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História Luxury Boy - Pression


Escrita por: Kimsakis

Notas do Autor


Annyeong

Olha eu aqui em pleno domingão com mais um capitulo.

O que vocês estão achando da estória do kook? Tá já li e respondi os cometários mas gostaria de saber o que estão achando de saber dela.

Já li as teorias sobre o tal agiota e já tenho o capitulo em que ele vai aparecer escrito então quero mesmo é saber sobre o kook.

Estão ansiosas pela volta do Tae? nos próximos capitulos prometo que ele vai aparacer só não sei se é lá em Busan.

Bom o caso do Tae com o Jungkook ainda vai enrolar um pouco, eles ainda não vão ficar juntos.

O kook vai ser oferecido a outro cliente? Sim vai.

Bom chega de dar spoiler e vamos ao capitulo de hoje.

Boa Leitura

Capítulo 17 - Pression


Fanfic / Fanfiction Luxury Boy - Pression

Pressão: ato ou efeito de pressionar, comprimir, apertar.

 

 

 

A voz dele ao celular e o aviso de que fui achado me faz perceber que o perigo voltou. Estou paralisado e o homem me pega pelo pulso e me levando até o carro. O carro velho com cheiro de cigarro e algumas latas de cerveja no banco arranca rápido. Estou calado e com medo. Não sei aonde ele vai me levar, mas sei que não será em um lugar agradável.

A noite fria me faz tremer e o homem me olha rindo de canto enquanto divide a atenção entre a estrada de terra e meu corpo. Levamos um tempo até chegar a um galpão no meio do nada. Desço sendo puxado pelo braço entrando no local onde o outro me esperava. Sento em uma cadeira de frente para uma lâmpada que me cega pela luz forte como se fosse um bandido pronto para ser interrogado.

 

      − Então nos encontramos novamente Jungkook – escuto a voz do agiota me indagando – ou será que você achou que conseguiria fugir de mim?

 

      − Eu não fugi eu – sou bruscamente interrompido por um tapa no rosto.

 

      − Agora você está me chamando de burro? Acredita realmente que eu não sei que você aproveitou a situação para fugir de mim... ah Jungkook não subestime  a minha inteligência.

 

 

Recebo outro tapa que faz minha boca sangrar. Passo a mão nos lábios e limpo o liquido escarlate que escorre em um pequeno filete no canto da boca e sorrio. Meu sorriso é de desespero por ter sido achado e provavelmente estar correndo risco de morrer. Eles conversam entre si e de repente sinto uma batida forte em minha nuca e desmaio.

 

 

 

 

Abro os olhos após sentir a água gelada bater em meu rosto. Assustado e sem lembrar onde estou eu olho para frente vendo o homem que me trouxe até aqui agachado a minha frente dando leves batidas em meu rosto.

 

      − Anda, acorda, ei acorda.

 

 

Arregalo os olhos e me arrasto para longe dele o que é inútil por que estou com uma corrente presa ao meu tornozelo impedindo de me afastar da cadeira. Ela é fixa ao chão por grandes parafusos e a corrente me segura fazendo meu corpo parar. Eu olho para ele que segura um terno nas mãos e me levanta fazendo com que eu sente na cadeira.

 

      − Olha se eu fosse você seria um bom rapaz e colaboraria para que tudo isso acabe logo.

 

Ele me estende o terno e eu pego sem entender o que tenho que fazer. O homem manda que eu vá até o banheiro, tome um banho e depois vista o terno. Ele retira a corrente do meu tornozelo me deixando livre para cumprir sua ordem.

 

      − Eu vejo que você é jovem e parece ser uma boa pessoa, desculpe pela batida na cabeça, faça o que ele manda e fique vivo – ele fala sério – seja rápido que temos horários a cumprir.

 

Levanto e vou até onde ele me indicou, entro na pequena peça e ligo um chuveiro que tem ali. Tomo uma ducha rápida e me seco em uma toalha que estava atrás da porta. Coloco o tal terno preto com uma camisa branca. Saio dali e ele me alcança um par de sapatos pretos e um par de meias também pretas. Coloco tudo e ele me leva até o carro.

Desta vez estamos em uma limusine preta e vou no banco de trás. Paramos em frente a uma pequena capela e o homem sai do carro indo até a porta ao meu lado a abrindo. Eu olho para ele ainda sem entender e o mesmo faz um sinal com a cabeça para que eu saia. Obedeço e saio ficando de frente a escadaria da capela.

O lugar parece bonito e tem flores na porta. Caminhamos até a lateral onde uma enorme porta esta semiaberta. Ele empurra a porta a fazendo abrir e entramos. Ali tem uma pequena sala onde eu sento e escuto uma movimentação vinda da porta contígua. Sons de vozes femininas me fazem pensar onde estarei e por que.

O homem fica parado na porta como se fosse um cão de guarda e não me perde de vista um segundo que seja. Eu olho ao redor e vejo os vitrais onde anjos tocam clarins e voam pelo céu. A porta se abre e entra uma jovem com longos cabelos castanhos, um vestido branco e um buquê de lírios em suas trêmulas mãos. Eu arregalo os olhos e a moça para de andar olhando sem graça para mim. Levanto e ficamos frente a frente nos encarando um pouco envergonhados até que o homem que me vigia sai dizendo que é para nós dois nos conhecermos, pois dentro de alguns minutos alguém virá nos buscar.

 

Não consigo falar nada apenas fico olhando a moça de pele clara como a neve que me fita sorrindo e enrolando as mãos insistentemente no laço que prende as flores.

 

      − Olá – ela diz em tom baixo e com a voz meiga – meu nome é Sun Joo.

 

 

Eu escuto seu nome e continuo sem falar nada. As palavras parecem não querer sair da minha boca.

 

      − E... Eu fui informada que você será meu marido e. - ela para e me olha chegando mais perto – você não fala?

 

      − Des... desculpe eu falo sim. Prazer meu nome é Jungkook.

 

      − Oh ainda bem pensei que além de casar com um completo desconhecido teria que aprender a linguagem dos sinais – ela ri levemente cobrindo a boca com a mão.

 

      − Desculpe novamente, mas você poderia repetir o que disse?

 

      − O que eu disse? Sobre o que?

 

      − Você disse que vamos nos... casar?

 

      − Sim você não sabia?

 

      − Não.

 

Ela me olha com ar de espanto e senta na namoradeira que está atrás dela largando o buquê ao seu lado.

 

      − Mas meu irmão disse que você queria casar comigo, que era de uma família nobre de Seul e que – eu a interrompo.

 

      − Me perdoe, mas seu irmão mentiu.

 

      − Que? Por quê?

 

      − Eu não pretendo me casar, não me leve a mal não é nada com você é que... – o homem volta e nos avisa que temos mais cinco minutos para que o padre termine os preparativos e que o irmão dela já está chegando. Ele sai novamente.

 

Ela me olha sem entender o que está acontecendo. O sorriso da menina desaparece e eu fico sem jeito de falar para ela o porquê desse casamento.

 

      − Eu sei que não nos conhecemos, mas meu irmão disse que você já tinha me visto há anos atrás e que mesmo longe ainda é muito apaixonado por mim então aceitei casar com você mesmo não tendo se quer conversado com você.

 

      − Sun Joo, é esse seu nome não é?! Peço-lhe desculpas, mas seu irmão está enganado. Acredito que deva ter um jovem por ai que é apaixonado por você só que não sou eu. Eu conheci seu irmão há alguns anos atrás em Seul por causa de meus pais, mas eles não eram pessoas poderosas ou de muito dinheiro bem pelo contrário – suspiro fundo – eles eram pessoas pobres e com problemas sérios então seu irmão emprestou dinheiro a eles.

 

      − Não me diga isso, por favor. Meu irmão não trabalha com dinheiro ele é dono de um açougue e de casas noturnas. Por que você está mentindo?

 

      − Sun Joo, por favor, me escute, daqui a pouco eles virão nos buscar e estaremos em uma união que nenhum de nós deseja. Eu estou sendo forçado a casar com você. Meus pais tinham uma dívida com seu irmão e morreram em um acidente – achei melhor não falar a verdade - então eu fiquei com a dívida.  -ela me olha um pouco assustada - me desculpe te contar essas coisas assim tão rápido, mas é preciso. Seu irmão quer que eu case com você para quitar a divida deles o que não será possível por que eu sou gay.

 

 

A menina arregala os olhos e fica com a boca semiaberta deixando uma lágrima escorrer pelo rosto. Eu nem sei como consegui falar essas coisas para ela, acho que foi o desespero de me imaginar casando com uma pessoa que nunca vi e que não amo. A ideia de passar o resto de minha vida preso a alguém por um compromisso que não assumi me deixou corajoso o suficiente para assumir uma coisa que nem mesmo para o meu reflexo no espelho eu confessava: sou gay.

 

A menina a minha frente começa a chorar e passa a mão no rosto borrando a maquiagem. Suas lágrimas escorrem grossas pelo rosto branco e ela parece entrar em um surto rasgando o véu que cobre seus cabelos. O choro dela antes abafado agora ecoa pela sala deixando que os soluços ultrapassem as paredes. A porta é aberta e as mulheres que estavam com ela antes entram a acudindo e segurando seu corpo que mole quase cai ao chão.

 

O homem que me trouxe entra também e senta a moça na namoradeira mandando que alguém traga um copo de água para ela. As mulheres correm de um lado para outro tentando acalmá-la o que é em vão. A moça chora e arranca pedaços das flores que formavam o buquê o despedaçando em segundos. Eu nada faço por que estou sem reação diante dela. Escuto a voz do agiota se aproximar e aos gritos ele entra na pequena sala vendo a irmã desconsolada.

A menina corre para os braços dele e chorando pede que a tirem dali. Ele me olha e vejo a fúria em seus olhos. O homem chama as mulheres indo com elas e a irmã para fora. Eu fico ali dentro com o outro esperando que o meu algoz volte. Em poucos minutos ele volta e com o olhar em chamas me pega pela garganta dizendo que minha dívida com ele só acabará no meu tumulo. Minha saliva custa a descer em minha garganta onde o ar começa a faltar pelo aperto da mão do outro.

 

      − Como você pôde dizer isso a ela – ele diz gritando enquanto aperta mais a mão em minha garganta.

 

      − E... eu não disse nada que nã...não fosse verdade.

 

      − Você teve a capacidade de mentir para minha irmã dizendo que é gay só para não casar com ela?

 

      − E... eu não menti, eu... Sou gay. Eu já ti... tinha te dito isso há anos atrás – falo gaguejando e segurando seu braço tentando fazer com que ele solte minha garganta que já dói.

     

O homem me joga longe e caminha passando as mãos nos cabelos bufando a cada passo. Passo a mão na garganta e tusso um pouco buscando o ar que quase faltou. Fico sentado no chão pensando no que ele vai faze comigo agora que não terá mais casamento. O outro fala com ele em um canto da sala e ambos me olham. Eles saem da sala com o homem que me trouxe fazendo gestos como se não concordasse com algo. Segundos depois ele volta e me levanta do chão.

 

      − Eu disse que era pra você colaborar, agora acho que deve começar a rezar.

 

Ele me leva dali e entramos no carro onde o outro está sentado no banco da frente. Seguimos para a velha estrada de areia e chegamos ao galpão de volta. Meu coração pressente que minha vida está por um tênue fio. Sou tirado do carro e vejo que tem mais três homens ali. Entramos e o agiota fala com eles dando ordens. Ele e o homem que me carregou de um lado para outro saem me deixando com os outros três. Eles vêm na minha direção e fazem uma espécie de circulo a minha volta e começam a falar comigo.

 

      − Então quer dizer que você é gay... você tem certeza disso? Por que nós adoramos foder o cú de um gay.

 

Eu olho para eles já sabendo o meu destino. Fecho meus olhos e sinto a primeira batida. Um soco em meu rosto me faz cair. Logo em seguida recebo um chute no estômago e mais um nas costas. Sinto o gosto de sangue na boca e os golpes deles pelo corpo todo. Apanho muito. Socos, pontapés e coronhadas são distribuídos pelo meu corpo e cabeça. Eu acabo desmaiando.

 

 

 

 

 

 

 

 

Acordo mal conseguindo abrir meus olhos. Vejo Jimin dormindo em uma cadeira ao lado da cama e o chamo.  Meu corpo dói.

 

      − Jeongguk graças a deus você acordou.

 

      − Minie, onde eu estou?

 

      − Você está no hospital, eu te achei na porta de casa todo machucado e quase morto – ele chora ao falar – te trouxe para cá e estou esperando você acordar a cinco dias.

 

 

Eu olho em volta e vejo o quarto branco. As cortinas em tom verde claro e o soro em meu braço que pinga lentamente. Olho em volta mais uma vez e vejo aparelhos ligados ao meu peito onde o sinal dos meus batimentos cardíacos é monitorado e volto meu olhar para o rapaz que deixa as lágrimas escorrerem em sinal de alivio.

 

      − Quem fez isso com você? A polícia já veio aqui algumas vezes e pediu para que assim que você acordasse – eu o interrompo.

 

      − Não quero a polícia metida nisso.

 

      − Que? Como assim? Você quase morreu como não quer a policia nisso?

 

      − Por favor, Minie, eu tenho meus motivos.

 

      − Jeongguk olha pra mim – ele fala virando meu rosto na direção de seus olhos – você não ‘tá metido em coisa ruim não é?

 

      − Se coisa ruim significa drogas não, eu não estou metido com isso.

 

 

Jimin solta um arfar de alivio e senta ao meu lado novamente. Ele segura minha mão machucada e alisa meus dedos. Conversamos um pouco e o médico entra para me ver. Ele me examina e diz que estou melhorando rápido e que dentro de mais uma semana e mais alguns exames poderei ser liberado. Eu assinto e Jimin sorri. O pequeno ficou comigo todos esses dias sem ir trabalhar, ele disse que falou que um primo tinha sofrido um acidente sério e como ele é sua única família precisava cuidar do rapaz. Eu sorri e o agradeci.

 

Todos os dias o médico vem me ver e eu faço algum exame. Raios-x, tomografia, exame de sangue. Sempre tenho que verificar algo e como Jimin falou do problema de saúde de minha mãe para o médico ele de imediato verificou tudo e nos tranquilizou dizendo que eu sou sadio. Fora as contusões e ossos quebrados eu não tenho problemas de saúde. Ele brinca dizendo que se eu quiser posso até ser doador de órgãos, sangue e medula.

 

 

Faz 10 dias que estou no hospital. Jimin voltou a trabalhar e se divide entre a boate e me visitar aqui. Hoje refiz todos os meus exames e o médico veio nos dizer que estarei liberado dentro de 24 ou 48 horas. Jimin sorri e diz que não aguenta mais estar sozinho em casa e que vamos fazer uma festa para comemorar a minha volta. Nós rimos e o médico pede para que a gente espere pelo menos uma semana para voltar às festas. Eu assinto e ele sai deixando nós dois sozinhos. Jimin deita na cama ao meu lado e me abraça.

 

      − Ai que susto você me deu seu safado – ele bate em minha barriga – achei que iria te perder.

 

      − Você não conhece o ditado que vaso ruim não quebra?

 

Rimos.

 

 

Finalmente o dia de ir para casa chega e eu estou sentado na cadeira de rodas na porta do hospital com um Jimin todo preocupado com uma lista de remédios na mão e a conta na outra.

 

 

      − Eu prometo que assim que eu conseguir outro emprego eu te pago Minie.

 

      − Ai e quem disse que eu quero pagamento? Deixa de se chato Jeongguk.

 

 

Ele empurra a cadeira até a porta de um táxi e me ajuda a entrar. Faz a volta correndo e entra sentando ao meu lado. Estamos indo para casa.

Ao entrar no lugar vejo uns cartazes de boas vindas e algumas flores na mesinha de centro. Jimin me ajuda a entrar e faz com que eu sente no sofá me trazendo um copo grande de suco de laranja. Eu tomo alguns remédios para dor por que as costelas ainda incomodam e demoram mais a curar. O pequeno está feliz e diz que vai buscar algumas frutas que encomendou e algo a mais para fazer um jantar especial para comemorar minha volta. Ele pega a carteira e sai deixando a porta sem trancar.

Eu recosto minha cabeça no sofá e ligo a televisão. Vejo um canal e outro em busca de algum programa interessante. Olho em volta admirando as flores que está na mesinha e vejo um cartão. Estico-me e pego o pequeno papel abrindo o envelope e lendo as palavras escritas com uma caneta preta.

 

 

      Espero que tenha se recuperado bem, temos que terminar nossa conversa.

 

 

Eu arregalo os olhos e largo o cartão na mesinha pensando em quem poderia ter me mandado aquilo. A campainha toca e eu viro para trás ouvindo o som da maçaneta girar. A porta abre lentamente revelando o homem alto que me fita entrando até a sala.

 

      − O que você quer aqui?

 

      − Eu vim trazer um recado.

 

      − Que recado?

 

      − Meu sócio quer te ver e disse que tem outra oferta para te fazer.

 

      − Não estou interessado.

 

      − Desculpe, mas você não tem escolha. Ele sabe onde seu amigo trabalha e então...

 

      − Você não esta vendo que eu acabei de chegar do hospital? Aliás, hospital esse que você me colocou.

 

      − Ele não quer te ver hoje e sim ele sabe que você saiu do hospital. Esteja certo que ele sabe de tudo.

 

Eu assinto e combinamos de nos encontrar em um bar aqui perto dentro de alguns dias. Jimin vai viajar com um cliente e então eu poderei sair sem que levante suspeita. O homem concorda e sai. Eu olho novamente para as flores e pego o cartão lendo de novo. O amasso e jogo dentro de um cinzeiro que tem na mesinha. Recosto minha cabeça para trás e fecho os olhos.  

 

 

 

 

Passada uma semana Jimin viaja conforme tinha me dito. Antes de sair me deixou mil recomendações e disse que tem comida congelada no freezer, prometeu que ficará fora só dois dias.

Eu estou arrumado e com uma bengala vou até o bar onde encontro os dois homens. Eles estavam em uma mesa de canto me esperando e bebendo uma garrafa de vinho. Eu sento na frente deles e começamos a conversar.

 

      − Bom Jungkook vou ser direto – diz o agiota – eu tenho uma proposta para te fazer.

 

      − Proposta? Por quê?

 

      − Você ainda me deve o dinheiro de seus pais e depois desses anos a divida aumentou muito. Sabe como é os juros estão altos – ele fala e sorri de lado – então como você não vai se casar com a minha irmã eu encontrei outra forma de você pagar o que deve.

 

      − Não tenho interesse e não vou pagar nada. Essa dívida que você fala não é minha e se eu quiser posso te denunciar ou você não sabe que agiotagem é crime?

 

Ele me olha bravo e soca a mesa.

 

      − Você não esta entendendo Jungkook, você não tem escolha. Agora que você disse para minha irmã que é gay e terminou o casamento só lhe restam duas opções: a minha proposta ou o cemitério.

 

Eu sinto um frio percorrer minha coluna e sei que esse desgraçado pode acabar comigo num piscar de olhos. Sou muito jovem e ainda tenho esperança de encontrar alguém que me ame, me proteja e até quem sabe que case comigo então resolvo ouvir a proposta dele.

 

      − Ok, pode falar.

 

      − Eu tenho alguns clubes de strip-tease e de serviços V.I.P , então quero que você trabalhe para mim em um clube onde os meninos são – ele para e bebe um gole da taça – como dizer... contratados para serviços íntimos. Você será um Luxury Boy.

 

      − Você está querendo que eu me prostitua é isso.

 

      − Se você vê dessa maneira, sim eu quero isso.

 

      − Nem morto, ou melhor, só morto.

 

      − Você que sabe, mas o seu amiguinho é um desses meninos não é...

 

Eu arregalo os olhos e lembro que Jimin trabalha em uma boate como garoto de programa. O arrepio volta e eu penso que seria muita coincidência se ele trabalhar na mesma boate que esses dois são sócios.

 

      − Como você sabe?

 

      − Ora Jungkook Busan não é uma cidade tão grande, quantas boates deste tipo você acha que tem por aqui?

 

      − Mesmo assim, como você sabe? Ele poderia trabalhar em qualquer lugar. Quem te contou?

 

      − Eu sei por que é pra nós que ele trabalha.

 

 

Jimin nunca me disse o nome da boate e nem como conseguiu esse emprego. Eu fico calado pensando.

 

      − Acho bom você aceitar até por que você não tem outra escolha agora que admitiu ser gay. O valor que você me deve não significa mais nada na verdade eu quero que você me pague simplesmente usando seu corpo. E também temos seu amigo, ele trabalha para nós o que facilita bastante dele sofrer digamos... Um acidente?

 

 

Fico com raiva ao ouvi-lo ameaçar Jimin.

 

      − Não sei, quero pensar.

 

      − Pode ser. Vamos te dar dois dias para pensar e voltaremos a conversar.

 

      − Dois dias? Mas é pouco tempo.

     

      − Dois dias e nada mais. Ou você aceita ou vai parar no cemitério e leva seu amigo junto. Acho que já percebeu que podemos fazer isso. – ele fala se referindo ao fato de quase terem me matado com a surra.

 

      − Mas é uma decisão muito difícil. Eu admito que sou gay só que nunca estive com ninguém então...

 

      − Você está me dizendo que é virgem?

 

 

Eu coro e assinto. Os dois riem alto e voltam a se concentrar na conversa.

 

      − Ótimo. Se você é virgem será melhor ainda, tem muitos homens que dariam a conta bancaria inteira para poder ter uma noite com um virgem e com esse corpo que você tem será fácil achar quem te queira.

 

 

Eu saio dali quase em transe pensando como vou me livrar disso. Minha cabeça gira sem saber o que pensar. Se eu não aceitar eles podem me matar e fazer a mesma coisa com Jimin. Se eu aceitar vou estar me vendendo para pagar aquele safado. Volto para casa e deito no sofá vendo a sala girar. Fico imaginando um monte de velhos tarados querendo me comprar. Sempre imaginei que a minha primeira vez seria com alguém que eu amasse, seria muito romântica e provavelmente seria com o cara que eu iria casar.

Agora estou entre meu cu morto e meu cu vendido. Não sei o que fazer.

 

 

 

 

 

Os dias passam e Jimin volta da tal viagem cheio de presentes caros. Ele me conta como foi e o que fez. Disse que seu cliente é um rico homem de negócios e que ele pediu para que tirasse a máscara que é obrigado a usar. Jimin negou por que sabe das consequências de ser visto pelo cliente. Nunca entendi essa regra de onde ele trabalha, mas também nunca questionei.

O rapaz parece não se importar com o que faz e sempre me conta empolgado sobre suas aventuras e sobre os presentes que às vezes ganha.

Olho para ele e tento contar o que está acontecendo, mas perco a coragem. Ele pergunta o que tenho por que estou estranho e eu nego dizendo que só estou preocupado em conseguir um emprego.

 

 

      − Minie e se eu fosse trabalhar com você na boate?

 

      − Não Jungkook, lá não é lugar para você.

 

      − Mas por quê? Se você pode por que eu não posso?

 

      − Jungkook eu gosto do que faço e você é muito romântico pra isso. Você sonha em encontrar o príncipe encantado e casar. Você sonha com amor e eu não.

 

      − Vai me dizer que nunca se apaixonou Minie?

 

      − Já e foi a pior coisa que pude fazer. Hoje prefiro me apaixonar pelas coisas caras que o dinheiro desses caras pode me proporcionar e pelas viagens em que eles me levam.

 

      − Mas você fica trancado em um quarto de hotel só fazendo sexo e usando uma máscara ridicula. Nem o rosto deles você conhece. Se conhecesse um pelo menos tenho certeza que mudaria de ideia.

 

      − Eu sei disso, mas todo trabalho tem seu lado bom e seu lado ruim. O meu ruim é ficar nos hotéis sem passear pelas cidades que sou levado. O bom é que o dinheiro compensa isso.

 

 

Ele sai me deixando sozinho e diz que vai tomar banho por que está cansado. Eu fico pensando e vejo o quanto esse trabalho trás dinheiro para dentro de casa. Quem sabe Jimin tem razão e o que ele ganha vale mais do que sonhar com um príncipe que se eu recusar esse emprego provavelmente nunca vá conhecer.

Jantamos quase calados e Jimin lava a louça. Ele diz que vai dormir por que no dia seguinte tem compromissos. Na verdade acho que nossa conversa o deixou abalado, sempre que eu pergunto se ele já se apaixonou um dia ele fica assim. Eu termino de ver um programa e vou deitar também aproveitando o silencio de meu quarto para pensar mais um pouco no que vou fazer.

 

 

 

 

O dia amanhece e Jimin sai para comprar roupas. Eu não quis ir junto por que estou com um pouco de dor nas costelas. Vou para a cozinha fazer meu café quando a campainha toca. Volto até a porta e abro. O homem alto está parado ali e eu o faço entrar.

 

 

      − O que você quer aqui há essa hora. Meu amigo acabou de sair.

 

      − Eu sei, fiquei esperando que ele saísse e vim falar com você. Queremos uma resposta.

 

Eu fico olhando para ele que fala sério.

 

 

      − E então Jungkook já tomou sua decisão? Vai trabalhar para nós ou prefere...

 

 

      − Sim, eu vou.


Notas Finais


É pra quem achou que o kook iria virar um Luxury Boy por causa da dívida ai está.

Não foi por causa da dívida, na verdade foi pela amizade com o Jimin que foi ameaçado pelos homens, donos da boate.

E agora o kook ta como cu na mão por que como ele vai contar pro Jimin sem deixar ele saber o real motivo disso.

Até o próximo capitulo galera e pra quem assiste Dorama como eu já vai criando aquela imagem na cabeça da próxima cena kkkkkk


Kisses


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