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História Luz sobre Tormenta - Bisbilhotices em Dias Mornos


Escrita por: prudencia

Notas do Autor


gente, a pombinha aqui (entenderam? prudencia, prupru 🕊) chegou aos 100 fav ❤❤
vocês são maravilhosos, obrigada por todo o carinho nos comentários 💖

Capítulo 18 - Bisbilhotices em Dias Mornos


Fanfic / Fanfiction Luz sobre Tormenta - Bisbilhotices em Dias Mornos

Dumbledore pediu a Alf, o elfo doméstico, uma coisa naquele domingo. O diretor estava dentro da sala de Amuleto, vendo-a ejetar os acúleos da garganta quando o indagou sobre as reais intenções de ela estar lecionando em Hogwarts.

Um pouco distante dali, a pequena criatura parou diante da vultosa porta de madeira escura, prenunciando sua presença com dois batimentos nela, não foi uma espera morosa, defronte ao elfo logo estava o mestre de poções da escola.

– Dumbledore o solicita, senhor! – disse Alf – Na sala de Trato das Criaturas Mágicas.

Snape calcou os olhos, era um pedido suspeito. Todavia, era automática sua obediência ao velho, portanto ele fora, o elfo o seguiu mais trás, vendo apenas a capa negra ondear. Aquele dia estava tépido, com uma coloração agressivamente oscilante entre tons de laranja e amarelo, por conseguinte, as cor das roupas de Snape pareciam tão potentes, pois mesmo o sol estando irritadiço, ainda gostava de dar realce ao homem dândi.

Avizinhou-se da sala, e foi quando o elfo se precipitou em um corrida ágil demais para pernas tão delgadas, colocou seu corpo como obstáculo, impedindo uma maior aproximação de Snape e a porta entreaberta.

– Dumbledore disse para o senhor aguardar, senhor – e Alf não esperou resposta, atravessou para dentro, ampliando ainda mais a fresta.

Severus bufou, quantas situações ridículas Dumbledore o faria passar mais?

– Disse que isto tinha solução – retumbou a voz de Amuleto.

– E há – respondeu Dumbledore, e como sempre, sua voz estava serena.

– Não é o que parece.

– E você, mais do que ninguém sabe, que os que as coisas são, e o que elas aparentam ser, são dois abismos diferentes.

– A cada vez que tento tenho menos resultado, está ficando mais difícil enxergar essa diferença.

– Se é o que pretende me pedir, adianto que não poderei dizê-la como irá conseguir, já que creio que você sabe, mas evita fazê-lo.

Snape repugnou como aquilo o intrigou. A verdade que Dumbledore desfechou, pareceu ter lesionado Amuleto, pois não mais a ouvira, houve um lapso de silêncio, antes da voz límpida de Dumbledore soar novamente.

– Cassandra, não consinta que isso a monopolize.

– É vergonhoso, ser professora de Hogwarts, e não conseguir conjurar um patrono.

Os lábios de Snape se apartaram, suas sobrancelhas se içaram de tal maneira que linhas se formaram-se no centro da sua testa, sequer ouvira o que Dumbledore falara para consolar Amuleto.

Mas, segundos após, o velho estava ao seu lado.

– Ah... Severus – sorriu – O que faz aqui?

– O senhor me solicitou... – uniu as sobrancelhas.

O sorriso continuou quando ele disse: – Solicitei? – os olhos azuis dirigiram-se a porta da sala, e voltaram a ele, e sem dizer mais nada, ele foi embora.

Snape trouxe aos pulmões uma abundante quantidade de ar, e ao esvaziá-los, escutou melúrias provenientes de dentro da sala, escorreu as íris para o canto do olho, Dumbledore havia deixado uma fisga miúda na porta, foi para onde ele fora, e por ela espiou. Amuleto estava inerte à frente da lareira, compenetrada nas chamas movediças, as longas mechas castanhas aprisionadas em um coque alto, apesar dos olhos brilhosos, não havia rastro de lágrimas.

Ela, alguém que poderia ser a personificação da amabilidade, não conseguia conjurar um patrono, enquanto que ele, tendo pouco a que se felicitar obtinha êxito quando utilizava o feitiço.

– Eu sei o que está pensando... – ele surpreendeu-se ao ouvi-la falar, e em ser flagrado, ainda mais naquela situação desfavorecedora – Ouvi quando Dumbledore falou com você do lado de fora.

Nada restou a ele, a não ser revelar sua imagem por completo, afastando a porta da frente do seu corpo.

– Que haveria de ter alguma razão, quando me achara incompetente.

– Não... – preparou uma resposta afiada, todavia recordou-se da ‘’trégua’’ feita na sala de Dumbledore, e as palavras derreteram na sua boca, pois a morbidade estava sobre todo o semblante de Amuleto – Não estou a pensar isso.

– Quer dizer.. – pareceu não dar atenção ao que ele falara – Todos os professores conseguem executar um patrono, não? Mesmo após tudo o que lhes aconteceu.

Os olhos negros apertaram-se, ela parecia mais flagelar a si mesma com aquelas palavras do que de fato dialogar. Snape estava desabituado com tal postura vinda dela, era algo sombrio que nunca vira emanar de Amuleto, não fazia parte dela, mas a acercava na tentativa de ser.

– Que espécime de bruxa – cuspiu, os lábios se contorcendo.

– Amuleto.. – ele iniciou, mas a mulher aparentava estar com a audição oclusa, já que ele não teve nenhuma reação corporal ao chama-la.

Moveu-se da soleira, enquanto mais depreciações se permeavam dos seus lábios, nem sabia mais se Snape estava ali, sua visão era toda do fogo assolando a madeira, mas algo a arrancou de lá, e o que começava a dilapida-la desgostou disso, e a instigou a resistir, mas as mãos que tomavam seus braços eram fortes demais para não querer sucumbi-las e ir até onde aquela voz ardente estava ordenando. Foi quando se rasgou a mantilha, que ela o enxergou – verdadeiramente – e por todas as divindades, como era belo.

– Agora escute-me.. – disse, ela quase não conseguia puxar o ar necessário – O Patrono é um feitiço agudamente difícil, e labiríntico, portanto se não se disciplinar nunca irá conseguir fazê-lo..

– Sna...

– Não acabei de falar – a repreendeu – Seja diligente, e incansável. Este é o caminho.

Era uma composição aliciante, as mãos dele possuindo seus braços, como se estes fossem seus por direito, Snape parecia fazer cair aos seus pés até o mais escandaloso dos conflitos. Com muito pouco se evolava dele uma hombridade libidinosa, e inebriante ao mesmo tempo. Ela se consagrou naquelas órbitas negras de tal maneira que não se arriscou a falar, pois tinha certeza que sairiam somente balbucios, então engolindo em seco apenas assentiu, para não o deixar sem resposta.

Ela ainda conseguia sentir seu toque, mesmo ela já tendo a soltado. E só conseguiu pensar lucidamente quando Snape afastou-se.

– Cassie? – a voz de Marjorie flutuou pelo cômodo.

Ambos os professores a olharam, a medibruxa segurava uma pequena caixa marrom, e transparecia nervosismo, pois ali estava Snape, a olhando atentamente pela primeira vez desde que ela se afixara no castelo, firmou os dedos no objeto para conter os tremeliques nas mãos.

Severus cruzou o olhar uma última vez com Cassandra, antes de partir, passando por Marjorie que ficou nada menos do que estática.

– Atrapalhei? – se preocupou.

– Não. Já tínhamos finalizado a conversa – a medibruxa assentiu.

– Fiz uma coisa para você – fechou a porta com o quadril – Na verdade, eu não fiz exatamente, porém realizei alguns ajustes então.. – contava com o ânimo de quem acerta a quantidade de açúcar no café.

As duas rumaram para o sofá de modelo europeu, a caixa sobre o colo de Marjorie que a abriu sem cerimônias, o conteúdo eram graciosas tiaras, todas variavam entre o prata e dourado.

– Eu tenho elas desde os dezesseis, presentes da minha madrinha, eu nunca gostei de usar... Sempre tive preferência por coques apertados – deu tapinhas no próprio cabelo – As encontrei quando fui organizar meu armário, algumas estavam amassadas, mas não foi problema.. Pensei em você imediatamente – Cassandra esbanjou um sorriso grato.

– Marj, quanta gentileza.

– Ah! Não é para tanto.. – fez uma careta, se aproximando de Amuleto.

Ela coroou a professora com uma das tiaras, que de tão dourada contrastava com os cabelos escuros, na extensão dela formavam-se folhas.

– Parece ter sido feita para você – declarou Marjorie, admirada, deixando a caixa sobre o colo de Cassandra – Vamos, coloque as outras.

 

O nascimento da noite estava próximo. E enquanto não se realizava, Cassandra decidiu ir até a sala de Lupin, para expungir quaisquer embaraços que a situação do dia anterior pudesse ter causado. Ele era alguém deslumbrante, com uma excentricidade que coexistia harmoniosamente com a dela, e de maneira alguma ela queria perder isto.

– Remo? – falou com o rosto próximo a porta – Está aí?

O vento insuflava a taciturnidade, ela apertou a si mesma tentando enxotar as correntes inclementes que estavam a amofina-la, prelúdio de uma noite gélida. Foi incômodo o aguardo por Lupin, que abriu a porta após caminhar arrastadamente até a mesma. A face revelada pela fresta era infeliz, a esclera estava avermelhada, os olhos foscos, e os cantos do lábio resvalados, o coração de Amuleto espremeu-se no peito ao enxerga-lo dessa forma.

– Talvez, não seja um bom momento.. – alisou os próprios antebraços – Eu voltarei depois.

Mas Lupin, não parecia concordar com essa ideia, em um gesto lento ele envolveu o pulso dela em seus dedos, a voz adocicada que ela estava a usar, era uma melodia grácil demais para querer desfazer-se dela agora.

– Por favor.. – afastou a porta a concedendo entrada.

No canto da sala, havia um acúmulo de cadeiras, já escutara pelos corredores, os alunos tecerem comentários sobre Lupin ser o melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que Hogwarts já tivera, e conhecendo o homem, não era difícil concordar.

– Eu queria lhe falar, sobre ontem... Foi indelicado sair daquela maneira – ele postou-se a frente dela, imergindo a mãos nos bolsos – Só que, o que dissera me abalou mais do que deveria.

– Perdoe-me se agi precipitadamente.

– Não peça desculpas, eu sei que teve boa intenção, mas... – molhou os lábios – Eu vim para Hogwarts para lecionar, ter novas experiências, conhecer novas culturas e, bruxos – ele sorriu olhando para o chão – Não para ser alguma espécie de... cura – falou baixo a última palavra, não queria soar egoísta.

– Sentiu-se pressionada, e realmente não é justo colocar sobre você essa responsabilidade, eu fui muito equivocado – retornou as duas esferas brilhantes – Não é seu dever sanar ninguém.

Ele lhe afagou o coração com essas palavras. O modo de Lupin a olhar, a fazia se sentir iluminada, contemplada, não se esquecia das vezes em que a risada dele fazia seu estômago festejar. Mas agora, via que mesmo ele tentando materializar um sorriso, suas pálpebras estavam caídas, parecendo exaustas.

– O que lhe aconteceu, Remo? – avançou um passo em sua direção.

– Não quero perturba-la..

– Por favor – repetiu a mesma entonação que ele usara.

Ele desencarcerou uma caridosa quantidade de ar pela boca, como se junto com esta, fosse também o que lhe afligia. Apontou para a mesa, e rumou para lá, esperando que ela o seguisse.

Estava um caos de papéis, como cartas após serem embaralhadas por mãos inexperientes. De costas para ela, Lupin remexia naquele emaranhando, jogava alguns para o chão, estes flutuavam como penas no percurso até lá. Por sobre o ombro ele deu-lhe um papel retangular, um cartão-postal.

E na foto, a sorrir meio que sem jeito, estava um rapaz de cabelos azuis. Não havia nada escrito a não ser um: Oi, pai.

– Pai? – interpelou olhando para nuca de Lupin.

– Sim – ele se virou, mas não totalmente, Amuleto conseguia ver apenas o lado direito do seu rosto.

Ela sorriu admirada, e retornou a foto.

– Ele têm os seus olhos.. – tentou reconhecer o lugar em que o rapaz estava – Qual o nome?

– Ted.. – escorregou os dedos pelos cabelos – Não tenha tanta certeza sobre os olhos, ele é um metamorfomago – ele sorriu perante a reação dela.

– Pelo gorro do Saci, isso é incrível.. – emitiu uma risada – Já o respondeu?

Então, Lupin retornou ao semblante melancólico.

– Eu não vejo há anos.. – deu as costas novamente, e ficou a revirar os papéis – Nunca consegui ter uma relação agradável com ele, nada parecia natural, isto se intensificou quando as habilidades dele floresceram, lembrava-me muito... – hesitou, e sentiu angústia por não conseguir dizer o nome dela – Mal notei que estava me afastando, nos afastando – apertou os olhos, que ardiam novamente – Então, ele optou por ir embora.

Cassandra pousou uma das mãos enluvadas no ombro dele, apertando-o levemente, se aproximou da mesa, e inclinou o corpo para a frente, buscando o olhar nos olhos.

– E não acha que está mais do que na hora de mudar? – ergueu o cartão-postal – Se ele o mandou, significa que deseja isto. Passaram-se anos, ele está crescido o suficiente para compreender você, e vice versa – sorriu – Responda-o, mantenha contato, e vá ao encontro dele no natal, não perca esse laço.

Lupin meneou a cabeça com lentidão, parecendo digerir aquele conselho.

– Eu não faço ideia do que escrever.

– Eu ajudo – disse imediatamente, ele sorriu – Podemos fazer no horário do almoço.

– Eu agradeço, Cassandra.. – falou em um suspiro, estando mais leve agora.

Ela sorriu como retruca.

– Agora, temos deveres de gente grande a cumprir – usou um tom descontraído que o fez rir.

– Eu a acompanho..

 

Risos, foi o que voou para os ouvidos de Snape quando o mestre de poções se aproximava da sala de Amuleto. E o que encontrou, para o seu descontentamento, fora a professora junto de Lupin, que não parecia disposto a desgrudar-se dela nem para cumprir suas obrigações.

– Boa noite, Snape – disse ele.

– Lupin.. – falou com altas doses de escárnio – Não deveria estar com Longbottom?

– Vim apenas acompanhar Cassandra – indicou a bruxa.

Snape olhou de soslaio para Amuleto.

– Obrigada, Remo.. – Cassandra disse, querendo evitar uma troca de farpas.

– Quando precisar – meneou com a cabeça, e foi dando passos para trás – Snape – cumprimentou antes de partir.

O mestre de poções arrastou a boca para o lado denunciando seu desprezo pelo homem que sumia pelas sombras do corredor.

– Então... – ouviu a voz dela – Nenhum crédito por eu não ter me atrasado?

– Visto que esta é a sua sala.. – olhou para a porta – Era o esperado.

– De fato é – riu balançando os ombros – Tinha me esquecido onde estava.

– Vejo que está elevada então, a influência de Lupin sobre você – indiferente, ele começou a andar, Amuleto o acompanhou.

– Fora apenas uma pequena e temporária distração – ela começara a enrolar uma mecha solta da trança no dedo anelar.

– Evite-as – disse azedo, e tinha alguém especifico na mente quando falou tal coisa.

 


Notas Finais


e vamos de atormentar o Snape de ciúmes hehe


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