1. Spirit Fanfics >
  2. Mafiosamente >
  3. Plano B

História Mafiosamente - Plano B


Escrita por: Kimishiee

Notas do Autor


Hello <3

Capítulo 20 - Plano B


Com a testa franzida, meu pai nos encara esperando uma resposta de Yoongi ou minha, mas não consigo dizer absolutamente nada.

- Então, Yoongi, me diga! – sua voz ecoa pela sala vazia e vejo uma sombra de riso no rosto de Jimin. Esse desgraçado... Com certeza ele sabe de tudo.

- Sim – Yoongi responde com sua voz tão firme e confiante. – Eu não estou simplesmente apaixonado pela sua filha. Eu a amo.

- Você só tinha um único dever – meu pai se aproxima dele, mas Yoongi não se move nem por um segundo – que era proteger ela, não se apaixonar!

Não é como se eu não soubesse dos sentimentos de Yoongi, porém, me sinto tão chocada quanto meu pai. Amar alguém é um sentimento muito forte e saber que Yoongi me ama e ouvir isso da boca dele é assustador. Sinto aquele frio na barriga e um aperto no coração. Desde quando ele me ama? É como se esse sentimento violasse todas as leis que eles estabeleceram entre si, mas que isso fosse muito mais além do que o que parece ser. Acho que estou pensando demais e surtando internamente.

- Me desculpe, mas não tive controle.

- Pai... – intervenho, entrando na frente de Yoongi. Não sei de onde tirei toda essa coragem para enfrenta-lo numa situação como esta, nem mesmo sei o que estou pensando.

- Eu sabia que isso iria acontecer. Ah! – ele se afasta – não é que eu esteja tão furioso assim.

- Imagina se estivesse – digo.

- É só que vocês juntos é tão perigoso. Eu confio em você, Min, mas as circunstâncias me impedem de ficar tranquilo.

- Eu sei me cuidar sozinha e eu não vou ir a lugar nenhum. Vou ficar. Esta é a minha casa agora.

Meu pai franziu os olhos para mim enquanto tentava ler o que eu estava pensando. Vejo-o respirar fundo e se afastar.

- Eu sabia que isso iria acontecer e eu fui avisado. Eu só não sei no que pensar. Isso não está certo.

- Não é questão de certo ou errado – continuo dizendo – eu só não vou para casa com o senhor.

- Eu vou te perguntar uma coisa, Hae – ele me olha profundamente e me sinto invadida e desconfortável com o jeito que ele me olha. Meu pai tem esse poder de fazer você dizer a verdade - Você o ama? – pergunta.

- O quê?

- Eu perguntei se você o ama.

Desta vez, foi Yoongi que olhou para mim e eu sei que ele está tão curioso pela resposta quanto eu e meu pai.

Será que eu o amo também? Depois de tudo o que aconteceu e de como começamos, acho que seria errado amá-lo, não? Eu o odiava no inicio. Odiava com todas as minhas forçar por ele ter feito o que fez. Depois descobri que tudo não passou de um plano e que havia muito mais coisas do que eu imaginava. Eu não desgosto dele. Yoongi mexe com o meu coração e, mesmo que eu lute por isso, sei que vai ser uma batalha perdida. Ora, eu dormi com ele. Isso não teria acontecido se eu não sentisse algo, certo? Meu pai não precisa de todos esses detalhes porque aí sim ele surtaria. Porém, sei que ele não vai me deixar ficar até eu disser que sim. Mas isso não seria errado? Seria errado demais responder uma coisa que não seja verdade. Estou tão confusa e Yoongi está me olhando tão profundamente que eu nem sei o que dizer. Perco-me todas as vezes que este homem me olha. Será que isso é algum tipo de amor? O que é o amor, afinal de contas? Certo, isso está parecendo um roteiro barato de um filme clichê.

Infelizmente é a minha realidade e preciso encará-la.

- Vamos deixar isso pra lá – Yoongi diz com desdém - O que importa é que Hae vai ficar e...

- Sim, pai - digo finalmente, interrompendo Yoongi. Se eu pudesse descrever a cara de Yoongi, eu faria. É uma expressão tão desconhecida e ao mesmo tempo tão conhecida, e ao mesmo tempo sei e não sei o que ele está pensando. Eu realmente não sei se isso é uma cara de alivio ou felicidade. Não sei. Ele está tão assustado quanto eu e... Ele não para de me encarar. Sério, você não está facilitando as coisas, Yoongi.

Uma curva se forma no rosto de Yoongi e ele parece tentar esconder isso, pois ele desvia o olhar e encara a janela da sala. Enquanto isso, eu e meu pai continuamos em silêncio esperando a iniciativa de alguém para quebra-lo.

Para a minha surpresa, meu pai pega a pasta que ele carregava consigo e começa a andar em direção a porta.

- Espera... – vou a sua direção e ele para de costas para mim – Você vai embora assim? Sem dizer nada? Você fez tudo àquilo para ir embora assim? Eu realmente não te entendo.

- Eu não tenho mais nada pra fazer aqui. - Ouço sua risada nasal e novamente descubro que conheço muito o meu pai. - É uma batalha perdida. Eu não tenho como lutar contra os sentimentos de vocês. Se você me dissesse que “não”, eu não desistiria assim. E, mesmo que você estivesse mentindo, eu saberia. Mas Hae... – ele se vira pra mim e ajeita seus cabelos – antes mesmo de você responder, eu já sabia da resposta. Consigo ver nos seus olhos a verdade. Você é igualzinha a sua mãe. Você não sabe esconder seus sentimentos. Eu percebi quando você olhava para ele. Não adianta negar – ele passa a mão nos meus cabelos. É estranho receber carinho dele. – Não será fácil. O pai de Yoongi me alertou que a aproximação de vocês não seria boa e que não era para eu deixar você com ele, mas eu ignorei isso. E eu nem sei se o que eu fiz foi o certo ou não. Entretanto, não podemos lutar contra o destino, certo? – ele olha para Yoongi e o chama. Olho pra trás e vejo-o parado olhando para a gente – desculpe a minha pose de antes. Não era como se eu não soubesse do que estava acontecendo. Eu só queria ter a certeza. Acho que sou um louco – ele ri.

É a primeira vez na minha vida que vejo meu pai rindo assim. Hoje está sendo um dia de muitas primeiras vezes. Hoje está sendo um dia estranho.

- Obrigado pela confiança, eu não vou decepcioná-lo – diz Yoongi, curvando lentamente a cabeça para meu pai.

E sem dizer mais uma palavra, meu pai, um homem já velho e experiente, sai do apartamento deixando em mim um beijo no rosto.

Sem jeito, viro-me para Jimin e Yoongi e sento-me no sofá.

- Eu vou deixar vocês a sós e irei ao seu escritório, Yoongi – Jimin se levanta com pressa.

Ficar sozinha assim depois das nossas confissões é estranho. O que me dá raiva é não saber agir numa situação como está. São tantas coisas para me preocupar e um problema como este não deve nos tirar do foco. Jackson está solto por aí e ninguém sabe onde ele está localizado. Ele pode muito bem estar neste apartamento ou invadir ele como da última vez.

- Você está bem? – Yoongi caminha lentamente em minha direção e se senta ao meu lado. Sinto todo o meu corpo se arrepiar só de está próxima a ele. Um frio na espinha subindo pelos cabelos e ao mesmo tempo descendo pelos dedos dos meus pés. Estou uma desordem completa e o motivo é Min Yoongi. – Você está assim por que eu disse que te amo? Achei que você já soubesse disso. – continuo olhando para frente e sinto que Yoongi está à procura do meu olhar – olhe pra mim, Hae.

- Por quê? – rio, nervosa.

- Porque eu quero que você me diga que me ama agora que estamos sozinhos.

Com o cotovelo no joelho, escondo metade do meu rosto na palma da minha mão.

- Por que você quer isso?

- Para com isso e me olhe logo. Nós não teremos tanto tempo assim daqui em diante. Então, por favor, me olhe.

Mesmo sem me sentir confiante em olhá-lo, o faço. E, para a minha surpresa, Yoongi se aproxima rapidamente e me envolve em seus braços, abraçando-me fortemente como se essa fosse a última vez que fizéssemos isso.

- Eu achei que você só disse aquilo para não voltar para casa. Eu estou errado, não estou?

- Yoongi...

- Hae – ele se afasta um pouco e faz um gesto com a mão para que eu pare de falar – eu preciso saber a verdade. Quero saber dos seus sentimentos. Quero que seja sincera comigo da mesma forma que estou sendo com você. Você realmente me ama?

Soto o ar que estava em meus pulmões lentamente. Quando eu estou prestes a responder a sua pergunta, Jimin aparece na sala e o chama.

- O que foi?

- Hoseok disse que sabe do paradeiro de Jackson. Não temos muito tempo. No carro eu te explico.

- Plano B? – pergunta Yoongi já se levantando e me levanta junto de si com as mãos entrelaçadas.

- Que plano B? – pergunto.

- Eu disse que não teríamos muito tempo – ele diz.

Rapidamente, arrumamos uma mala apenas com as coisas que serão necessárias.

Descemos as escadas porque seria mais discreto, segundo Jimin. Admito que não foi fácil descer todos esses lances de escada, mas prometi a mim mesma que eu não seria um peso para Yoongi. E ainda bem que o tempo está fresco e já está de noite.

- Quem te falou isso? – pergunta Yoongi ofegante.

- Hoseok. Ele provavelmente está atrás de nós e não resta muito tempo. Então a gente tem que sair daqui se quisermos mesmo seguir o plano B.

Eu até penso em perguntar novamente que plano é esse, mas eu estou sem condições nenhuma de fazer isso. Se Yoongi que é todo treinado e tem resistência está ofegante, imagine eu? Uma mera sedentária que não levanta nem pra caminhar por pelo menos dez minutos.

- Vai dar tudo certo, Hae, não se preocupe – diz Yoongi, olhando rapidamente para mim.

A única coisa que faço é balançar a cabeça e concordar. Eu confio neles e sei que tudo vai correr bem. Porém, hoje de manhã, acordei com uma sensação estranha no peito e, quando meu pai apareceu, essa sensação só foi aumentando. Não sei se é apenas minha imaginação ou se devo ficar ainda mais atenta daqui em diante. Só sei que esta sensação não passa e a cada degrau que desço, sinto meu corpo todo doer. Não é só a dor física de estar descendo rapidamente, mas sim uma dor emocional, como se algo muito ruim fosse acontecer e, sinceramente, não estou nada preparada para isso.

Hoje o dia foi muito agitado. Faz muito tempo que eu não sei o que é fazer um nada e reclamar sobre não estar fazendo nada, pois desde que Yoongi entrou na minha vida, ela só está sendo agitação atrás de agitação. Ainda tem Jackson solto por aí fazendo com que minha liberdade fique presa como um passarinho na gaiola. Fico pensando também em Yoongi e no quanto estou causando problemas. Sei que nem tudo acontece por acaso, mas porra! Tem que ser assim? Bem, se eu não tivesse visto o pai de Yoongi morrer supostamente pelo pai de Jackson, talvez as coisas fossem diferentes. Será que eu e Yoongi continuaríamos amigos?

Quando finalmente saímos do prédio, havia um carro preto estacionado.

- Entra no carro, Hae – diz Yoongi, apontando para este carro – eu só vou pegar as malas e...

Um barulho. Um barulho conhecido. Um caralho de um barulho conhecido e novamente sinto meu coração parar de bater e meu mundo perder o chão completamente.

E eu sabia. Sabia que algo de ruim fosse acontecer. O que eu não imaginava que seria assim.

Estou no inferno novamente.

- Yoongi! – grito, já sentido todo o meu corpo paralisar e doer. Olho para todos os lados e meu olhar para em uma pessoa vestindo um capuz preto. Casaco este que eu mesmo comprei e o presenteei. Eu não acredito...

Não há ninguém na rua e Jimin está tão assustado quanto eu e olhando para o cara com a arma.

- Por que caralhos você fez isso, Jackson? É a mim que você quer!

Ele está de cabeça abaixada e quando a levanta, solta uma gargalhada que eu não consigo entender qual o motivo da graça.

Abaixo-me rapidamente e mesmo com medo, seguro Yoongi baleado no chão, gemendo de dor.

- Você vai ficar bem, Yoon – digo, deixando cair lágrimas e mais lágrimas. – fica acordado, okay? Fique comigo, por favor.

Jimin saca a sua arma e aponta para Jackson.

- Saia de perto dele agora! – ordena Jackson para mim, mas eu o ignoro completamente. – Ou você sai de perto ou eu darei mais um tiro nele, e desta vez, não terá chances desse infeliz viver. Então, saia de perto dele, porra!

Eu abraço Yoongi e ele ameaça a fechar os olhos, mas Yoongi tenta mantê-los aberto.

Eu só sei chorar e chorar.

- Se você atirar nele, este vai ser o seu fim – diz Jimin, sem tirar os olhos um segundo sequer de Jackson. – Larga a arma. Estou te dando uma chance para viver.

- Chance? Não existe chance nenhuma!

- A Hae não tem culpa, Jackson! – Jimin exclama e Jackson rir de deboche.

- Não? Ela estragou tudo!

- Como ela estragou? Que eu saiba Hae não fez nada para você querê-la tanto assim.

- Meu pai está morto por causa dessa desgraçada. Tudo que ela tinha que fazer era morrer naquele maldito acidente, mas não. Ela está aqui, nos braços do homem que eu tanto odeio.

O vento parece ficar mais gelado e sinto os dedos de Yoongi ficar gélidos demais, mais que o normal.

- Eu não sei do que você está falando, Jackson – digo, chorando cada vez mais e é só isso que eu sei fazer neste momento.

- Ah, não? Você não viu meu pai matar o pai deste homem? Não foi você que disse para o seu pai que presenciou aquilo? Só tinha você na rua! Então você vai pagar por se intrometer aonde não é chamada.

- Seu pai matou um homem, Jackson! Você quer falar de quê? – Jimin diz intrigado.

- Eles tinham o assunto deles e não era pra ninguém se envolver, mas essa garota... = ele movimenta a arma e cada vez mais me encolho para proteger Yoongi com medo de Jackson atirar a qualquer momento.

Não há nenhuma alma na rua e isso me deixa indignada.

- Eu vou ligar para a ambulância, Yoongi.

Quando pego o celular, Yoongi toca a minha mão, fazendo com que eu pare de digitar. Ele começa então a murmurar algumas coisas nas quais não consigo compreender. Chego meu ouvido mais perto de sua boca.

- Eu vou ficar bem, Hae – diz bem baixo e quase não consigo ouvir.

- Eu já falei pra você sair de perto dele! – grita Jackson.

- Eu te amo, Hae, e sempre vou te amar.

Meu coração está tão apertado e sinto que perdi tudo nesta vida. Eu não posso perder Yoongi. Não posso perdê-lo.

- Eu também te amo, Yoongi – digo, e lágrimas e mais lágrimas caem e meu equilíbrio evapora.

- Eu vou contar até três pra você sair de perto dele.

É como se um tsunami estivesse destruindo cada parte do meu corpo. Como se tudo isso fosse um terrível pesadelo sem fim, daqueles que acordamos completamente pesados.

- Um... – continua Jackson.

Eu não posso deixar Yoongi aqui. Não posso deixa-lo morrer. Não posso ser uma covarde. Eu preciso salvá-lo, preciso protegê-lo. Yoongi está sangrando tanto e com minhas próprias mãos e casaco eu tento estancar o sangue, mas isso não vai funcionar por muito tempo e tenho medo dele morrer.

- Dois...

Jimin continua parado e chego a querer xinga-lo se todos os nomes por não dar logo um fim neste desgraçado filho da puta que está com a arma apontada para Yoongi.

- Eu vou te proteger Yoongi, nem que eu use o meu corpo para isso, eu vou fazê-lo. Não vou te deixar morrer, meu amor.

- Sabe de uma coisa, Jackson – Jimin fala – não foi Hae Ri que entregou seu pai. Fui eu.

- Para de mentir! – Jackson grita.

- Eu estava na rua quando seu pai atropelou o pai de Yoongi. Fui eu que contei para o senhor Lee que o Senhor Wang matou o pai de Yoongi. Fui eu, não Hae.

- Eu não acredito.

- É mesmo? Que pena. Seu pai teve o que merecia quando foi torturado até a morte porque não quis revelar os podres do seu grupinho de merda e do seu filho delinquente. Engraçado que nem precisava da sessão de tortura porque já sabíamos de tudo. A gente já sabia que a mãe de Hae não era a sua mãe verdadeira e que ela estava do lado de vocês. A gente sempre soube que ela era apaixonada pelo seu pai e que você é um filho bastardo. Você é filho daquela mulher, seu filho da puta, e vocês dois tramaram o tempo todo contra Hae. Até mesmo quando você fingiu sua morte, ela te acobertou. Faz todo o sentido!

- Seu desgraçado!

Sem pensar, abraço Yoongi na tentativa de protegê-lo do que vier e, quando escuto Jackson falar “três”, ouço novamente a arma ser disparada.

Acho que esse é o fim.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...