História LUPUS - DUPLE 2ª Temporada (Larry A.B.O.) - 18 - Wide awake

Narrador's P.O.V.

Blake estava morrendo de ansiedade enquanto esperava Nicholas e Theodore despertarem. Ele só queria que ao menos um deles acordasse logo para lhes explicar como haviam parado no meio daquela nevasca. Já faziam cerca de nove horas desde foram encontrados por Owena, e aquela demora para que dessem algum sinal de consciência estava incomodando a todos. E se não acordassem? O que iriam fazer? E se ambos estivessem adoecido por conta do frio extremo? Como cuidariam deles?

O beta se recusou a sair do lado dos meninos, mesmo com a insistência de Louis, o que já estava deixando o ômega preocupado. Depois que ajudou Pietro a dar a sopa que Susan havia feito, o mais novo, junto com Owena e Archie, forrou edredons e lençóis no chão, colocando ambos os garotos em cima, apenas para que ficassem mais confortáveis. Quase dez horas depois e ele ainda estava ali, sentado, esperando o alfa ou o ômega recobrarem a consciência. Naquele meio tempo ele chorou diversas vezes, tanto de alívio quanto de felicidade e, principalmente, de aflição. Blake de fato estava bastante aflito.

Já Louis estava preocupado. Se ambos os garotos estavam ali, se ambos estavam na floresta quando a nevasca começou, significa que talvez estivessem tentando encontrá-los e foram surpreendidos pela tempestade. O ômega estava realmente muito preocupado. Sentia que algo havia acontecido à Nicholas e Theodore, talvez pelo contato e proximidade de ambos com seu filho. Não tinha certeza, mas seus instintos estavam gritando isso.

- Blaac? - Chamou, se aproximando com um prato nas mãos. - Amor, você precisa comer um pouco.

- Eu estou sem fome, pai... - O mais velho suspirou. Sabia que aquela seria a resposta do beta.

- Sabe, geralmente eu respeitaria isso, mas agora vou ter que ser firme. Você precisa comer algo! Quer estar fraco quando eles acordarem? Você é um lúpus, mas não é invencível! - Louis sabia que aquilo seria o suficiente para persuadir seu filho, e como o esperado, Blake pegou o prato de suas mãos e começou a comer. - Eu falei com o seu pai...

- E o que ele disse?

- Apenas me pediu pra avisá-lo quando algum dos dois acordar. Ele precisa saber o que aconteceu. - Disse simples.

- Você acha que eles... Sabe... Podem não acordar? - O pesar em sua voz fazia o peito do homem se apertar.

- Bom, eu não sei. Eles aparentemente estão bem, mas...

- Blake... - O coração do de cabelos negros disparou quando ouviu o alfa sussurrar seu nome. Nicholas abriu os olhos lentamente, parecia com muita dificuldade, mas estava aparentemente bem.

- Hey, Nick... Sou eu... - Sorriu. Parecia que um peso enorme havia saído de seu peito. Ele estava muito aliviado, mas era cedo demais para saber se podia relaxar ou não.

- Oi, amor... - O alfa sorriu pequeno. Grimshaw parecia um pouco confuso, mas de repente se levantou assustado.

- Finalmente você acordou.

- O que aconteceu? Espera... O Theo! Cadê ele? Cadê o Theo?!

- Calma, Nicholas. Ele está bem atrás de você. - Louis falou apontando para o ômega ainda desacordado, mas que parecia estar consideravelmente bem.

- Graças a Deus! - O alfa se agachou ao lado do cacheado, acariciando seu rosto. - Como nós chegamos aqui?

- Eu achei vocês dois no meio da nevasca. Se lembra? - Owena se aproximou junto com Pietro e Archie.

- Na verdade, não... - Murmurou. O garoto estava sentindo sua cabeça doer demais.

- Nick, eu preciso que me diga o que aconteceu com vocês. - O ômega falou calmamente.

- Pai, agora não é a melhor hora...

- Não, tudo bem, B... Na verdade eu preciso dizer algo, e é por isso que nós estamos aqui. - Disse.

- Toma aqui, querido. - Susan chegou e entregou um copo de água para Nicholas.

- Meu Deus, muito obrigado! - Ele bebeu tudo de uma vez. - Eu estava morrendo de sede!

Com a ajuda de Blake, o alfa se levantou com dificuldade, afinal, passou horas deitado. Na verdade o loiro ainda estava se sentindo fraco, porém sentia certo "alívio". Mesmo não se lembrando dos detalhes de quando estava carregando Theodore no meio da nevasca, ele ainda se lembrava da sensação. Ele estava exausto, seu corpo estava doendo, o frio fazia suas juntas doerem e o som do vento machucava os seus ouvidos, mas ele sabia que não podia parar ou ele e o ômega morreriam! Todos foram para a sala de estar para que pudessem finalmente entender um pouco àquela situação. Nicholas e Blake se sentaram lado a lado, e a primeira coisa que fizeram foi darem as mãos. Ambos sorriram pequeno, estavam se sentindo bem com a proximidade.

- Eu nem sei por onde começar...

- Vá com calma e comece do início, apenas. Temos todo tempo do mundo. - Tomlinson sorriu.

- Na verdade, não temos não! - Aquela fala deixou todos confusos.

- Como assim, Nick? - Blake questionou.

- Nos conte tudo o que aconteceu, Nicholas.

- Tudo bem. - Suspirou. O loiro respirou fundo algumas vezes e por fim começou. - Na virada do ano o Theo foi lá pra casa pra eu não passar a virada do ano sozinho. Nós dormimos e de madrugada eu acordei com um barulho estranho, então decidi ver o que era, e era meu pai. Ele estava com um homem, o cara careca que invadiu a casa de vocês e que ele chamou de... Como era? Blan...

- Blanchard. - Archie lembrou.

- Isso! Eles estavam falando sobre mim, sobre me usar pra atrair vocês, principalmente você, Blake. Eu não consegui ouvir tudo, na verdade não quis, apenas fugi com o Theo e fomos pra casa dele. Nós achamos que estava tudo bem, até porque ele mora quase em outra cidade e meu pai não conhece ele, mas estávamos errados.

- O que aconteceu? - Pietro estava ficando ansioso, mas com certeza ele não era o único.

- Um dia nós voltamos pra casa e notamos que tinha algo errado. Tinham três carros na porta dele. Quando entramos os pais deles estavam algemados no chão, e esse homem e meu pai estavam lá. Eles disseram que se não fôssemos com eles os pais do Theo seriam presos e torturados, e quando perguntei o motivo Blanchard apenas me disse que "é tudo questão de poder".

- Isso é inadmissível! - O ômega ralhou.

- Como vocês vieram parar aqui, amor? - O beta estava ainda mais preocupado aquela altura.

- Nós fugimos. Tivemos que fugir. Nós fugimos até aqui, mas ficamos com medo de falar com qualquer um, então decidimos tentar encontrar vocês sozinhos. Por um longo tempo fomos perseguidos, mas conseguimos despistar eles. Quando estávamos na floresta a nevasca começou do nada, e essa é a última coisa que eu me lembro. - Finalizou.

- O seu pai está envolvido com tudo isso? - Owena perguntou atônita.

- Pelo visto si...

- E como podemos saber que isso não é um plano? Como podemos saber que você não está infiltrado aqui? - Pietro rosnou e partiu pra cima do loiro, porém foi impedido por Blake.

- Eu nunca faria nada pra prejudicar nenhum de vocês! Eu nunca faria nada pra machucar o Blake! - Rosnou de volta, mesmo estando fraco.

- Pietro, se controla! O Nick não está junto com o pai dele!

- E como você pode saber, Blake?

- Eu simplesmente sei! Eu acredito nele! - Ralhou.

- Nós também acreditamos neles dois, então vá com calma, bonitão. - A de cabelos acinzentados puxou o garoto para longe, mesmo sob seus protestos.

- Meu pai é um cão do governo. Ele faz os trabalhos sujos apenas por status e um suposto poder. Ele é um cretino, um grande filho da puta, nunca foi um pai de verdade e se depender de mim ele vai morrer da forma mais dolorosa possível! Ele nunca me considerou um filho, nunca me tratou bem. Eu nunca estive ao lado dele e não seria agora que eu ficaria! - Nicholas falou. O nojo que ele sentia de Levi era nítido. - Eu precisava chegar até vocês, precisava avisar que eles ainda estão os caçando e estão indo atrás de todos que tem algum tipo de ligação com os Tomlinson-Styles!

- Que bom que você veio até mim... Quer dizer... Até nós... - O mais novo ficou vermelho, mas seu sorriso não parava de aumentar, ainda mais quando o alfa o abraçou pela cintura, o puxando para mais perto e só então se acalmando.

- Eu também fico feliz de ter vindo até você. - Também sorriu e beijou a testa do menor, o abraçando em seguida.

- Vocês são tão gays! - Uma voz suave ressoou, chamando a atenção de todos para o pequeno garoto sentado ao lado da lareira.

- AH, VOCÊ ACORDOU! - A ômega gritou e logo correu, se jogando ao lado do cacheado e o abraçando.

- Owe... Deva... Devagar... - Pediu quase sem ar.

- Desculpa, desculpa, desculpa...

- Hey, mocinhos! Vocês querem comer? - Susan voltou para a sala de jantar com uma panela enorme de sopa.

- Sim, por favor! - Ambos responderam com os olhos brilhando, e na hora sua barrigas roncaram. Os meninos riram, mas não estavam nem um pouco surpresos.

Ao menos ambos estavam bem!