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História Mais do que eu deveria - Estava pensando em você.


Escrita por: romana_66

Capítulo 32 - Estava pensando em você.


Fanfic / Fanfiction Mais do que eu deveria - Estava pensando em você.

Lá fora os ventos balançavam as árvores e era um silêncio quase absoluto, interrompido apenas pelo cantar dos pássaros noturnos. Durante o resto da madrugada, Hadassa ficou agarrada no corpo de Renata como se tivesse medo que a mulher fosse embora. Despertou assustada pela manhã, vestiu um roupão deixado por Renata em cima da cama e saiu caminhando meio perdida pela casa. Encontrou a Nina na sala.

— Cadê a mamãe? – perguntou com voz carinhosa para o animal.

Nina abanou o rabo freneticamente e foi correndo para os braços dela. Hadassa a pegou e continuou procurando Renata, até que finalmente a encontrou lá fora cuidando de sua horta.

— Bom dia, meu bem. – Renata sorriu ao ver a menina chegando com Nina nos braços.

— Bom dia, meu amor. – sorriu de volta. Renata se levantou com as mãos sujas de terra, foi até Hadassa e deu um selinho, depois afagou Nina.

— Queria tocar seu rosto, mas... – mostrou as mãos.

Hadassa riu.

— Amor, eu preciso que me empreste seu carro. – pediu com voz manhosa.

— Empresto. – sussurrou Renata, dando mais um selinho nela – Mas se eu fosse você, ligaria para William e diria que está com febre.

— Será que ele não vai ficar bravo?

— Não, todo mundo que tem febre ganha 4 dias de folga e precisa fazer o teste de COVID.

Hadassa pensou um pouco e resolveu ligar para o chefe.

— Bom dia, Hadassa. – ele atendeu com voz de sono.

— Acho que te liguei cedo demais. – comentou sem jeito.

— Tudo bem, de qualquer maneira eu já ia ter que levantar mesmo.

— Eu passei a madrugada inteira com febre, você acha que eu deveria ir trabalhar mesmo assim? – perguntou apreensiva, olhando para Renata.

— Não, pelo amor de Deus, fica em casa durante 4 dias e eu vou providenciar um teste para você.

— Talvez seja só um mal estar passageiro. – tentou parecer preocupada em ir trabalhar.

Renata sorriu se divertindo com a situação.

— Não Hadassa, fica em casa mesmo, eu vou rezar para ser apenas um mal estar passageiro. – William tranquilizou.

— Obrigado, William.

— De nada, querida. – desligou.

Hadassa colocou Nina no chão, entrelaçou seus braços no pescoço de Renata e deu um beijo mais longo.

— Será que durante esses quadro dias a gente vai ter paz? – Renata sussurrou contra os lábios da menina.

— Assim eu espero. – deu mais um selinho na mulher – Você poderia chamar a Lanza para vir aqui jantar.

Renata riu.

— Você gostou dela?

— Sim, ela é engraçada.

— O que ela te disse? – colocou a mão na cintura e encarou Hadassa.

— Me disse que sua mãe não viu o dilúvio, mas pisou no barro e que se que quero conquistar ela é para dar orquídeas para ela. – contou entre risadas.

— Ela é totalmente ao contrário de mim, ela é terrível demais.

— Eu percebi mesmo. – sorriu.

— Neném, vamos entrar, a gente precisa conversar.

— Vamos, meu amor.

Hadassa aproveitou para tomar um banho e colocar roupas limpas. Foi até a cozinha onde Renata a esperava tomando seu café da manhã e sentou-se ao seu lado.

— Hadassa... – começou – Primeiramente, se eu te fiz mal, te deixei triste, gostaria de te pedir desculpas porque nunca foi minha intenção e depois, quero reafirmar que eu não quis beijar a Mariana, eu não tinha motivos para isso.

A menina ficou em silêncio e desviou o olhar de Renata.

— Eu sei que foi confuso para você ver aquela cena e que cada um tem uma reação diferente, porém gostaria que você tivesse conversado comigo na mesma noite para esclarecer tudo. Não podemos deixar que pessoas de fora prejudiquem o nosso relacionamento, precisamos dialogar muito, meu bem. – a mulher desabafou.

— Você tem razão, eu coloquei você como vilã da situação e esqueci que a Mari não vale nada. – suspirou fundo.

— Não podemos deixar essas coisas nos abalarem, isso desgasta nossa relação.

— E se fosse ao contrário? Você tivesse visto a Andréia me beijando? – Hadassa encarou Renata.

Renata tinha uma expressão de ódio ao ouvir o nome da repórter.

— Não estou dizendo que eu estou 100% certa, mas se eu soubesse que a Mariana ia fazer uma coisa dessas, eu teria conversado com ela assim que pisou naquela redação. – garantiu.

— Tudo bem, eu também concordo com você em relação a não deixarmos as pessoas de fora abalarem o que a gente tem, eu sei que nem sempre vai estar tudo bem, mas cabe a nós conversar e resolver tudo.

— Confiança é a base de qualquer relacionamento e eu realmente quero fortalecer isso entre nós. – Renata acariciou o rosto dela.

— Você é incrível. – Hadassa sussurrou, estremecendo com o toque.

Renata sorriu.

Houve um silêncio entre as duas e Hadassa ficou encarando a mulher por um tempo.

— Você acha que eu tenho cara de quem gosta do Justin Bieber? – quebrou o silêncio, lembrando-se de Lanza.

— Acho que não, por que? – Renata arqueou as sobrancelhas, confusa.

— Curiosidade. – riu dando de ombros.

— Está tudo bem entre nós? – perguntou Renata, retomando o assunto.

— Claro, meu amor.

— E como vai lidar com Andréia? – Renata endureceu a expressão novamente ao citá-la.

— Ainda não pensei nisso, mas acho que terei que conversar com ela, talvez ser um pouco rude. – Hadassa encarou o nada.

— Eu já não tenho mais nada para falar com ela.

— Meu amor, você bateu nela. – Hadassa olhou diretamente para o pequeno machucado na mão da mulher.

Renata suspirou fundo e olhou para o teto.

— Você parece ter ficado bem preocupada com ela.

Hadassa não pôde evitar rir da mulher que parecia uma criança fazendo bico.

— Eu achei que algo sério tinha acontecido com ela, por isso fiquei assustada.

— Quem te contou que eu bati nela?

— A Lanza, né. – esclareceu ainda rindo.

Hadassa se aproximou do rosto da mulher que continuava encarando o teto.

— Não fica assim, meu amor. – sussurrou

— Não entendo, por que ela é assim? Caramba, eu só quero paz! – a mulher resmungou indignada.

— Eu prometo que vou resolver...

— Ela me disse que você estava um doce com ela e que era só questão de tempo para você voltar pra ela. – Renata encarou a menina.

— Só nos sonhos dela... – revirou os olhos. – Eu te amo, Renata. – houve um pequeno silêncio – Não vamos perder tempo falando dela, até o final desses quatro dias vou pensar no que fazer.

Renata assentiu com a cabeça.

Hadassa deu um selinho demorado. O cheiro dela era tão bom pela manhã, era natural, sem perfume algum.

— Eu amo seu cheiro, sabia? – confessou aproximando o rosto do pescoço da mulher, respirando fundo.

Renata fechou os olhos por alguns segundos, aproveitando a sensação da respiração da menina tão próxima.

— Não suporto a ideia de te imaginar na cama com outro alguém. – foi a vez de Renata confessar.

Hadassa sentiu seu estômago revirar e se afastou um pouco.

— Eu não quero mais ninguém além de você. – passou a mão pelo pescoço da mulher.

Renata a beijou mais uma vez, com urgência.

Pelo o resto do dia não se desgrudaram, Hadassa não conseguia parar de observar a mulher, tudo nela era tão delicado. O cabelo, as mãos, os gestos.

— Que tal a gente assistir um filme, meu bem? – sugeriu Renata. Elas estavam agarradas no sofá da sala.

— Seria ótimo. – Hadassa sorriu, empolgada com a ideia

— Escolhe algum que você goste. – ofereceu o controle.

— Acho melhor você escolher, amor. Vai que eu coloco um Harry Potter e você me manda ir embora da sua casa. – riu sem graça e fez Renata gargalhar.

— O máximo que poderia acontecer seria eu passar o filme todo te fazendo perguntas. – a mulher brincou e ligou a TV. Levou alguns minutos até que escolheu um clássico francês.  – Sabia que o delineado que eu faço sempre, foi porque vi na atriz desse filme?

— Não imaginava isso. – Hadassa a encarou com um olhar apaixonado. Renata deu play no filme e elas se aconchegaram pra assistir.

No final da tarde, se deitaram na rede em baixo do pomar. De longe no horizonte o sol ia se pondo e Hadassa aconchegou sua cabeça no peito da mulher. Renata acariciava seus cabelos e de vez em quando dava beijos.

— Queria ter te conhecido antes. – falou Hadassa, suspirando.

— Aí eu seria presa. – brincou Renata.

Hadassa riu e balançou a cabeça negativamente. Antes que pudesse responder, o celular de Renata tocou e Hadassa de relance viu que estava escrito 'Mãe' na tela. Seu coração deu salto.

— Oi, mãe. – Renata atendeu com tom gentil. Houve um silêncio e Renata se sentou de súbito na rede.

— Claro, seria ótimo, mas antes nós precisamos ter uma conversa.

Renata se levantou da rede e caminhou para longe. Hadassa sentia seu estômago revirar de nervosismo. Perguntava-se a todo momento o porquê da mulher ter se afastado. Será que a mãe de Renata já sabia de tudo? Tentou se acalmar, até porque, Renata era dona de sua própria vida. Depois de um tempo, viu a mulher vindo em sua direção e por isso levantou-se rapidamente da rede.

— Aconteceu algo? – perguntou de prontidão.

— Não, a mãe queria vir jantar aqui hoje e eu já aproveitei e contei tudo de uma vez.

Hadassa arregalou os olhos.

— Não gosto de esconder as coisas da minha família, meu bem. É melhor contar logo e passar tudo de uma vez. – suspirou fundo.

— O que ela disse? – Hadassa tinha a voz trêmula.

— Disse que isso vai demorar para entrar na mente dela, porém eu sou dona da minha própria vida e ela continua me amando.

— Eu acho que eu tenho medo dela Renata. – Hadassa confessou ainda assustada.

Renata riu alto.

— Ela é uma mulher sensacional.

A menina ficou em silêncio, parecia um pouco constrangida.

Renata se aproximou e deu-lhe um beijo. — Parece que teremos só a companhia de Lanza para o jantar – sorriu. – Vamos entrar amor, está ficando escuro.

Renata foi tomar um banho enquanto Hadassa arrumava sua mala no quarto. Depois que terminou de organizar tudo, ouviu uma voz conhecida vinda da sala. Chamou por Renata, mas a mulher não respondeu devido ao barulho do chuveiro. Resolveu ir até lá verificar e deu de cara com Lanza, que estava acompanhada de uma senhora. – a menina corou.

— Oi. – cumprimentou timidamente.

— Oi, cunhada. – Lanza respondeu sorridente, jogando-se no sofá.

A senhora também se sentou e encarou Hadassa de uma forma estranha, como se tivesse analisando ela.

— Mãe, cumprimenta ela, deixa de ser ranzinza.

Se tivesse como cavar um buraco ali no meio da sala, Hadassa faria. Foi assim que ela se sentiu ao saber que aquela era a mãe de Renata.

— Como vai? – a mulher perguntou em um tom firme, ainda analisando a garota.

— Vou bem e a senhora? – encarou o sofá.

— Bem. – dona Fernanda respondeu secamente.

— Onde está a Tata? – perguntou Lanza, mudando de assunto.

— Está no banho, vou avisar que vocês chegaram. – Hadassa disse rapidamente e saiu quase correndo.

Hadassa bateu desesperadamente na porta do banheiro e ao ver que Renata não respondia, resolveu entrar logo. Abriu o box do banheiro de uma vez e viu Renata sorrir maliciosamente.

— Estava pensando em você agora.

— Amor, sua mãe está aqui. – anunciou com a voz ofegante.

— Como é? – Renata ficou séria.

— Está com a Lanza lá na sala.

— Mas a Lanza disse que viria sozinha. – disse pensativa.

— Pois é... – Hadassa ficou sem palavras para descrever o que estava sentido.

— Fique calma, eu já vou sair. – Renata desligou o chuveiro.

— É para eu ficar lá na sala sem você?

Renata não pôde evitar rir

— Sim, meu amor, faça isso.

Hadassa assentiu com a cabeça e foi andando lentamente, quase arrastando os pés.

— Ela está trocando de roupa. – disse encarando o chão.

Sentou-se no sofá e fingiu estar vendo algo muito interessante no celular.

— É você que vai cozinhar hoje? – perguntou Lanza, animada.

— Não. – desviou o olhar do celular para encarar a mulher.

— A Renata me falou que você é judia.

— Sou sim, meus pais nasceram em Israel.

— Você também nasceu em Israel? – Lanza quis saber, curiosa.

— Também, a minha mãe escolheu fazer o parto lá, porém nunca morei em Jerusalém.

Hadassa olhou de relance para a mãe de Renata que a encarava. Sentiu como se sua alma tivesse saído do corpo. Lanza percebeu o medo da menina e revolveu quebrar o clima.

— Mãe, a Hadassa disse que tem um monte de orquídeas no apartamento dela. Ela vai te dar uma. – Lanza piscou para Hadassa.

A menina não sabia o que responder, apenas assentiu com a cabeça.

A senhora deu um leve sorriso e continuou encarando Hadassa.

— Mãe, que surpresa. – Renata exclamou com uma voz gentil e se aproximou da mulher, dando um abraço.

Lanza chamou Hadassa para beber algo e a menina deu graças a Deus por sair dali. As duas foram para a cozinha.

— Ficou com medo da minha mãe? – riu

— Lanza, você disse que viria sozinha. – Hadassa resmungou ainda assustada.

— Eu ia vir mesmo, mas passei na casa dela e praticamente a arrastei. – explicou orgulhosa.

— Você é muito doida. – Hadassa afirmou e sorriu.

Lanza abriu a geladeira e pegou duas long necks de Budweiser.

— Não adianta ela ficar brava, uma hora ela teria que te conhecer. – disse enquanto abria as cervejas.

— Ela está brava? – Hadassa perguntou, receosa

— Ela ficou meio chocada, vamos colocar assim. Acho que ela esperava algo desse tipo vindo de mim e não da Renata. – explicou pensativa.

— Você acha que ela vai se afastar da Renata?

— Não, jamais!

Hadassa encarou o nada por alguns segundos.

— Sua cerveja vai esquentar. – Lanza apontou para a bebida.

Hadassa bebeu.

Ficaram ali por um tempo, Lanza fez de tudo para descontrair a menina. Quando Renata e dona Fernanda se juntaram a elas, Hadassa já estava menos nervosa. O jantar foi bem mais tranquilo que a menina imaginou, Dona Fernanda era um mulher muito educada. Conversou pouco e sempre pedia para Lanza deixar de ser 'moleca'.

— Hadassa, quer mais uma cerveja? perguntou Lanza abrindo a geladeira.

— Não, obrigada. Eu já estou ficando um pouco alterada.

— Mas já? – a mulher ficou incrédula.

— Lanza, não é todo mundo que aguenta te acompanhar na cerveja. – murmurou dona Fernanda.

Hadassa corou ao perceber que pela primeira vez na noite a mulher se dirigiu somente a ela.

— Não falei, Hadassa? Era só você oferecer a orquídea que ela amansava. – a estilista riu.

Hadassa desviou o olhar para Renata em um pedido de socorro.

— Lanza, por que você é assim? – Renata resmungou.

— Bonita? Não sei, a mamãe apenas disse que eu nasci primeiro.

Dona Fernanda riu e Renata revirou os olhos.

Na hora de ir embora, Dona Fernanda deu um abraço de despedida em Renata e em Hadassa, deixando a menina um pouco sem jeito.

*POV Renata*

A noite com Hadassa tinha sido perfeita, era tão bom amá-la daquele jeito. Tudo que ela mais queria era que as coisas dessem certo entre as duas. A menina tinha dela o que ninguém mais conseguiu ter. Ela fazia Renata se sentir apaixonada como uma adolescente de 15 anos. Convenceu ela a dizer para William que ela estava doente e sim, aquilo era errado, mas não podia evitar. A ideia de passar 4 dias com Hadassa apenas para ela era tentadora demais. A tarde foi maravilhosa. As duas conversaram, cozinharam, ouviram músicas antigas, debateram sobre as últimas notícias, viram filme agarradas comendo pipoca e principalmente, trocaram muitos beijos e toques. Mal percebeu o tempo passar. Enquanto ela beijava os cabelos da menina e apreciava o pôr do sol, pensou que gostaria de ter um retrato daquele momento, mas nenhuma câmera seria capaz de captar tudo o que ela estava sentindo. Tinha acabado de brincar com Hadassa e até pela risada da menina ela estava apaixonada. Podia jurar que ficaria o dia todo encarando aquele rosto, mas o toque do celular a despertou de súbito do seu transe. Olhou para a tela e viu que sua mãe estava ligando.

— Oi, mãe.

— Oi filha, eu e Lanza estamos pensando em jantar aí com você.

Houve um silêncio e Renata se sentou de súbito na rede.

— Claro, seria ótimo, mas antes nós precisamos ter uma conversa.

Renata se levantou da rede e caminhou para longe.

— Conversar sobre o que? –  Perguntou, desconfiada.

— Mãe, já faz uns dias que eu quero te contar algo. – suspirou fundo.

— Pode dizer, Renata.

— Eu me apaixonei por alguém e espero que nada mude entre nós porque é algo tão comum... – parou de súbito e ficou pensativa.

— Estou escutando, Renata, fale de uma vez.

— Eu me apaixonei por uma mulher e eu quero ficar com ela. Eu gosto dela, eu me sinto bem. – disparou quase perdendo o fôlego.

Sua mãe ficou em silêncio.

— Eu não quero que vocês sejam melhores amigas, eu só quero que a senhora respeite minha escolha e que continue sendo a minha mãe. – Renata completou com a voz embargada.

— Olha Renata... – dona Fernanda começou. – Eu não tenho nada a ver com a sua vida, você tem 48 anos, não faz sentido algum eu protestar contra isso. A nossa família sempre foi de paz e não vai ser agora que vamos começar a nos afastar, mas que é algo estranho de se ouvir, eu não posso negar. Eu jamais esperava ouvir de você, talvez da Lanza porque ela sempre foi um pouco doida... – pausou rapidamente o discurso. – Eu continuo sendo sua mãe, entre nós nada vai mudar, mas eu preciso de tempo e espaço para pensar nisso melhor. – terminou.

— O tempo que você quiser, mãe. – Renata disse com a voz mais aliviada.

— Renata, só toma cuidado, o mundo é cruel, as pessoas são maldosas. Você sabe disso muito bem, você é jornalista e sabe da realidade lá fora. – aconselhou gentilmente, mas em tom de preocupação.

— Eu sei mãe, eu vou tomar cuidado, mas eu quero viver isso com ela. Você ainda vem?

— Acho melhor não, eu quero pensar melhor a respeito de tudo. Por favor, também respeite meu tempo.

— Tá bom, eu te amo.

— Eu também te amo. – dona Fernanda desligou.

Renata não esperava uma reação diferente de sua mãe, já sabia que ela não iria se opor, porém precisaria de tempo para digerir tudo. Chamou Hadassa para entrar pois já estava ficando escuro e ela queria relaxar no banho. Sentia uma adrenalina tomar conta de seu corpo. Hadassa ficou no quarto arrumando sua mala, então aquele tempo sozinha no banho era tudo o que ela precisava. Sentiu a água quente entrelaçar seu corpo, relaxando seus músculos. Deu um leve gemido de prazer e procurou tirar todos os pensamentos da mente. Conseguiu por um tempo e se lembrou da noite anterior, de como foi bom amar Hadassa daquela maneira. Era tão bom sentir seus dedos dentro dela e ouvir seus gemidos safados. Mordeu os lábios e revirou os olhos revivendo as cenas. Não resistiu ao desejo e levou a mão até o meio das pernas, com toda vontade e sem receio algum meteu eles bem fundos. Seu corpo estremeceu e ela se apoiou no box do banheiro com a outra mão e abriu as pernas. Observou seus dedos indo e voltando de dentro de si e queria ter Hadassa ali atrás dela, metendo sem parar. Fechou os olhos e imaginou a cena, enfiava cada vez mais rápido. Era tão gostosa aquela sensação de ouvir o barulho dos seus dedos entrando e saindo. Pensou em chamar a garota, mas não demorou muito e ela ouviu o barulho da porta se abrindo. Sorriu, talvez a menina tivesse lido seus pensamentos. Segundos depois, a porta do box se abriu.

Renata encarou aqueles lindos par de olhos azuis arregalados em sua frente.

— Estava pensando em você agora mesmo. – sorriu maliciosamente.

Hadassa estava tão apavorada que nem notou o que ela estava fazendo.

— Amor, sua mãe está aqui. – anunciou ofegante

— Como é? – ficou séria e retirou os dedos de dentro de si.

— Está com a Lanza lá na sala.

Hadassa mexeu as mãos freneticamente de nervosismo.

— Mas a Lanza disse que viria sozinha.

— Pois é...

— Fique calma, eu já vou sair. – desligou o chuveiro.

— É para eu ficar lá na sala sem você?

Renata não pôde evitar rir

— Sim, meu amor, faça isso.

Não acreditou ao ouvir que sua mãe estava na sala. Imediatamente chegou a conclusão que Lanza devia ter insistido para a sua mãe vir. Trocou de roupa o mais rápido que pôde e caminhou até sala. Hadassa que já era branca como a neve agora tinha o tom pálido no rosto de quem acabou de ver um fantasma. Tentou não rir e deu um beijo em sua mãe. Lanza na mesma hora chamou a garota para beber na intenção de deixá-la a sós com sua mãe.

— Então mãe, resolveu vir. – Renata comentou se sentando ao lado dela.

— Não se diz não a Lanza, você sabe.

— Com certeza. – sorriu e suspirou fundo. – Quer me dizer algo mãe?

— Minha filha, essa menina não é muito nova?

Renata riu e corou levemente.

— Eu não tenho nada a ver com a sua vida Renata, você é livre para fazer o que quiser, só quero que tome cuidado e não perca o juízo. Eu ainda estou um pouco incrédula, só isso. – a mulher acariciou as mãos de Renata de forma carinhosa e a filha deitou em seu ombro.

Ficaram ali por um tempo conversando sobre outras coisas que não fosse Hadassa e Renata parecia uma criança abraçando sua mãe. Era tão bom ouvir aquelas palavras dela, no fundo a mulher tinha receio sobre o que a mãe diria e teve medo algumas vezes. Estava aliviada por ter dado tudo certo porque ainda tinha que contar para os filhos e o pior: Hadassa teria que contar para os pais.

 



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