e Marinette no hotel e voltamos para casa. Esperei a noite para dar um último adeus a ela. Para a minha sorte, o quarto delas ficava no primeiro andar, então foi mais fácil subir.

- Ai, Luka… - Marinette deu uma risadinha - Só você mesmo para fazer uma coisa dessas.

Nos beijamos e eu entrei no quarto para falar um pouco com elas. Combinei que eu ligaria todos os dias para saber como estavam. Voltei com Marinette para a sacada do quarto, demos um último beijo e desci até o carro. Estávamos muito felizes por termos casado, mas era ruim termos que ficar sete dias longe um do outro. Eu acenava para Marinette dizendo “adieu”. Estava prestes a entrar no carro quando a vi chorando sobre a sacada. Juleka a trouxe de volta para o quarto. Entrei no carro e meus olhos lacrimejaram.

- Deixa disso, Luka - disse o meu pai descontraído - Qual é a pior coisa que pode acontecer com vocês? Você encontrá-la morta?

- Nem fale uma coisa dessas, Jagged - gritou a minha mãe.

- Mas não é o que acontece na história?

Rezei para que isso não acontecesse. Foi o que houve na história.

- Sim, mas não fique atormentando o menino - ela colocou a mão em meu ombro - Vai dar tudo certo, tá, Luka? Esses dias vão passar voando.

Minha mãe estava certa. Dois dias antes do casamento, fui cortar o cabelo e pintar as pontas de azul. Na noite da véspera, ela me fez cafuné, lembrando de quando eu era bebezinho. No grande dia, eu estava bem nervoso, o que era incomum para mim. Almocei com meus pais, tomei uma dosinha de uísque e horas depois fui passar meu dia do noivo em uma barbearia especializada. Tomei um banho de ofurô gostoso com aromaterapia, meditei, e recebi uma hora de massagem relaxante. Depois fizeram meus pés e mãos, pintaram minhas unhas das mãos de preto e secaram o esmalte com LED. Arrumaram meu cabelo, fizeram um relaxamento com toalhas aquecidas em meu rosto, passaram loção pós-barba e uma base bem levinha para ficar bem na foto.

Aproveitei o tempo e fui conferir como estavam os outros. Minha mãe colocou um vestido e bolero azul petróleo, esmalte prateado, brincos e colar de cristais, fez uma trança chique e passou sombra prata e batom rosa. Sabine pôs um vestido de renda laranja, esmalte dourado, brincos e colar de ouro, uma flor no cabelo e passou sombra e batom laranja claros. Juleka e Alya estavam com seus vestidos de madrinha verde escuros e esmalte vinho. Puseram brincos, colares e presilhas de cristal, e passaram sombra marrom e batom roxo. Meu pai estava com terno cinza claro, camisa azul e gravata azul escura. Lucas e Nino vestiam ternos e gravatas cinza escuros com camisas cinza claras e pequenos lenços da mesma cor nos bolsos.

Meu terno italiano, meu colete, meias e sapatos italianos eram pretos, minha camisa branca, e minha gravata e lenço eram azul petróleo. Passei um perfume amadeirado chamado “Neji”. Eu já estava bem relaxado e pronto para casar. O chofer me buscou, e no carro já estavam meus pais e padrinhos.

Chegamos na igreja e esperamos em um cantinho. Os músicos tocavam instrumentos que eu mesmo havia feito. Primeiro tocaram uma versão instrumental de “Love Story”, depois músicas da trilha do filme. De longe pude ver o padre, os coroinhas, e os convidados que sentavam nos bancos. Dona Caroline estava com um vestido amarelo e seu marido e tio usavam ternos azul-marinho. Minha madrinha colocou um vestido azul escuro e meu padrinho, um terno da mesma cor. A Sra. Tsurugi usava um vestido lilás, Rose e Kyoko vestidos rosa, e esta usava uma grande rosa no cabelo. Adrien vestiu uma camisa amarela com um terno e gravata azul acinzentado. Também colocou um pequeno broche com o formato da Torre Eiffel. Ganhamos muitos presentes naquela noite, e o do Adrien foi impressionante: com tanto dinheiro que ele tinha, nos deu uma jarra de plástico e uns copos de plástico. A igreja já estava cheia quando começou a cerimônia.

Os músicos tocaram “Did My Heart Love ‘Til Now?” e eu entrei com a minha mãe. Depois tocaram “Juliet” e meu pai entrou com Sabine, seguido pelos padrinhos: primeiro Alya e Nino, depois Juleka e Lucas. Estávamos bem tranquilos no altar, esperando pela noiva. Olhei discretamente para o meu pai e ele não tinha saído para buscar Marinette. Pensei que talvez ela tivesse escolhido entrar sozinha. Então escutamos o começo da marcha nupcial e todos se levantaram para receber a noiva.

Marinette entrou bem sorridente, acompanhada por Tom. Mirei todas as minhas atenções nela. Seu vestido era bem leve, em modelo evasê. Deixava os ombros à mostra e tinha um decote. As mangas eram compridas, estilo renascença, com bordados de flores e folhas nas pontas, como havia no corpete e na parte de cima da saia. Ela segurava um buquê de rosas vermelhas e suas unhas tinham um esmalte perolado. Marinette fez um penteado chamado de coque baixo arrumadinho, que combinou muito bem com o véu Julieta, feito de uma renda delicada com desenhos de flores e folhas. Ela ainda colocou uma tiara igualzinha à da Julieta: feita de bronze, com a sequência de uma pérola, um topázio e um rubi que se repetiam pelo comprimento todo. Seus brincos tinham diamantes, duas argolinhas e uma gota em madrepérola. Seu colar era todo feito de pérolas, com um pingente de madrepérola cravejado de brilhantes. Sua maquiagem era bem delicada: sombra levemente dourada, esfumada com um tom de marrom, rímel preto, blush rosa clarinho e batom vermelho. Os sapatos e alças eram revestidos de uma renda florida, com pérolas no centro de cada flor, e deixavam a parte de cima à mostra.

Era a noiva mais linda que eu já havia visto. Quando Tom me entregou Marinette, pude ver que ele estava de terno marrom, camisa marrom clara e gravata laranja. Recebi minha noiva com um sorriso enorme. Ela entregou o buquê para Alya, e nos ajoelhamos diante do altar. Senti seu perfume delicado de lírio, era um “Hinata”. Os convidados sentaram e o padre iniciou a cerimônia.

- Boa noite a todos, queridos familiares, amigos, pessoas especiais. Estamos todos reunidos esta noite para celebrarmos a união de Luka Couffaine e Marinette Dupain-Cheng em sagrado matrimônio em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém - fizemos o sinal da cruz - “Que o Céu sorria para este ato santo, sem que horas tristes venham perturbar-nos*”. Luka e Marinette, vocês vêm hoje, na presença das pessoas mais queridas de suas vidas para se confirmarem no casamento como Deus ordenou ao homem para que deixe seu pai e sua mãe para se unir à mulher, e os dois serão uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separa. Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco. Bendito seja Deus que nos uniu no amor de Cristo. Queridos parentes e amigos, fiquemos de pé e elevemos nossa prece a Luka e Marinette nesse momento tão importante e especial de suas vidas. Oremos.

(*Fala do frei Lourenço)

Os convidados se levantaram e nós fechamos os olhos, começando a oração em silêncio. Depois, o padre continuou.

- Senhor Nosso Deus, nós pedimos para que Luka e Marinette sejam consagrados no Vosso amor e que a bênção divina lhes seja derramada em cada momento de suas vidas e da família que juntos irão formar. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém. Podem sentar.

Os convidados sentaram e abrimos novamente os olhos. O padre prosseguiu.

- Leitura do livro de Eclesiastes, capítulo 9, versículo 9: “Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias desta vida sem sentido que Deus dá a você debaixo do sol; todos os seus dias sem sentido! Pois essa é a sua recompensa na vida pelo seu árduo trabalho debaixo do sol”. Palavra do Senhor. Queridos noivos, este é um dos dias mais abençoados da vida de vocês. É uma data de alegria, de união, e acima de tudo, de amor. O amor que um tem pelo outro os uniu, e o amor de Deus por vocês abençoou esta união. O Senhor esteve com vocês garantindo que ficassem juntos para que hoje começassem uma nova vida. Portanto, não há o que temer. Deus estará sempre com vocês para que continuem superando qualquer dificuldade e aproveitando toda a felicidade que o amor provê. Conhecendo a história de vocês dois, parafraseio aqui o frei Lourenço: “Aqui, sozinhos, não pretendo deixar-vos um momento, sem que a Igreja celebre o casamento”. Luka e Marinette, viestes aqui para unir-vos em matrimônio. Por isso, eu vos pergunto perante a Igreja: É de livre e espontânea vontade que o fazeis?

- Sim - respondi.

- Sim - respondeu Marinette.

- Abraçando o matrimônio, ides prometer amor e fidelidade um ao outro - prosseguiu o padre - É por toda a vida que o prometeis?

- Sim - confirmei.

- Sim - confirmou Marinette.

- Para manifestar o vosso consentimento em selar a sagrada aliança do matrimônio, diante de Deus e da Igreja, aqui reunida, dai um ao outro a mão direita - disse o padre.

Marinette e eu nos levantamos e viramos de frente um para o outro, segurando nossas mãos. Eu havia ensaiado meus votos desde meus primeiros dias como noivo.

- Eu, Luka, aceito você, Marinette, como minha legítima esposa. Prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe. Marinette, você é a melodia que me acompanha em cada momento da minha vida, me dá força, ânimo, paz e conforto. A sua música é a que Deus escolheu para compor a trilha da história de amor mais linda que eu poderia viver. Eu a recebo com toda a honra e prometo ser fiel e companheiro para que nossa canção esteja sempre viva. “Que venham quantas tristezas vierem, que apagar não podem a troca de alegria que sua vista num minuto me dá.*”

(*Fala de Romeu)

- Eu, Marinette, aceito você, Luka, como meu legítimo esposo. Prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe. Luka, você é a luz que Deus me enviou para tornar minha vida mais agradável. Em cada momento que eu precisei de amparo, lá estava você, atravessando qualquer barreira para estar ao meu lado. Junto de você, eu me encho de coragem, esperança, carinho e proteção. Eu te prometo fidelidade e companheirismo para que continuemos vivendo a história belíssima que construímos juntos. “Mais rico o sentimento em conteúdo do que em palavras, sente-se orgulhoso com a própria essência.*”

(*Fala de Julieta)

- Deus confirme este compromisso que manifestastes perante a Igreja e derrame sobre vós as suas bênçãos - continuou o padre - Ninguém separe o que Deus uniu.

Começou a tocar a música “Romeo & Juliet Are Wed”, cuja letra tem um trecho em latim da oração da Ave Maria. O coroinha trouxe as alianças, o padre as colocou sobre nossas mãos, jogou água benta e abençoou.

- Deus abençoe estas alianças que ides entregar um ao outro em sinal de amor e fidelidade.

Peguei a aliança de Marinette.

- Marinette, receba esta aliança em nome do meu amor, meu carinho, minha fidelidade e minha amizade - coloquei no dedo dela e dei um beijo.

Depois, ela pegou a minha aliança.

- Luka, receba esta aliança em nome do meu amor, meu carinho, minha fidelidade e minha amizade - colocou em meu dedo e deu um beijo.

- Queridos amigos e familiares, rezamos agora o Pai Nosso - fizemos a oração - Fiquemos agora todos de pé e estendemos as mãos para Luka e Marinette a fim de lhes conceder a bênção nupcial.

Marinette e eu nos ajoelhamos e os convidados se levantaram estendendo as mãos sobre nós. Começou a tocar “Forever” em sua forma instrumental enquanto o padre dava a bênção. O trecho cantado viria mais adiante.

- Ó Deus todo poderoso, volvei o Vosso olhar de bondade sobre estes vossos filhos, que, unidos pelo vínculo do matrimônio esperam ser fortalecidos pela Vossa bênção: enviai sobre eles a graça do Espírito Santo, para que impregnados da vossa caridade, permaneçam fiéis na aliança conjugal. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Marinette e eu levantamos e viramos um de frente para o outro, segurando nossas mãos. O padre então fez a declaração.

- Luka e Marinette, diante de Deus todo poderoso, eu os declaro marido e mulher.

 

Oh, I see my future when I look in your eyes

(Oh, eu vejo o meu futuro quando olho em seus olhos)

It took your love to make my heart come alive

(O seu amor fez o meu coração reviver)

‘Cause I lived my life believing all love is blind

(Porque eu vivi a vida acreditando que o amor é cego)

But everything about you is telling me this time

(Mas tudo em você me diz que desta vez)

 

Marinette e eu nos beijamos apaixonados.

 

It’s forever

(É para sempre)

This time I know

(Desta vez, eu sei)

And there’s no doubt in my mind

(E eu não tenho mais dúvidas)

Forever

(Para sempre)

Until my life is through

(Até que a minha vida acabe)

Girl, I’ll be loving you forever

(Garota, eu vou te amar para sempre)

 

Ouvimos os aplausos de todos, inclusive do padre. Alya entregou o buquê para Marinette e iniciamos o cortejo de saída. Atrás de nós vieram Tom e Sabine, meus pais, Alya e Nino, e Juleka e Lucas. Esperamos que os convidados saíssem, e ao cruzarmos as portas da igreja, eles nos jogaram arroz. Entramos no carro e seguimos para o buffet.

- Você está linda - eu disse sorrindo - Perfeita.

- Você também - nos beijamos apaixonados.

Ao chegarmos no buffet, nos preparamos para tirar fotos com nossos pais e padrinhos. O topo do nosso bolo cenográfico tinha Marinette em uma sacada, dando as duas mãos para mim, que estava no chão, ajoelhado em uma perna, segurando as mãos dela, e com uma guitarra nas costas. Eu estava indo para trás da mesa quando vi Tom conversando com a Marinette, segurando o rosto dela com as duas mãos.

- Você desculpa o pai, filha? O pai fez tanta coisa que não devia pra você, não percebeu que estava magoando os seus sentimentos. Você é o mais importante pra mim, Marinette, e você está linda de noiva, muito linda.

- Desculpo, pai - ela disse emocionada - O senhor até veio com a roupa que eu tinha planejado pro senhor. Obrigada por ter vindo e me acompanhado.

- Oh, minha filha - ele a abraçou igual ao Lorde Capuleto abraçando a Julieta - Papai te ama muito, nunca se esqueça disso.

Eu me aproximei singelamente. Quando se soltaram, Tom me viu e veio falar comigo.

- Luka… me perdoe por tudo. Esse tempo todo você tratou a Marinette tão bem e a fez tão feliz, e eu não enxerguei nada disso. Você não merecia nem 1% do modo como eu te tratei. Você me perdoa, Luka, por toda a grosseria que eu fiz com você?

- É claro que eu perdoo - respondi percebendo a sinceridade no arrependimento dele.

- Então dá aqui um abraço no seu sogro - ele disse abrindo os braços.

Nos abraçamos emocionados. Pela primeira vez ele afirmava que era o meu sogro e eu me senti acolhido por ele como genro.

- O passado ficou pra trás. Agora é uma nova vida, Sr. Dupain - eu disse antes de nos separarmos.

- Tom. Me chame de Tom, está bem?

- Está bem, Tom.

Apertamos as mãos e fomos tirar as fotos. Enquanto os convidados iam chegando, meus pais, Juleka e Sabine nos deram mais parabéns, nos deixando muito emocionados. Minha sogra falou primeiro com a Marinette e depois comigo, meus pais e Juleka fizeram o contrário. A cada cumprimento, nós agradecíamos, declarávamos nosso amor e retribuíamos as bênçãos.

- Parabéns, minha filha amada - Sabine a abraçou - Eu desejo toda a felicidade do mundo pra você e pro Luka. Eu te amo muito, Marinette. Deus te abençoe - ela veio até mim - Parabéns, Luka, genro querido - ela me abraçou - Você é o melhor genro que eu poderia pedir ao Senhor. Deus te abençoe.

- Parabéns, Luka - minha mãe me abraçou - Você é um filho de ouro, marujo, e a mamãe te ama muito. Que você e a Marinette tenham sempre o tesouro da felicidade em mãos e que Deus os abençoe sempre.

- Parabéns, viu, filho? - disse o meu pai antes de me abraçar - Eu espero que o casamento de vocês seja super rock n’ roll, sempre. Ter você como filho é um presente de Deus. Que Ele te abençoe. Te amo bastante.

- Parabéns, Luka - Juleka me abraçou - Você é o melhor irmão mais velho do mundo e eu te amo. Eu estou feliz demais por você e a Marinette. Deus te abençoe.

Depois que os convidados já tinham chegado, Marinette e eu nos preparamos para nossa entrada. O locutor do buffet fez uma narração bem divertida, estilo rock n’ roll.

- Vocês pediram o melhor, vocês terão o melhor. O casal mais quente do mundo: Marinette e Luka.

Entramos sob o som instrumental de “Rock And Roll All Night” enquanto os convidados aplaudiam. Pouco depois, dançamos nossa valsa e fizemos nosso brinde com o drink Romeu e Julieta. Anunciamos o jantar e conhecemos o doce que Sabine elaborou: ela o chamou de “Luka e Marinette”, feito de queijo faisselle* e goiabada branca.

(*Faisselle é um queijo branco francês, servido com geleia. Os franceses adoram goiaba branca, daí criamos esse doce.)

A comida estava deliciosa. Terminamos de comer e visitamos as mesas para agradecer a presença dos convidados e saber se estavam gostando da festa. Todos foram muito gentis. Quando todos terminaram de jantar, a pista de dança foi liberada. Além das músicas do meu pai, Jagged Stone, a trilha da nossa festa era composta por Kiss, Guns n’ Roses, Elton John, Bob Dylan, Radiohead, Iron Maiden e Metallica. Dançamos e nos divertimos bastante. Quando Marinette jogou o buquê, Kyoko o pegou e ela e Adrien se abraçaram.

- É assim que tem que ser - Alya comentou conosco - Rosalina e Páris, e Romeu e Julieta.

Ao final da festa, nós estávamos um pouco cansados, mas com alguma energia. Carreguei minha amada nos braços até o quarto do hotel e trancamos a porta.

- Finalmente casados - Marinette sorriu para mim.

- Agora é para sempre - retribuí o sorriso e nos beijamos.

Fiz um strip para ela, então tivemos as preliminares e fizemos amor intensamente.

Passamos nossa lua de mel na Itália. Nosso primeiro destino foi Cinque Terre, na Riviera Italiana. Estivemos em suas cinco cidades, em especial a praia de Vernazza que eu sonhava em conhecer. Depois visitamos Verona, Montecchio Maggiore e Luca. Foram viagens cheias de paisagens lindas, ótima comida e bebida, e muito amor.

Marinette e eu tivemos duas filhas. Assim como nós, elas têm cabelo preto e olhos azuis. Elas têm dois anos de diferença, e são muito meiguinhas, educadas e inteligentes. A mais velha, Rebeka, tem os olhos turquesa como os meus. Ela puxou o lado roqueiro da família: adora música, toca guitarra e herdou a habilidade de ler os sentimentos das pessoas e transformar em música. Ela é bem sensível e apaixonada. A mais nova, Jessika, tem os olhos azuis como os da Marinette. Ela adora ver a Marinette no ateliê, fazer desenhos de vestidos e brincar com os tecidos. Ela é bem imaginativa e sonhadora. O nome dela começa com J, mas quando viajamos para a Itália, se escreve com G.

(Nota: Percebam que os nomes das meninas começam com R e J (G em italiano), e terminam em -ka seguindo a regra dos Couffaines. Eles não foram escolhidos ao acaso.)

Nós criamos as nossas filhas com muito amor e carinho, e as educamos bem. Nossos pais e Juleka adoram visitá-las. Eu lembro que quando cada uma nasceu, meu pai as pegou no colo e disse “Você ganhou uma vovó e um vovô super rock n’ roll”. Eu me derretia todo ao ver minhas bebezinhas mamando. A sensação de pegá-las no colo pela primeira vez é única, a sensação mais forte que já tive. Nós as batizamos na Igreja Saint-Paul Saint-Louis, e Juleka é a madrinha de ambas. Elas ainda são pequenas e estou bem tranquilo quanto ao crescimento. Quando chegar a hora, eu vou fazer o que disse ao Tom: ensinar cada uma a ser responsável e a se proteger. Não serei igual ao Tom nem como pai nem como sogro. Agora elas estão na sala assistindo ao filme “Luca”.

Alya escreveu um livro contando a nossa história, chamado “Luka e Marinette: uma versão francesa e verídica de Romeu e Julieta”. Paris, que já recebia muitos turistas, passou a receber mais ainda. Muitos iam até a padaria dos meus sogros e aproveitavam para comprar alguma coisa. Vários colavam post-its nas paredes externas com recados, a maioria dizendo “Chupa, Tom”. Isso acabou com o resto de pompa que o meu sogro tinha, tamanha era sua vergonha por tudo o que tinha feito e agora ser exposto.

E hoje eu vivo assim: completamente realizado. Sou bem-sucedido, tenho minha família e vivemos confortavelmente em um lar cheio de amor. Ele vence tudo, e a minha história é a prova disso. Apesar de todas as dificuldades, eu tinha o amor da minha família, da Marinette, de Deus, e eu confiei que a força dos nossos amores me ajudaria a superar tudo. No fim, foi todo esse amor que me ajudou a melhorar a minha vida e a da minha família, e foi o amor de Tom pela filha que o fez abrir os olhos e deixar que ela fosse feliz ao meu lado. Hoje todos nós somos uma família. Ah, a Marinette está me chamando agora, foi um prazer contar a minha história a vocês. Tchau tchau.

 

Mas o amor, em tamanha extremidade, sabe fazer da dor felicidade.

(William Shakespeare, “Romeu e Julieta”, ato I cena V)

 

FIM


Notas Finais


Fotos: https://drive.google.com/drive/folders/1ZbPnV92cVnXEKvzhUN3pgjMmdHQ1BA_m

Músicas:
Entrada do Luka (“Did My Heart Love ‘Til Now?”): https://www.youtube.com/watch?v=mTuvnq5pIaA
Entrada dos padrinhos (“Juliet”): https://www.youtube.com/watch?v=y7VktWQH4zs
Entrada da Marinette (“Marcha Nupcial” de Felix Mendelssohn): https://www.youtube.com/watch?v=jI3AfkqFOmM
Bênção das alianças (“Romeo & Juliet Are Wed”): https://www.youtube.com/watch?v=J4smTrW-WdA
Saída (“Forever”): https://www.youtube.com/watch?v=d_RKO5ozLVo

O mousse que a Sabine fez com o queijo minas é o mesmo dessa receita: https://www.receitadevovo.com.br/receitas/mousse-de-queijo-com-goiabada , o site traz o mousse com calda de goiabada, a Sabine fez um mousse com o queijo para um dos recheios e um mousse com a goiabada para o outro. O drink Romeu e Julieta nós descobrimos nesse texto: https://brauncafe.com/2014/11/20/giro-ditalia-vinho-drink-e-jantar-em-verona/ . Os docinhos das lembrancinhas podem ser vistos aqui: http://www.sonhosnaitalia.com/2014/09/beijo-de-julieta-e-suspiro-de-romeu.html . Achamos o doce no Brasil, inclusive com o nome de “Romeu e Julieta”, mas era feito de maizena e recheado com goiabada. Para quem ficou curioso sobre a verdadeira autoria de Romeu e Julieta, recomendamos o seguinte texto: http://www.veronissima.com/en/romeo-juliet-true-story.html .

Curiosidade: Na ideia original, a Marinette iria se casar com o vestido de noiva de Shannon Tweed, esposa de Gene Simmons. Mas depois percebemos que era um modelo mais adequado para noivas bem mais velhas. Depois pensamos no vestido de Erin Sutton, esposa de Paul Stanley (o Luka é mais a cara do Paul do que do Gene), mas achamos o modelo muito simples para uma estilista. Então colocamos as roupas no tema Romeu e Julieta e escolhemos o vestido da foto (nos apaixonamos por ele).

E aí? Gostaram do casamento? Deixem a opinião nos comentários. Adoraríamos saber o que vocês acharam.

Esperamos que tenham gostado da fic. Adoramos escrevê-la. Muito obrigada de novo por todo o carinho que vocês nos deram. Um beijão.


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