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História Luz sobre Tormenta - Chapéus Engraçados e Chocolate Quente


Escrita por: prudencia

Notas do Autor


FELIZ 1 DE SETEMBRO.
receberam a cartinha?
será que vamo pra lá mesmo ou vai ser por pó de flu?
eis a questão haha

Capítulo 15 - Chapéus Engraçados e Chocolate Quente


Fanfic / Fanfiction Luz sobre Tormenta - Chapéus Engraçados e Chocolate Quente

As cerdas daquela escova azul-turquesa acarinhavam as mechas de Cassandra uma de cada vez, tal castanho escurecido brilhava sobre a luz da lua estando ela tão bela quanto a mulher sentada defronte a um espelho oval. Hoje o céu por si só estava a merecer aplausos, tão esplendoroso quanto uma obra pincelada por um artista no auge de sua epifania. As nuvens que mesmo sobre o manto noturno flutuavam elegantes em coloração rosada.

Além do reflexo da formosa professora, estava também refletida sua cama, sobre ela dobradas com esmero descansava uma pilha de capas recém entregues a Amuleto por Alf, o elfo as havia levado para a lavagem, não a avisou pois pensava em lhe fazer surpresa em agradecimento pelos cachos de uvas que ela sempre o dava. Esta noite, ela usaria carmesim, manteria os cabelos presos a uma trança para sobrar mais espaço para o chapéu.

Chapéu este que estava ao lado do de Hagrid em cima da escrivaninha. O meio gigante já deveria estar a caminho para pegá-lo, ele não falara de outra coisa nos últimos dias, sempre tentando obter informações, Cassandra quase caiu duas vezes sendo salva por Marjorie em ambas.

E foi o olhar calorosamente amigável do guarda-caça que ela recebeu em sua sala minutos após finalizar a trança lateral. O homem estava com um casaco de veludo marrom, a ansiedade faiscava das suas íris e sorriso, Amuleto se surpreendeu ao ver que sua juba característica estava presa a um rabo de cavalo baixo.

– Quanta elegância, Rúbeo!

– Obrigado, Cassandra – o rosto dele envermelheceu – Estou incerto sobre o penteado, mas...

– Do que está falando? – indagou Marjorie, falsamente ofendida – Por Merlin está lindo, eu mesma quem fiz.

Hagrid riu, Amuleto balançou a cabeça negativamente, e cedeu a passagem para os dois. O guarda-caça não fez rodeios.

– E os chapéus?

Todavia, Cassandra já se norteava para os acessórios. Sobre a escrivaninha estavam dois chapéus, um deles imitava uma lula, com tentáculos que desciam até os ombros de quem o pusesse, quando ela o revelou a Hagrid o mesmo arregalou os grandes olhos de besouro, e a boca escancarou-se.

– Eu sei que é da grifinória, e que talvez esperasse um leão, ou algo parecido, mas... – sacudiu os ombros, ele estava com as duas grandes mãos estendidas ansioso para pô-lo, então ela lhe entregou.

Ao ocupar a cabeça de Hagrid o chapéu ganhou vida, os tentáculos de pelúcia faziam movimentos lentos e os dois olhinhos piscavam vez ou outra.

– Oh! É quase um cafuné – ele ria, cutucando o chapéu, Marjorie o ajudava nisso, a medibruxa que libertou os cabelos loiros do coque estava a brincar com o acessório feito por Cassandra.

– E você, Cassie, o que usará? – Marjorie se virava para olhar para amiga.

Amuleto já estava a colocar o seu. Era um chapéu pontudo, como os que usava McGonagall, entretanto, quando ela o tocou com a varinha o tecido negro transformara-se no céu noturno em movimento, dava para se ver, estrelas cadentes, a lua minguante, as constelações eram as que estavam em maior evidência. A aba do chapéu estava preenchida por nuvens com vagarosa movimentação.

– Não é tão cômico quanto o de Hagrid, mas, temos uma metáfora viva... Cabeça nas nuvens – apontou para si mesma, e um sorriso preencheu o rosto.

 

Noite do dia das bruxas, noite das interpretações. Era palpável o entusiasmo e apreensão que embalava os alunos, alguns entregavam-se ao júbilo que tal comemoração os traria, outros mascaravam seus anseios profundos para tentarem com a força que lhes restava, viver. E como era difícil fazer tal coisa, desprender-se do passado semelhante a uma aranha de oitos pernas, todas enroladas em seus corpos. Mas, por tal noite eles fingiriam tão bem, que um dia quem sabe se tornaria verdade.

Eles estavam a se entreter com os morcegos que esvoaçavam nas paredes e teto. Esbaldando-se com o banquete farto que abarrotava as quatro mesas. Boa parte não parava de comentar sobre o peculiar chapéu que ocupava a grande cachola de Hagrid, que se concentrava em montar o seu prato e pela terceira vez perguntou se não deveria alimentar a lula, ao que também pela terceira vez Cassandra disse não.

A cadeira a direita dela estava vazia, e como o mestre de poções não se atrasava era um claro sinal de que o mesmo não iria comparecer a festa. De certa maneira, tal fato incomodou a professora, e ela questionou-se enquanto os fantasmas de Hogwarts entoavam uma ópera sombria, se não estaria a querer ‘’empurrar sua felicidade’’ ao professor em desejar que tal estivesse ali, que ele permitisse se deleitar com momentos assim. Suspirou por dentro do cálice que ainda tinha restos do vinho rosé.

 

Dumbledore anuiu aos alunos que ultrapassassem um pouco o toque de recolher, bastou isso para o salão se empanturrar de jovens, sentados sobre o chão e jogados sobre os assentos. A atmosfera leve e o clima festivo lhes separavam da tormenta que lhes era pendurada nos pescoços. Hagrid havia deixado vago seu assento para tagarelar com Dumbledore, quando a voz rouca de Lupin ressoou o terno azul escuro sobre o corpo, e os cabelos penteados para trás lhe traziam um ar de elegância, entretanto, Amuleto apreciava também seu jeito mais despojado.

– Me arrependo de ter recusado.. – indicou o chapéu dela ocupando a cadeira a esquerda.

– Não seja por isso – segurou-o pela aba e o coroou com o acessório que agora exibia uma chuva de estrelas cadentes.

– E então? – ele sorriu erguendo as sobrancelhas.

– Deveria usá-los em suas aulas.

– Acha mesmo? – ela meneou em concordância – Então é isto que farei.

Amuleto emitiu uma gargalhada, achara cômico o tom decisivo dele, mas ao espiá-lo outra vez desconfiou do seu semblante convicto.

– Remo, eu não estava...

– Ah não.. – sua risada causava nela um frio na barriga – Eu usarei – olhou-a – Não acredita em mim?

– Quer me dizer que irá lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas com a constelação de capricórnio na cabeça? – subiu as sobrancelhas.

– Sim! – balançou a cabeça.

Amuleto desatou a rir. E a sua risada era algo tão místico quanto as suas tatuagens, cujo Lupin nunca vira, pois a professora em seus encontros com ele nunca esteve sem luvas. Apenas Dumbledore e Snape haviam as enxergado.

– Remo Lupin, você é completamente maluco.. – retirou a varinha do bolso do vestido – Chocolate quente?

– Sim, por favor - ela conjurou duas grandes xícaras amarelas bem abastecidas com a bebida.

 

– Conte-me sobre sua primeira experiência com o dia das bruxas – Lupin acompanhava Amuleto, ambos banhados pela luminescência dourada vinda das luzes do castelo.

– Fora incrível – declarou suspirante – Eu nunca vi tantas abóboras na minha vida.

– Dumbledore é um grande decorador. Suponho que, passará muitos dias das bruxas conosco, não? – indagou esperançoso, a porta da sala de Amuleto se aproximava.

– Eu vim para Hogwarts cheia de expectativas, esperava ficar fascinada, mas, o que sinto agora é algo maior! – era quase que um talento a maneira que Cassandra sabia sorrir com os olhos – Como poderia deixar este lugar?

O professor meneou positivamente com o olhar baixo, segurou uma das mãos dela e deixou um beijo ali.

– Tenha uma boa noite, Cassandra.

– Para você também – esperou ele se distanciar para fechar a porta.

O calor da lareira estava ausente já que a bruxa havia a desligado quando foi a caminho do salão principal. Ela deu pela falta do acalorado das chamas e tateando o vestido, não sentiu a varinha normalmente guardada no bolso lateral. Um estalo em suas lembranças, deixou o objeto sobre a mesa quando conjurou os chocolates. Poderia acender a lareira sem magia, mas não podia ficar sem a varinha, os anciões da sua tribo diziam, que se a varinha fica por tanto tempo perdida do seu bruxo, ela poderia criar pernas e partir, quando cresceu parou de acreditar em tais contos, mas fora o primeiro que lhe veio a cabeça enquanto estava a caminhar para o salão principal.

Pirraça estava mais do que contente aquela noite, havia riscado várias das suas ‘’tarefas’’ da lista. Derrubou suco de abóbora em uma turma da sonserina. Melou os cabelos de um trio de garotas da corvinal com purê de batata, assustou um casal que tentava se esconder por detrás de uma estátua. E agora com um balde cheio de água gelada, ele perscrutava o corredor em busca da sua próxima vítima.

Ele sorriu travesso ao ver a professora que já o enganara algumas vezes vagar sozinha entre as paredes de Hogwarts.

– A recém-chegada! – gritou o poltergeist – Um banho! Um banho!

Cassandra deu um pulo de onde estava, aterrorizou-se só de pensar em molhar-se diante daquele frio. Tentou espantá-lo ao falar de Barão Sangrento, mas Pirraça não mais lhe acreditava, ela estava sem sua varinha, a única opção era correr. E ela o fez, com as risadas do poltergeist atrás dela.

A bochecha fora amassada, por um conjunto de vestes roxas. Pirraça resmungou como uma criança impedida de fazer sua traquinagem quando os pequenos óculos de meia-lua refletiam toda a sua desaprovação para com o poltergeist, que ainda em reclamação se retirou, reservando aquele balde para outro desavisado.

– Você está bem? – o velho investigou a fisionomia da professora.

– Sim... – foi ao encará-lo, que teve o vislumbre de Snape logo atrás – Eu estava indo buscar minha... – Dumbledore ergueu a mão e lá estava – Varinha – completou pegando-a – Agradeço, senhor.

– É um bom agrado estarmos os três aqui, não? – os olhos azuis viajaram de Amuleto para Snape. O mestre de poções, tendo o rosto imerso em apatia – Senhorita Amuleto, poderia fazer companhia a Snape, terei de buscar algo, não me demorarei – Snape arrugou as sobrancelhas ao olhar para o velho.

Ela assentiu estranhando tal pedido. O diretor então, com as mãos juntas atrás do corpo, sumiu assobiando entre os corredores.

Cassandra guardou a varinha no bolso, e se encostou na parede.

– Ei! Tire o seu cabelo da minha cara! – vociferou uma voz, ela afastou-se abruptamente olhando para trás e vendo um velho careca a encará-la de mal humor.

– Me desculpe – ele esturrou algo incompreensível e se aconchegou na poltrona.

Amuleto uniu as duas mãos enluvadas e ficou pendendo a cabeça de um lado e outro, o silêncio alargava-se, cortado vez ou outra pelos assopros do vento.

– Não foi a festa do dia das bruxas.

– Certamente.

– Não... – hesitou por longos segundos, tantos que ele passou a retribuir o olhar dela – Gosta de comemorações?

– Não – cortou o contato visual.

Snape estava a vigiar o corredor por onde Albus fora, intercalava entre os de leste e oeste, pois sabia que os estudantes iriam aproveitar o descuido que festividades como essa traziam aos professores, para fugir para os banheiros, ou jardins. Quando ouviu novamente a voz calma de Amuleto.

– É uma pena.

Severus apertou os olhos ao virar a cabeça para ela. Seu rosto estava em penumbra, metade da luz dos archotes, metade da escuridão da noite.

– O quê?

– É uma pena que não goste de comemorações.

– E por quê? – alçou a sobrancelha direita, repuxando os cantos da boca para baixo.

– Ora, são divertidas e...

– E o quê? – a cortou – Acha que eu me envolveria com seu grupinho do contentamento? – contorceu o nariz, expressando o escárnio em relação a isto.

O volume vocal do Snape, não estava elevado. Não era necessário gritar para demonstrar seu aborrecimento.

– Não – retrucou como se fosse uma ideia absurda – Eu achei, depois que... – sentiu-se constrangida em ter que prosseguir.

– Senhorita Amuleto, a única razão para eu ter lhe entregado a capa, foi por estar farto da sua irresponsabilidade com horários – disse lento, como se ela fosse alguém muito obtuso.

– Eu... Eu apenas quis dizer que... Arg! – irritou-se com o embaralho que ela se tornava ao tentar falar com ele – É tão inacreditável para você, que alguém possa dar pela sua falta? – disse baixo, evitando o olhar pois achou sua pergunta estúpida, mas tal praticamente escorregou da sua boca.

Ambas as sobrancelhas de Snape alçaram-se ao ouvir aquele questionamento, os lábios finos do mestre de poções se entortaram para o lado, deu um passo para frente, mas recuou logo quando uma cascata de água foi despejada em Cassandra.

– Banho na professora nova! – gargalhava Pirraça.


Notas Finais


novamente volto a lhes recomendar o meu xodó do Spirit: https://www.spiritfanfiction.com/historia/labirinto-10075000


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