História Mad Resident - O Primeiro Contato

                               Coronel West - ON

    Era uma sala vazia. Não havia cama ou cadeiras. Só havia ela. Estava imóvel a minha frente.
– Jennifer?! – Não houve resposta.
  Me aproximei mais um pouco e quando cheguei a mais ou menos 30 cm de distância me assustei. A feição da garota havia mudado. Parecia assustada e logo começou a gritar muito alto e se debater. Corri para tentar acalma-la, segurei em seu ombro mas acho que cheguei muito perto. Ela puxou a arma que carregava em minha cintura, mirou em mim e disse:
– Bye Bye – Ouvi mais um grito e um estouro muito forte. Logo acordei. Estava suando frio e ofegante. Por incrível que pareça aquele pesadelo me assustou. Me levantei, me aprontei e sai do apartamento. Peguei o carro e disse em voz alta: – Próxima parada, Belle Reve!

                                             ***

    Chegando lá notei que Amanda já estava a minha espera.
– Esta pronto Coronel?
– Eu nasci pronto.
– Não pode entrar com isso – disse apontando para a caneta e o bloco de papel – pegue isso. – e me entregou um gravador e um crachá de identificação. – Seja bem vindo Coronel, a detenta esta a sua espera, boa sorte!
   Confirmei com a cabeça e sai da sala. Dois guardas estavam a minha espera para me direcionar ao local e assim o fizeram. Atravessamos o corredor e entramos em um elevador. Segundos depois chegamos ao setor de presidiários nivel 1, fica no subterrâneo. Passam por outro corredor que continha várias portas de ferro com dois soldados vigiando cada uma.
– Achei que ela ficasse numa espécie de gaiola.
– Foi transferida pra cá apos a última tentativa de fuga e para sua segurança senhor. – respondeu o guarda ao meu lado.
Enfim chegamos. Última porta. Solitária 167. Os soldados abriram.
– Se precisar grite – disse um deles.
– Não vou precisar – respondi e entrei.
 
                                     Coronel West -OFF

    Uma pequena "sala" mal iluminada por uma simples luz amarela. Uma mesa ao centro com uma cadeira de cada lado. No canto da parede um colchão e uma silhueta sob ele. Ao avistar o estranho Jennifer surpreendeu-se. Não usava o tradicional jaleco como ela esperava e sim uma camisa verde meio desbotada e uma calça camuflada.
– Senhorita Jennifer Loren?! – sem resposta. Ben sentou-se e disse: – Sou o novo responsável pelo seu caso. Sente-se por favor.
    Ela se levantou e foi andando lentamente até a cadeira. Ben não pode deixar de reparar no andar sensual da garota. Sentou-se. Estava usando a camisa de força habitual, cabelos negros e meio bagunçado, olhou fixamente para o crachá do estranho.
– Coronel?! – Disse em tom irônico e logo abriu um leve sorriso.
– Sim, sou o Coronel West.  
  Olhou com o mesmo olhar que resultou na morte do último doutor disse.
– Me sinto até importante com um coronel dentro do meu humilde buraco imundo.
– Sem mais delongas Jennifer.. – interrompido
– Ah por favor docinho me chame de Jenni.
  O coronel a olhou desconfiado e com provocação continuou.
– Então Jennifer me conte sobre você.
Ela revirou os olhos e respondeu:
– Acredite, não vai querer saber.
– Sim eu vou. Não se acanhe, fale.
   Ela o olhou com malícia e com o seu pé direito, em movimentos delicados, acariciou a perna de Ben.
– Porque ao invés de ficarmos aqui falando asneiras não brincamos um pouco?!
   O coronel a olhou fixamente. "Ele caiu" , pensou ela, mas estava errada. Ben apoiou-se na mesa e respondeu:
– Eu só vou falar uma vez então espero que fique claro. Eu não sou médico e não sou bobo. Eu não vou cair na sua lábia de brincadeirinha mortal. Eu posso ser bonzinho mas também posso ser mau, isso vai depender da sua colaboração nas vezes que eu vier aqui. Então pare de bancar a garotinha sexy comigo, fui claro?!
– Você me acha sexy Coronel?!
  Ben segurou firme na mesa para não perder a paciência e acertar a cara dela.
– Acabamos por hoje! – e saiu furioso.
  Jenni sorriu loucamente e logo que a porta foi fechada voltou a seriedade e disse para si mesma:
– Vai ser mais difícil do que pensei.