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História Maipetto no neko - Depois da tempestade, vem a calmaria


Escrita por: xYumex

Notas do Autor


Wee! Capítulo novo! o/

Bem, já vou avisando aos mais desesperados: voltei as aulas na faculdade, e já começo o semestre tendo de apresentar um projeto xDD

Por isso, o próximo capítulo vai atrasar sim, pois devo me dedicar um pouco mais à ele, já que boa parte da pesquisa ainda não está pronta, e o negócio é para a última semana do mês >__<

Então, provavelmente, só em Abril teremos capítulo novo!

Se eu conseguir, escrevo um pouquinho, só p n deixar v6 na curiosidade mto tempo, porém, n prometo nada!

Enfim, boa leitura!

Capítulo 29 - Depois da tempestade, vem a calmaria


Maipetto no Neko


Capítulo 29 – Depois da tempestade vem à calmaria


No meio dos risos de Karin, e das palavras sem nexo que a mesma dizia, Ichigo tinha a expressão de susto no rosto. Tentava bolar alguma explicação para resolver aquilo tudo, porém nada passava em sua mente, como se um branco total tomasse conta dele.

Grimmjow segurou seu ombro, o chamando de volta à realidade, e encontrando seus globos azuis com o âmbar dele:

- Ichigo, que está acontecendo? – indagou á ele, também sem entender nada.

- Eu... Eu...

As palavras embolavam-se na garganta sem sentido, e quase sem som, como se arranhassem para fora da boca, arrastando-se numa forma de grunhido. O ruivo quase teve vontade de se enfiar naquele carro com Grimmjow e sair voando dali, mas se o fizesse, pioraria as coisas, além de deixar as caras de interrogação em sua família. Bom, ao menos Karin parecia estar levando tudo de boa...

Engolindo seco, ele esticou os dedos, segurando a mão de Grimmjow, e com o olhar ameno, disse à ele:

- Vem...

Foi caminhando até a direção de seu pai, tendo forçar para encarar seus olhos, enquanto Grimmjow permanecia atrás dele, porém sem largar da mão do garoto nem por um segundo, e sem questionar-lhe.

- Vamos conversar lá dentro pai. – disse, tomando a frente dele no caminho de casa.

- Sim... – respondeu quase automaticamente, indo atrás do filho.

No sofá da sala, Ichigo sentava-se ao lado de Grimmjow enquanto Karin numa poltrona lateral olhava com um brilho enorme em suas íris negras para os dois. Até assustava um pouco, fazendo-os parecer como aberrações de circo ou animais no zoológico, mas de todos, ela teve a melhor reação instantânea.

Yuzu, apesar do espanto, estava na cozinha preparando um pouco de chá; talvez assim todos de acalmassem. Mas ichigo continuava tenso, ainda mais depois de ver seu pai puxando um cigarro e o acendendo. Ele só fazia aquilo em ocasiões extremas...

Os olhares carregados, e o clima pesado do ambiente deixavam a todos desconfortáveis com a situação, e isso fazia o ruivo cada vez mais apertar a mão de Grimmjow escondida no meio dos dois, por em entre as almofadas do sofá. O maior percebeu o nervosismo exagerado dele, e disso tudo, só pode tirar a conclusão de que tinha feito merda. Por um momento, perguntou-se se ele não tinha falado nada sobre os dois ainda, e sem querer, estragara tudo. Aproximação sutil, preparação do terreno, qualquer coisa que ele tivesse feito até ali foi por água abaixo; mas jamais o abandonaria agora, e demonstrava isso segurando com força os dedos dele, permanecendo-se inalterado, tentando passar a tranqüilidade dele ao garoto.

Ao ter posse de sua voz novamente, Ichigo levantou a cabeça encontrando a vista de seu pai, séria, e entreabriu os lábios ameaçando uma fala, no entanto Karin o interrompera:

- Há quanto estão namorando? – indagou a garota.

O clima tenso transformou-se num completo desconcerto em poucos segundos. Se bem que naquela altura estava bem na cara qual era a relação dos dois, esconder seria desnecessário e inútil.

- Alguns meses... – respondeu sem graça.

- Desde que se conheceram?

- Mais ou menos, foi meio confuso sabe? Primeiro, nós... – comentou Grimmjow, sentido um rápido pisão na ponta dos pés, entendendo que era para calar a boca. O fez segurando o grito de dor.

- Pai. – falou com a voz mais grossa – Eu sei que devia ter contado... Antes. E acredite quando eu digo que pretendia, mas... Eu só... Eu não sabia, ou melhor, eu não faço idéia...

- De como eu reagiria? – cortou-lhe a fala, completando o pensamento dele.

- Sim.

Ishinn ergueu-se da cadeira onde estava rodeando a sala e indo em direção ao pôster da mãe dele colado na parede. O encarou por alguns minutos, sendo aguardado com ânsia pelos demais. Yuzu chegou a colocar o chá na mesa, servindo-os, e podia-se perceber o rosto corado da irmã; embaraçada com aquilo tudo, sem saber como se portar.

As ações de seu pai incomodavam Ichigo. Ele queria saber quais pensamentos passavam dentro da mente dele, e isso apenas o assustava a cada instante. Suava frio, sentindo os dedos de Grimmjow acariciando-o na palma da mão. Se pudesse, ele diria algo, porém temia piorar ainda mais aquela conversa tão desconfortável. Às vezes ele agia assim; sem ponderar antes. Aliás, muitas vezes, mas nunca havia se sentido mal como agora, como Ichigo devia se sentir.

- Masaki era uma linda mulher Ichigo. – disse Ishinn chamando a atenção deles – Uma linda mulher. Sabe o que me cativou nela pela primeira vez?

- O que?

Os pulmões de Ichigo fecharam-se ao escutar a voz do pai fazendo-se presente.

- Seu sorriso. Parecia estar sempre com ela. Era uma coisa única, sabe? Algo que apenas ela sabia fazer. Eu ficava todo bobo só de vê-la sorrir...

Ichigo ouvia cada palavra dele, como se pudesse imaginar os lábios de sua mãe esticando-se, igual fazia naquele pôster. Lembrava-se dele, mesmo que pouco, e concordava com seu pai: era um sorriso lindo, especial, capaz de fazer todos os males desaparecerem apenas com sua presença.

Voltando-se à ele, Ishinn terminou seu cigarro, jogando numa pequena lixeira a ponta ainda incandescente, e, enfiando as mãos nos bolsos, tornou a falar mirando o chão:

- Sabe o que quero dizer com isso, Ichigo?

Meneando ‘não’ com a cabeça, o ruivo apenas o viu sorrir, conforme tornava a falar:

- Eu me apaixonei pela Masaki; pelo sorriso dela. Não foi a ‘mulher’ linda e maravilhosa que ela era, mas sim a pessoa... Masaki era maravilhosa, uma mãe exemplar e esposa perfeita. Sinceramente, pode parecer clichê, mas não possuo nenhuma reclamação à fazer dela. Porém foi seu sorriso que me cativou, junto com a estupenda personalidade que ela tinha.

Ichigo queria chorar. Era quase inevitável segurar as lágrimas quando falava ou ouvia de sua mãe. Até mesmo Karin, com todo o seu ar de superioridade derretia-se ao ver a foto dela. Yuzu, já estava aos prantos, enxugando as lágrimas com as mangas da blusa.

O ruivo continuou encarando seu pai, pois sabia que ele ainda tinha mais à falar, e assim o fez:

- Além do mais, você acha mesmo que eu poderia odiar o homem pelo qual minha mulher deu sua vida para proteger? – ele sorriu ao filho – Lembre-se disso sempre Ichigo: você é o homem pelo qual a Masaki deu a vida, então, não há como eu ficar decepcionado com você.

Karin sorriu da poltrona, junto de Yuzu em meio a suas lágrimas. Seu pai podia ser um completo idiota na maioria das vezes, no entanto, em certos momentos, demonstrava sua real consideração para com os filhos.

Ichigo sentiu o coração parar de bater para em seguida relaxar todos os músculos. As idéias fluíam melhor por sua mente, como se nunca houvesse nada a temer desde o início. Riu baixo, sentindo um alívio imenso tomando conta de seu ser, e quando se ergueu para apertar a mão de seu pai, pode ver a imagem de sua mãe atrás dele, mostrando-lhe o lindo sorriso, não como se estivesse distante, mas sim ali, ao seu lado.

Ishinn segurou a mão do filho vendo a sensação calma nas expressões dele agora. Seria estranho de início, acomodar-se com a idéia, porém não seria uma tarefa impossível, e pelas reações de suas duas filhas, nenhuma delas parecia estar contra a situação também.

Ele não queria impor uma declaração por escrito do filho ou algo assim. Ele nem precisava dizer nada, ou querer se ‘assumir’ na frente deles. Aquelas poucas palavras lhe eram o suficiente para saber que seu filho estava o lado de uma pessoa com a qual se importava alguém que o fazia feliz. E de qualquer outra coisa, além disso, Ishinn tinha despreocupações, pois apenas a alegria dele, lhe era admirável.
Sem perceber Grimmjow apareceu próximo á eles. Sentia como se tivesse de dizer algo, ou ao menos se fazer presente no meio daquilo tudo, afinal, estava envolvido naquilo tudo. Coçando a nuca, um tanto quanto sem jeito, esperou os dois terminarem de trocar algumas palavras, para encarar o olhar de Ishinn à ele. Ao fazê-lo, apenas esticou a mão esperando pela dele.

Ishinn olhou para ele de cima a baixo, lembrando-se do dia em que cuidara das feridas do garoto. Desde aquela hora, percebera algo entre Grimmjow e Ichigo. Óbvio, não falaria nada, pois talvez fosse impressão sua, porém acabou por confirmar suas suspeitas. Não sentia raiva dele ou qualquer outra coisa do tipo, mas esperava ver o filho sempre alegre, sabendo ter alguém além de sua família com quem contar. Não sabia se essa pessoa seria Grimmjow, mas esperava que sim. Estendeu a mão em seguida segurando com força, tendo a mesma resposta. Ele não era do tipo que se intimidava.

- Algo me diz que devo certo pedido de desculpas a você... Pela surpresa, sabe? – falou tentando parecer uma piada.

- Foi mesmo uma surpresa... Mas nada incurável. – respondeu no mesmo tom.

Ichigo achou aquela troca de frases um pouco estranha, mas iria ficar quieto, afinal, alguma coisa poderia sair errado, pois o problema havia se resolvido tão bem, que pelo menos um único detalhe tinha de falhar. Odiava estar certo nessas horas...

- Sabe, eu acho que já suspeitava desse lado do meu filho. – comentou Ishinn com a voz em tom de brincadeira, como o seu ‘eu’ costumeiro.

- Sério? – indagou Grimmjow vendo de canto de olho a cara de desesperado de Ichigo para terminarem aquela conversa, que nem deveria ter começado! Mas isso apenas o instigou mais...

- É, ele nunca teve uma namorada séria, ou trouxe em casa alguma... Ah Masaki! Nosso filhinho descobriu a vida amorosa, enfim!

Ishinn voltou-se para o pôster de sua mulher, entrelaçando as mãos na frente do peito, enquanto continuava sua conversa com a falecida esposa:

- Nosso filhinho está crescendo Masaki! Logo vai se mudar!Arrumar um emprego! Seremos apenas nós e as filhinhas queridas!

- Pai você ta falando com a parede... – falou Karin achegando-se da aglomeração feita por eles.

- Estou falando com sua mãe filhinha querida!

- Para de atuar como o pai meloso! – deu-lhe um rápido tapa na cabeça, vendo-o continuar o discurso.

- Mas eu sou meloso! E muito carinhoso com minhas filhinhas!

Ao tentar abraçá-la, Ishinn teve o pé de Karin enfiado no meio de sua cara, e logo foi de encontro ao chão, enquanto a filha voltava-se à Grimmjow:

- Acostume-se! A vida aqui em casa é assim mesmo; ninguém aqui é normal.

- Pode deixar, também tenho minha parte de loucura... – respondeu, vendo a garota sorrir com suas palavras.

- Mas então, como foi que se conhecera?

- Quer a versão curta ou longa?

- Oh! Por favor! Diga todos os detalhes!

Ichigo desesperou-se por alguns segundos, mas aliviou-se em seguida, afinal, Grimmjow não era burro:

- Nos conhecemos na faculdade, primeiro dia de aula, eu vi seu irmão, calouro, ingênuo e...


Recebendo um soco no estômago, Grimmjow arqueou o corpo, tossindo:

- Quem é ingênuo aqui?! – indagou Ichigo com o punho em riste.

- Nossa! É assim que você trata seu namorado?!

- Se ele fica falando besteira, sim!

- Ichi-ni! Não trate o Grimmjow-san assim! – falou Yuzu juntando-se á eles.

- Viu? Sua irmã me apóia!

Ele recebeu outro soco, dessa vez na nuca, vendo a garota defender-lhe novamente. Karin ria consigo quase caindo no chão, divertindo-se com a cena. Ishinn ainda falava com o pôster de Masaki, e Ichigo, ainda ao seu lado, mostrava-lhe a mão cerrada caso tentasse falar outra gracinha.

Grimmjow riu, acompanhando Karin. Ichigo possuía um gênio difícil; sua família estava carregada com um senso de humor um tanto quanto diferente e acolhedor, mas tinha certeza de que não havia nenhum outro lugar onde gostaria de estar agora, se não ali, ao lado dele.

Aquele era o oitavo livro na mão de Byakuya. Ele continuava preso á leitura excessiva há três dias, sem ter uma pausa entre um título e outro. Apenas devorava as páginas, e continuava a rotina de ‘traça da biblioteca’ quase esgotando os exemplares em sua casa. Pensara em ir até a loja comprar novos volumes, mas estava sem paciência, e com muita pouca vontade de sair. Precisava continuar lendo, e só.

Seu descanso constava na pausa para as refeições, claro, o chá e alguns repousos rápidos dos óculos na mesinha de canto, enquanto massageava as têmporas aliviando a ardência nos olhos.

Os assuntos passando apressados por sua imaginação eram os mais variados possíveis. Política, ciências, histórias de fantasias e terror, crimes policiais, e tudo o mais à sua disposição – tomava cuidado apenas para afastar-se dos de romance, por alguma razão desconhecida...

Rukia observava as ações do irmão ao longo desse meio tempo. Ele só agia assim quando extremamente nervoso, ou quando seu nível de estresse tinha extrapolado a cota. Mas com as férias da faculdade esperava vê-lo mais relaxado e não uma pilha de nervos. Ficar no mesmo ambiente que ele era quase impossível, e assim, decidiu visitar Renji, pois agora com o empecilho da distância vencido, podia passar o tempo junto dele. Estava na porta rodando a chave no trinco quando se lembrou que ele deveria estar ainda na faculdade, prestando a prova.

Retornou para dentro de casa, bufando, e acabou por chamar atenção aos ouvidos atentos de Byakuya:

- Vai a algum lugar Rukia?

- Eu ai, mas lembrei que não posso.

- Por quê?

- Ia visitar o Renji, mas ele está na prova.

A sobrancelha dele tremeu um pouco, e sem desviar os globos das linhas do livro, perguntou tentando parecer desinteressado:

- Era hoje?

- Sim. Ele tava nervoso ontem, então espero que ele esteja indo bem.

Dando meia volta Rukia voltou ao seu quarto, prendendo-se no mundo dos desenhos. Apesar de ser seu futuro trabalho, via a arte como uma forma de divertimento.

Byakuya tentou, com todas as suas forças, desviar seus pensamentos das últimas palavras de Rukia, porém eles eram mais fortes que sua própria vontade. Respirando fundo, retirou os óculos, pondo-os sobre o livro de capa marrom. Desabotoou três dos fechos da blusa esverdeada, sentindo um leve calor. Cerrou os olhos ao recostar a cabeça no assento da poltrona e olhando para o teto, disse a si mesmo:

- Como ele estará indo...

Se fosse um resultado ruim, culpar-se-ia pelo resto de sua vida. Por conta destas idéias insanas, desses reboliços repentinos que tinha só de estar no mesmo cômodo que ele, havia sido grosseiro, e expulsado um aluno em potencial com ânsia de aprender, e ainda num período de provável desespero dele... Renji não era burro; como havia suposto de início. Na verdade, nas rápidas conversas, tinha reparado um grande potencial nele. Talvez a falta de instrução tivesse acabado o deixando preguiçoso, mas com a Judá certa, viria a ser um grande profissional...

Ora essa! Em que estava pensando agora?! Acabara de tratá-lo mal, e considerava oferecer ajuda de novo?! Estava ficando estúpido, só pode. Devia ser o sono, sim, tinha dormido mal e precisava recarregar as energias, e evitar novos raciocínios como este.

O papel na frente de Renji estava repleto de palavras e termos técnicos completamente alheios á ele. Tentava se focar nas mais fáceis primeiros – cálculos e as com representações práticas, no entanto para seu azar, não eram a maioria delas. Os estudos tinham dado algum resultado, ao menos conseguia compreender algo dos enunciados, mas fora isso, escrever de maneira complexa, usando os conceitos corretos, estava o deixando louco!

Se existisse alguma coisa capaz de prender sua atenção, algo que o levasse a lembrar da matéria, um ponto fixo de concentração. No meio de seus estudos, se procurasse um pouco nas lembranças, um som, uma imagem, a ponte de ligação entre a matéria e sua mente...

Num estalo, como se passasse diante de seus olhos, os cabelos negros balançavam, exalando o odor forte e adocicado deles. As melenas pareciam desenhadas de tão perfeitas e alinhadas. Os globos cinzas o miravam como se enxergassem através dele, e apenas esse rápido vislumbre fora o bastante para deixar Renji mais calmo.

Não era lá a melhor das táticas para o estudo, mas de certa forma, imaginar Byakuya ali, ao se lado, o deixava mais tranqüilo e preparado para a prova.

E como se fosse seu mentor, ele via os dedos finos e elegantes deles apontando as sentenças no papel á sua frente. Respirando fundo, foi contornando com a caneta as respostas, usando sua caligrafia como se pintasse um quadro.

Quando deu por si, entregava a prova na mesa do professor, e saía de sala. Ao chegar nas escadas sentou-se no inicio delas e pôs a cabeça entre as pernas com a face em pânico.

- Não faço a menor idéia do que escrevi naquela prova... – disse a si mesmo, sentindo-se derrotado.

E o pior de tudo é que o resultado ficaria pronto apenas na segunda-feira da semana que vem. Estava numa quinta-feira, mas mesmo assim, cada segundo contaria como um momento de angústia. Sem muita força, desceu o andar da faculdade indo até a saída. Ao menos agora podia beber.

Queria ir até a casa de Rukia, falar com Byakuya sobre o teste, porém tinha receio de aparecer lá depois daquele dia. Estava o atrapalhando no meio de suas férias, e nem tinha se dado conta disso até estressá-lo. Nem sabia se algum dia voltaria a falar direito com ele, afinal, desperdiçou uma excelente chance de se aproximar dele com seu jeito hiperativo; perguntando um milhão de coisas ao mesmo tempo. Ah! Precisava esquecer-se de tudo antes que tivesse um colapso nervoso...
Riu consigo mesmo durante alguns segundos conforme caminhava para o ponto de ônibus. O que ele diria se o visse no estado alcoólico no qual se encontraram de novo? Provavelmente o ignoraria, pois nenhum deles tem algo a ver com a vida do outro. Ainda assim sentia-se envergonhado só de imaginar a cena. Droga! Compraria algumas latas de cerveja e beberia em casa mesmo, com uma boa dose de vídeo-game, talvez conseguisse clarear as idéias.

- Mas me diga Gin – falou Aizen de sua mesa no escritório, terminando de assinar um documento – a curiosidade me deixa desconcentrado.

- Qual curiosidade senhor? – indagou o subordinado.

- Não me disse ainda, com detalhes, digo, como fez para acabar com os problemas de Rangiku.

- Ora senhor, e isso realmente importa?

- Não muito, mas como eu disse: é a curiosidade.

Gin esticou os lábios vendo o sadismo estampado nos olhos de Aizen. Chegou a abrir um pouco suas pálpebras, mostrando à ele seu par de globos azulados, e molhando a ponta da boca com a língua, começou a falar dos detalhes sórdidos.

- Foi como das outras vezes em que tive de fazer hora extra, senhor. Fora da cidade, em um local público, porém de difícil acesso. Dois tiros: um no peito e um na cara, só para ter certeza, além de é claro, desfigurar o semblante dela. Retirei as roupas, queimando-as separadamente, e por fim taquei fogo no corpo já inerte. Simples e rápido, senhor.

Aizen baixou as folhas do processo que analisava para observar a satisfação com a qual aquele homem falava tais coisas. Era ótimo ter alguém feito ele ao seu lado, pois sabia se fosse o contrário, teria grandes problemas. Mas sua lealdade estava mais do que provada.

- Interessante... Seu entusiasmo me espanta Gin. – comentou o homem engravatado.

- Senhor, eu duvido muito disso, pois o conhecendo como conheço, sei que por dentro, está regozijando.

Ele riu concordando, tornando a falar:

- O próximo passo, será Neriell.

- Ela já está fora dos planos, senhor, á procura da amiga.

- Sim, mas a loucura com a qual ela a procura aos poucos começará a trazer indícios para o nosso lado. E nada como uma mulher insana falando besteiras aos quatro vento para atrair atenção desnecessária.

- Quais são suas ordens?

- Ainda podemos aguardar um pouco mais, Gin. Mas em breve, ela terá de sofrer as conseqüências de suas ações.

Por mais estranha que a situação pudesse ficar na casa de Ichigo, ele não imaginava poder ficar à sós com Grimmjow em seu quarto, ainda mais depois de todos sabendo o nível de relação entre eles. Ou a confiança era muita, ou eles já suspeitavam que algo acontecia entre eles. Tudo bem, não tinham ido até o fim, mas ainda assim, surpreendeu-se.

- O que pretende fazer agora? – perguntou Grimmjow sentado em sua cama.

- Como assim?

- Bem, sua família sabe, mas e quanto àqueles seus amigos?

- Tenho de conversar com eles ainda.

- Pior do que hoje não vai ser. – riu.

- Graças a alguém com o cérebro do tamanho de uma ervilha...

- Ei! Eu expliquei que entendi errado por causa daquele telefonema!

- Custava perguntar antes?!

Grimmjow começou a curvar o tronco, como se reverencia-se o garoto, enquanto dizia a frase repetidas vezes em tom de ironia:

- Oh! Grande Ichigo! Perdoe-me pela minha insolência!

- Chega disso, palhaço! – esbravejou Ichigo, dando-lhe um cascudo na cabeça.

Ao chegar perto dele, porém, sentiu seus braços o agarrando pela cintura, vendo sua cabeça recostar-se em sua barriga, por estar de pé.

- Agora, estamos aqui, de férias, sem nada a temer por conta da sua família; a porta está trancada, e suas irmãs devem estar dormindo...

- Ta querendo me levar no papo?

- Não, apenas constatando os fatos...

No instante seguinte, ele o arremessou na cama ficando por cima do ruivo, completando sua fala:

- Assim você fica sem desculpas para fugir de mim.

O rosto de Ichigo ficou corado. Entreabriu a boca para dizer algo, mas os lábios de Grimmjow foram mais rápidos, deixando a língua penetrar aos poucos o calor emanado dele, e explorado cada parte do interior do garoto. As mãos estavam em sua cintura, segurando a blusa dele e a erguendo aos poucos. Ichigo nem mais tentava lutar contra ele quando era pego de surpresa assim. Tinha se acostumado com o jeito repentino de Grimmjow demonstrar carinho, e acabava entrando no clima sem nem protestar. Os dedos afagavam o pescoço do maior, sabendo da fraqueza que sentia ao tê-los passando tão devagar na pele morna dali, indo em direção ao lóbulo da orelha. Grimmjow gostava daquela sensação de ter a mão dele acariciando a parte de trás de sua orelha.

Quando se separaram puxando numa longa respiração o ar, Ichigo desceu os lábios, beijando com estalos a lateral do rosto de Grimmjow, abrindo devagar os botões da blusa dele, fazendo o peito encostar-se ao seu.

O calor do corpo de Ichigo deixava Grimmjow louco. Queria fazer de tudo e mais um pouco com ele, ali, agora.

- Ichigo... – sussurrou em meio aos gemidos próximo ao ouvido dele – Quero você.

O ruivo estremeceu com a delicadeza e sedução na voz dele. As palavras embelecidas, saber que ele o desejava tanto faziam seu coração bater mais rápido, e a razão fugir aos poucos; mas ainda tinha suas inibições o impedindo de avançar até esse ponto:

- Grimmjow eu... – falou com a face voltada para baixo, devido a vergonha, enquanto o maior o encarava por cima – Ainda não dá.

- Saquei, saquei, você precisa de mais tempo. Sem estresse.

Beijando-o com maior ternura Grimmjow sentiu os dedos deles, que há segundos atrás estavam grudados em sua blusa, afrouxarem-se. Não que Ichigo não pensasse nisso, ou também não tivesse vontade de fazer, mas Grimmjow sabia que ele nunca havia feito nada do tipo com uma garota, que dirá então com outro homem.

- Mas – continuou após o beijo – eu posso fazer outras coisas com você até lá.

Trajando uma expressão de dúvida, Ichigo o viu erguer o corpo e esticar a mão para alcançar seu casaco. Logo, arregalou os olhos ao vê-lo retornando com uma pequena lata de chantilly.

- Porque você tava andando com isso?! – perguntou exaltando a voz.

- Não é obvio? Para usar com você.

- Quer dizer que já veio para cá me ver com segundas intenções?

- Ichigo, eu sempre tenho segundas intenções com relação a você.

Ele teria dito algo mais, porém, Grimmjow começou a agitar a lata, e apertou a válvula fazendo o creme cair na barriga do ruivo. Reclamou por conta do gelado, mas calou-se em seguida – sem voz – ao vê-lo abaixar-se, lambendo sutilmente o creme – parecia como naquela noite, com as orelhas de gato, e a cauda balançando, mas de certa forma, ficava mais provocativo ao fazê-lo dessa forma.

A língua resvalava na sua pele, misturando as sensações de frio e calor. Grimmjow lambeu seu umbigo, rodopiando essa área até remover todo o doce dali. No meio disso, Ichigo soltava rápidos gemidos, tampando a boca e deixando o som sair abafado. As bochechas, mais do que vermelhas, ardiam, o incapacitando de raciocinar.

- Hmm... – grunhiu Grimmjow – Morango com chantilly sempre é uma boa pedida.

Sorriu para o garoto vendo-o sair de trás do muro que havia feito com seus braços o encarando sem graça:

- Babaca... – falou entre os dentes, vendo o outro rir, divertindo-se.

Pondo um pouco do chantilly na boca, Grimmjow desceu o tronco até a altura do peito de Ichigo, e com algumas lambidas espalhava o creme por cima de seus mamilos, os enrijecendo, e instigando ainda mais o garoto. Ichigo tinha sérios problemas quando o maior fazia isso. Por um lado, a sensação o fazia estremecer por dentro, no entanto, era estranho senti-lo sugar aquela parte, ficando assim entre o prazer e o desconforto.

Depois de limpar o finalzinho do doce, Grimmjow ergueu-se dizendo:

- Vamos aprofundar mais a brincadeira...

- Como assim? Ah!

O jato do creme caíra direto na excitação de Ichigo. Nem notara quando Grimmjow havia retirado suas calças; provavelmente durante a distração inicial provocada por ele. O frio causado naquela área tão sensível deixava seu corpo arrepiado, ao mesmo tempo em que instalava um formigamento gostoso.

Sem mais delongas, Grimmjow jogou o frasco para o lado, e desceu com a boca ali. Ichigo só teve tempo de arregalar os olhos e morder um pedaço da fronha do travesseiro a fim de abafar o longo gemido emitido.

Apenas a pontinha da língua de Grimmjow passava pelo creme, engolindo boa parte dele e aos poucos revelando seu membro, escondido no meio de tanta cobertura. O sádico divertia-se com a negação do ruivo, ao mesmo tempo em que ele não fazia nada para impedi-lo.

De vez em quando, um pedacinho da língua dele batia em sua pele, causando um arrepio em Ichigo, tremendo na cama, e segurando os gemidos de prazer dentro da garganta.

Claro, Grimmjow o estava achando quieto demais. Aquilo só era divertido quando o ruivo exagerava nas reações, o fazendo deleitar-se com as expressões dele. Esticando um dos braços, segurou o queixo de Ichigo o voltando para ele, fazendo-o assistir toda a cena. Primeiro lambeu a glande a rodeando. A carne do ruivo já estava pegando fogo de tão quente quando o fez. O creme espalhava-se entre os dedos que seguravam a excitação dele e a cútis do garoto, lambuzando até a virilha dele, e ao mordiscar essa parte, sem aviso prévio, escutava extensos suspiros do ruivo.

Se antes era difícil ficar calado, vendo Grimmjow agora, fazendo aquelas caras e bocas, era praticamente impossível. Sem conter-se mais, Ichigo jogou a cabeça para trás, soltando um longo suspiro misturado num grunhido de deleite. Levou as mãos até o cabelo de Grimmjow, e segurou os fios por entre eles, o instigando a descer. Mordendo os lábios, ele sorriu ao garoto, e abocanhou aquela parte pulsante do ruivo, indo até a metade e voltando. Repetiu o movimento várias vezes, sugando com vontade a ereção dele. Apenas resquícios do chantilly permaneciam em suas mãos, servindo para deslizar mais rapidamente a boca.

Ichigo soltou um gemido mais alto, chamando sua atenção. Ele estava no seu limite. Pensou em erguer-se e terminar o serviço enquanto olhava sua face, porém as mãos dele ainda o seguravam, sem intenção nenhuma de tirá-lo dali.

Gritando e gemendo sons e palavras desconexas, Ichigo deixou o corpo estremecer no meio dos espasmos quando chegou ao ápice. Pode sentir o suor escorrendo da testa e suas bochechas queimando. As mãos tremiam ainda enroscadas entre os cabelos azulados do outro, deslizando para seu rosto quando ele se levantou indo de encontro a sua boca, dando um rápido selinho.

- Para quem reclamou no inicio, você ficou bem animado. – comentou Grimmjow.

- Preferia que eu fosse frígido? – ironizou.

- Oh, não! Por favor! Continue cultivando o pequeno pervertido que há em você.

- Eu não sou pervertido!

- É um lado seu doido para sair.

- Cala a boca...

- Posso continuar a noite inteira com isso...

- Fica quieto de uma vez!

O puxando para baixo, Ichigo juntou seus lábios com o dele, crepitando o beijo, abusando do interior de sua boca com tremenda voracidade. Debateu as línguas, chupando na volta o lábio inferior dele e vendo a expressão de surpresa estampada em seu semblante.

- Viu? Eu disse: pervertido! – brincou Grimmjow, rindo.

- Já falei para ficar quieto.

- Como queira, mestre...

Deitando-se sobre o corpo dele, Grimmjow tornou a beijá-lo, continuando as carícias ao escorregar as mãos sobre o peito morno dele. Ambos respiravam acelerados, com o batimento cardíaco em níveis que chegariam a preocupá-los, não fosse à distração causada pela presença um do outro.

Entre os abraços e trocas de olhares, Grimmjow percebeu duas coisas importantes: a primeira; era que não iria embora dali aquela noite. A segunda; era que o ruivo ficava extremamente lindo com apenas a luz artificial da lua batendo nos contornos de seu rosto.



Continua

Notas Finais


Enfim amores, pra quem tava com saudade da pegação dos dois: tcharam! o/

Sei q mtas fics usam a mesma piadinha, mas n dá p evitar: 'morango com chantilly' xD É um clássico!

Enfim, espero poder postar a história em breve!

Mas em todo caso, tenham fé em mim, e torção para meu projeto levar boas críticas, lembrei q o futuro academico da autora depende disso, e o estado de espírito dela p escrever tb T^T

Kissus, até o próximo !


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