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História Luz sobre Tormenta - Costurando Roupas, e Almas


Escrita por: prudencia

Notas do Autor


boa leitura ♥️

Capítulo 12 - Costurando Roupas, e Almas


Fanfic / Fanfiction Luz sobre Tormenta - Costurando Roupas, e Almas

Desde o princípio daquela aula, o grupo de corvinos e lufanos, estavam ressabiados quanto ao comportamento díspar da professora – díspar dentro dos padrões dela, já que a mesma era atípica em todos os sentidos – ela não estava a contar histórias cômicas, ou a sorrir esbeltamente. Estava distante, com a fisionomia austera, os estudantes estavam a se questionar, o motivo da súbita rigidez da geralmente amável professora de Trato das Criaturas Mágicas, até que, ao ressoar da sineta, tiveram sua resposta.

– Muito bem, antes de saírem... – o tom usado, era drasticamente diferente a costumeira voz doce e amigável – Quero que me digam, como Taco foi parar nas masmorras – o tronquilho estava sobre o ombro dela, e cruzara os bracinhos com autoridade.

Os olhares de um quarteto de lufanos brilharam em culpa quando ambos se encararam, Amuleto abanou a mão para dispensar o restante dos alunos, e movimentou um único dedo indicador, chamando-os.

– Expliquem-se... – ordenou.

– Desculpe, professora – começou um rapaz – Viemos a sua sala, mas a senhorita não estava...

– Queríamos fazer um desenho realista dos tronquilhos – continuou uma menina de cabelos rebeldes – Taco estava na escrivaninha, nos aproximamos para tirar algumas fotos, mas esquecemos do flash... – ela fez uma careta.

– Ele pulou na Safira... – disse um rapaz de cabelos cachados que vinham até os ombros – Se embrenhou nos cabelos dela, e ela saiu correndo pelos corredores, ele deve ter caído no caminho.

Cassandra analisava a faceta de cada um, as pálpebras estavam caídas, e as bocas murchas curvadas para baixo, não conseguiu ser dura por muito tempo, foi se desenhando um leve sorriso no rosto bronzeado.

– Quero que entendem a gravidade do que fizeram, Taco poderia estar ferido, ou pior... – sentiu a criatura tremelicar em se ombro – Não entrem em minha sala sem minha presença ou autorização, agora... – os estudantes encolheram os ombros esperando a perda de pontos – Peçam desculpas a ele, e podem ir – seu tom descontraído foi um alívio para o quarteto.

E assim eles fizeram, passando pelo batente da porta aos tropeços, que logo fora atravessado por outra pessoa.

– Cassandra, tem um tempo? – perguntou Hagrid.

– Sempre, meu querido.. – deixou Taco sobre a escrivaninha – Problemas com o kefta?

– Está muito apertado debaixo do braço, e na cintura também – ele ia apontando nas direções, entregando-a o traje, quando tocou o tecido verde, Cassandra suspirou de nostalgia – Os botões não fecham.

– A calça e a blusa? – estendeu o kefta à frente de si, observando os detalhes em amarelo no traje.

– Vestem perfeitamente.

Amuleto foi até o fundo da sua sala, trazendo consigo uma fita métrica corporal, e um banquinho para ficar da altura do meio-gigante, deixou o kefta estendido sobre a cadeira atrás da escrivaninha.

– Aí está o problema... – disse após tirar as medidas – Está quatro números menores.

Hagrid balançou a cabeça em negativa, e a olhou com preocupação.

– Dá para resolver a tempo?

– Sim, vou descosturar aqui e adicionar mais tecido – ele lhe deu um abraço que a levantou do banco onde estava equilibrada, tomando cuidado para não a esmagar.

– Muito obrigado, Cassandra – colocou ela no chão.

– Nós do Castelo Bruxo temos que nos unir, não? – Hagrid ficou da cor de um rubi, a ideia de ser um estudante de magizoologia era fascinante para o próprio.

 

A ventania feroz, causou o bater brusco das portas do castelo, procedendo-se no desencadeamento de crises por parte de alguns alunos, Cassandra presenciou a perda de consciência de uma menina da grifinória do sétimo ano, quando uma das portas do início do corredor se fechou de súbito, tal moça parou de andar no mesmo instante, e em seguida desabou, sendo amparada por um dos seus amigos.

Ver aquela cena, foi como sentir duas mãos pressionarem seu coração, ela quis chorar pela aluna, mas seus sentimentos não podiam ser priorizados naquele momento, aproximou-se com cuidado do grupo se abaixando ao lado da jovem, ao fazer isto, ela notou que nenhum deles estavam isentos dos repentinos sustos que lhe eram pregados. O mais alto estava a tremer as mãos, a moça que estava atrás dele, tinha lágrimas molhando as bochechas, e o rapaz ao lado dela parecia querer se esconder dentro de si mesmo.

Amuleto deitou a jovem de barriga para cima, deixando as penas mais altas que o corpo, enquanto recitava de maneira vagarosa algum poema em um idioma não compreendido pelos alunos, Cassandra afrouxou a gravata da aluna para facilitar a sua respiração.

– Afastem-se um pouco – ordenou para os outros, retirou uma de suas luvas, e posicionou a mão desnuda sobre o lado esquerdo do peito da moça.

Os cílios loiros da estudante começaram a se mover, demoradamente, enquanto o peito dela enchia-se de ar. Ela sentiu seu coração ser acalentado por algo, desconhecia o que poderia ser, mas era bom, pois parecia fazer cessar todo o caos que tomou sua mente quando ouviu aquele estrondo, sentiu uma voz chamar seu nome, era tão serena que tudo o que quis naquele instante foi segui-la, e quando abriu os olhos, deparou-se com um olhar terno da professora de Trato das Criaturas Mágicas.

Amuleto retirou lentamente a mão, e a sensação prazerosa que a moça sentira fora diminuindo gradativamente.

– Não se levante ainda... – aconselhou – Respire mais um pouco, quero que a levem para a ala hospitalar – falou ao grupo, estava a recolocar sua luva – Apenas para garantir que não houveram lesões, está bem?

A professora acariciou a bochecha da estudante, antes de se levantar para ir.

 

Estava uma noite relativamente quente, se não, abafada, pois as correntes de vento diminuíram ao findar do dia, razão pela qual Amuleto estava sem luvas, e sem as exacerbadas sobreposições para proteger-se da baixa temperatura, era apenas um vestido azul abotoado na frente. Estava novamente com os cabelos presos em uma trança, desta vez menos simétrica.

Amuleto era tão serelepe, que não era árduo ter a percepção de quando algo a incomodava, todavia, ele detinha o conhecimento do motivo que levara a professora a segurar tão baixo a varinha, ao invés de querer iluminar o corredor inteiro com ela, soube do socorro que ela dera a um dos estudantes que desmaiara naquela tarde. Tinha a certeza que fora a primeira vez que ela lidara com algo assim desde que chegou no castelo.

O silêncio que estava os acompanhado foi rasgado, quando um barulho emergiu-se a algum passos de onde estavam, ambos os professores tiveram a mesma reação, enrugaram as sobrancelhas rumando para lá, o coração de Cassandra acelerou ao pensar o pior, já que sua mente estava deveras pessimista após o acontecimento algumas horas mais cedo.

Pararam defronte a porta da sala de História da Magia, Amuleto logo atrás de Snape, o mestre de poções foi rápido em empurrar a porta, e flagrar um grupo de alunos que se acuaram no momento em que o viram. As varinhas de todos estavam sacadas, era translúcido que estavam a duelar.

– Ora, ora... – Snape começou, com um sorriso sádico no rosto.

– Que insensatez! – Amuleto interrompeu-o, seu semblante enfurecido – Já é um absurdo estarem fora da cama em um horário como este, e ainda por cima, duelando. E se se machucassem? E se algum outro aluno inconsequente estivesse caminhando pelos corredores e ouvisse estes barulhos? – tanto Snape, quantos o grupo a encaravam – Não bastou o número de ataques de pânico e desmaios que tivemos hoje? – foi revelado o real motivo de sua indignação – De cada um, serão tirado dez, não, quinze pontos! E passarão boas semanas de detenção limpando as fezes dos vermes-cego, agora, para a cama! – ordenou dando passagem para o grupo, eles aguardaram, pois Snape ainda não havia dado sua sentença, mas o mestre de poções fez um aceno com a cabeça para que fossem.

Soturnos eles atravessaram o batente, e ela os observou enquanto sumiam pelos corredores. Cassandra respirou fundo passando as mãos no cabelo, puxando os fios soltos para trás, encostou-se no portal, percebendo os olhos de Snape fixos sobre ela.

– Peguei muito pesado, não? – questionou sem olhá-lo.

Ele subiu as sobrancelhas: – Não mais que o necessário.

– Na noite em que foi a minha sala, não era o único que devia se desculpar – cruzou os braços – Eu estava tomada pelo orgulho, mas, após ver aquela menina... – negou com a cabeça ao se recordar – Entendi o que quis dizer.

Snape prosseguiu a encará-la, não esperava tal raciocínio, ou muito menos tal reação vinda dela.

– Então, eu peço desculpas... – ela estendeu a mão direita.

O mestre de poções desviou o olhar dela, e passou a fitar sua mão no ar, não haveria o porquê de recusar aquele cumprimento, ela não estava a ironiza-lo, ou a julgar-lhe. Ele se delongou a corresponder, de forma que ela já estava a afastar sua mão. Quando a tocou, sentiu novamente aquela estranha e prazerosa energia passar para ele, energia esta que foi sumindo quando desfizeram o aperto. O semblante dele foi tomado, quase que imperceptivelmente por uma desconfiança, que Cassandra só houvera percebido pois tinha a atenção fixa nele no momento em que as íris de Severus moveram-se sutilmente para a mão que segurava a maçaneta da porta.

– O beija-flor é meu animal de poder, e também, meu patrono... – sanou a curiosidade que ele estava a expressar – O sol, bom, é algo mais introspectivo.

– Como? – correspondeu o olhar dela.

– Sei que estava a querer saber delas.. – meneou a cabeça apontando para as mãos – E que, provavelmente não me perguntaria sobre, então... – sacudiu os ombros.

Snape deixou a boca entreaberta, os olhos negros apertados, de fato havia estado encafifado quanto as tatuagens que preenchiam as mãos de Amuleto, mas o desagradou o fato dela o ter deduzido, nem que fosse por um instante, e por um motivo frívolo.

Ouviu o som da porta sendo fechada. Recordando-se das palavras de Dumbledore, ‘’se conhece muito uma pessoa enquanto se toma alguns copos de hidromel’’, e de forma crescente, aquela excêntrica professora que agora caminhava ao seu lado, tinha a pairar por seu redor, uma neblina de ocultações, e ele desgostava o dessaber. Cassandra, por meio de sua personalidade, demonstrava ser alguém sem mistérios, ou traumas, sem complexidades, apenas um alguém feliz por não ter marcas na alma. Todavia a fala do diretor para com ele, deixou claro que supor isto era um erro.

Presenciar o desmaio de uma aluna, atiçou um lado desconhecido da professora. Que foi inesperado tanto para ele, quanto para os alunos.

Cassandra Amuleto agora, para Snape, tinha mais interrogações do que pontos de conclusão.

 

– Introspectivo... – ele proferiu após um tempo em silêncio, apesar de ser uma pergunta, o tom dele não deixou isto claro.

– Quando se examina o...

– Senhorita Amuleto, eu sei o que esta palavra significa... – interrompeu sua explicação – Refiro-me ao contexto dela em sua frase.

Cassandra estalou a língua assentido.

– Em nossa cultura, Guaraci é o deus do Sol – explicou – Os anciões da tribo, ao meu nascimento, disseram que tal deus vivia em mim, eu, até os dias de hoje não entendi como chegaram a isso.

– Se não compreende, por que se marcou?

– Não é preciso entender, para sentir – ele a sentiu sorrir apesar de não estar a olhando, pareceu algo que Dumbledore diria.

Mesmo assim, ele não concordava com tal frase, pois era consciente de todos os motivos, e circunstâncias que o levavam a sentir as tormentas que sentia. Todo o solo pelo qual pisava, era conhecido.


Notas Finais


finalmente os amados começaram uma interação haha


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