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História Main Character - Jikook - Chapter 7


Escrita por: AP_Moura

Notas do Autor


Years later... kkkkkk

Capítulo 7 - Chapter 7


Fanfic / Fanfiction Main Character - Jikook - Chapter 7

  Chegamos no estúdio meia hora depois. A van lotada, pois os passageiros da van quebrada tinham se dividido entre as duas que sobraram. Assim que paramos no estacionamento ao ar livre, o turbilhão de pessoas foi saindo do carro, tirando a sensação claustrofóbica que eu estava sentindo desde que encheram o veículo. Por fim, eu e Jungkook saímos. Eu por ainda estar com dor da pancada, ele por mero zelo. Eu tenho que admitir, estava gostando daquela atenção dele, mesmo que as vezes sentisse minhas bochechas ficarem vermelhas ao lembrar da provocação que eu o fizera. Eu não sabia oque tinha dado em mim, eu simplesmente disse e ele gostou. 

  Saímos do último acento pelo corredor apertado até a porta da van. Eu encarava suas costas cobertas pelo casaco verde que eu trouxera - depois de muita insistência ele finalmente tinha aceitado de volta. Jungkook saltou da van primeiro, e quando eu estava prestes a fazer o mesmo, senti suas mãos agarrarem a minha cintura e me pousarem no chão como um boneco. Fiquei estático, sem entender oque tinha acontecido por um segundo, então ergui o rosto. Ele sorria, mas não olhava para mim, fitava alguma coisa através de mim. 

  -Você é leve, pequeno. -ele disse como se por pura distração. -Pensei que pesava mais.

  -Está me chamando de gordo? -perguntei finalmente descongelando. Cruzei os braços e logo voltei a descruza-los por conta da dor. -Aish. Vou entrar. 

  -Você vai... -ele engoliu em seco e abaixou o rosto, parecendo envergonhado. -Vai me assistir, não é? 

  -Provavelmente. -respondi. -Por que? Se sente pressionado? 

  Jungkook olhou ao redor. Estávamos parados em frente à van, a porta ainda aberta. O ritmo de trabalho começava de novo, caixas e caixas eram transferidas para os prédios. Eu estava curioso para saber oque haviam lá.

  -Não. Eu sou acostumado já, mas... eu queria que assistisse. 

  A resposta me surpreendeu. 

  Ergui os olhos para ele, espantado. 

  -Quer que eu assista? 

  -Sim. Preciso de uma inspiração. 

  -Espera. -levantei as mãos, com as palmas viradas para ele. -Você quer uma inspiração numa cena de assassinato? E sou eu?

  Ele riu. 

  -Não nesse sentido. Ah, deixa, se não quiser... -ele fez sinal de que não me importasse. 

  O segurei pelo braço. 

  -Ei. Eu vou, claro que vou. 

  Minha resposta iluminou seu rosto. Ele abriu um sorriso largo e respirou fundo. 

  -Ótimo. -disse com a voz aliviada. Ergueu a mão e tocou meu ombro. -Te espero no set, pequeno. 

  Virou-se e seguiu reto para o prédio do meio, assim como no dia anterior.

 

***

 

  Eu mal podia esperar para quando eles realmente começassem a gravar em ruas e cenários reais. Os sets pequenos apenas serviam para uma cena violenta ou cenários que não existissem, como a casa do Rabit. Nesse momento, eu me encontrava sentado numa cadeirinha - como aquelas de diretor, que me davam e estranha sensação que a qualquer momento iriam arrebentar e eu cairia, mas não foi oque aconteceu. 

  As câmeras, já montadas no dia anterior, estavam apenas sendo ligadas e monitoradas de computadores. Todo aquele tumulto de pessoas e cabos me deixavam nervoso, ansioso, louco para pegar um dos scripts numa grande pasta amarela, disposta perto do que parecia ser o computador principal, conectado a mil cabos, sobre uma escrivaninha de madeira. Estava a poucos metros de mim, ninguém veria se eu me esticasse e pegasse um, mas convenci a mim mesmo de permanecer sentado, esperando até que a pessoa que eu tinha que cuidar aparecesse. 

  Jungkook tinha sido muito chato. Me dispensara sem o mínimo de educação quando eu ousei por os pés no camarim. Ele estava se arrumando quando eu entrei. HyeMi estava em pé atrás da cadeira dele, com um secador numa mão e um pente na outra. Hoje, vestia uma combinação interessante de calças jeans e camisa de estampa de onça, com abertura nos ombros. Ela sorriu para mim, acenou animadamente com o secador de cabelos. Mas quando eu estava prestes a dizer alguma coisa, Jungkook abriu os olhos e me viu, com um olhar desesperador, ele se levantou subitamente e me enxotou do camarim, empurrando meus ombros para trás e fechando a porta quando eu já me encontrava no corredor. 

  Eu não vou negar, aquilo me magoou bastante, mas por hora eu decidi ignorar. Estava me divertindo muito vendo todo aquele cenário ter vida. Pelo que eu tinha visto, seria pela noite, numa rua escura e longa. O set se estendia para trás, formando um bom espaço para uma rua, casas desciam até o limite do telão verde onde provavelmente seria adicionado o resto da cidade. Tinham dois postes de luz amarela nas calçadas, e faziam poças na rua de pedras. Tudo isso, estava à alguns metros de mim. A partir do ponto onde o asfalto da rua falsa sumia, parecia recriar outro mundo, com chão de cerâmica fosca e câmeras gigantes. Eu me sentia maravilhado. 

  -Estamos prontos! -gritou um homem perto da parede, sentado atrás de outro notebook. -Mandem eles virem de uma vez! 

  Suspeitei que se tratasse de Jungkook, mas me mantive quieto. Ele tinha me expulsado, então não queria que eu fosse buscá-lo. Depois conversaríamos.  

  A porta se abriu. Virei-me para conferir se era ele ou não - e não era. Então uma garota atravessou a porta, acompanhada de PD-Nim que parecia encorajá-la, a menina parecia confiante. Vestia uma camisa de botões ensacada numa saia que pendia da sua cintura até os joelhos. Trazia debaixo do braço uma caixa do que pareciam ser documentos falsos. Ela acenou para o diretor se dirigiu até o cenário, enquanto PD-Nim vinha até mim, ou melhor, à cadeira do meu lado, onde um megafone se encontrava. Ele sorriu para mim e me curvei levemente, afinal, estava sentado. 

  -Onde está aquele que se diz estrela? -perguntou ele, enquanto pegava um dos scripts e o megafone. 

  -Me expulsou do camarim. -eu disse melancólico. 

  Ele riu. 

  -Estão com algum problema? Brigam muito? -ele ergueu os olhos do script. -Eu sei que ele pode ser difícil as vezes, mas nada que um pouquinho de atenção não resolva.

  -Estamos ótimos. -me adiantei a dizer. -O único problema foi agora que ele se trancou lá e não me deixou falar com ele. 

  PD-Nim olhou para mim com atenção. Então suspirou com um esboço de sorriso, algo em seus pensamentos pareciam agradá-lo. 

  -Vocês vão se entender. Está aqui para ser a inspiração dele?  

   Confirmei. Mesmo sem saber ao certo em como eu seria inspiração. 

  -Isso me explica muito. 

  Eu ia perguntar oque, mas ele deu as costas com o megafone e berrou:

  -Jey, vá para o fim da rua. 

  A menina, que devia se chamar Jey, correu na mesma hora até a tela verde. Observei enquanto um homem ia levando até a garota uma câmera com duas hastes presas a ela, e outro ia em seu encalço segurando um tablet.  

  Assim que eles chagaram na garota, a sala caiu em um silêncio mortal. Tanto que me sobressaltei quando uma máquina de gelo seco começou a jogar névoa pelos bueiros falsos da rua. Cobri a boca com as mãos para evitar qualquer barulhinho mesmo que fosse mínimo. PD-Nim levou o megafone até a boca e disse baixo, mas com a voz ecoando pelo aparelho:

  -Agora. 

  A menina começou a andar devagar, os homens seguiam-na pelo meio da rua; um concentrado em manter a câmera para cima, outro preocupado com alguma coisa no tablet, provavelmente a cena que a câmera gravava. A menina olhava para trás vez ou outra, era de se imaginar que ela estivesse com medo ao andar por uma rua escura. Enquanto isso, a porta de entrada emitiu um estralo. 

  Jungkook entrou logo em seguida, para minha surpresa, ele se encontrava mais bonito que no dia anterior. Querendo ou não, eu era fascinado pelo quadrinho, então quando eu o vi daquela forma, minha reação foi ficar boquiaberto. 

  Agora, minhas mãos realmente cobriam meu rosto de surpresa; ele vinha em um terno completamente branco, da gravata aos sapatos. Trazia nas mãos a máscara e no rosto um sorriso perverso que me arrepiou os pelinhos dos braços. 

  Ele chegou perto e tocou meu queixo com a ponta dos dedos, novamente, não parecia ele e sim o personagem. 

  -Gostei dessa expressão em você. -disse baixinho, se abaixando até o nível dos meus olhos. 

  Erguendo as mãos, ele tirou as minhas do meu rosto. Eu estava de boca aberta ainda, não me julgue, era um fã e tinha um homem muito bonito na minha frente. Senti meu coração latejar de forma suspeita e suspirei. 

  -Uau. -foi a palavra mais idiota que consegui pronunciar. -Você está lindo. 

  -Obrigado, pequeno. 

  Ele se inclinou para frente e roubou um beijo do canto da minha boca. Minhas bochechas pareciam estar em chamas. Então ele se afastou com um sorriso culpado e invés de seguir para o cenário pelo meio da rua, como os outros, ele foi em direção para trás das casinhas falsas. Eu já imaginava oque iria acontecer, era a cena do trailer dos quadrinhos também, estava tudo tão perfeito que eu estava quase a dar pulinhos de animação. 

  A cena prosseguiu, e quando a menina chegou no meio da rua, PD-Nim ergueu a mão fazendo um sinal para ela, que mal pareceu ter visto, mas nesse instante, ela olhou para o lado, enquanto a câmera seguia para frente dela...

  E soltou o pior grito que eu podia ter ouvido na vida. Foi algo estridente, quase acreditei que ela estivesse mesmo sendo atacada. Então alguém ali gritou "corta", e os câmeras voltaram satisfeitos com sorrisos no rosto. A menina massageava a garganta após o grito. Eu ainda me encontrava em choque. Nesse momento, o rapaz que estava mexendo num computador ali perto, se aproximou. Seu rosto era conhecido, tinha traços angulosos, o queixo era um pouco pontudo. Os cabelos roxos puxados para cima deixavam-no com uma aparência descontraída, mas eu não era de me enganar fácil, aquele homem não era nem de longe tão disperso como queria parecer. Ele me olhou de esguelha e se inclinou para mim e principalmente para PD-Nim. Repetimos o ato; eu com respeito sincero, o diretor nem tanto, deviam ser amigos. 

  -Terminou o primeiro episódio? -perguntou PD-Nim sentando-se pesadamente na cadeira ao meu lado. -Eu sei que estava nervoso quanto a isso, mas... temos que começar a trabalhar, Namjoon. 

  -Eu sei. -disse o rapaz. -Tenho as anotações para os próximos episódios, mas... -ele coçou a nuca. -Não tenho certeza. Não posso só copiar falas do trabalho original, tenho que fazer ser algo mais humano. 

  -É uma cena de assassinato. Não tem palavras, oque vai contar com o entendimento da cena vão ser os atores. -soltei subitamente e me xinguei mentalmente por as vezes me incluir nas conversas dos outros sem querer. -Quero dizer... 

  -Você está certo. -disse Namjoon. Ele me olhou e sorriu amigavelmente. Ele estendeu a mão para mim. -Kim Namjoon, sou o roteirista principal do drama. 

  Peguei sua mão. Era leve e fina como uma folha, o toque gelado de quem passara muito tempo no ar-condicionado, mas as pontas dos dedos tinham alguns calos, imaginei que fossem de tanto escrever. 

  -Park Jimin, sou staff do Jungkook. 

  Ele pareceu surpreso. Soltou minha mão e gesticulou para suas costas.

  -O menino conseguiu um staff novo. -disse como se tentasse se convencer. -Você é corajoso, Park. 

  -Por que? 

  Minha pergunta não teve resposta. Assim que ele abriu a boca para falar, outra voz se sobrepôs. 

  -Preparar! -era PD-Nim, com seu megafone. -Jey, volte alguns passos, queremos fazer a cena de dentro. Jungkook, vá se preparando! 

  Namjoon olhou para trás, vendo o cenário. Quando voltou-se para mim, abriu um sorriso e disse:

  -Conversamos depois. 

  Deu as costas e saiu de fininho para o seu computador não tão longe. Ele era de uma beleza diferente, me lembrava uma descrição perfeita de uma fada. Tinha bochechas um pouco gordinhas, mas o queixo fino. Um sorriso de dentes perfeitos e alinhados. E olhos expressivos, mesmo que fosse impossível de ver suas íris. Os cabelos coloridos também ajudavam. 

  Mas enfim, me obriguei a prestar atenção na cena que se passava na minha frente, Jey voltava a fazer o mesmo caminho. Os homens não estavam mais no meio da rua. Ela caminhava sozinha no silêncio. Mas quando ela parou no mesmo lugar de antes e olhou para o lado, o grito não foi reproduzido, ela apenas fingiu gritar. Suspeitei que usariam o primeiro, que foi mais do que suficiente. Ela recuou alguns passos, quase tropeçando no meio fio. Então vi do que ela devia ter medo. Do beco, Jungkook emergiu no seu esplendor do terno branco. A máscara no rosto, e em mãos uma arma tão perfeita que duvidei se não era real. Atrás dele veio o cameramen, que extremamente concentrado, contornou os dois atores até o meio da rua e deu foco em Jungkook. Vi o sorriso brotar no seu rosto, cruel, divertido, era uma mistura horrível. Calmamente, ele apontou a arma para a garota, que se tremendo, caiu sobre os joelhos. Eu não ouvi oque eles disseram, eu estava muito longe para ouvir, mas então, PD-Nim foi levantando a mão devagar, e quando chegou no topo, o som de um disparo foi emitido por uma caixa de som muito potente. 

  O susto me fez retrair inteiro e agarrar os braços da cadeira. 

  -Corta!

  E então uma chuva de palmas. Eu estava trêmulo ainda, o som foi tão real que quase me levantei e corri até a garota para ver se ela estava bem. Mas aparentemente, todos ali estavam acostumados a coisas assim. Jungkook logo arrancou a máscara do rosto e veio na nossa direção. 

  -Só uma vez? -disse PD-Nim orgulhoso. -Poupamos trabalho. Agora, é a vez do Taehyung. Continue com essa roupa, os fotógrafos estão aí. -ele deu um tapinha no ombro dele e correu até os câmeras para ver o resultado.

  Jungkook assentiu, parecia igualmente orgulhoso. Parou a pouco de um metro de mim e me esticou a máscara. 

  -Pegue. 

  A tirei das suas mãos e permaneci quieto, sem ter oque dizer. Ele olhou ao redor e então parou os olhos em mim. 

  -Algum problema? 

  -Nenhum. -afirmei. -Foi... impressionante. 

  Ele riu. 

  -É, você é uma boa inspiração. 

  Aquilo de "inspiração" já estava me irritando, por que ninguém me explicava de uma vez oque era aquilo? O puxei pela manga do terno e ele parou de frente para mim. 

  -Afinal, em que eu lhe ajudei? 

  -Ah. -ele tocou minha bochecha. -Você me deixa mais confiante estando aqui. Sabe? É como se fosse uma plateia, onde eu tenho que me obrigar a fazer o certo e agradar. 

  Fiz que entendi. Então me levantei e indiquei que ele sentasse na cadeira que eu estava. Jungkook sentou e franziu a testa para mim. 

  -Por que o sorriso? -perguntou. 

  Mal tinha percebido, mas eu estava sorrindo mesmo. Dei de ombros e cruzei os braços sobre o peito. 

  -Não é todo dia que um staff escuta isso. Nos agradar. Normalmente é o contrário. 

  -Você já me agrada se vestindo assim. -ele disse me olhando de cima a baixo. Eu sabia que era provocação pelo que tinha dito mais cedo. -Vai ter que devolver todas as provocações, ouviu? 

  -Por que eu acho que vai ser mais doloroso para você? 

  -Porque... eu que dei em cima de você? 

  -Ah, talvez seja isso. -eu disse, me fingindo de desentendido. -Você é super indiscreto. 

  -Não preciso mentir, Jimin-ssi. 

  Balancei a cabeça, tentando segurar o sorriso. Ele era um rapaz interessante, sincero até demais as vezes, mas ao mesmo tempo que me intrigava, ele me atraía. 

  -Quero sua ajuda hoje à noite. -ele disse, se levantando e respirando fundo. -Quero que faça compras comigo. 

  Pensei ter ouvido errado. 

  -Como disse? 

  -Compras. Quero que me acompanhe no supermercado. -ele repetiu simples. -Você. Eu. Supermercado. Quer um desenho? 

  -Eu já entendi! -me irritei. -Aish, que chato. 

  Ele sorriu e balançou a cabeça.

  -Sou sim, muito chato. E você gosta de mim. 

  -Nunca faria isso. -neguei, antes mesmo de pensar numa resposta sensata. -Você não é o meu tipo. 

  -Ah, não? -ele riu. -Foi oque pareceu quando me viu saindo do banho. 

  -Mas qualquer pessoa iria olhar. -desviei o olhar do dele, mas já sentia minhas bochechas em brasa. -Mesmo que só por curiosidade. 

  Ele me puxou pelos ombros e escondeu meu rosto no peito dele. Isso me deixou mais nervoso ainda. O cheiro dele era algo que eu podia me acostumar rapidamente, me inebriava e de deixava com vontade de me colar a ele para sempre. Talvez fosse um pouco precipitado, mas era encantador. 

  -Jimin, Jimin. Você não me engana. -ele riu perto do meu ouvido. Eu não sabia se alguém estava olhando, mas devia ser uma cena um tanto confusa. -Quando voltarmos para a empresa, vamos no meu carro para o supermercado, depois te levo em casa.

  Concordei, de novo, sem pensar direito. Eu estava gostando daquele cantinho, meus braços quase se atreviam a enlaça-lo também, mas ele me soltou e eu o encarei tentando não parecer desapontado. 

  -Vamos, eu tenho que tirar mais fotos hoje. 

  Ele me virou pelos ombros e me empurrou até à porta.

 

***

 

  Minha esperança que ele tivesse esquecido isso do supermercado foi por água abaixo. Depois da tarde de fotos, finalmente chegamos no prédio da Big Hit, e antes mesmo de sair da van, ele se inclinou para mim e disse:

  -Me espere na recepção. 

  Tentei negar, mas ele era muito persuasivo, me convenceu a ir facilmente, com algumas palavras; "Vamos comer pizza." Foi inegável, eu estava louco para comer e meu estômago começava a querer conversar comigo. 

  Eu estava na recepção, encostado numa pilastra perto da porta de saída. Meus ombros estavam cansados e duros de tensão, a manhã e tarde agitada tinham me deixado exausto. E pelo que conferi no espelho, isso era visível em todos os traços do meu rosto. Me encarei no espelho que dominava a parede oposta à minha, passando por trás da bancada da recepção. De ponta a ponta. Encarei minha postura curvada, os sulcos começando a se formar sob os meus olhos - iniciando as olheiras. Calças jeans pendiam dos meus quadris, e eu vestia um casaco preto sobre a camisa azul fina. A distância eu parecia bem, mas de perto meu cansaço começava a ficar evidente. 

  Encostei a cabeça na pilastra, uns instantes seriam suficientes para descansar os olhos. Abri um pouquinho meus olhos teimoso. Pelo espelho, vi um sofá logo atrás de mim, espaço suficiente para o meu corpo pequeno. Me dirigi até lá como um zumbi, mal sabia como ainda conseguia mexer as pernas, usei minhas última energias para isso. Então me larguei no sofá que me abraçou com o estofado. Apoiei a cabeça em dois travesseiros quadrados e apaguei quase instantaneamente. 

 

***

  Acordei mais disposto. Não sabia quanto tempo tinha cochilado, mas definitivamente estava mais desperto. 

  Meus olhos ainda se mantinham fechados quando senti algo diferente. Eu não tinha dormido sentado, mas agora eu estava. E o sofá não se remexia. Abri os olhos abruptamente, vendo através do retrovisor a estrada noturna se estender na minha frente. Virei de lado. Jungkook estava no volante, olhando com seriedade para a cidade. Senti-me relaxar, mas a sensação de espanto não passou.

  -O que você fez? -perguntei a ele. -Como eu cheguei aqui? 

  Jungkook riu. 

  -Calma, pequeno. Parece até que acha que eu abusei do seu corpinho. -ele falou. Sua voz era sarcástica e baixa. -Se um dia eu tiver a permissão de lhe tocar dessa forma, eu preferia você bem acordado e bem ciente do que estaria acontecendo.

  Me senti enrubescer, mas estava escuro ali dentro, ele não veria. 

  -Aonde estamos indo? -perguntei finalmente. -No supermercado? 

  -Sim. Vamos comprar tudo que precisamos para a nossa festa.

  Me senti momentaneamente nauseado. 1) eu não gostava de festas, 2) "nossa"? E 3) O que ele queria dizer com tudo que precisamos?

  Eu revirei os olhos e ri, mas não tinha graça alguma.

  -Nossa festa? Do que está falando?

  -Ah, Jimin! Vamos conviver por meses. A festa que digo é; você, eu e tv. Eu quero ter amigos, você me parece confiável. -o jeito como ele disse aquilo me incomodou, eu podia ler suas entrelinhas. Ele queria amigos que não lhe vissem como uma passagem para o mundo da fama. -Então vamos comprar comida e iremos para o meu apartamento. Okay?

  Pensei por um instante. Eu não tinha oque fazer em casa. Taehyung estaria distraído com o namorado. Hoseok Hyung iria ficar na casa dele naquela noite, algo sobre um trabalho atrasado. Olhei para o garoto cheio de expectativa do meu lado, olhando para mim e para a estrada com olhos brilhantes. 

  -Não tente nada, ouviu? 

  -Falando assim eu me sinto ofendido, Hyung. 

  Ele fez bico. 

  -Mas você tenta algumas coisas, não tenta? -perguntei, tentando fazê-lo admitir, só então eu diria que sim. -Você não é um santo, Jeon Jungkook. 

  -Nem de longe Eu sou. -ele afirmou com uma risada. -É, eu tento dar em cima de você de vez em quando, mas aí o idiota sempre aparece.

  Franzi a testa para ele. Jungkook apertou mais o volante, seus ombros estavam tensos. Ele estava assim por causa do Taehyung? Meu estômago embrulhou e eu me encolhi  de leve, tentando não demonstrar tanto como eu me sentia desconfortável. 

  -Você... se refere ao Tae? -perguntei. 

  -Claro. -ele sorriu. -Mas não se preocupe agora, não pense muito nele hoje. -ele virou uma esquina e desviou o carro para a entrada do estacionamento. 

  Estacionamos perto da entrada, mesmo com milhares de outras vagas. Não questionei, apenas sai do carro com a minha mochila. Eu nunca tinha ido ali, para ser sincero, aquele era um dos supermercados que eu não tinha condições de ir. O prédio se dividia em dois andares, a parede de janelas da frente nos permitia ver os caixas e além deles as prateleiras. Contemplei a estrutura até o momento que ouvi Jungkook me chamar, quando baixe a vista e o encontrei, ele já tinha avançado um bocado. Corri até ele e caminhamos juntos para dentro do supermercado. 

  Fui tomado por uma sensação ruim assim que pus os pés no tapete que procedia as portas duplas elétricas. Como se alguém estivesse respirando na minha nuca. Olhei para trás por precaução, mas além de uma família saindo de um carro ali perto, mais ninguém estava ao nosso redor.

  -Tudo bem? -ouvi Jungkook perguntar. 

  -Tudo Ótimo. 

  Voltei para ele com um sorriso e me adiantei a entrar.


Notas Finais


Oi gente, desculpa a demora, as aulas começaram e tenho que esforçar esse ano kkkkk


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