- Ei, Katsuki… - falei manhosa. Eu estava com a cabeça repousada no colo de Katsuki o importunando. Eu sabia que ele estava ocupado com os deveres, que aliás eu também deveria estar fazendo, mas fazia tanto tempo que não ficávamos assim, juntos, e eu queria aproveitar.
- O que foi, Ochako? - ele murmurou ainda concentrado em suas anotações.
Estávamos em sua cama, ele sentado em os cotovelos apoiados nos joelhos dobrados e encarando diversos papéis e cadernos abertos. Eu deitada com a cabeça apoiada em uma de suas pernas. Diversas novas estratégias de combate estavam detalhadas entre desenhos de armas e roupas de herói em frente à Katsuki, e ele parecia analisar cada uma das informações, além dos deveres das matérias comuns ao lado.
- A tarefa está interessante? - perguntei como quem não quer nada.
- Uhum… - ele continua aéreo enquanto organiza alguns papéis no que acredito ser uma ordem, talvez de prioridade. Estiquei meus braços até encostar em um fio do seu cabelo rebelde. O loiro nem sequer desviou sua atenção para mim. Emburrada, inflei minhas bochechas e virei de lado ficando contrária ao loiro.
- Mais interessante que eu? - sussurrei ressentida.
O quarto ficou subitamente em silêncio.
Ele ia simplesmente me ignorar?
Meus olhos umedeceram e arderam com as lágrimas que queriam cair, mas que eu tentava com todas as minhas forças segurar.
O tempo passou tão devagar que senti até mesmo minha respiração em câmera lenta. Parei de raciocinar e apenas o calor da perna do meu namorado contra minha bochecha me deixava consciente de que ainda estávamos ali.
Dei um gritinho quando abruptamente fui virada para o outro lado e senti braços fortes abraçando minha cintura. Não olhei nos olhos dele, sabia que se fizesse isso cederia. Mantive meu rosto virado até mesmo quando ele colocou a cabeça no espaço entre meu ombro e meu pescoço e depositou um leve beijo ali.
- O.cha.ko - sussurrou lentamente as silabas com sua voz rouca e eu me arrepiei por inteira. Ele sabia como me desarmar, e agora eu sentia muita raiva disso.
Tentei empurrá-lo para longe de mim, mas ele claramente era bem mais forte. Não deixou que eu me afastasse, ao invés disso me puxou ainda mais para perto de si.
- Ochako… - rosnou baixo, mas continuou com o rosto enfiado entre os fios do meu cabelo.
Resolvi ceder, sabia que isso não nos levaria a lugar nenhum, apenas à mais uma briga desnecessária. Além disso, estava complemente ciente que isso uma enorme birra de minha parte.
Virei para ele, e como se sentisse o movimento, Katsuki tirou o rosto do meu pescoço. Seus olhos focaram nos meus. Vermelhos nos castanhos. Petrificados. Apaixonados.
- Nunca - ele disse simplesmente.
Fiquei confusa e acho que minha feição demonstrou isso, já que ele abriu um pequeno sorriso sarcástico e aproximou mais o seu rosto do meu.
- Eu te amo. E nada nunca será mais interessante do que você.
Abri o maior sorriso que eu conseguia e me aproximei ainda mais dele.
- Eu também te amo - admiti.
Então eu acabei com a distância entre nós.
E eu sempre vou amar você.
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