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História Mais que um lance - Como limpar um espelho


Escrita por: _lah_art

Notas do Autor


Hey, buddies.
Bora ler?

Capítulo 34 - Como limpar um espelho


Fanfic / Fanfiction Mais que um lance - Como limpar um espelho

Já é segunda.

Desde ontem que a Adora não dá notícias... Estou preocupada.

Minhas mensagens não chegam em seu celular e minhas ligações caem direto na caixa postal. Era para ela ter voltado desde ontem. Pensei que, quando chegasse hoje na faculdade, ela estaria me esperando na porta da minha sala, mas não estava.

Foda que não posso ir na casa dela nem tão cedo.

Após as aulas aqui, tenho que limpar os vestiários com Lonnie, depois correr para o trampo. Só a noite estaria livre para aparecer lá.

Merda, Adora... Onde você se meteu?

As aulas passam se arrastando.

Eu devia prestar atenção no que o professor diz, pois, em breve, as provas começarão.

Mas, tudo que consigo pensar, é na loirinha lamparona que sumiu do mapa de repente. Se ao menos eu tivesse o número da Mara...

Quando as aulas finalmente acabam, vou para o vestiário.

Encontro Lonnie já limpando os armários com um pano úmido.

- Hey, Lonnie.

- E aí, vira lata. Que cara é essa?

Pego um balde e faço a mistura de produtos de limpeza.

- Nada...

- Ih, qual foi? Brigou com a namorada de novo?

- Antes fosse... Ela sumiu. Não consigo mais entrar em contato com ela. Nem por mensagem, nem por ligação. Estou preocupada... Deveria ter pego estrada ontem para voltar para cá, mas ainda não tive notícias.

- Eita... Vai ver ela te trocou mesmo. - A de tranças ri.

- Escuta aqui, garot-

- Não dê ouvidos a ela, Cat. - A minha voz aveludada favorita ecoa por minhas costas, e braços fortes abraçam minha cintura por trás.

Imediatamente, me viro e dou de cara com ela.

Ah... É ela...

Meu corpo chega a relaxar ao ver seu sorriso aqui de novo.

Céus, como ela é linda...

- Ah, Adora... - Me jogo em seus braços, envolvendo seu pescoço em um abraço caloroso. Já até sinto meus olhos lacrimejarem.

- Hey, o que foi? Por que está tão manhosa? - Ela retribui o abraço com a mesma intensidade.

- Você... Eu... Você... - Então, me afasto bruscamente e começo a dar tapas em seu ombro. - Você é uma tremenda de uma filha da puta! Não faz ideia de como eu estava preocupada com você! Ai, que ódio!!!

- Desculpaaaa! Eu derramei vitamina no meu celular e ele pifou. - Ela diz tentando se proteger de minhas mãos.

- Podia ter dado um jeito e me avisado que estava tudo bem. - Aos poucos vou parando de bater nela e meus olhos marejam de novo. - Eu achei que tinha acontecido alguma coisa.

- Oh, Cat... Perdão... - Ela me abraça mais uma vez. - Não fica assim. Está tudo bem, viu? Estou aqui.

Limpo as lágrimas esfregando o rosto na camisa da menina.

- E aquela puta?

- Tá ali limpando armário.

- Hey! - Lonnie reclama.

- Essa não, porra. - Dou risada. - A outra puta.

- Caralho, me mamem vocês duas. - A de tranças chia, me fazendo rir ainda mais.

Adora apenas a ignora.

- Tá lá em casa. Deve ficar mais uns dias.

- Uuuhhg... - Me afasto e volto a pegar o balde com os produtos. - Se ela fizer qualquer gracinha, você me avisa.

Adora pega alguns produtos também e vai até a pia.

- Pode deixar! - Diz a loira sorrindo. - Falando nisso... Vai lá pra casa hoje?

- Não posso... Tenho que estudar. As provas finais estão quase aí.

- Estuda lá.

Arqueio uma sobrancelha para a loira.

- Você vai me deixar estudar?

- Claro!

A olho levemente desconfiada. Pra ela me provocar e eu perder completamente a cabeça em relação aos estudos, pouco custa.

- Certo...

Adora abre um largo sorriso.

Ah... Que saudade que eu tava de você...

- Dá pra parar com a boiolice? - Lonnie provoca.

- Cala boca, sua invejosa. - Retruco.

- Inveja? Nem de longe. Deus me livre um relacionamento meloso desse. - Ela finge ânsia de vômito.

Foram várias alfinetadas entre mim e Lonnie (para não perder o costume) até, finalmente, fazermos nosso trabalho de forma decente.

Os instantes de silencio me fizeram prestar atenção na Adora toda concentrada e desajeitada, lutando contra os produtos para conseguir limpar.

Fofa.

Volto a focar na privada, mas ainda perdida em pensamentos.

Talvez eu consiga conviver com isso por mais uns dias. Quero dizer, com o fato da ex da Adora na casa dela. Não há nada que eu possa fazer para ela ir embora, então, o que me resta é suportar. Aliás, eu confio na Adora. Se ela diz que não tem interesse na Korra, é porque realmente não tem. Não há motivos para me preocupar.

- Caralho, Adora, tu é burra igual uma porta, hein!? - Um grito de Lonnie me arranca de meus pensamentos.

Quando olho para trás, vejo ela e a loira próximas ao espelho.

- Qual é o seu problema?? - Adora reage.

Lonnie pega o frasco que Adora estava usando para limpar o espelho.

- Tá vendo esse cacete aqui? Esse cacete é pra limpar o chão! E esse caralho aqui. - Ela pega outro frasco no armário. - Esse que é o limpa vidro! Agora tu sujou ainda mais e fez igual tua cara.

- Olha só, Lonnie! Eu-

- Cala boca que eu vou te ensinar. - Lonnie a interrompe e esguicha um pouco do limpa vidro no espelho. Em seguida, pega a mão de Adora com o pano. Sem a menor delicadeza, começa a esfregar o vidro, guiando a mão da loira por baixo da sua. - É assim, ó. Movimentos circulares, sem apertar muito. Finge que é a buceta da Catra.

- Lonnie!!!! - Eu e Adora a repreendemos na mesma hora.

- É o que, caralho? Não reclama da minha didática. - Ela continua guiando a mão de Adora, até que o espelho fique completamente limpo. - Viu? Não é difícil. Agora se vira pra limpar o resto que você sujou com o produto errado.

A de tranças volta a fazer seu serviço e Adora olha pra mim com o cenho franzido. Eu encolho os ombros, mas a cutuco com a ponta da unha.

- Agradece. - Sussurro.

- Não! - Ela “grita” sussurrando.

Estreito os olhos para a loira, que se encolhe de leve.

- A. Gra. De. Ce. - Repito pausadamente.

- V-valeu? - Ela diz alto.

- Nada, nada. - Lonnie responde balançando a mão sem nos olhar e sem parar seu trabalho.

Me estico e dou um beijo na bochecha de Adora, que se surpreende com meu ato. Ela me olha com os olhos arregalados e com as bochechas vermelhinhas.

- O que foi isso? - Pergunta a loira, formando um sorriso vagarosamente no rosto.

- Estou orgulhosa de você.

Seu sorriso se alarga, e ela volta a fazer seu trabalho, corada e alegrinha.

 

 

 

Tem problema mal começar a trabalhar e já querer férias?

Não me entenda errado, eu amo meu trabalho. Além de ser exatamente o que eu procurava, minha chefe é incrível e o ambiente é climatizado. E o salário paga minhas cachaças com folga.

Não tenho absolutamente nada para reclamar.

Mas, descobri que a clínica para no verão. Todos os funcionários entram de férias, e elas coincidem com as férias da faculdade. Concluindo: EU MAL POSSO ESPERAR PARA ENTRAR DE FÉRIAS!!!

Bato o ponto, dando um leve suspiro, feliz por mais um dia de serviço finalizado com sucesso.

Assim que saio da clínica, me deparo com minha garota sentada no meu camelinho mais uma vez.

- Hey, Catra.

- Hey, Adora. Estava com medo de eu mudar de ideia sobre ir pra sua casa e por isso veio me buscar? - Falo me aproximando.

- Não mesmo, mas gosto de te ver saindo do trabalho. Você fica tão.... Poderosa. É sexy.

Me vejo obrigada a gargalhar.

- Céus, Adora. Como que esse seu cérebro funciona?

Ela me puxa pela cintura, me fazendo ficar um pouco mais perto.

- Não sei não, mas sei que ele precisa de molho de maçã pra trabalhar.

- Puta merda... Depois dessa, eu vou embora. - Saio andando pela calçada.

- Ah, qual é, senhorita Applesauce? Foi engraçado, vai... - Ela vem atras de mim montada na bike.

- Foi horrível. - Falo com um sorrisinho.

- Tá rindo por que então?

- Porque você é idiota.

Ela dá risada.

- Certo. Agora para de charme e senta aqui. Vou te carregar.

A obedeço e nós seguimos para sua casa.

- Vó, cheguei! - Diz Adora assim que entramos na residência. - Vamos tomar um banho Cat?

- Nada disso! Eu disse que vinha para estudar lembra?

- Mas é só um banhozinho... - Ela faz bico.

- A última vez, foi muito mais que um “banhozinho”. Vai sozinha que eu tomo mais tarde. Enquanto isso, ficarei aqui estudando.

- Certo... - Ela abaixa a cabeça, mas logo levanta e se aproxima de mim, contraindo os lábios. - Me dá um beijo então.

Coloco o dedo indicador em sua boca.

- Sem beijo! Vai pro banho!

- Que má...

Então, a maldita aparece da cozinha.

- Oi, Adora. Voltou rápido.

Pensando melhor...

Puxo a loira pelo colarinho e lhe tasco um beijo de língua mais molhado do que a piscina lá dos fundos.

Adora se choca com o beijo tão intenso e tão repentino, tanto que mal reage. Mas, assim que as engrenagens de seu cérebro voltam a girar, ela agarra em minha cintura e retribui com todo prazer.

Depois de alguns segundos de guerra de lábios e línguas, eu me afasto devagar, e me divirto com a expressão dela. Adora parece estar em outro planeta, com os olhos nebulosos e a boca entreaberta.

- Vai pro banho, vai. - Falo a empurrando de leve.

- Aham... - Ela responde apenas, se virando e tomando seu rumo.

Olho para a porta da cozinha e a tal Korra já não estava mais ali.

Toma essa, puta.

Me ajeito no sofá da sala e puxo o celular, já baixando a apostila de biologia molecular.

Me concentro nos textos científicos, me desligando completamente do mundo exterior. Até porque, se não for assim, eu não consigo sair do primeiro parágrafo.

Por que os pesquisadores tem que fazer os artigos com uma escrita tão complicada?? Credo.

- Podemos predizer quando um gene codificador de uma determinada proteína é expresso a partir de... - Sussurro para mim mesma, mergulhada naquele mundo de palavras difíceis.

Até sentir algo pesar o assento ao meu lado, tirando minha concentração.

Ah, pronto... Que que essa porra quer aqui?

- Cátia, né? - Korra diz, olhando curiosa para mim.

- É Catra.

- Oh, verdade. Desculpa. - Ela ri, e isso me assusta um pouco. A viada é linda de qualquer jeito. - Quando você e Adora se conheceram?

- Deve ter uns seis meses. - Digo voltando a olhar o celular, sem demonstrar interesse na garota.

- Sério?? Só isso?? Eu levei quase quatro anos para conquistar essa menina. Você deve ser muito especial. - Han... Ela está me elogiando...? - Ou ela deve ter muita pena de você.

A.

- Isso não faz o menor sentido! - Falo um pouco mais alto do que deveria. - Ela não ficaria comigo por pena.

- Oh, meu bem, eu já vi isso antes. - Ela passa a mão pelo meu cabelo. - Adora tem um coração muito bom. Você se apaixonou primeiro, não foi?

- C-como você...?

- Ela ficou com pena da pobre meninazinha retraída com um forte crush em si. Então, está dando o que você quer. Mas, quando você se tornar mais forte emocionalmente, o jogo acaba.

- Você é completamente doida! - Me levanto bruscamente, mas ela segura minha mão.

- Então faz o teste. Mostra que você não precisa da Adora. E veja se ela realmente escolherá ficar.

Puxo minha mão com força, ignorando as palavras da garota.

Ou tentando ignorar.

Por que essa piranha tá fazendo isso?

O que ela quer de mim?

...

Será que... Adora realmente... Tá comigo por pena...?


Notas Finais


Eu ouvi "insegurança voltando com força total"?


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