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História Luz sobre Tormenta - Xícaras Quebradas


Escrita por: prudencia

Notas do Autor


alô alô vocês sabem quem sou eu?
alô alô graças a Deus
(arranjando métodos legais pra cumprimentar vocês, porque me sinto mal educada se não escrever nada por aqui kk)
boa leituraaa ❤

Capítulo 24 - Xícaras Quebradas


Fanfic / Fanfiction Luz sobre Tormenta - Xícaras Quebradas

Os toques distribuídos dentro daquela sala, estavam se tornando cada vez mais febris, vulcânicos, a lascividade evaporava dos seus poros, a um passo de mergulharem numa embriaguez imutável. Severus buscava, quase que em desespero, sentir a pele de Cassandra, tão malditamente coberta por tantos tecidos, estes que outrora serviam para deixa-la quente, tarefa que agora, era ocupada pelo homem que a agarrava tão vigorosamente.

Estava um grudado ao outro, as longas pernas abraçando-lhe o quadril, fazendo a saia do vestido subir um pouco, o suficiente para parte da canela ficar exposta lugar que não fora desperdiçado, os dedos que não estavam espalhados por suas costas, elevavam-se alisando-a.

Toda a palma de Amuleto preenchida pelos cabelos negros, enquanto lhe saboreava os lábios morosamente, tinham o gosto mais deleitoso. As vibrações saídas das mãos dela estavam enfeitiçando-o por completo, fazendo chacoalhar suas emoções dentro do peito, todas elas exigindo mais, por isso a puxou, mesmo não havendo distância entre os corpos, seu interior fervia, inquieto, não estava habituado com tal tipo de insanidade.

Sobre o seu sapato algo caiu, e no solo se despedaçou, apartou-se de Amuleto no mesmo instante, olhando para baixo viu uma pequena porção de vidro, e uma xícara partida, a que antes estava sendo usada pela mulher sentada na escrivaninha.

– Veja o que fez! – proferiu agressivamente.

Ela arregalou os olhos.

– Desculpe, eu não vi a...

– É evidente que não, seu desjeito não é novidade – lhe deu as costas, sua audição vedada como se estivesse mergulhado no mar, perturbado pelo que acontecera.

– Você se machucou? – para ela, isso poderia ser o motivo da mudança repentina.

– Saia.

– O quê? – a porta se escancarou, Cassandra permaneceu a olha-lo, o mesmo prosseguia de costas ignorando a presença dela – Snape?

Se colocando de pé, e penteando com os dedos os cabelos ela caminhou para a saída, aguardando no caminho até lá pelo menos uma fala dele, mas nada além de um incômodo silêncio, desmanchado pelo bater da porta quando ela a atravessou. Seria fácil decorar todos os lugares em que ele tocara, pois ainda pareciam marcados na extensão do seu corpo, ardendo os seus pensamentos, todavia ela optou por afugentar os erotismos por mais que estes protagonizassem tanto sua mente. Porque parecia que era isso que esperava desde o primeiro dia que o vira, quando ainda estava conhecendo Hogwarts ao lado de Dumbledore e Hagrid, o que era algo ridículo de se pensar, pois não lhe era recordado sentir interesse algum pelo homem à primeira vista, e ainda mais quando o mesmo se mostrara tão hostil ao longo do tempo, não haviam razões para simpatizar-se.

 

Mas, quando batidas na sua porta ecoaram pela tarde, ela saltitou apressada para atender, quase tropeçando em uma das cadeiras no meio do caminho, e quem estava lá, não era o que imperava em seus pensamentos.

– Cassandra... Eu... Eu... – Lupin, ao lado dos pés algumas malas, o semblante choroso.

– Eu sei – lhe poupou, abrindo os braços para o receber em um abraço.

– Desculpe-me – apoiou o queixo no ombro dela – Que erro grave ter pensando em um milímetro de momento que você poderia ter... – as palavras pareciam ter o engasgado.

– Remo, me magoou quando desconfiou e me evitou – falou honestamente – Mas, não seria humano, se não compreendesse sua posição.

Ele se afastou, para olhar dentro daquelas esferas negras e brilhantes, que o encaravam com tanta compaixão.

– Se eu a tivesse conhecido desde o início da minha vida, seria completamente feliz.

– Mas, me conhece agora – sorriu – Pelo resto da sua vida.

Lupin apreciou aquelas palavras, os olhos azuis brilharam de satisfação.

– Irá ao encontro de Ted? – perguntou ela.

– Sim, mas não conseguiria ir sem antes lhe falar – colocou as mãos nos bolsos.

– Queria que tivesse a boina.

– A vermelha, não é? – apertou os olhos.

– Sim, combinaria com... – analisou o sorriso que surgira no rosto dele – Como sabe... Ah, pelo gorro do Saci! – comemorou ao vê-lo abrir uma das malas de mão, e retirar o acessório feito por ela.

– Dumbledore devolveu-me ontem à noite – girou a boina nos dedos.

– Vamos, coloque!

Obedecendo-a, ele pôs sobre os cabelos castanhos, Cassandra juntou as duas palmas encostando-as em seus lábios que se esticavam em um sorriso.

– Ah sim! Melhor do que eu imaginava.

– Tem certeza de que não quer vir comigo?

– Tenho, este momento deve ser apenas seu, e de Ted.

Abraçou-a outra vez, antes de ir, parte aliviado por estar bem com ela, parte nervoso por estar indo ao encontro do filho.

 

A proximidade da véspera do natal deu a Amuleto algumas peças para distrair-se, ela peregrinou para a cozinha e espiou um pouco do que seria servido na ceia, os elfos a paparicavam deixando que a professora beliscasse os pudins, purês, tortas, carnes, doces, salgados, etc. Alf a fez levar uma cesta gigante de guloseimas, ela lamentou não ter Hagrid ali, não havia se acostumado por completo com a ausência do amigo, tanto que duas vezes saíra da sua sala certa de que o encontraria na cabana, e em outras vezes parava no meio do caminho quando percebia que Marjorie não estaria na ala hospitalar.

Ela não se esqueceu do dia em que foi parar na sala de Trelawney. Estava a vagar por Hogwarts, indo para os lugares que as escadas decidiam, estas a levaram até a Torre Norte, onde encontrou Sibila que a carregou para a sua sala, algo que foi de extremo apreço para Cassandra, fora a temperatura do ambiente, o calor a aconchegou de tamanha forma, que ela chegou a pensar que poderia gostar da experiência. A sala estava abarrotada de incensos, alguns deles irritavam as narinas de Amuleto que não parava de torcer o nariz.

– Então... Adivinhação... – coçou a garganta – Como funciona exatamente?

– Oh, querida... – segurou as mãos enluvadas dela, com algo que deveria ser compaixão no semblante – Assim que a vi, soube que mergulharia numa profunda desordem emocional – a mulher era bem objetiva.

– Eu não estou em desordem – estava a ser puxada pela vidente e resolveu ceder, caminhava na direção de uma cadeira, mas a professora a conduziu para um pufe, ela sentou-se se sentindo engolida pelo assento, ficando numa posição completamente desajeitada.

– A negação é um estágio comum... – ela saiu andando pela sala, pegando uma xícara florida azul, e enchendo-a de chá.

– Ah... Não eu não quero... – foi tarde, a mulher já voltava e lhe empurrava o objeto com a bebida fumegante, ela soltou um risada nervosa, questionando todos os motivos de estar ali quando poderia estar costurando calças para um polvo.

Trelawney não falou nada, apenas a encarava, os olhos aumentados pelos óculos, aguardando que ela finalizasse o chá, um cenário extremamente desconfortável, pois sendo observada, as coisas mais simples se tornavam árduas, quase engasgou duas vezes. Ao finaliza-lo, Sibila a pediu para sacudir a borra, e quando a fez passou para o lado de Cassandra, olhando sedentamente para a xícara.

– Oh, um falcão... – isso chamou a atenção imediata de Amuleto, que fixou o olhar no fundo da xícara, aquele monte de borras não parecia em nada com a ave, mas o fato da mulher ter dito tal nome, e especificamente aquele nome a surpreendeu – Você tem algo em mente, querida?

Sim, ela tinha, o falcão era o animal de poder de Kauan, e também o patrono dele, lembrava-se das vezes que ele o conjurava para vê-lo voar em conjunto com o beija-flor – patrono de Cassandra – cujo ela nunca mais vira sair da sua varinha desde a morte do amado.

– Eu... – a voz enfraquecera, tremelicou e ergueu-se tão rápido que ficou tonta, a xícara escapou das mãos e foi para o chão.

A forma como se partiu, a posição em que parou, como a que quebrou na sala de Snape, Trelawney a encarava curiosa, esfregando um dedo ao outro, como se Amuleto fosse um objeto de contemplação.

– Oh, querida, você está bem? – perguntou a professora de Adivinhação, mas a outra já lhe dava as costas, atormentada com as paranoias que embalavam sua mente. Ela simplesmente correu, correu até estar no isolamento dos seus aposentos.

 

A ceia de natal estava esplêndida, haviam apenas os funcionários da escola, então foi necessário apenas uma mesa para pôr as refeições. Dumbledore trajava um verde berrante que o igualava a árvore posada centímetros atrás dele, ocupava a cabeceira da mesa, tendo a sua direita McGonagall em um vestido verde mais escuro, e um chapéu pontudo preto, a diretora da grifinória tinha uma taça dourada em uma das mãos, o lugar a esquerda de Dumbledore estava vazio. Amuleto ocupada uma das cadeiras do lado direito da mesa, tentando mascarar a perturbação e incômodo, estava rodeada de professores, mas não conseguia achar brecha para um diálogo, pois a disponibilidade para socializar estava adormecida dentro de si, continuou a beliscar uma torta salgada enquanto ouvia pedaços de conversas.

Ele atravessou os portões do salão, estava sem a capa, apenas um sobretudo fechado, e neste instante, parecia que o coração de Cassandra ansiava sair do peito dela e abraça-lo, movimentou-se na cadeira tentando se distrair, mais tudo que tinha era uma torta fria desmanchada em seu prato, ele sentou a esquerda de Dumbledore que o saudou com um sorriso e algumas palavras de celebração ao feriado. Os olhos azuis cintilantes não aguardaram muito para focarem em Amuleto, melancólica fitando uma torta.

– Pergunto-me, o que possa ter acontecido – falou Dumbledore para McGonagall desnecessariamente alto demais para que Snape o ouvisse também.

Minerva se atentou a olhar para Cassandra.

– Suponho que esteja sentindo falta de casa, não deve ser fácil.

– Ah, a pobrezinha – murmurou Sibila, fazendo todos a olharem.

– Como? – perguntou McGonagall.

Trelawney prosseguiu visando Amuleto, colocou a mão no peito como um gesto piedoso, Snape enrugou as sobrancelhas até o momento que olhou na mesma direção, nunca a vira usar uma única cor apenas antes, exceto no dia das bruxas, mas neste um chapéu extravagante ocupava sua cabeça. Ela trajava um vestido gola alta branco, de mangas longas, a pele caramelizada parecia brilhar diante do tecido, a carranca foi desmanchado pelo tempo em que ficou a olha-la.

– Não permanecerá por tanto – disse Sibila.

– O quê? – foi a vez do professor Flitwick que estava ao lado de Trelawney, se pronunciar.

– Em Hogwarts – falou ela com voz chorosa.

– Oh! Por favor – McGonagall negou com a cabeça.

Mas, o semblante de Dumbledore que viajou o olhar novamente para a professora de Trato das Criaturas Mágicas, não parecia tão descrente.


Notas Finais


aviso: preparem o coração para os próximos capítulos


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