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História Luzes do Semáforo - Segundo


Escrita por: sunflowersutra

Notas do Autor


Oi gente! Eu sei que eu não disse que ia ter continuação mas felizmente – ou não –, teve.

Queria agradecer a @williebilly do spirit por existir, a @pxlestrinha por ter me dado todo o apoio diário e ter postado o capítulo (salvou o rolê! <3) e ao Caito, por ter dado a famosa força aos fanfiqueiros.

Espero que gostem do capítulo!

(Oi, Caito!)

Capítulo 2 - Segundo


  O fusca amarelo estacionado na frente da pequena casinha azul, localizada no subúrbio carioca, havia se tornado um objeto recorrente que compunha a paisagem daquela rua, afinal, a cena se repetia todos os dias, pelo menos há três anos. Para os moradores daquela vila, Amanda dos Anjos era uma visita constante que, no fundo, já era considerada parte integrante daquele lugar tal como as casinhas portuguesas e seus azulejos tão tradicionais daquele bairro. Ali, Amanda não era a irmã de Maurílio mas, sim, a namorada de Simone dos Prazeres.

    A operadora de vinhetas colocava a mesa do café enquanto a morena mais baixa terminava de passar o café fresco. Aquela cena havia se tornado uma espécie de tradição entre as duas moças - toda vez, ao retornarem de seus respectivos empregos, elas se encontravam na casa de Simone para que passassem o final do dia juntas, ainda que, algumas vezes, Amanda optasse por voltar para a casa da avó, no Méier.

Aquelas vezes cada vez se tornavam mais raras.

Para onde quer que olhasse, Simone encontrava algo de Amanda espalhado por sua casa. Fosse um casaco ou alguma peça de decoração que a mais nova tinha esbarrado na rua e lembrado da namorada, sempre tinha alguma coisa para deixar a presença de Amanda cada vez mais viva ali. De repente, sua vida havia sido inundada por uma onda de coisas amarelas, girassóis e livros de poesia que ela sequer sabia que existiam mas que, naquela altura, sentiria falta caso desaparecessem de sua vista.

Talvez aquele lugar fosse tão seu quanto de Amanda. E, provavelmente, Amanda já sabia disso tão bem quanto ela.
          Gostava da forma que não precisavam de muitas palavras para se comunicar, preferindo trocas de olhares cheios de significado. Gostava até mesmo do silêncio entre as duas, como quando se juntavam no sofá para assistir algum filme cheio de romance, fotografia bonita e trilha sonora envolvente. Não tinha tirado Amanda por ser tão cinéfila quanto o irmão mas, conforme convivia com a morena, percebia o quão apaixonada ela era pelas artes - e não só pela sétima delas.
     Embora suas mãos estivessem ocupadas com as xícaras e talheres, seus olhos pousavam sobre Amanda, atentos, como se admirasse alguma obra de arte secreta, visível apenas aos seus olhos, em seu museu particular.

Lembrava-se do primeiro encontro das duas, há tantos anos atrás. Lembrava-se de quando conhecera, para além de Maurílio, a família da namorada. As tardes de domingo, de mãos dadas, perdidas pela cidade do Rio de Janeiro, caminhando sem um destino traçado porém com o único objetivo de passarem mais tempos juntas. Cada pequeno detalhe do relacionamento das duas formava um filme para Simone - um filme só delas. Para alguém que se julgava extremamente prática, a operadora de vinhetas se pegava surpresa pelo grau de romantismo que começava a tomar sua vida, em doses.

Aquele era o efeito de Amanda dos Anjos na sua vida.

Simone remexeu o bolso da jaqueta jeans que vestia, retirando dali uma pequena caixinha de veludo, depositando-a sobre a mesa, próximo da xícara de Amanda, com um sorriso curto – aquele era o toque final da decoração para o café da tarde.



 

Enquanto passava o café, Amanda deixava sua mente divagar entre o aroma do café extremamente abobalhado e elegante que Maurílio havia trago de uma de suas viagens para Gramado, a fim de cobrir o festival de cinema que acontecia na cidade anualmente para o programa, e algumas questões que rondavam sua cabeça durante os últimos dias.

Havia algum tempo que as duas estavam juntas, que haviam oficializado o relacionamento para todos de seu círculo de amizades. Lembrava-se com clareza das reações de cada um deles. Rogerinho, sempre extremamente protetor em relação a Simone, havia jurado que quebraria Amanda ao meio se ela partisse o coração da operadora de vinhetas e não teria Maurílio ou Renan para lhe impedir de fazê-lo; Renan e Maurílio pareciam satisfeitos - “Ô Rogerinho, vai dizer que não sabia que essas duas tavam se embolando no estúdio enquanto a gente não chegava? Renanzinho outro dia estava brincando de esconder e viu elas duas juntas, ó! O menino ficou todo feliz, contou até pro cara de regata lá do estúdio!” -, afinal, já faziam meses que ouviam as meninas, separadamente, trocarem confidências com os pilotos sobre suas paixonites. Julinho, por sua vez, fora extremamente tranquilo e ainda convidou as duas moças para um encontro em dupla com ele e Maurílio. Aquele convite elas felizmente deixaram passar.

Nos últimos meses, se pegava considerando a possibilidade de passar para o próximo estágio da relação das duas. Se fosse encarar a realidade, passava mais tempo com Simone do que em sua própria casa. E, também, estava quase nos seus trinta anos – já passava da hora de sair da casa da avó.

A aliança, acondicionada em uma caixinha de veludo azul – uma das cores favoritas de Simone –, pesava no bolso de seu casaco já haviam alguns dias. Não era nada muito enfeitado, afinal, além da realidade do Rio de Janeiro, sabia que Simone não era uma grande fã de jóias – se dependesse dela, casariam com um anel de coco, mas estava tentando fazer a coisa certa.

Assim que viu a luz da cafeteira acender, a morena tirou a jarra de vidro, levando-a em uma mão até a mesa, enquanto a caixinha se escondia em sua mão oposta, fechada. Assim que depositou a jarra sobre a mesa, colocou a caixa azul próximo de Simone para, só em seguida, notar um objeto idêntico próximo se sua própria xícara.

As duas trocaram um olhar, seguido de um riso simultâneo. É, não precisavam de muitas palavras pra entender o que queriam dizer uma a outra.

 


Notas Finais


Um dia eu volto com a última parte, prometo. Quem gostou bate palma, quem não gostou, paciência.


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