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História Lupus - Morda-me - Capítulo 2 : Unicorn Blood


Escrita por: KHen e Krisas

Notas do Autor


Caraca, postado no domingo '-' isso é um milagre...pqné
parei.
Bora lá... o caps ia ser de 6 mil palavras mas n deu, pq se vcs sabem eu e carol escrevemos em parte.
É, nos dividimos nossas partes, de acordo com o que escrevemos nos caps anteriores, e ela ta tendo problemas com o pc dela, int eu to salvando ela sabe? rçrç irmãs servem pra isso kkkkkkkk
ele não ficou tão grande mas ao meu ver ainda continua bom, espero não desapontarmos vcs...
amanhã(vou v) se posto o Epilogo pra compensar...vou v...se n, so na quarta ou quintas !
[AVISO]
Domingo acho que não terá caps, já que será o primeiro(prologo) de Quebra-me.
[/AVISO]
acho q é isso...
espero que gostem...chu chu e boa leitura.

Capítulo 13 - Morda-me - Capítulo 2 : Unicorn Blood


Fanfic / Fanfiction Lupus - Morda-me - Capítulo 2 : Unicorn Blood

 

“Não se satisfaça com o passageiro, se satisfaça com o que vem e fica, o eterno”

 

 

 

 

 

Eu prometi a mim mesmo que não me interferiria na vida e nos problemas de Yixing.

Que iria deixar de lado tudo que sabia.

Que iria apagar os fatos ruins e apenas deixar os proveitosos.

 

Que esconderia da melhor forma possível minha dor e meu desespero em apenas pensar ou cogitar a possibilidade que em breve, eu não teria mais ele.

Que não teria mais sua companhia ou sua presença.

Mas essa promessa foi falha.

Eu a quebrei. E lá estava eu...em busca de algo que pudesse prolongar a vida de quem amava.

Eu estava à procura da cura e da solução.

 

 

 

 

XXXXX

 

 

Eu sou o líder.

Sim, eu sou.

Mas isso não quer dizer que eu tenha total afinidade com todos os garous da matilha.

Eu fazia o possível para ter, mas jamais conseguiria.

Os cliaths eram meu ponto forte na busca de irmandade...

Se desde novos conseguisse fazê-los seguir meus passos...grandes não era necessário ser dita qualquer palavra.

Eles me honrariam até a morte.

Mas aquilo era complicado.

Principalmente se os últimos recém nascidos fossem cliaths descendentes de Ragabash...

Como Tao.

Tao estava se tornando um caso relativamente complicado.

Não fazia nem uma semana direito...

A contagem da lua ainda estava na metade.

Apenas quatro dias tinham se passado e Tao já era inconstante em relação aos meus ensinamentos...

Já era complicado domá-lo.

Mas hoje...isso teria que ser deixado de lado.

Hoje a prioridade era a vida de Yixing...mesmo eu tendo prometido a mim mesmo nunca mais iria pensar sobre isso.

Mas eu não poderia ficar calado e parado, se podia fazer algo.

 

XXXXX

 

Estava um breu.

Mas a neve ainda caia...

Incessante como sempre.

Minhas pegadas formavam uma pequena trilha sobre o tapete branco.

Silencio.

Todos já tinham se recolhido.

A matilha vista a noite, mas parecia uma tribo fantasma.

Não era possível sentir a vibração da vida.

Era mórbido.

Eram apenas cabanas.

A caminhada da minha cabana até a de Kyung Soo era curta.

Eu não tinha alternativa a não ser procurá-lo.

Yixing tinha dito que a erva que ele usava para dar vida ao elixir que ele tomava estava se dissipando.

A erva não devia ser a única alternativa...mas devia ser a mais viável.

Eu não devia o ajudar.

Devia entregá-lo, por durante todos esses anos,ter omitido não só a mim como a todos da matilha o problema que tinha.

Ele devia ser executado na frente de todos.

Das chamas se erguerás como um acerto e um dia poderás voltar por um erro

Ele seria queimado...vivo.

Eu não iria agüentar ver tal cena.

Não iria agüentar ser o causador da morte dele.

Eu preferia me juntar a sua omissão e ajudá-lo.

Mesmo ele não querendo...

Mesmo eu sabendo que se fosse descoberto, teria como recompensa as piores conseqüências...

A ira ia vir por terra.

E talvez por céus também.

 

 

A cabana de Kyung Soo era diferente das outras.

A sua atmorfera era sufocante.

Normalmente animais não ousavam passar por ali.

Os corvos eram os únicos que o prometiam irmandade.

Mesmo sendo já noite, e a penumbra dificultasse a visão...eu podia ver e escutar o bater das penas negras dos corvos se misturarem ao denso céu enegrecido.

A lamparina estava acesa.

Era quase que possível ver nitidamente a sombra de duas pessoas...

Duas pessoas...

Parei abruptamente processando o que estava vendo.

Kyung Soo não estava sozinho.

Aumentei a velocidade de meus passos em direção a cabana de Kyung Soo...

Apurei meus sentidos...

Inspirei fundo o ar condensado...

O cheiro de Kyung Soo estava relativamente forte...

Mádaras...e sangue.

Inspirei mais um pouco, enquanto estava a menos de um metro da cabana...

Erva seca.

Era um cheiro diferente...

“Eu preciso ir...” era um sussurro, mas eu já estando perto...consegui ouvi-lo.

Definitivamente alguém estava na cabana de Kyung Soo...

“Kyung Soo...”

Adentrei sua cabana com tudo.

Só estava ele.

Não tinha mais ninguém.

“Sim?” ele estava de costas pra mim...parecia estar ocupado com algo...

Erva seca...

Novamente aquele cheiro invadiu minhas narinas.

Não tinha vento.

O cheiro estava impregnado ali...

Erva seca misturada com o cheiro de pêlo molhado...

Ainda tinha alguém ali.

“Eu escutei você falando com alguém...era algum dos seu pupilos?”

“Não estava conversando com ninguém mestre”

Ele teve a compostura de se virar e me encarar.

Ele parecia estar falando a verdade.

Sua respiração estava controlada.

Seu senso calmo.

Sua veia mal pulsava.

Eu só tinha três alternativas em relação a isso:

Ou ele estava falando verdade...

Ou estava mentindo...muito bem...

Ou eu estava louco.

 

“Certo...vocês, Theurgues ,tem um certo habito de falarem sozinhos...”

“Temos...mas eu não estava. Estava apenas organizando as minhas coisas”

E a sombra?

“claro” fechei meus olhos inspirando fundo...

O cheiro tinha desaparecido.

Abri meus olhos me deparando com um Kyung Soo quase que entediado.

Ele agora estava sentado, no que parecia ser um pequeno banco de orvalho...

Ele era o único da matilha que usava algo para cobrir sua nudez superior.

Ele era recatado.

Ele era diferente de muitos da matilha...tanto o seu comportamento como em sua aparência.

Ele era tão pálido quanto os demais...

Raramente saia na luz do dia.

Até seus pupilos, o achavam estranho...

Sua personalidade agridoce mexia com o psicológico dos demais Garous...

“Então...”

Ele estava entediado.

“preciso que você me responda algumas perguntas”

“faça líder...”

Ele lentamente cruzou suas pernas, uma sobre a outra, enquanto apoiava desleixadamente seu cotovelo sobre sua perna...

Seu dedo indicador deslizava sobre seus lábios carnudos...

O tédio de poucos minutos atrás parecia ter se dissipado...

Ele estava se divertindo.

“Bem...eu já sei sobre Yixing...não precisa se preocupar...não irei entregar você ou ele a Outorguia...” olhei de relance para ele enquanto começava a caminhar pela sua cabana, admirando a decoração da mesma...

Poucas vezes eu tinha entrado naquela cabana.

Como eu disse, Kyung Soo era um Garou retraído, e a privacidade era um dos dilemas dele...

Quem era eu para importuna-lo?

“Continue...”

“Ele me revelou que a erva que você usa para o medicamento...elixir...o que seja que faça com que o tempo de vida dele se prolongue está acabando...” eu não estava mais interessado em observá-lo...

Os objetos pendurados me intrigavam cada vez mais.

Potes e mais potes...com pedaços de orgãos.

Ele se matinha calado...

Ele queria que continuasse.

“Eu sei que essa erva não deve ser a única alternativa...é apenas a alternativa mais viável...” em cima de num pote, perto de um amontoado de peles, um boneco de argila jazia sobre ele...

Um boneco anormalmente perfeito.

Suas feições eram humanas, mais tinha algo que nele que o tornava diferente...

“Não toque”

A voz de Kyung Soo estava serena, mas tinha algo dentro de mim que dizia que se eu tocasse, mesmo sendo o líder, algo ruim aconteceria comigo.

O olhei tentando identificar suas emoções...

Cautela foi à única que desvendei.

Preferi não tocar...mas continuei a olhar o boneco.

“Sangue de unicórnio”

“o que?”

“A outra alternativa não viável...é sangue de unicórnio” ele respondeu calmo...

“Mas eles...”

“eles ainda existem...a alguns anos encontrei um macho.”

Não estava mais interessado no boneco.

Voltei minha atenção a Kyungo Soo.

Seus olhos estavam vermelhos...e a luz da lamparina os ajudavam a ficar incandescente.

Ele parecia perigoso.

“Aonde?”

“entre as colinas de Murtradhe...a uma entrada...pequena...do outro lado dela a um mundo quase intocável...”

Pisquei.

Ele não estava falando serio...

“Você está querendo dizer que as Lendas de Mama Ganri são reais?”

Ele acenou afirmando.

 

Ganri era a irmã mais nova de Atalis.

Era filha de outro deus.

Ganri era prometida ao deus Rin, o deus da terra

Mas como a irmã, ela tinha uma opinião própria: ela não iria ser de Rin.

Mas diferente de Atalis, Ganri era frágil e dócil.

Ela mesma sendo uma deusa maior, não tinha a possibilidade de viver na terra...

Mas ela sempre teve vontade de ficar ao lado da sua irmã e ajudá-la...

Ela queria ficar na terra...

Rin viu aquilo como a solução dos seus problemas:

“Se tornares dispostas a ser minha alma, darei a você um reino”

Ganri aceitou.

A localização desse reino era entre as colinas de Murtradhe...mas nunca nenhum Garou tinha o encontrado...

Nada que pudesse dizer que aquele reino de fato foi real.

As criaturas que habitaram ali...não existiam mais...

Ou pelo menos era o que acreditávamos...

 

“Você tem certeza que era um unicórnio?”

Ele não me respondeu. Apenas se levantou e foi em direção a uma cabaça gigante, retirando a tampa de trama que a selava...

De dentro dela ele tirou a coisa mais incrível que meus olhos ousaram ver...

Pisquei algumas vezes...

Não era branco.

Parecia um cinza...reluzente.

Era translúcido.

Aproximei-me de Kyung Soo, encantado com o que estava vendo...

Parecia ser macio...

Levantei minha mão com cuidado... estava receoso que ele mandasse eu parar.

Ele não disse nada.

 

 

E era macio.

Levantei meu olhar.

“Você precisa me explicar...eu preciso ir...eu preciso pegar o sangue dele”

Ele me olhava atentamente.

“Você o ama?”

“o que?”

“você o ama líder?”

Engoli em seco...

“Claro...como amo todos...”

Ele retirou das minhas mãos a crina do unicórnio...

“Você o ama Su Ho?” ele repetiu a pergunta...

“Isso é uma condição? Eu respondo e você me ajuda?”

Ele ficou calado.

O silencio tinha se tornado maior.

Nem o som dos corvos...de suas asas...era possível escutar.

 

“Sim, eu o amo”

 

Ele me olhou parecendo satisfeito com a resposta.

Voltou- se em direção a cabaça, guardando a crina em seguida.

“quando amanhecer, podemos ir lá”

Era isso.

Eu iria conseguir a cura de Yixing.

Suspirei.

Uma estaca, excessivamente grande tinha sido acabada de ser retirada do meu peito.

Eu estava mais aliviado.

 

Dei as costas pra ele, sabendo que por hoje, o assunto tinha sido encerrado.

Enquanto andava em direção a saída da cabana...algo veio em minha mente...

“Você já sabia que o amava?”

Ele riu.

Nunca tinha visto Kyung Soo rir.

Ele não me respondeu.

Rolei meus olhos pela cabana...voltando a ver o boneco...

“É um voodoo?...Min Seok me disse uma vez que você tem uma coleção...”

“É”

“Não parece com ninguém daqui da matilha...”

Ele demorou um pouco para me responder...

Seus olhos tinham voltado a ficar vermelhos...

 

 

“E não é”

 

Naquele instante percebi que não era apenas eu...

Ou Yixing que matinha segredo guardados.

 

 

Eu estava começando a achar que todos tinham algo a omitir.

 

 

Todos tinham algo a proteger.

 

 

 

XXXXX

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Está pronto?”

 

 

Eu não tinha dormido.

Minha cabeça estava mil por hora...trabalhando em processar tudo o que tinha absorvido durante dia e principalmente durante a noite.

Passei a maior parte do tempo encarando o teto da minha cabana, a procura das respostas certas:

Aquilo que eu estava fazendo era certo ou errado?

Eu estava dividido...

Eu sabia quais eram os meus limites...

Eu também tinha aos qual devia seguir.

Mas era por ele...tudo era por ele.

 

Mas o que eu ganharia em troca?

Nada.

Yixing não me amava da mesma forma... Yixing não via em mim o que eu via nele.

Pra mim, ele era como o solstício de verão que chegava para me dar aconchego e guarita.

Eu estava sentindo falta desse aconchego.

Meus dias tinham se tornados incessantemente frios.

Era só neve.

Nada de orvalho pela manhã ou a neve derretida no fim da tarde.

Já fazia cinco dias que não tinha um contato direto com ele.

Era apenas troca de olhares.

Eu tinha duvida se essa cura finalmente proporcionaria um reatamento...

Se ele voltaria a falar comigo normalmente...

Se voltaria a ser simplista e transparente comigo...

Se voltaria a ser meu.

Eu tinha quase certeza que não...

Ele vai ignorar o que fiz...talvez gritar comigo por ter feito algo impensável...

Ele com certeza já sabia daquela cura, só não queria que ela ocorresse.

Ele colocava as regras a cima da sua vida.

 

“Estou...mas espere só um momento”

 

O dia mal tinha raiado.

Tinha pequenas montanhas de neve amontanhadas em todos os cantos da aldeia.

Alguns garous já estavam acordados, dando inicio aos seus afazeres matinais.

Yixing era um deles.

Ele parecia radiante saindo da sua cabana.

Era por isso que todo esse tempo eu não tinha descoberto...Jamais descobriria.

Na sua mão esquerda, um pequeno colar pendia.

Mas parecia um pendulo.

Era o seu colocar de identificação.

Na outra, ele abraçava contra o seu peito fortemente um objeto, como se a vida útil dele fosse um tanto mais importante que sua vida...

Por um lado era.

Ele estava com os dogmas.

Além de philladox, Yixing era um Magister...

O campo mais elevado da hierarquia dos philladox.

Ele estava tão atento, ajustando os dogmas em seu braço, que não percebeu minha chegada.

 “Antes de o dia voltar a ser noite, eu estarei de volta...me espere”

Minha voz vacilou.

Ele levantou o olhar em minha direção, assustado, fazendo o que tanto não queria que acontecesse:

Deixar os dogmas caírem.

A neve começou a sobrepô-los...mas Yixing não estava ligando...

“Aonde...aonde você vai?

O olhei, enquanto abaixava meu corpo, indo em direção aos dogmas que estavam sendo cobertos pela neve.

Ele estava tremendo.

Pousei em suas mãos, a densa pilha de papiro.

“Eu voltarei...não se preocupe”

E fiz algo que não devia.

Yixing era cerca de centímetros mais alto que eu...

Apenas centímetros.

Estiquei meu corpo com cuidado, enquanto, selava meus lábios em sua testa.

Foi à melhor sensação que senti em toda a minha vida.

Era uma contradição.

Silencio.

Afastei-me devagar dele, enquanto observava a parte da matilha que já estava acordada, atenta aos meus atos.

Do outro lado, perto a minha cabana Kyung Soo... sorria.

“Eu preciso ir...me espere”

Ele não respondeu, enquanto eu dava as costas a ele...

 

 

“Sempre lhe esperarei...”

 

 

 

 

 

Suas palavras tinham sido jogadas ao vento...mas o vento as trouxe até mim.

Meus lábios se converteram em um sorriso, enquanto continuava a caminhar em direção a Kyung Soo...

Os olhares persitiam.

Mas eu não estava ligando.

Eu não precisava mais pensar em uma resposta...eu só precisava ir adiante...

Mesmo se ele brigasse, eu já sabia de algo:

 

 

Yixing me amava.

 

 

 

“Su Ho...”

“Sim...”

“como você demonstraria que ama alguém?”

O vento soprava...espalhando meu cabelo sobre minha testa.

Virei meu rosto de lado para ver o semblante de Yixing.

Ele parecia concentrado.

Perdido em pensamentos.

“amar? Que papo é esse Yix?”

“Amar horas...você não acha que um dia amará alguém?

Já fazia um certo tempo que não conseguia conversar com ele, e eu não queria desperdiçá-lo falando sobre amor...

“Eu não sei Yix...diria eu acho...que amo, seria direito...e você?”

“Eu não deixaria ir...”

“como?”

Ele se virou seu corpo em minha direção, apoiando seu rosto, no seu braço dobrado...

Ele estava encolhido.

“eu não deixaria a pessoa ir Honnie...e se fosse, esperaria...”

“e se demorasse a eternidade?”

“esperaria a eternidade”

De repente, senti algo gelado pousar em meu rosto.

Deslizei minha mãe sobre a minha bochecha, sentindo o floco de neve derreter ao toque.

Ia começar a nevar em pleno verão...

 

Algo estava errado.

 

 

 

 

 

 

“Ele demora a aparecer?”

 

Já tinha em media duas horas que estávamos correndo em direção as colinas de Murtradhe...

Estávamos na forma lupina.

Minha forma lupina, era discreta...eu era apenas mais um lobo siberiano, que poderia estar atrás de uma caça...

Já Kyung Soo...

Seu pelo avermelhado, como um de uma raposa, era extremamente extravagante.

Eu não sei se ele estava recusando me responder telepaticamente...

“Às vezes sim...depende da pessoa que quer vê-lo”

Ele não mostrava nenhuma reação em relação à pergunta...

“...Da pessoa?”

Parei de correr.

Já estávamos longe o bastante...

Não sentia mais o cheiro da matilha.

Não existíamos.

Foi quando reparei que não nevava mais...

A quanto tempo tinha parado de nevar?

“Não parou de nevar...apenas estamos longe o bastante da matilha...”

Eu estava pensando alto demais...

“Só neva lá?”

Kyung Soo estava bem a minha frente...um pouco mais adiantado...

Mas mesmo assim ainda consegui ver seu focinho se virar em minha direção e acenar positivamente...

Seu pêlo era tão brilhante...

Ele com certeza despertava o que era de pior nas suas presas e caçadores.

 

“Vamos...eu acho que você necessita voltar a matilha antes do fim do dia”

 

 

Bufei.

Senti algo cair sobre o pêlo das minhas costas...

Levantei o focinho, vendo acima de mim, um carvalho branco trocar suas folhas.

Se eu estivesse na forma humana, com certeza estaria sorrindo...

 

Olhei uma ultima vez para trás, antes de voltar a correr.

Estávamos mas perto do que longe da colina...

 

 

Estávamos mais perto do que longe de conseguir a cura para Yixing.

 

 

 

 

 

XXXXX

 

 

 

“Não acredito...”

Eu era do tipo cético...

As vezes só acreditava vendo.

Eu tinha visto e tocado na crina que poderia ser do unicórnio, mas Kyung Soo poderia muito bem, com seus hábitos de feitiçaria, tornar uma crina qualquer, em algo precioso...

Ele tinha essa capacidade.

Mas de fato o unicórnio existia.

Ele estava ali, diante dos nossos olhos.

“Ele está calmo...acho que sua presença...é boa”

Eu não sei se era impressão minha, mas o modo como Kyung Soo falou aquilo, mas parecia que ele tinha repulsa...

“está? Que bom...agora, como vamos pegar o sangue dele?”

 

Estávamos encostados, um de cada lado de uma extremidade da abertura da entrada da passagem, entre as colinas...

Eu estava respirando com dificuldade...

Não por cansaço, mas sim por desespero...

Eu estava começando a ficar nervoso.

Criaturas místicas são conhecidas por detectarem emoções de outros seres vivos...

Eu estava orando a Ghar, mesmo que ele não me escutasse, para que aquele ser místico não me percebesse...

“Por que se preocupa tanto com ele?”

Ele estava se referindo a Yixing...

Virei meu rosto na direção de Kyung Soo...

Deslizei meus olhos sobre ele reparando em duas coisas:

Ele estava vestido do tronco pra cima...

E do seu lado esquerdo, uma pequena bolsa de lona pendia.

Ele estava carregando algo...

“se me disser pra que serve e de quem é aquele voodoo, talvez responda”

Voltei a olhar em direção ao unicórnio...

Ele estava distante de nós...

Estava entretido demais com a relva que degustava...

Até eu me entreteria.

Tudo era perfeito, até o ar era diferente...

 

 

 

“ eu nunca tinha reparado nessa rachadura...”

E era uma rachadura relativamente grande...

“Por que você nunca a viu...só está vendo agora por que está comigo...” Kyung Soo era frio na maior parte do tempo...

Mas comigo ele parecia tão...normal.

“Ah...por ser um Theurgue?”

Ele acenou a cabeça dando a vez da passagem a mim...

“Entre...é mais impactante você ver antes de mim”

Sorri.

 

 

 

O humor dele tinha mudado. Simplesmente mudado.

Ele não parecia mais calmo.

 Seu corpo estava tenso contra a parede da entrada da passagem...

Foi apenas questões de segundo para eu ter visto os olhos de Kyung Soo mudarem de negros...para um vermelho intenso.

 

 

“se não quiser responder, não responda...mas não precisa ficar com ódio de seu próprio líder...”

Eu não tinha medo de quaisquer reações que provocasse nele...

Eu era o líder.

“Eu...eu não estou com ódio...desculpe”

Ele parecia ter voltado ao normal.

Seus olhos estavam normais novamente.

O que tinha de errado com ele?

Voltei a dar atenção ao animal místico, pensando em como o atacaria...

Nos não iríamos matá-lo...

Só precisávamos de uma armadilha, que o ferisse, e o fizesse derramar uma boa quantidade de sangue...

 

“é de uma pessoa...fora da matilha”

Kyung Soo estava respondendo minha pergunta.

Voltei a virar minha cabeça em sua direção...

Ele estava olhando para a paisagem...

“fora ...da matilha?”

Ele estava revelando algo perigoso. Ele sabia que nenhum garou poderia ter amizade com nenhum outro tipo de espécie fora da matilha...

Se é que essa pessoa era amiga dele, para ele ter um voodoo dela...

Eu tinha quase certeza que era uma presa.

“Ele vai começar a andar...eu tenho uma ideia de armadilha para quando ele voltar...”

Ele não iria me responder mais nada...

“ok”

 

 

 

 

 

“Isso de fato vai ultrapassar o casco dele?”

Eu não conseguia focar minha atenção na armadilha.

 Dois Kappas não paravam de olhar pra nós.

“eles não vão lhe atacar...só se você atacá-los.”

Enquanto Kyung Soo, se matinha abaixado, firmando por debaixo da armadilha uma pequena cuíca...minha atenção não conseguia ser tirada daqueles seres estranhos.

Perto de onde o unicórnio estava, tinha um lago...

De cima dele, uma rocha, formava duas quedas d’água...

De baixo delas, dois Kappas eram a sua recepção.

Eles não passavam de uma lenda...

Mas o unicórnio também não passava de uma lenda,e lá estava ele...

“Líder...sério, pare de encara-los”

Não sei há quanto tempo o thuergue estava me chamando...

Eu estava encantado com aquilo tudo, mesmo sendo perigoso...

Voltei a dar atenção ao que Kyung Soo fazia.

Parecia uma forma de seis pontas...

Quando uma fosse desarmada, desarmaria outra, até as seis desarmarem e fincarem no tornozelo do unicórnio.

Era uma idéia engenhosa.

“Você acha que vai funcionar?”

“Vai...”

“E depois...pra pegar o sangue?”

“eu pego”

Eu não iria ficar observando...

“Lider...ele vai  ficar nervoso...ele nunca deve ter visto tantas pessoas ...”

“eu o acalmo, só vamos sair logo daqui...esses Kappas estão me tirando do sério, me olhando desse jeito”

“você que começou...”

 

 

 

 

 

Não demorou muito tempo, o unicórnio estava de volta...

E nós estávamos lá, escondidos  ao lado dos Kappas.

Nenhuns dos dois se movimentaram quando chegamos, eles continuavam atentos, olhando a diante.

Pareciam estatuas...

“ Se vai mesmo domá-lo, você tem que ser rápido...”

Kyung Soo tinha uma habilidade incrível de entrar na mente das pessoas...

“Sei...não se preocupe...”

Ele estava pastando bem ao lado da armadilha...

Só faltava um passo...

A queda d’agua em cima de mim começou a me molhar...levantei meu rosto para ver o que era...

O Kappa tinha virado a cabeça, e estava me olhando.

Engoli em seco.

A cratera no meio da cabeça dele, agora era visível, como nas lendas...

 

Faça com que um Kappa lhe cumprimente, se for preciso fugir dele.

 

Eles sem água, normalmente ficavam desnorteados...

Mas esse parecia totalmente são.

 

“O ignore...o unicórnio pisou na armadilha”

 

Foi tudo muito rápido.

Kyung Soo tinha me comunicado e eu tinha me levantado, já estava indo em direção ao unicórnio...

Ele não relinchava, nem nada, mas dava pra ver que a armadilha estava muito bem fincada em seu tornozelo, por seu sangue escorria...

Um sangue prateado.

Eu já estava perto o bastante, pra sentir a áurea pura dele...

Quando ele me olhou.

Eu não sei o que estava pensando quando disse que o domaria...

Ele não era um cavalo selvagem...era uma criatura mística.

Ele podia muito bem enfiar aquele chifre em meu peito...

 

Eu não vou mata-lo jovem viajante...

 

Ele estava falando comigo...telepaticamente.

Virei meu rosto a procura de Kyung Soo..

Ele não estava em nenhum canto.

Respirei fundo tentando me acalmar...

Voltei minha atenção ao ser místico.

 

Eu não estava acreditando que ele tinha me deixado...

Eu estava me sentindo um tolo.

Eu preferia ser morto pelo unicórnio...

 

Pode me chamar de Aru. E olhe melhor meu bom jovem...seu amigo não lhe deixou

 

Fiz como ele mandou e olhei.

Olhei para todos os lados a procura de Kyung Soo.

Eu não o via.

Foi quando vi...

As amarras da armadilha não estavam mais no tornozelo de Aru...

Nem o sangue.

 

Eu não posso satisfazer seus desejos sempre...tenha cuidado com o que quer meu bom jovem, você tem um coração puro, use meu sangue para o bem...

 

Aquilo era um conselho.

Sua crina se despenteava contra o vento...

Eu não tinha reparado até agora, o quão pura aquela criatura era...

Ele estava me olhando atentamente.

Levantei minha mão disposto a fazer nem que fosse um carinho...quando senti um peso leve em meu ombro.

“vamos...já peguei tudo”

 

Aquela era a nossa deixa...

 

Vão...Darká e Darken não são tão benfeitores como eu...

 

 

Eu já tinha dado as costas a Aru quando percebi que ele se referia aos dois Kappas...

Os mesmos que já tinham saído das queda d’águas...

Eles estavam prontos para nós atacar...

 

Para nós matar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Líder!”

 

Jong Dae parecia um escudeiro, parado bem na entrada da aldeia, nós esperando.

Eu estava um caco.

A lenda sobre os Kappas, com certeza devia ser alterada...

 

 

 

 

 

 

“ELES SO QUEREM PROTEGER O UNICORNIO SU HO...OS IGN....”

Kyung Soo não conseguiu nem terminar a frase...

Ele tinha sido arremessado o mais longe possível...

Cantos.

Pássaros começaram a cantar...

O canto vinha de todas as direções.

 As arvores começaram a se movimentar... dríades.

Ali não era mais pacifico.

A paz tinha acabado.

 

Saiam...vocês precisam sair

 

 

Aru parecia estava do nosso lado, o único do nosso lado.

Um dos Kappas estava vindo em minha direção, enquanto o outro seguia na direção que Kyung Soo fora arremessado.

Eu não sabia se corria para salvar Kyung ou atacava o Kappa a minha frente.

 

 

Eu iria fazer as duas coisas.

 

Pulei em direção ao Kappa, me transformando no ar, enquanto caía maciço sobre o corpo peludo do Kappa...

Ele poderia ser comparado a um dos mamíferos primatas das terras a oeste...

Eu não queria feri-lo, mas era única saída se eu quisesse sair vivo dali na companhia de Kyung Soo...

Espalmei minhas patas no dorso dele, abocanhando em seguida seu ombro...

Ele tinha um gosto horrível.

Minhas presas pareciam estar sendo ficadas em lodo.

Liberei minhas garras...Quando senti um peso sobre as minhas costas.

Era apenas dor.

Eu estava encurralado.

Eu escutava o ranger dos meus ossos, enquanto o Kappa acima de mim abocanhava minha jugular com força...

Ele iria me estraçalhar se não fizesse nada.

O irmão gêmeo do Kappa em cima de mim, agora me apertava num abraço de urso mortal...

Ele queria quebrar meus ossos.

Eu estava preso numa armadilha.

 

 

Um uivo.

 

 

A dor já não era tão grande...O Kappa não estava mais em cima de mim.

Aproveitei para abocanhar com tudo o rosto do Kappa abaixo de mim e puxar...

Um gosto de lama, misturado com fel, explodiu em minha boca...

Fui liberado do abraço de urso, saindo de cima dele em seguida...

O paraíso tinha amortecido.

Aru não estava mais ali.

A forma lupina de Kyung Soo estava estraçalhando o outro Kappa, não tão longe de onde me encontrava.

Ele tinha acabado de arrancar a cabeça do mesmo quando virou seu focinha ensangüentado em minha direção...

 

 

Ele tinha me salvado.

 

 

 

 

“Houve algum problema?”

Eu já tinha quase todas as minhas feridas curadas, quando voltei a forma humana, observando os movimentos de Jong Dae...

 

“Não...mas o senhor ficou fora o dia todo...”
 

“Eu estava resolvendo alguns assuntos com Kyung Soo”

O mesmo já tinha passado por Jong Dae em silencio, rumando em direção a sua cabana...

 

“entendo...”

“Yixing...ele está na cabana dele?”

 

 

 

 

 

► Escutem Girl Named Toby Holding A Heart 

 

 

 

“Eu não acredito que você fez isso?”

O semblante dele era contraditório.

Ele estava com raiva de mim...e chateado.

Mas ao mesmo tempo ele parecia feliz.

 

Ele finalmente iria conseguir ser curado.

Ele estava sentado na sua cama, alisando desleixadamente a coberta da mesma.

Ele estava perdido em pensamentos.

Eu o observava.

“Fiz por você...” pensei

Valeu à pena ter me arriscado.

 

 

“Mas você precisava...eu não fiz por mim, fiz por você Yix...”

Fazia tanto tempo que não o chamava assim...

“Mesmo assim Su Ho, você é o líder, você contrapôs os dogmas, desafiou eles...você fez eles parecerem regras de um jogo”

“Tudo é questão de não burlar regras não é?A sua vida não é tão importante quanto as regras não é?”

“não quis dizer is....”

“não, você quis Yixing. Os dogmas sempre vieram na frente da sua vida.”

Ele tinha ficado cabisbaixo, ele sabia que eu estava certo em relação a isso.

Tudo era mais importante que vida dele.

 

 

 

“Obrigado”

 

Foi dito tão baixo que era capaz de não ter sido ouvido.

Mas escutei.

Eu não agüentava mais me segurar.

Eu estava pronto para agarrar Yixing e dizer a ele que ele jamais sairia dos meus braços...

Mas eu não tive êxito.

Kyung soo tinha acabado de entrar na cabana com tudo...

Não existiam barreiras invisíveis para ele, já que ele foi o criador de tudo aquilo...

Ele estava ofegante.

“temos um problema....”

 

“Que tipo de problema?

Eu não iria descontar meu descontentamento nele, mas vontade era o que não me faltava...

 

“Eu não posso fazer a poção sozinho...”

 

Yixing tinha acabado de se levantar e se prostrado ao meu lado...

“Como não pode fazer sozinho?”
 

“Eu não posso Su Ho...preciso de alguém tão forte quanto eu para me ajudar no encantamento...se eu fizer sozinho vai dar errado. Se eu fizer sozinho todo o nosso esforço irá por água a baixo.”

Eu estava sem chão...

Tínhamos voltado à estaca zero.

 

“Mais temos outros Theurgues fortes na matilha Kyung...eles...eles não podem?”

Yixing estava preocupado.

Mesmo não querendo a cura,  ela...era o que ele mais desejava.

 

 

“Eles não são aptos o bastante...eu não posso fazer o elixir Su Ho”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Yix..yix”

Não estava conseguindo encontrá-lo...

“Yix...”

Eu o chamava, mas não obtia resposta

 

“Aqui  Su Ho”...

Segui a voz dele, adentrando mais um pouco a floresta...

O encontrei, cabisbaixo, ele apoiava seus braços na perna, enquanto mantinha cabeça baixa...

Corri em sua direção, me agachando rapidamente na sua frente.

Levei minhas mãos ate a lateral do seu rosto.

Mas parei na metade do caminho.

O tapa que ele tinha desferido no meu rosto tinha feito os alguns pássaros se assustarem e começarem a bater asas...

Fiquei estático.

Ele levantou a cabeça devagar.

Seu rosto estava molhado.

Ele estava chorando.

 

“Não vamos mais nos ver Su Ho...”

“o que? É por causa dos ancestrais? Yix...nos somos mais fortes que eles...”

“NÃO VAMOS MAIS NOS VER SU HO”

Ele nunca tinha gritado comigo...

Algo estava errado.

“O que houve?”

“nada...apenas...apenas não me procure mais. Se torne um líder poderoso Su Ho...todos teram orgulho você...”

“Yix...que papo é esse...”

Tentei novamente segurar seu rosto com minhas mãos, mas foi uma tentativa falha...

Ele tinha tentado estapear meu rosto mais uma vez.

Mas dessa vez segurei-o pelo punho.

“Fala o que houve”

Ele parou um tempo, me olhando...

Ate começar a chorar na minha frente e me abraçar pelo pescoço.

 

 

 

“Eu não quero te perder honnie”

 

 


Notas Finais


eu só chorei por que tava escutando a música em questão que citei pra vcs escutarem...
é so uma opção ok? escutem quem quiser...
xoxo e ate o proximo caps gente


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