História Lying to myself - Você não me engana mais!

“Pode cancelar e parar por aí. Depois do que eu vi hoje, eu não vou mais a lugar nenhum com você.”

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O clima ficou instantaneamente pesado.

“Crianças, que tal a gente ligar pra pizzaria, huh? Nossa cozinheira está em repouso, e nós precisamos comer!” – Ruby sorriu enquanto pegou a mão de Lily; Roland e Henry acompanharam, o segundo nem se importando em ter sido colocado no grupo das crianças dessa vez.

Emma se levantou, mas não sem antes enviar um olhar enfurecido para Robin.

   Quando os dois estavam sozinhos, Regina respirou fundo; ela ainda não tinha certeza do que estava errado, mas ela pretendia usar essa dose extra de sinceridade como um incentivo pra fazer algo que já estava na cabeça dela há muito tempo.

“O quê-” – Robin tentou.

“Quieto. Eu estou cansada”

“Então vamos para um hotel, e...”

“De você. De como você vem me tratando, tentando me controlar. Você acha mesmo que eu sou tão idiota? Movendo meus compromissos de lugar, levemente introduzindo itens de decoração tropical na casa, querendo visitar uma casa na Flórida, e tudo isso pra quê? Pra me afastar de Storybrooke? Dos meus filhos?”

“Regina-”

“E não me venha dizer que eu estou imaginando coisas como você sempre faz! Eu não estou louca, Robin! Chega!”

“Olha, Regina-”

“Eu sinto muito pelo Roland, e por ele apenas, mas essa situação toda ficou insustentável! Acabou!”

Robin jogou longe um jarro que ficava sobre a mesa de canto.

“Você não pode me mandar embora assim!” – Ele disse com firmeza e raiva, caminhando na direção de Regina, aproveitando-se da fragilidade da mulher.

“Ela não só pode, como acabou de fazer! Fora!” – Emma entrou na sala de repente – ela estava atenta à conversação dos dois, não por motivos de fofoca, mas porque ela não confiava em Robin, nem um pouco.

“Você...” – Ele disse, cuspindo veneno.

“Nessa história toda, sabe quem é mais inteligente? Lily! Sempre me dizendo que você não prestava, que queria separar nossa família...”

“Aquela-”

Em um piscar de olhos Emma se materializou na frente de Robin, sua mão direita segurando ameaçadoramente o pescoço do homem.

“Não ouse! Não ouse falar uma palavra contra minha filha, meu filho, ou ameaçar a mulher que eu amo na minha frente! Eu só não te mato porque você tem um filho, mas eu juro que faço da tua vida um inferno!” – Emma ameaçou, os dentes cerrados.

Robin se livrou da mão de Emma.

“Isso não acaba aqui!” – Ele prometeu, e saiu batendo a porta.

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Regina estava sentada no sofá, com as pernas pra cima, os olhos arregalados – ver Robin com raiva a fez lembrar de quando sua mãe lhe fazia coisas terríveis, e a memória fazia seu coração doer.

Emma se sentou ao lado de Regina e a puxou para si, sabendo que a morena não suportava ver cenas de violência doméstica.

“Shhh, tá tudo bem agora, ele já foi” – Emma sussurrou enquanto dava um beijo sutil na cabeça de Regina.

“Ele não vai desistir, ele vai voltar...” – Regina sussurrou de volta, seus olhos fitando Emma.

“Ele não pode. E, mesmo que ele volte, nós estaremos qui por você, ok?”

Regina estava quase se tranquilizando, quando Emma a sentiu tensionar novamente.

“Onde estão as crianças?”

“Eu pedi pra Ruby levá-los pra comer alguma coisa no Granny’s, eu senti pelo seu tom que as coisas poderiam ficar feias...”

Regina sorriu.

“O que foi?” – Emma perguntou, também sorrindo.

“Eu amo como você me conhece tão bem...” – Regina confessou e fechou os olhos, recostando sua cabeça sobre o peito de Emma, e finalmente relaxando profundamente.

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          Regina acabou caindo no sono ali mesmo, e Emma não ousou se mover; não só porque o cheiro do shampoo de Regina e sua leve respiração faziam cada parte do corpo dela se aquecer, mas ela também adorava ter Regina nos seus braços; era uma sensação indescritível, e ela queria prolongar isso por mais tempo possível.

Porém, por volta das 21:45 a morena começou a despertar.

“Boa noite, Bela Adormecida...” – Emma a cumprimentou com um sorriso.

“Eu prefiro ser a Rainha Má...” – Regina devolveu, também sorrindo.

“Rainha sim. Má? Nem tanto” – Emma riu novamente, e o pequeno momento foi quebrado pelo vozerio invadindo a casa.

“Você tá acabada, já passou da sua hora de dormir! Minha mãe vai te pegar!” – Henry provocava a irmã mais nova.

“Culpa da dinda Ruby! E você tomou capucinho!”

“É capuccino, tonta!” – Henry riu quando finalmente chegou à sala.

“Uma mocinha fora da cama e um senhor tomando cafeína à noite, oh, o que está acontecendo em minha casa?” – Regina dramatizou, e as crianças riram.

Roland veio chegando logo atrás com Ruby, que também trazia companhia.

“Emma, hey! Olha em quem nós esbarramos!”

Uma mulher alta, ruiva, de olhos castanhos claros entrou no local; ela tinha um porte elegante, e seus músculos era visíveis. Definitivamente atraente.

“Paula, hey!” – Emma saiu do seu lugar perto de Regina e a morena imediatamente sentiu falta de seu calor – sem falar no ciúme ao ver a Emma abraçar a outra mulher.

“Mãe, essa é Paula, mãe de Eve!”

A mente de Regina trabalhou rápido, e ela chegou pra perto de Emma.

“A mulher dos encontros?”

“Oi?” – A mulher perguntou, claramente confusa.

“Não se faça de desentendida!”

Ruby se segurava para não rir.

“O que a senhora está pensando?” – A mulher ruiva perguntou, colocando as mãos nos quadris, em uma pose desafiadora.

“Que você é extremamente atraente, está tendo encontros românticos com a Emma, e eu não gosto nada dis-”

Regina tapou a própria boca com a mão para evitar que mais palavras saíssem; Emma ficou mais vermelha que o interior de uma melancia, e Ruby quase morreu de gargalhar.

“Emma, me faça o favor de explicar pra sua... namorada? Que eu sou casada, feliz com meu marido, e que nossos encontros são estritamente profissionais?”

“E-ela na verdade é minha ex...” – Emma tentou.

“Tem certeza? Porque querida, se isso aqui não é ciúme...”

“Me desculpa! Eu não sei o que está havendo de errado comigo hoje, me desculpa...” – Regina disse e estendeu a mão para a outra mulher.

Paula sorriu.

“Tudo bem, eu vou focar apenas na parte em que você disse que eu sou atraente. Obrigada, e claramente posso dizer o mesmo.” – Paula disse enquanto apertava a mão de Regina.

Emma pigarreou inconscientemente, e Paula e Ruby trocaram um olhar.

“Mas nosso ‘encontro’ fica marcado pra semana que vem, correto? Eu tenho mesmo uma série nova de exercícios pra te passar...” – Paula piscou e foi andando até a saída – “Ruby, me acompanha até a porta?”

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Já na porta, Ruby sorriu abertamente.

“Isso foi melhor do que eu esperava!” – Ela bateu palmas.

“Eu não acredito que deixei você me usar pra isso” – a ruiva sorriu.

“Mas funcionou! Você viu a cara com que Regina te olhou?”

“Sim! Por um momento eu temi pela minha própria vida!” – As duas riram.

“Mas tá dando tudo certo. Até o final do dia, tudo vai se encaixar.”

“E por que você tem tanta certeza?”

“Amor verdadeiro. Ele nunca falha”.