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História Máfia Karasuno - De volta em casa


Escrita por: Yuivie

Capítulo 64 - De volta em casa


SENDAI- 06:45

Nossa casa, nosso lar, nossa morada, tem um cheiro característico, aquele que nos faz relaxar assim que sentimos. Aquele que nos diz automaticamente: Bem vindo de volta. Tem um ar diferente, aquele que nos acalma, ao tocar em nossa pele. Exala memórias, sentimentos, sossego e histórias. O chão é de um pisar único, que assim que nossos pés tocam esse piso, querem apenas descansar, ficar por ali. 

Sugawara sentia isso tudo fervilhar dentro dele assim que abriu a janela do carro e colocou o rosto pra fora. O sol nascia no horizonte, e quando os primeiros raios puderam ser vistos, no alto da colina onde estavam, ele não pôde resistir e acionou o botão da janela. Seus cabelos sentiam a brisa fresca e relaxante, e o cheiro que ele sentia, a sensação de "casa, estou em casa", era relaxante e ao mesmo tempo apreensiva. 

Daichi dirigia o carro a frente de todos os outros. Em seu veículo, apenas ele e Suga estavam acordados. O resto pegara no sono na ultima hora de viagem. Ele não podia reclamar, eles estavam trabalhando bastante. Principalmente Tanaka que pegara as rédeas da viagem e liderou tudo com assertividade. 

Os olhos do moreno se permitiram-se deleitar com a cena do rapaz ao lado com o rosto sendo beijado pela brisa refrescante e gelada da madrugada de Sendai. Sim, ele também sentia o ar de casa inundando sua mente. Finalmente, depois de tanto tempo e tantas coisas, tantos acontecimentos, eles estavam de volta em casa. 

Chegando na pequena loja que Ukai cuidava, Sawamura notou que o indicador da gasolina estava quase no zero. Ele ouve então o painel apitar. 

Kageyama- Daichi-san! Meu carro está quase sem gasolina. 

Shirabu- O nosso também 

Yaku- O nosso aqui aguenta chegar na mansão Karasuno

Daichi decidiu parar no primeiro posto e pediu que todos fizessem o mesmo. O dono era um conhecido. 

-Senhores! Há quanto tempo não os vemos por aqui... - ele disse cumprimentando-os- Tanque cheio? 

Daichi- Só meio tanque por favor, Shimada

Ele olhou em volta- Noto que temos alguns convidados novos. Mas onde está o Yamaguchi? 

Hinata- Yamaguchi teve que ficar em outra missão- disse se espreguiçando

Shimada sorriu e pensou "Tadashi já está pegando responsabilidade! Que ótimo.". Ele logo ordenou que os funcionários abastecessem meio tanque de todos os 6 carros. 

Liev- Hey, Yaku, seu celular está tocando- surgiu de dentro do carro

O menor virou-se espantado de onde estava- conversando com os capitães- e vai depressa de encontro ao companheiro. Ele pegou o celular e confirmou quem era. Seu coração estava a mil. 

Yaku- Alô

-Olá Yaku- falou numa voz aveludada 

Yaku se derreteu por inteiro- Alisa. Você já chegou? - olhou para o relógio de pulso, preocupado

Alisa- Acalme-se, eu estou ligando pra avisar que estamos saindo daqui. Estou num jatinho particular.

Yaku- Ok. Tome cuidado por favor. 

Alisa- E não conseguir chegar a tempo de ver seu sorriso lindo? Relaxe, eu vou conseguir chegar. 

Yaku- Você é inacreditável Alisa- ele colocou o braço em cima dos olhos e sorriu 

Alisa- É só porque você é inacreditável pra mim também. - ela sorriu e desligou o telefone

A garota mordiscou o lábio inferior e sorriu completamente vermelha. A própria voz do mafioso a fazia tremer. 

Liev- Minha irmã gosta muito de você- ele mencionou sorrindo de lado 

Yaku corou e desviou o olhar

Liev- Sabe que não tem problema né? 

Yaku- O que não tem problema? - ele desviou do assunto, se fazendo de desentendido, enquanto dava o celular para o outro

Liev- Yaku-san, ela é minha irmã e você... é você... Eu conheço os dois. E amo os dois também- ele disse um pouco mais baixo

Yaku arregalou os olhos. 

-Ei, vocês dois! Kuroo está chamando pra um rápido repasse- chamou Konoha

Yaku abriu levemente os lábios, mas nenhuma palavra saiu deles. Liev sorriu afável e passou por ele, indo de encontro ao grupo que se reunia. O menor, apertou os punhos e virou-se indo apressado ao encontro deles também. 

Kuroo- Só fazendo um rápido repasse. Iwaizumi e Atsumu entraram em contato há pouco, conseguiram pousar em segurança e já pegaram o pacote. Estão reabastaecendo e vão voltar. Por enquanto, tudo certo- olhou para Oikawa que assentia sério 

Daichi- Quanto a nós, assim que chegarmos na mansão Karasuno, vamos descansar. E depois vamos nos separar em três equipes. Serão de entrevista, busca e investigação. 

Halley- Entrevista? 

Kenma- Ainda bem que perguntou Halley. Todos aqueles que são do grupo de crianças raptadas passaram por uma sessão de entrevista hipnótica. A ideia foi do Yaku e pesquisando um pouco sobre, achei que nos ajudaria, até porque estamos de posse da coisa mais valiosa que poderíamos ter. As vítimas que também são testemunhas. 

Hinata- Mas o que passamos faz tanto tempo, tem gente que nem lembra o que aconteceu exatamente

Kenma- Não se preocupe, essa sessão hipnótica será feita por um especialista. Nekomata-sensei e Takeda-sensei já tem alguém em mente. 

Kageyama- E depois? 

Kenma- Depois que vocês passarem pela entrevista, ficarão de repouso e integrarão em seguida, uma das outras equipes. 

O moreno assentiu. Ele tinha um olhar apreensivo para Halley que sentia-se um pouco insegura, apesar de não deixar transparecer tão facilmente. Ele estava se importando muito com ela, e isso o incomodava um pouco. Ele soubera que ela era sua irmã há pouquíssimo tempo, não tinha como ele dizer que a amava. Nem para o Hinata foi fácil dizer que o amava. Não. Isso era muito complicado para Kageyama. 

Hinata- Kageyama? - ele cochichou para o maior- Você ta bem? - ele olhou em volta, enquanto todos prestavam atenção na fala dos capitães

Kageyama- To.. Só.. Pensando- ele tentou formular uma resposta adequada

Hinata - Hmm.. - olhou de canto, atento para o moreno 

Daichi- Alguma dúvida?

Todos menearam as cabeças. 

Daichi- Então. Bem vindos de volta- ele sorriu carinhoso- Estamos em casa

Ao falar aquilo, parece que Daichi tirou um peso indescritível do ar. A viagem inteira tinha sido um pouco tensa, e incômoda. Apesar do clima tranquilo no geral, ainda havia apreensão no ar. 

Ennoshita- Nada melhor que estar em casa- ele sorriu largo

Halley pensou: Nada melhor que estar em casa... - Mas onde é minha casa exatamente? 

 

Na porta da mansão, já se fez um alvoroço, Narita e Kinoshita tentavam conter os ânimos, mas como fazer isso se até eles estavam animados com a volta dos companheiros? Toda a viagem deles foi tensa, e tudo que eles podiam fazer era ficar na torcida, porque não poderiam ajudar mais do que isso. Shimizu manteve contato o tempo todo, e pediu várias reformas na casa, para aumentar a segurança. Foi o que manteve suas mentes ocupadas. 

Narita- Você acha que Shimizu-san suspeitava que a gente estava uma pilha de preocupação? E por isso nos deu várias tarefas extensas pra fazer? 

Kinoshita- Eu tenho quase certeza- disse olhando para o portão

Todos estavam parados na frente da casa, olhando para o portão de entrada. Era longe, passando o extenso jardim bem cuidado da mansão. 

A sensação de vacilo no coração ao avistar o primeiro carro entrando, foi indescritível. Todos ali, em pé, não entendiam a comoção que eles mesmos passavam, e sem conseguir conter, começaram a lacrimejar. 

Todos os carros estacionaram, e assim que Daichi desceu e sorriu para todos os funcionários e membros da Máfia Miyagi, eles perderam o ar. 

Eles voltaram. 

Daichi- Obrigado por terem cuidado de tudo. 

Sugawara- Tadaima

Narita sentiu o peito perder o ar e quase não conseguiu falar

Narita- Obrigado por todo trabalho! Okaeri! - ele deixou as lágrimas rolarem

 

 

Já estava anoitecendo. A casa era silêncio. Leves passos, e alguns sussurros respeitosos, eram o que povoava o ambiente sonoro. Mas Halley estava mais preocupada com o som dos pássaros do bosque ao lado da mansão. Ela estava sentada em um dos bancos de cimento do jardim, olhando para o pôr do sol. Aquele lindo pôr do sol. Vestida com uma longa saia e uma regata, Halley mantinha entre suas mãos apoiadas na coxa, uma flor que pegara no chão do jardim. 

Sendai tinha paisagens muito bonitas, ela pensou. Talvez seria um bom lugar para morar, ela pensou distante. Seu semblante era cansado e um pouco isolado. Ela se sentia muito bem na Mansão da Máfia Karasuno, mas... Não era seu lar.

Não muito longe dela, em pé mais a frente, Oikawa estava de braços cruzados olhando para o mesmo horizonte. Com o celular na mão, ele estava preocupado, apreensivo. Ele não tinha motivos pra se sentir tão inseguro assim numa viagem que o companheiro fazia. Mas algo nessa viagem o incomodou muito. 

Oikawa- Por que estou assim? - ele indagou para si mesmo- Eu já senti isso antes... 

Com a mão no peito, o capitão da Máfia Seijoh olhou para o chão e tentou buscar em suas memórias, uma sensação parecida. Ele sentia que ela estava ali, mas entre outras lembranças não relacionadas- que insistiam em povoar sua cabeça, em aparecer e atrapalhar- e o nevoeiro de sua memória, custou lembrar qual era a outra ocasião. 

De repente, ele vê Hinata e Yachi passando por ele, ultrapassando o jardim de bicicleta. 

Yachi- Estamos indo buscar uns sucos na loja do Ukai, quer algo Oikawa-san? - ela perguntou parando de lado sua bicicleta

Hinata mais a frente, fez o mesmo. 

Oikawa piscou algumas vezes e aquela cena, duas bicicletas, pôr do sol, jardim... O fez lembrar... 

Oikawa- É isso... Eu me lembro- ele olhou para as mãos, surpreso

Em seguida, gritou: Não. Valeu! 

Yachi acenou e seguiu Hinata. Os dois riam divertidos, algo sobre leveza pós viagem. Oikawa meneou a cabeça e sorriu, virando-se em seguida. Ele encontrou os olhos de Halley, que pareciam vagos. Ele sorriu levemente e acenou para ela. Ela sorriu fraco de volta. O capitão decidiu deixar a garota ter um tempo sozinha, parecia que ela precisava pensar. 

Oikawa- Eu vou entrar. Está ficando frio- ele fez um sinal abraçando os braços

Halley- Já vou entrar- ela sorriu pela graça do gesto dele

Ele assentiu e assim o fez. 

Halley voltou-se para o céu, que já estava escuro. Ela fechou os olhos e sentiu a brisa da atmosfera envolver seu corpo. A flor em sua mão, voou longe. 

 

Akaashi olhava de dentro da mansão, para Halley sentada no jardim. 

Kageyama- Eu senti ela estranha. 

Akaashi- Muita coisa aconteceu, ela teve um surto.. Acho que ela precisa de um tempo sozinha- ele disse pensativo

Kageyama- Você a ama, Akaashi-san? 

Akaashi voltou-se para Kageyama surpreso com a pergunta tão repentina. 

Akaashi- Eu não entendi sua pergunta, eu acho- ele olhou confuso

Kageyama- Eu.. Não acho possível amar uma pessoa que a gente acabou de conhecer- ele disse olhando para Halley no jardim- E que descobriu tão mais recentemente, que é sua irmã, e sua família. 

Akaashi assentiu. 

Akaashi- Entendi. - ele sorriu de leve- Kageyama... Ela é uma pessoa que eu tive uma conexão inexplicável, e saber que ela é minha irmã, foi apenas uma explicação pra isso que eu tenho com ela. Se isso é amor ou não, eu realmente não sei e não me importo

Kageyama voltou-se surpreso

Akaashi- E tenho certeza que ela também não se importa. Você pode tomar o tempo que quiser,  se não puder, não tem problema! Kageyama, a Halley só quer o seu bem, o nosso bem. Assim como eu sei que você quer o bem dela. E eu também. Amar não tem explicação, não tem controle. Acontece. Assim como aconteceu entre você e o Hinata, e comigo e com o Bokuto-san. Não podíamos prever, não foi porque queríamos. Aconteceu. 

Kageyama olhou para a silhueta de Halley e ele olhou para baixo. 

Kageyama- Talvez eu tenha medo de amá-la. Tenha medo do que eu já sinto, e de perdê-la. Perder tudo, de novo

Akaashi- Um passo de cada vez. - ele colocou a mão nas costas do mafioso da Karasuno- O mundo não precisa mudar porque a gente descobriu algumas coisas. Ele continua o mesmo. Ainda sou da Máfia Fukurodani, você da Karasuno, e ela a ex-agente do governo que caiu de paraquedas aqui. 

Kageyama assentiu. 

Kindaichi- Ei, vocês vão querer algum sabor específico de pizza? - perguntou com uma caderneta

Ambos menearam a cabeça. 

Kindaichi- Beleza. Vou perguntar pro resto. Ah, oi Nishinoya

Nishinoya- Faala Kindaichi. Ah, vocês estão aqui.. O Morisuke ta chamando. - ele fez um gesto para trás- Vamos? Ah, vocês viram a Halley? 

Os dois apontaram para fora. 

Nishinoya- Vou lá buscar ela. Vocês já vão falar com o Morisuke

Ambos assentiram. 

Nishinoyz abriu a porta de vidro de correr, e adentrou o jardim. Já estava escuro, e os postes amarelados já haviam acendido. Halley estava absorta em algo enquanto olhava para o céu e nem percebeu o mafioso chegar. 

Nishinoya- O céu está bem estrelado! 

Halley pulou do banco e deu um leve gritinho. Eles se olharam assustados. 

Nishinoya- Eu sei que seria rude, mas eu quero muito rir.... 

Halley- Que susto que eu levei menino!! - ela colocou a mão no peito- Pai amado. - ela sentou-se novamente

Nishinoya ainda tentava se controlar- Morisuke pediu sua presença na sala dele e da Shimizu... 

Halley- Ah sim. O lance da entrevista hipnótica. Mas vai ser hoje? 

Nishinoya- Não. Ele quer marcar um horário amanhã com cada um pelo que eu entendi

Halley- Certo... - ela disse olhando para baixo- Você viu a flor que estava aqui? 

Nishinoya- Não. Era importante? - ele olhou em volta- Como ela era? 

Halley sorriu- Não se preocupe. Deixa pra lá. Você é uma boa pessoa sabia Nishinoya? 

Nishinoya voltou-se surpreso para ela. Seus olhos ficaram ávidos, parecia que ele queria fazer uma pergunta. E de repente, seu semblante ficou petrificado, ele parou e recuou um pouco. De sua boca não saía palavra nenhuma. Então ele fechou os olhos e riu levemente. Parecia que tinha entendido algo. Ele olhou para o lado e coçou a nuca. 

Nishinoya- Halley.. Eu... An... 

Halley- Sim? 

Nishinoya respirou fundo e olhou para os lados. 

Nishinoya- Parece que todo mundo vai falar com você e sai com uma nova visão de vida. E eu vim aqui buscar isso, mas nem sei por onde começar

Halley- ... O que? 

Nishinoya- Ah... É que... Bom... 

Halley- hahahahahahahah uma nova visão? Calma... Eu só converso com as pessoas, nada demais- ela riu gostoso

Nishinoya- Só que agora, eu parei pra pensar, e percebi que não tem como você me ajudar, se eu não sei nem por onde começar.- ele sorriu encabulado

Halley- Nishinoya, não tem que mudar nada na sua vida, nem na de ninguém. Tudo está perfeito como está. Você está exatamente onde deve estar neste exato momento. Você, o Nishinoya de agora... Está aqui. E nada mais importa. - ela olhou-o carinhosa

Nishinoya ficou mudo. Como se ele sentisse o mundo ao redor pela primeira vez, ele sentiu a brisa da atmosfera, o cheiro das flores ao redor deles, as luzes amareladas, a mansão iluminada, as pessoas conversando dentro da mansão., Sim. Tudo aquilo, era ele. E mais nada importava. Ele tinha construído uma história, e essa história era quem ele era. 

Halley- Eu acho que preciso entrar. Você está bem? 

Nishinoya balançou a cabeça afirmativamente. Seus olhos tinham ar de descoberta, e Halley sabia que ele precisava ficar sozinho para saborerar essa nova informação. Ela sorriu e voltou para dentro, com o coração feliz. 

 

 

 

Continua.. 



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