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História Luz, câmera, ação: "On the Tale"! - Doze


Escrita por: Hiranut777

Notas do Autor


Não deixem de ler as notas finais! Tem um recadinho importante pra vocês ali! :)

Capítulo 13 - Doze


Fanfic / Fanfiction Luz, câmera, ação: "On the Tale"! - Doze

Toriel voltara para casa durante a madrugada, e quando Frisk e Sans acordaram ela ainda dormia. “Vamos deixá-la descansar”, dissera Frisk em voz baixa: deixou a mesa posta para que sua mãe tomasse um bom café da manhã quando acordasse e saiu com Sans, era um sábado frio porém ensolarado e agradável.

“Heh, que tal um café da manhã no Grillby's? Ele faz panquecas também, pelo que eu saiba”, sugerira Sans; os dois haviam saído em jejum, não só para se certificar de que não acordariam Toriel que tinha o sono leve, como também porque já era um pouco tarde, mais próximo do horário de almoço.

“Ótima idéia” - concordou Frisk caminhando despreocupadamente ao lado do esqueleto e se dirigindo à área comercial.

Não estavam caminhando nem por dez minutos, quando ao dobrarem uma esquina viram duas figuras conhecidas, usando trajes estranhos e encolhidas cada qual atrás de um poste na calçada.

“Undyne! Alphys!” - exclamou Frisk sorridente, ao reconhecer as figuras. As duas se viraram imediatamente com expressões assustadas em seus rostos e sibilaram um furioso “Shhh!” para a humana, levando o dedo indicador aos lábios. Sans e Frisk se entreolharam confusos e se aproximaram das duas, tentando se manter escondidos atrás do poste.

“Vocês estão espionando alguém”, afirmou Sans em voz baixa e abrindo um sorriso como se aquilo fosse óbvio, ao que Frisk soltou um confuso “Quê?!” e Undyne e Alphys simplesmente assentiram para o esqueleto. A guerreira usava um boné e havia prendido seu longo cabelo num coque; vestia uma blusa de mangas longas, calças jeans, tênis e cachecol, de modo que sua pele azulada e cheia de escamas ficasse completamente oculta; uma grande mochila de viagem em suas costas completava o visual. Alphys, por sua vez, usava um longo vestido de inverno que lhe cobria até os pés, bolero e um par de luvas de frio, além de uma boina; seu rosto e sua cauda robusta estavam quase invisíveis.

“E quem é a vítima?”, indagou Frisk entendendo melhor a situação. Em resposta, Alphys apenas gesticulou com a cabeça e a humana sutilmente olhou para a rua, esgueirando-se silenciosamente atrás do poste por alguns segundos: um esqueleto alto, de botas e luvas avermelhadas e um cachecol que se assemelhava a uma capa heróica, e uma humana de cabelos curtos e quase tão alta quanto ele, caminhavam lado a lado, conversando algo que não era possível de se escutar àquela distância. Sem dúvidas tratava-se de Papyrus e Aiko.

“Eles estão num encontro”, explicou Undyne quase num sussurro. “Mas você conhece o Papyrus, ele é tão… Papyrus. Me preocupo com ele, e qualquer coisinha errada que a Aiko fizer e machucá-lo, encho ela de porrada”, completou com um sorriso meigo e ao mesmo tempo ameaçador.

“E-eu estou stalkeando só pelo ship, mesmo”, disse Alphys sincera e corando um pouco. “Querem vir junto com a gente?”, indagou por fim.

Frisk encarou Sans: seu olhar era pensativo, contudo sorria marotamente como se antevisse uma ótima piada. “Vai ser divertido. Além disso, quero ver como o meu irmão se sai nessa” - murmurou o esqueleto. “E você, Pivete?”, indagou já sabendo a resposta.

“Estou dentro” - respondeu Frisk sem hesitar.

“Fuhuhuhu! Legal”, disse Undyne abrindo a mochila que trazia em suas costas e retirando algumas peças de vestuário dali. “Mas vocês também precisam se disfarçar, e rápido”.

Frisk recebeu um pulôver, um lenço para o pescoço e um par de óculos escuros. Sans ganhou apenas um boné. “Não sobrou muita coisa pra você, cara”, dissera Undyne como quem pede desculpas. “Nah, dou um jeito” - respondeu Sans, colocando o capuz de sua blusa por cima do boné.

Assim que todos haviam vestido seus disfarces, voltaram a seguir seus alvos: caminhavam silenciosamente, às vezes se escondendo atrás de postes, arbustos e muretas. Em dado momento, quando Aiko inexplicavelmente olhou para trás bem no instante em que os quatro espiões estavam atravessando a rua, Sans imediatamente teleportou-os alguns metros para trás e conseguiram passar despercebidos.

“Sei que soa bizarro, mas... sinto que estamos sendo seguidos”, comentou Aiko em sua caminhada com o esqueleto.

“ISSO É NATURAL! É PORQUE VOCÊ ESTÁ COMIGO!”, respondeu Papyrus sorridente como sempre. “O GRANDE PAPYRUS TEM MUITOS SEGUIDORES, PRINCIPALMENTE NA INTERNET! NYEH HEH HEH!”

“É, acho que eu não deveria me preocupar” - disse Aiko sorrindo também. “Queria te levar para almoçar num lugar especial, é o meu restaurante preferido e acho que você vai gostar bastante...”

“ELES SERVEM SPAGHETTI??”, indagou o esqueleto dando pulinhos de empolgação e instintivamente segurando as mãos da humana.

“Não… na verdade, é um restaurante japonês”, ela murmurou corando um pouco com a aproximação súbita. “Tudo bem?”

“HMMM...”, fez Papyrus coçando o queixo e com um olhar reflexivo. “ACHO QUE EU NUNCA FUI NUM RESTAURANTE JAPONÊS!”

“Sério?”, exclamou Aiko visivelmente surpresa. “Mais um motivo para você ir” - insistiu, dando uma piscadinha.

“ENTÃO OK! O GRANDE PAPYRUS VAI ABRIR UMA EXCEÇÃO DESTA VEZ!”, disse o esqueleto por fim.

“Será que esse lugar fica longe?”, perguntou Alphys baixinho agachada atrás de um arbusto com os demais. A cientista não estava muito acostumada com exercícios físicos, e andar daquele jeito, sempre atento para não provocar nenhum ruído e um pouco abaixada para se esconder atrás dos objetos mais improváveis estava cansando-a.

“Não sabia que perseguir pessoas era tão difícil”, comentou Frisk ainda tensa só de lembrar o momento em que eles quase haviam sido descobertos.

“Acho que eu sei onde fica esse restaurante que a Aiko mencionou, ele é bem famoso. Eu poderia teleportar todos nós para lá, conheço um atalho” - murmurou Sans com as mãos enfiadas nos bolsos do casaco.

“Você tem certeza disso?”, indagou Undyne meio desconfiada.

“Bom, tenho várias estandes de cachorro-quente espalhadas por aí”, respondeu Sans abrindo um sorriso enigmático. “Conheço mais lugares do que você imagina”.

Frisk, Alphys e Undyne acabaram aceitando a idéia de Sans; todos se deram as mãos e no instante seguinte já estavam em frente a um estabelecimento de fachada simples e elegante, onde se lia “Fuji” em letras prateadas. Obviamente, eles haviam chegado antes de Papyrus e Aiko e precisaram aguardá-los, encolhidos desconfortavelmente atrás de um caminhão estacionado ali perto; contudo não demorou muito para perceberem que eles se aproximavam, afinal Papyrus tinha o costume de falar alto.

Assim que o esqueleto e a humana adentraram no restaurante, o pequeno grupo esperou alguns minutos e entrou em seguida; escolheram uma mesa próxima ao do casal e de costas para eles. Uma decisão arriscada, porém que lhes permitiria escutar a conversa entre os dois; um garçom se aproximou da mesa deles para anotar os pedidos:

“HUMANA, VOU DEIXAR VOCÊ ESCOLHER O PRATO!”, exclamou Papyrus após dar uma olhada rápida pelo cardápio e simplesmente lhe lançar um olhar meio desorientado.

“Tudo bem”, respondeu Aiko. E disse, dirigindo-se para o garçom: “O de sempre, por favor”. Os dois aproveitaram para pedir também as bebidas, e tão logo o garçom se distanciou da mesa, começaram a conversar. O esqueleto tirou do bolso um pequeno livro, onde se lia 'Manual de Encontros' em sua capa:

“O GRANDE PAPYRUS VEIO PREPARADO PARA O ENCONTRO DE HOJE!”, ele exclamou confiante enquanto folheava as primeiras páginas. “REGRA NÚMERO 2: USE UMA ROUPA PARA MOSTRAR QUE SE IMPORTA!”

“Acho que nem em todo bom encontro as pessoas precisam estar vestidas”, observou Aiko com uma risadinha astuta.

“Essa foi boa” - murmurou Frisk na mesa ao lado enquanto fingia ler atentamente o cardápio. Os demais assentiram veemente com um gesto.

“AIKO, VOCÊ ME DISSE QUE GOSTA DESSA ROUPA QUE JÁ USO TODOS OS DIAS… ENTÃO, VIM COM ELA PARA O NOSSO ENCONTRO!” - continuou Papyrus sorrindo de orelha a orelha. “E VOCÊ TAMBÉM ESTÁ USANDO ROUPAS! ACHO QUE ESTÁ TUDO DANDO CERTO POR ENQUANTO! NYEH HEH HEH!”

“Olá, posso anotar os pedidos?”, um garçom indagou com um sorriso simpático para a mesa de Frisk, Sans, Alphys e Undyne. Eles trocaram um olhar de surpresa e receio: por um momento haviam até se esquecido que não eram invisíveis às demais pessoas ali.

Para dispensar o garçom logo, cada um simplesmente pediu a primeira bebida que lhe vieram às mentes e continuaram a prestar a atenção no diálogo entre Papyrus e Aiko. O esqueleto ainda folheava o seu manual, às vezes soltando murmúrios de compreensão e lendo alguns trechos em voz alta; a humana pareceu entediada com aquilo e resolveu ser honesta:

“Olha, Papyrus… Você não precisa ficar consultando esse manual. Já te acho super descolado e fofo naturalmente” - sugeriu com um sorriso gentil.

“WOWIE! UM ELOGIO SINCERO E INESPERADO!” - exclamou Papyrus arregalando os olhos e pendendo o corpo um pouco para trás, como se tivesse recebido um golpe. “URGH… O SEU PODER DE ENCONTRO ESTÁ CRESCENDO!”, disse quase caindo da cadeira e fazendo caretas de dor. Aiko não se conteve e soltou uma gostosa gargalhada, achando tudo aquilo simplesmente hilário.

Instantes depois, um outro garçom se aproximou da mesa de ambos com o pedido e prontamente lhes foram servidos uma vasta e colorida porção de sushis. Papyrus, de olhos arregalados, fitava assombrado cada fina fatia de salmão, atum, lula e camarão cuidadosamente colocados sobre a pequena porção de arroz japonês.

“Ei, não precisa fazer cerimônia”, disse Aiko servindo-se de um pouco de shoyu num pequeno prato à parte. Ao ver que o esqueleto continuava apenas encarando a comida em silêncio, indagou: “...Papyrus?”

“Aquilo é o que parece?”, murmurava Undyne petrificada, numa mesa próxima dali. Frisk entendeu o que estava acontecendo e apenas levou as mãos à boca, trocando um olhar constrangido com Sans. Alphys apenas sussurrou um “Oh” cheio de pesar e pôs a mão delicadamente sobre os ombros de Undyne.

“HUMANA, ISSO É... PEIXE?” - questionou Papyrus com a voz trêmula. Aiko estranhou a pergunta e apenas assentiu com um murmúrio, ao que o esqueleto imediatamente levou as mãos à cabeça, horrorizado: “WOWIE! NÃO POSSO COMER ISSO!! É COMO SE... COMO SE... - seus olhos se encheram de lágrimas e Papyrus enterrou o rosto nas mãos, em prantos – UNDYNE! NÃÃO!!”

Aiko ainda se manteve estática e confusa por um momento, até que finalmente compreendeu a situação e imediatamente pediu mil desculpas a Papyrus, sinceramente arrependida da imensa gafe que cometera. Se levantou decidida, trocou algumas palavras com o garçom que Sans, Frisk, Undyne e Alphys não conseguiram ouvir e em seguida simplesmente se retirou do restaurante, acompanhada por Papyrus, que ainda soluçava.

O pequeno grupo se entreolhou em silêncio, ainda sentados à mesa e demasiadamente surpresos com o andamento das coisas. “NGAHH! Não podemos perder eles de vista! O que estamos esperando?”, exclamou Undyne de repente como se tivesse saído de um transe.

Os quatro saíram às pressas do restaurante, quase se esqueceram de pagar a conta e procuraram o casal pelas ruas, novamente se esgueirando atrás de postes, moitas ou qualquer coisa que os escondessem. “Ali!”, disse Frisk baixinho assim que conseguiu avistá-los: ambos caminhavam a passos largos, já a uma distância considerável do restaurante; Papyrus parecia ter se recuperado um pouco do choque que sofrera e um sorriso otimista lhe enfeitava a face.

“...Então, o que você quer comer?”, indagou Aiko a Papyrus. O esqueleto levou a mão ao queixo, fechou os olhos e após o que pareceu ser uma profunda reflexão, apenas exclamou “SPAGHETTI!” com olhinhos brilhantes. A humana pareceu surpresa com a simplicidade da resposta, assentiu com a cabeça e disse algo que novamente os quatro espiões amadores não puderam ouvir. Conforme seguiam o casal, entretanto, perceberam que eles estavam se afastando gradativamente da área comercial e se dirigindo ao subúrbio.

“Para onde será que estão indo?”, perguntou Alphys após um tempo, enxugando o suor que lhe escorria da testa.

“Provavelmente desistiram de ir a um outro restaurante”, disse Frisk consultando o horário rapidamente em seu celular: já eram quase três horas da tarde. “A maioria dos lugares já não serve mais almoço a essa hora”.

Os dois continuaram a caminhada durante algum tempo, até que após percorrerem uma longa ladeira pararam em frente a uma elegante casa de telhados escuros. “Reconhece este lugar?”, brincou Aiko antes de destrancar a porta e adentrar o local com Papyrus. Assim que a porta se fechou, Frisk, Sans, Alphys e Undyne saíram de trás do muro da casa vizinha e discretamente se sentaram encolhidos embaixo de uma janela – que parecia nova em folha – da casa de Aiko.

“Só espero que ela não resolva abrir essa janela”, disse Undyne refazendo o coque que se soltava aos poucos e voltando a ocultar os seus cabelos ruivos sob o boné.

“Caso isso aconteça, se segurem em mim que teleporto a gente pra algum outro lugar”, assegurou Sans dando uma piscadinha. A janela se encontrava cerrada e suas persianas estavam parcialmente fechadas, possibilitando que eles conseguissem observar o que se passava no interior da sala de estar e na metade do corredor.

“EU, O GRANDE PAPYRUS, VOU PREPARAR A MINHA ESPECIALIDADE PRA VOCÊ!”, exclamava o esqueleto empolgado e sem querer esbarrando aqui e ali nos móveis.

“Nada disso, hoje você é meu convidado” - retrucou Aiko jogando o próprio casaco no sofá e levando as mãos à cintura. “Quero que você prove do meu tempero, okay?”

“Mettaton mencionou uma vez para mim que a Aiko é formada em gastronomia”, murmurou Alphys se indagando se aquela frase da humana tivera duplo sentido e corando apenas com a possibilidade.

“Sério?... Então, por que ela está trabalhando na produção do filme?” - perguntou Frisk curiosa, ao que a cientista apenas deu de ombros, uma vez que também não sabia a resposta. “Ué, cadê eles?”, indagou de repente, ao perceber que não os via mais através da janela.

“Devem ter ido para a cozinha. Vamos!”, disse Undyne engatinhando silenciosamente como um soldado encarregado de plantar uma bomba num esconderijo inimigo. Alphys e Frisk prontamente imitaram-na; apenas Sans devido à sua baixa estatura, podia caminhar normalmente sem ser visto, apenas mantendo a cabeça abaixada. “Seu trapaceiro”, sussurrou Frisk brincalhona ao esqueleto. “Heh, sem dúvidas é um golpe baixo” - respondeu Sans abafando o riso com a mão.

Por sorte, a janela da qual se podia enxergar a cozinha se encontrava semicerrada, porém sem persianas ou cortinas que ajudassem a ocultar os intrusos, obrigando-os a tomar o dobro de cuidado e discrição. Aiko colocara um avental e arregaçava as mangas da blusa, enquanto abria a geladeira para pegar algum dos ingredientes; Papyrus insistia em querer ajudá-la e andava ansioso pela cozinha.

“HUMANA! O GRANDE PAPYRUS É EFICIENTE DEMAIS PARA FICAR SEM FAZER NADA!”, exclamou o esqueleto em tom aborrecido, enquanto Aiko picava os legumes com agilidade. “ME DEIXE TE AJUDAR EM ALGO!”

“Claro” - ela murmurou pensativa, separando a pele e a semente de alguns tomates. “Pegue aquela panela grande e funda pra mim, por favor?”, pediu indicando com o dedo a prateleira superior de um dos armários da cozinha.

O esqueleto prontamente escancarou o armário, esticou o braço e puxou da prateleira uma grande panela de ferro que se encontrava ali, sem perceber que junto com ela havia uma pequena pilha de outras panelas, um pouco menores: antes que todas elas despencassem do alto, contudo, Aiko exclamou “Cuidado!”, foi correndo em direção à Papyrus e conseguiu segurá-las a tempo. Porém, escapou-lhe apenas uma frigideira… que caiu direto em sua cabeça com uma pancada retumbante e cômica, similar à de um desenho animado.

“Ouch!”, resmungou Aiko com uma careta de dor e recolhendo a frigideira do chão, verificando se ela não havia amassado. “… Ainda bem que você não se machucou, Papyrus” - disse sorridente enquanto massageava o cocuruto dolorido. Sem pestanejar, o esqueleto depositou um beijo estalado no topo da cabeça da humana, roçando de leve em seus cabelos:

“MEU IRMÃO FAZIA ISSO COMIGO QUANDO EU ERA BEM CRIANÇA E SOFRIA ALGUM MACHUCADO!”, explicou Papyrus em seguida com seu sorriso costumeiro e com o olhar cheio de meiguice. “A DOR PASSA COMO MÁGICA, NÃO? NYEH HEH HEH!”

Aiko fitou o esqueleto fixamente e com o rosto completamente corado. Se recordou de quando o vira pela primeira vez no estúdio da MTT, junto com os demais monstros, e os achara peculiares; se recordou que Papyrus fora um dos primeiros a vir conversar com ela, numa tagarelice sem fim e desprovida de qualquer formalidade ou hesitação, e que tanto a divertira; se recordou do esqueleto invadindo a sua casa no meio da madrugada, num pedido de desculpas mais bizarro que já recebera em sua vida; se recordou do enorme contentamento que sentiu quando completou o quebra-cabeças que ele mesmo havia feito e lhe dado de presente, e por fim, se recordou da reação exagerada e hilária dele quando o beijou no camarim.

“Papyrus...” - ela disse num tom de voz mais revelador do que gostaria, e o abraçou com força. O esqueleto soltou uma exclamação de surpresa e imediatamente retribuiu o abraço, levemente ruborizado.

“WOWIE, ESTÁ TUDO BEM HUMANA??”, ele indagou sem soltá-la e não compreendendo muito bem a própria euforia que sentira ao abraçá-la. Aquilo era certamente diferente dos muitos abraços que recebia de seu irmão e de seus amigos, e por algum motivo, seu coração batia acelerado.

“E-eu acho que… que me machuquei aqui também”, balbuciou Aiko indicando as próprias bochechas e lançando ao esqueleto um olhar inocente. Sem dizer nada, Papyrus se inclinou levemente sobre o rosto da humana e prontamente lhe beijou uma vez em cada lado das bochechas, demorando-se um pouco mais no segundo beijo; o contato físico lhe era prazeroso e fazia com que um calor estranho e envolvente lhe inundasse o peito e se espalhasse para o resto do corpo.

“E ONDE MAIS?...”, indagou Papyrus sem se dar conta do quanto estava ansioso para tocar novamente aquela humana de cabelos azulados.

“Hmm, talvez… talvez aqui?”, ela murmurou em falsa hesitação e apontando para os próprios lábios. No instante seguinte beijaram-se, mais lenta e profundamente do que o primeiro beijo que haviam trocado no camarim; Aiko fechou os olhos e deixou-se levar pelas sensações, jamais havia imaginado que acabaria se apaixonando por um monstro, ainda mais de personalidade tão oposta à sua.

“AIKO, ESTOU ME SENTINDO ESTRANHO!”, disse Papyrus assim que seus lábios se descolaram. Sua respiração estava irregular, o calor inicialmente morno que sentira em seu peito agora parecia queimar e sua vontade era de…de quê, afinal? “O QUE SERÁ QUE EU TENHO??”, perguntou sinceramente confuso.

“Deve ser fome” - respondeu Aiko afastando-se de Papyrus. Ajeitou seu avental, colocou água para ferver na panela que o esqueleto havia pego para ela e separou os legumes que havia descascado e cortado previamente. Ele a encarou num misto de surpresa e confusão por uma fração de segundo, e em seguida abriu um largo sorriso:

“WOWIE, É VERDADE! ESPERO QUE O SEU SPAGHETTI FIQUE PRONTO LOGO!!”, exclamou postando-se ao lado de Aiko e verificando se ela precisava de ajuda. A humana simplesmente lhe sorriu de volta e continuou a cozinhar: ela não gostaria que as coisas avançassem tão depressa entre eles já, no primeiro encontro, principalmente pelo fato de Papyrus ser ainda mais inocente do que ela havia esperado, e achou melhor se refrear por enquanto.

Do lado de fora, próximo à janela, quatro intrusos sussurravam, tomando cuidado para não serem percebidos:

“Acho que eu nunca tinha imaginado o Papyrus beijando alguém a sério...”, murmurava Undyne de olhos arregalados. “Pois é, não parece algo natural dele… e olha que eu o beijei naquela cena do filme” disse Frisk igualmente surpresa. “Mas não posso deixar de admitir que gosto desse ship”, comentou Alphys com um suspiro romântico. Sans, que não dizia nada há algum tempo, simplesmente se levantou e caminhou em direção oposta à janela:

“Welp, sinto que já vi o suficiente”, disse abrindo um sorriso de satisfação e estendendo a mão ossuda para Frisk, Undyne e Alphys. “... Acho que o meu irmão está em boas mãos. Estou indo para o Grillby’s, vocês vêm comigo?”.


Notas Finais


IMPORTANTE: Galerinha, assim como a Frisk da nossa fanfic, estou na faculdade, e neste momento estou ABARROTADA de trabalhos e provas pra fazer/entregar. Por isso, quero avisá-los de que o próximo capítulo só vai sair no dia 22, por pura falta de tempo mesmo! :(

Obrigada pela compreensão.


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