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História Maldito Chocolate - Capítulo Único


Escrita por: Jessie_Sunshine

Notas do Autor


Olá, pessoas! Tudo bem com vocês? Espero que estejam ótimos. Bem, como podem notar, sou nova nessa categoria, mas espero agradá-los. Não planejo mantê-los muito nas notas, então já irei pular para os algumas informações que irão auxiliá-los com a leitura (e alguns avisos também).

↬ A Páscoa não é popular no Japão;
↬ White Day é uma espécie de dia dos namorados onde os homens entregam presentes, como chocolate, marshmallow ou joias (no Valentine's Day, são as mulheres que dão os chocolates);
↬ Não segui o tempo cronológico de Naruto, mas, se tivesse, seria antes da captura do Gaara;
↬ A imagem está apenas relacionada ao tema;
↬ Os personagens e imagens não me pertencem, diferentemente do enredo que é meu;
↬ Essa fanfic também será postada no Nyah, Wattpad e Fanfiction.net

Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Maldito Chocolate - Capítulo Único

  Olhando para cima, seu único pensamento era de que o céu estava tão azul quanto os olhos daquele garoto.

  Sua constatação gerou uma grande revolta em seu peito. Fazia pouco mais de três dias que partira para uma missão de reconhecimento. No início, quando recebeu as ordens de ir sozinho, ficara aliviado. Pela primeira vez em anos, poderia se livrar das discussões infantis, das mudanças drásticas e explosivas de humor, além dos atrasos constantes. Parecia ser um sonho, talvez até pudesse comemorar por sua paz e serenidade.

  Entretanto, lembrava-se do loiro irritante a cada passo que dava, observando esculturas detalhas, restaurantes e crianças barulhentas. Hora ou outra, virava-se transtornado com o silêncio, Deidara jamais se calava, era provável que tivesse ficado para trás. Só então se lembrava de que não havia companhia. Para seu desagrado, estava ainda mais entediado.

  Agora, enquanto passava as últimas informações relevantes em sua mente, era incapaz de desviar os olhos da imensidão azul, observando atentamente o quanto a falta de nuvens criava uma espécie de ilusão, sentia como se estivesse perdido nas orbes hipnotizantes do garoto de cabeça quente.

  — Com licença, senhor. — Uma voz baixa soou, tirando-o de seus devaneios enquanto voltava seu olhar para uma senhora de cabelos grisalhos. — Você gostaria de comprar uma cesta de Páscoa para alguém especial?

  — Páscoa? — O ruivo arqueou uma sobrancelha, desconhecendo a estranha palavra.

  — Sim, é uma celebração para o início da primavera, muito comemorada em outros países, apesar de não ser muito conhecida nessa região. — A mulher deu-lhe um sorriso amável enquanto retirava um chocolate embrulhado em forma de ovo de dentro de sua cesta. — Há muitos anos, as pessoas trocavam ovos entre si, representando o começo de uma nova vida. Geralmente, entregavam para as pessoas que consideravam importantes em sua vida.

  O homem manteve-se calado enquanto observava a idosa remexer em sua cesta novamente, parando somente quando encontrou o formato de um coelho.

  — Esse coelho também é muito importante para a simbologia, ele representa a fertilidade e o ressurgimento da vida. — Ela manteve seu olhar fixo no rosto do ruivo. — Todos esses chocolates foram feitos por mim, com um toque especial de amor. Garanto que não irá se arrepender de presentear as pessoas importantes em sua vida.

  — Eu não tenho ninguém. — Ele respondeu com desdém, seus olhos não denunciavam qualquer emoção, estavam apenas vazios.

  O marionetista absteve-se de sorrir maliciosamente e contar que sua família estava morta há anos, preferia não entrar em assuntos pessoais, por mais interessante que pudesse ser a reação dela. De qualquer forma, planejava cortá-la para que pudesse continuar sua missão sem mais atrasos.

  — Posso não o conhecer, meu jovem, mas sei que há alguém em sua vida. — A idosa tocou-lhe a mão, ignorando a carranca que recebeu em resposta. — Talvez não seja sua família, pode muito bem ser aquela pessoa que fica em sua mente, quem você se preocupa e sente falta.

  Sasori estava preparado para refutá-la. Não havia ninguém que se encaixasse em sua descrição, ele era apenas uma marionete que não possuía sequer emoções, imagina uma pessoa importante em sua vida. Entretanto, a imagem do loiro em seus pensamentos fez com que mantivesse sua boca fechada, era incrível como ele possuía a capacidade de estragar tudo até mesmo quando não estava por perto.

  — Quanto custa? — O ruivo finalmente se pronunciou, apertando os dentes para tentar deter sua fúria contra si mesmo.

  — Posso fazer um preço especial para você. — A senhora fechou os olhos enrugados, um sorriso caloroso escapando de seus lábios.

(...)

  O ninja renegado saltava de árvore em árvore após terminar sua missão com êxito, seu pulso apertava fortemente contra o material em suas mãos, ainda sem acreditar em sua ação impulsiva. Repetia incontáveis vezes a conversa que tivera, desconfiava que houvesse caído em uma espécie de jutsu, seria muito mais credível do que ter gastado o equivalente ao seu salário de três meses, ainda mais quando se tratava daquele pirralho.

  Todavia, sempre que se lembrava daquele sorriso infantil e os olhos brilhantes de seu parceiro quando encontrava uma barra daquele doce enjoativo, sentia sua raiva se suavizar. Talvez compensasse expender aquela quantia em troca de um sorriso verdadeiro. Um sorriso quase imperceptível tomou conta de seus lábios de madeira ao imaginar a cena.

  Rangendo os dentes, o ruivo chacoalhou sua cabeça, tentando se livrar daqueles pensamentos irritantes. Que idiotice era aquela? Ele não se importava se Deidara sorria ou chorava, suas emoções eram indiferentes. Algo realmente deveria estar errado com sua mente.

                               (...)                                   

  Foi incômodo carregar a cesta durante todo o trajeto, seu ritmo estava mais lento, era provável que se atrasasse. Normalmente, teria usado um pergaminho para guardá-la, porém, como era uma missão de reconhecimento e não seria necessário confrontar outros ninjas, Sasori não havia levado extras, apenas os que já continham suas marionetes.

  Felizmente, estava tão concentrado com a discussão em sua mente que sequer notara que estava próximo ao esconderijo. Logo, poderia descansar sua cabeça e impedir que tivesse algum colapso mental. Relatar o que descobriu para Pain e entregar a cesta ao Deidara, apenas isso e se certificaria de trancar-se em seu quarto, aperfeiçoando sua arte.

  O esconderijo permanecia em silêncio, o que causou um grande estranhamento no homem. Estava acostumado ao caos, sempre podia encontrar discussões acaloradas entre os membros, por mais obtusas que pudessem ser.

  Subiu as escadas com um olhar desconfiado, esperando que algum inimigo aparecesse e o encurralasse em uma armadilha. Calmaria na Akatsuki era sinal de que algo estava errado. Sabia que algumas duplas estavam em missões, todavia, jamais vira o local tão vazio, sem qualquer ruído ou grito.

  — Porra, Kakuzu! — Um suspiro de alívio escapou de seus lábios quando o grito do imortal ecoou pelos corredores, seguido por um som de porta batendo.

  Sasori apenas deu de ombros e seguiu seu caminho, a tensão se esvaindo lentamente de seus músculos. Estava colocando a chave na fechadura de seu próprio quarto quando ouviu passos e um objeto pesado sendo arrastado pelo piso.

  — Maldito Kakuzu. — O imortal continuava resmungando, suas mãos permaneciam atrás de sua nuca, o olhar perdido. Ele estava entediado, só queria que aquele velho rabugento fizesse algo interessante, mas é claro que o medíocre gastava seu tempo contando, pela milésima vez, seu precioso dinheiro. Se ao menos deixasse que ele fizesse seus rituais ou continuasse tagarelando, mas não, nem isso ele podia permitir.

  Quando notou o ruivo, um sorriso malicioso cruzou seus lábios, talvez houvesse encontrado sua nova fonte de diversão. Tudo ficou ainda melhor ao perceber que o marionetista carregava uma cesta de chocolates.

  — Parece que o boneco finalmente chegou, pensei que odiasse atrasos. — Ele zombou, apoiando seu queixo em sua foice.

  O homem manteve-se em silêncio, não compensava desperdiçar seu valioso tempo com o jashinista, precisava apenas se concentrar em seus deveres.

  — Você sempre jogou a culpa na Barbie, mas acho que estava sozinho dessa vez, não é? — O imortal continuou, irritar pessoas era um de seus passatempos preferidos. Fingiu só perceber a cesta naquele instante, arqueando as sobrancelhas enquanto apontava para o objeto. — O que é isso?

  — Tsc. — O ruivo rangeu os dentes, era um péssimo dia para ser provocado.

  — Eh? Não me diga que é chocolate. — O sorriso malicioso do albino aumentou consideravelmente enquanto continuava com sua encenação. — Pensei que brinquedos não precisassem se alimentar.

  — Você não deveria estar sendo o cachorrinho de Kakuzu ou algo assim? Talvez fazendo um daqueles rituais idiotas? — Sasori tentou manter sua calma, seu olhar indiferente estava presente, assim como sua expressão entediada.

  — Espera! Não me diga que comprou tudo isso para o Deidara? Foi por isso que se atrasou? — Foi extremamente difícil manter seu pavio curto, sentia vontade de usar seu estoque de palavrões, que não eram poucos, para atacar o maldito marionetista, até o uso de sua foice havia sido cogitado. Entretanto, não poderia deixar que sua raiva atrapalhasse aquele momento, suas provocações haviam apenas começado.

  Os olhos castanhos do ninja se arregalaram por uma fração de segundos, logo sendo substituído por sua habitual expressão de vazio. Todavia, havia sido suficiente para que uma gargalhada escapasse do homem mais alto.

  — Parece que eu acertei em cheio. — Deu um sorriso convencido.

  — Cale a boca. — O outro revirou os olhos, estava realmente cansado daquela conversa.

  — Eu estava me perguntando, por que trouxe um presente para a loirinha? — Questionou presunçosamente, mantendo seu olhar fixado na face do ruivo. — Está planejando alguma data importante? Não me diga que está planejando pedi-lo em namoro? Como será que ele vai reagir?

  — Hidan, por mais masoquista que você seja, não pensei que realmente quisesse tanto ter o gosto próximo da morte. — Falou fechando os olhos, buscava, com aquele simples gesto, retomar sua calma, após um longo suspiro, continuou — Isso não tem nada a ver com você. Poupe sua saliva e meus ouvidos de tanta besteira que fala. Acha mesmo que eu faria isso? De tanto tomar sangue dos outros já está alucinando, coitado.

  — Você não negou. — O albino inclinou-se em sua foice, um olhar sugestivo para cima do membro da Akatsuki.

  — E se for? Se eu realmente quiser fazer isso? O que você tem a ver? — Fitou-o agressivamente, um brilho perigoso em seu olhar.

  — Só acho interessante, pensei que você odiasse emoções, por isso se transformou em um boneco. — Puxou seu cabelo para trás, alisando-o com os dedos enquanto brincava com sua foice utilizando a outra mão.

  O ninja de Suna deu um suspiro, xingando baixinho o homem mais alto. Durante alguns minutos, havia apenas um jogo de encarada, uma faísca escapando. O silêncio prevaleceu até que o albino desviasse o olhar, procurando mais formas de provocá-lo.

  — Olha só! — Hidan pegou, ligeiramente, um item contido na cesta. — Comprou até uma orelhinha de coelho, não sabia que você possuía esse tipo de fantasia, Sasori. Onde estão as roupas? Adoraria vê-las antes de serem usadas.

  Se marionetes pudessem corar, o ruivo estaria mais vermelho do que o tom do cabelo de Nagato, em uma mistura de vergonha e raiva. Sinceramente, não havia notado as estranhas orelhas e, mesmo se tivesse, jamais teria um pensamento tão pervertido quanto aquele. Provavelmente, era apenas um agrado para crianças, não havia nenhum outro teor ou sugestão.

  — Ah, parece que ficou tímido, não é mesmo? — Hidan segurou o riso e começou a rodear o boneco — Será que você... — Nessa pausa, o perverso parou atrás de Sasori e colocou as mãos sobre seus ombros, recebendo um olhar perigoso. — Se lembrou de algo? — A pronúncia foi feita apenas para a vítima, com as palavras deixadas em seu ouvido com um sussurro. — Não pensei que fizessem essas coisas, ainda mais quando o Deidara é apenas uma criança, não chegou sequer à maioridade, diferente de você. — As mãos começaram a deslizar pelo corpo frágil, lábios próximos aos ouvidos. — Pedófilo. 

  O homem de madeixas avermelhas jamais fora conhecido por sua paciência, muito pelo contrário. Os comentários baixos do imortal apenas intensificaram sua raiva. Antes que percebesse, já estava sendo impulsivo pela segunda vez em um intervalo curto, havia recuado e utilizado suas linhas de chakra para controlar o corpo do albino.

  — Enfia essa merda de linha no seu cu! — O fanático explodiu, se contorcendo para que pudesse se soltar e atacar de volta.

  Antes que percebessem, a luta havia se intensificado. Sasori continuava desviando dos golpes da foice que criava buracos na parede. Gritos de ódio podiam ser ouvidos pela outra parte, proferindo ameaças e soltando palavrões que Sasori sequer conhecia.

  — O que está acontecendo aqui? — Uma voz medonha soou, fazendo que os dois se virassem com um arrepio na espinha.

  — Konan. — O albino engoliu em seco, diminuindo seu tom. — Agora fodeu de vez.

  O marionetista manteve-se em silêncio, seria muito problemático entrar em uma discussão com a azulada, todos sabiam que as palavras dela eram a lei, ninguém seria idiota ao ponto de desobedecê-la ou tentar enfrentá-la. Manteve seus braços cruzados na altura do peito enquanto controlava suas expressões, precisava manter a calma, quanto mais vazio parecesse, melhor.

  — Vou perguntar mais uma vez, o que aconteceu aqui? — Arqueou uma sobrancelha, seus lábios haviam se comprimido em uma linha reta no final da sentença. Suas mãos permaneciam depositadas, firmemente, em sua cintura.

  — Sasori me atacou com suas linhas de chakra. — Hidan apontou para o outro ninja, assim como uma criança faria.

  O acusado encarou-o com o canto do olho, um súbito ódio subindo por suas entranhas — ou o que deveriam ser, se ele não tivesse se transformado em uma marionete.

  — Jura, Hidan? — Uma risada irônica escapou de seus lábios enquanto analisava o albino da cabeça aos pés. — E o que você fez para provocar a explosão dele? Não é como se você fosse um santo.

  — Eu apenas perguntei se o chocolate era para o Deidara. — O Jashinista arregalou os olhos, arqueando uma sobrancelha e com a pele do nariz franzida, criando uma ilusão de recuo. Suas mãos apontavam para seu próprio peito, como se estivesse ofendido com a acusação.

  — Chocolate? — Ela encarou, com interesse, a cesta nas mãos do homem de olhos castanhos.

  — Sim. — Sasori murmurou. Aquela realmente havia sido uma péssima ideia, sequer deveria ter escutado as palavras da idosa. Se ela não tivesse cruzado seu caminho, aquela situação jamais estaria acontecendo.

  — Ah, então você planeja finalmente se declarar para o Deidara? — Ela deu um sorriso orgulhoso, seus olhos âmbares brilhavam. Ao fundo, uma risada de zombaria preenchia o ar.

  — Por que vocês acham que eu gosto dele? — O ruivo bufou, levantando as mãos para o teto.

  — Bem, vocês passam muito tempo juntos. — A azulada colocou o dedo indicador em seus lábios, pensando sobre o assunto.

  — Você e o Pain também. — Zombou, arqueando uma sobrancelha. — Aliás, é assim com qualquer dupla.

  — As discussões entre vocês podem ser bem acaloradas, mas ainda é possível ver a admiração que o Deidara tem por você, ele sempre tenta chamar sua atenção. — Ela abriu um sorriso nostálgico. — Não sei explicar, vocês sempre entendem um ao outro, acabam se completando. Há uma confiança mútua, independente do ponto de vista de cada um.

  — Mas é claro, somos parceiros, isso é obrigação. Nós sequer somos amigos! — Ele esbravejou, indignado com o comportamento dos outros membros da Akatsuki. — Somos assassinos de Rank S, não existe tempo para amor ou qualquer outra emoção.

  — Isso quer dizer que, em outras circunstâncias, você ficaria com ele? — Konan arqueou uma sobrancelha, o sorriso convencido tomando conta de sua face. — Além disso, então por que se preocupou em gastar dinheiro com algo tão infrutífero?

  — Não coloque palavras em minha boca. — Rosnou, cerrando o punho para tentar se acalmar.

  — Tudo bem, alguma hora você vai perceber. — A kunoichi deu de ombros. — Enfim, você precisa fazer um relatório, certo? Pain está a sua espera.

  O marionetista assentiu, virando-se para entrar em seu quarto. Ainda podia ouvir a irritante risada do albino, sua face de deboche o acompanhou durante toda a conversa, por mais que não ousasse interromper — o que, de certa forma, causou estranhamento em Sasori, Hidan não possuía noção, sempre se intrometia em qualquer assunto.

  — Você não está livre, Hidan. — Pode ouvir o tom de repreensão da mulher. — Dê um jeito de arrumar essa bagunça. — Antes que ele pudesse resmungar, ela completou. — Sem reclamações!

  O ruivo foi incapaz de suprir um sorriso enquanto depositava a cesta em sua mesa de trabalho, o albino não ficaria sem uma punição, afinal. Após trancar o local, foi em direção ao escritório do líder.

(...)

  — Peguem esse maldito! — Sequer havia terminado de relatar sua missão quando gritos e explosões ecoaram pelo esconderijo.

  Como shinobis, eles imediatamente correram em direção ao suposto perigo, imaginando que inimigos houvessem invadido a base. Para surpresa de ambos, o alvoroço estava sendo causado por nada mais, nada menos, do que um coelho branco.

  — Vocês só podem estar brincando. — Sasori fez uma careta de descontentamento, indignado com o caos que havia se tornado por conta de um animal. Eles realmente eram assassinos? — Não deve ser tão difícil pegar um coelho.

  Pain assentiu, um suspiro escapando de seus lábios ao analisar toda a situação em que estavam, seria necessário muito dinheiro para consertar o estrago.

(...)

  Após muitas explosões, arranhões nos móveis e paredes, objetos queimados pelo Amaterasu e gritos da Konan para que não matassem o animal, os membros da Akatsuki se encontravam jogados pelo chão, ofegantes como se tivessem corrido uma maratona. Para o desagrado deles, o coelho continuava solto, balançando o focinho como se nada tivesse acontecido.

  — Filho da puta. — Hidan rosnou. — Jashin-sama não terá misericórdia de sua alma imunda.

  — É apenas um coelho, idiota. — Kakuzu revirou os olhos.

  — Sim, um coelho que acabou com os ninjas mais perigosos. — Sasori murmurou, um gosto amargo em sua boca.

  — Olá, senpais! — Uma voz aguda e extremamente irritante soou, tirando alguns gemidos dos membros. Tobi havia chegado de sua missão com Zetsu. — Por que estão deitados no chão? É uma brincadeira? Tobi quer brincar também!

  O pirulito ambulante — digo, Tobi — começou a correr em círculos na sala, deitando-se ao lado de Deidara, quem deu um grito de exasperação.

  — Isso não é uma brincadeira, un. — Franziu as sobrancelhas, estava muito cansado para ser obrigado a ouvir as tolices do homem. — Estamos tentando capturar um inimigo, un.

  — Um inimigo? — O mascarado se levantou abruptamente, ficando em uma posição ridícula de luta. — Onde ele está, senpai? Tobi vai derrotá-lo!

  O loiro deu um grunhido, ele realmente merecia passar por isso?

  — Ali, un. — Decidiu responder, apontando para o local em que a criatura estava. Talvez compensasse vê-lo apanhando de um animal tão fofo por fora, mas tão demoníaco por dentro.

  — Isso não é um inimigo, senpai. — O Uchiha deu uma risada. — Veja, é apenas um coelho.

  — Capture ele, então. — Deidara rosnou.

  — Está bem, Tobi vai. — O ninja foi saltitando atrás do bichinho, cantarolando uma música infantil. — Venha cá, amiguinho. Tobi é um bom garoto!

  Todos olhavam a cena com um sorriso zombeteiro no rosto, esperavam que o membro falhasse ainda mais vergonhosamente do que eles. Entretanto, para espanto dos ali presentes, o animal apenas pulou em seu colo, abaixando as orelhas enquanto recebia carinho e elogios do homem.

  — Você só pode estar brincando. — Kisame gemeu.

  ­— Coloque-o para fora e se certifique de que todas as aberturas estejam fechadas. — O líder ordenou, recuperando-se do ocorrido.

  — Não é possível que esse merda tenha conseguido pegar aquele puto. — Hidan bufou, agarrando sua foice com força.

  — Pela primeira vez, concordo com o Hidan, un. — Deidara assentiu, os braços cruzados na altura do peito. — Será que não estamos em um genjutsu do Itachi, un?

  — Não. — O moreno respondeu com convicção.

  — Quem deixou a entrada aberta? — Pain interrompeu a discussão, encarando cada um de seus subordinados com aqueles olhos assustadores.

  Hidan engoliu em seco, tomando o cuidado para não desviar o olhar, sabia que seria pego imediatamente se assim o fizesse.

  — Foi você. — Apontou para o albino, recebendo olhos arregalados em troca. É claro que o detentor do Rinnegan não deixaria uma falha como aquelas passar. — Limpe todo esse barro.

  — Isso não é barro. — Kisame interrompeu, fazendo uma careta. — Tem cheiro de chocolate.

  Imediatamente, Sasori olhou para cima, seus olhos castanhos estavam arregalados. Onde o animal poderia encontrar aquele doce? Não havia nenhum comércio ou residência por perto, era impossível ter encontrado no meio da floresta. Seria possível...?

  Correu em direção ao seu quarto, ignorando os olhares curiosos dos outros membros. Do corredor, já era possível observar que a porta estava escancarada.

  — Por favor, não. — Adentrou o local, seu núcleo estava quente. Ele segurava sua respiração, torcendo para que suas suspeitas estivessem erradas.

  Infelizmente, aquele realmente não era seu dia de sorte. Não havia cesta alguma lá dentro, apenas a tiara em formato de orelhas de coelho. Agarrou o objeto com força, rangendo os dentes. Aquilo só poderia ser uma gozação.

  — Hidan! — Ele vociferou, dando passos pesados em direção à sala. Havia certeza de que havia sido o albino, somente ele e Konan sabiam sobre seu presente para o loiro. Somente ele seria tão baixo ao ponto de roubar, na cara de pau, algo importante por conta de uma briga.

  Todos olharam para o marionetista, até mesmo Tobi que havia acabado de voltar. O homem apenas ignorou, aproximando-se perigosamente do imortal. Apontou, acusadoramente, um dedo para seu peito, cutucando-o com força, sem sequer ligar para o fato de ser menor.

  — Tira essa porra de mão do meu corpo ou...

   — Ou o quê? — O jashinista não pode terminar seus gritos, Sasori estava avançando mais, ódio queimando em seus olhos. — Você tem noção do quanto eu gastei naquela cesta?

  — Do que está falando? — Hidan franziu o cenho.

  — Não se faça de sonso. — O ninja rosnou. — Estou falando daquela merda de cesta que você ficou me incomodando o dia inteiro. Tudo o que eu queria era entregá-la e me livrar de tudo isso, mas é lógico que você precisava estragar tudo, não é? É claro que precisava ser infantil, não bastava apenas me provocar com palavras, tinha que se vingar por ser obrigado a limpar sua própria bagunça.

  Em meio a discussão, todos os demais permaneceram em silêncio, subitamente interessados no assunto. Apenas Tobi havia saído, sem que ninguém percebesse.

  — Eu nunca vi o Danna tão bravo. — Deidara comentou mais alto do que gostaria, recebendo um olhar furioso do ruivo.

  — Está falando do seu presente para Deidara-chan? — O homem deu um sorriso presunçoso.

  — Você sabe muito bem sobre o que é. — Lançou uma carranca.

  — Expliquem o que está acontecendo. — Pain ordenou, respirando profundamente para que não perdesse a calma.

  — Durante a missão, uma idosa me vendeu uma cesta de chocolate. — Sasori suspirou. — As únicas pessoas que viram, foram ele e a Konan. Durante essa confusão, tudo simplesmente sumiu.

  — Por que você comprou comida se é uma marionete? — Kisame interrompeu, recebendo uma sobrancelha arqueada em resposta.

  — É sério? — Ele bufou. — Eu não sei o motivo, está bem? Fui impulsivo, acabei decidindo entregar os doces para o Deidara, sei o quanto ele é viciado nesse negócio gorduroso. Além disso, dizem que é bom para a TPM, talvez eu pudesse mantê-lo calmo por algum tempo.

  O loiro sentiu uma veia prestes a explodir em sua testa, ainda mais quando as risadas começaram. No início, sentiu-se surpreso e até mesmo importante por seu Danna ter pensado nele, mas, no fim, parecia apenas um motivo para tirarem sarro dele. Talvez, isso tenha machucado mais do que seu orgulho.

  — De acordo com o Kisame, o coelho estava com as patas sujas de chocolate, não poderia ter sido ele? — O líder indagou, ignorando o comentário anterior.

  — Impossível. Até onde sei, coelhos não são capazes de carregar uma cesta nas patas. — O marionetista deu um sorriso irônico.

  — Konan. ­— O homem chamou, recebendo a atenção dela. — Você estava lá, certo? Pode dizer o que viu?

  — Quando cheguei, os dois estavam discutindo exatamente sobre o mesmo assunto. — Ela revirou os olhos, relembrando da cena. — Começaram uma luta no corredor, causando alguns estragos, mas consegui interromper antes que ficasse mais sério, então mandei o Sasori ir fazer o relatório dele enquanto o Hidan arrumava a bagunça que havia causado.

  — E o que isso prova? — Hidan estalou, furioso.

  — Senpais? — Nesse exato momento, o homem mascarado adentrou o local, segurando uma embalagem média em formato de ovo. — Tobi achou isso no quarto de Hidan.

  — O que caralhos você estava fazendo lá, resto de aborto? — O grisalho gritou, levantando sua foice para atacar.

  — É um dos ovos da cesta. — Sasori afirmou, estreitando os olhos. — O que fez com o restante?

  — Provavelmente, ele comeu. — Kakuzu se intrometeu, cansado de perder tempo com aquela idiotice. — Hidan é chocólatra, já o vi comendo mais de dois quilos de uma vez.

  — Porra, Kakuzu, fecha a merda dessa boca! — Seu parceiro rosnou. — Não fui eu quem roubei a merda da cesta!

  — Não acredito que ainda tem coragem de continuar negando. — Konan balançou a cabeça, em sinal de desapontamento.

  — Eu já sabia disso desde o começo. — Sasori revirou os olhos. — Agora, acho que o mínimo, seria você repor essa cesta, não? Comprando com o seu dinheiro, é claro.

  — Vai para a puta que o pariu, seu viado do caralho! Não vou pagar porra nenhuma! Deveria ter dividido com todo mundo, assim, ninguém ficaria tentado a comer. — Sabia que não adiantaria tentar provar sua inocência, então seria preciso jogar uma parcela da culpa no outro. Ao menos, não custava tentar. — Mas não, precisava ser exclusivamente para o Deidara. Se faz tanta questão, por que não entregou no White Day?

  Algumas risadas abafadas foram ouvidas. Sasori e Deidara rangeram os dentes, estavam furiosos, mesmo que fosse por motivos diferentes.

  — Eu não sou uma mulher! — O loiro rosnou, indignado com o comentário grosseiro do imortal.

  O ruivo apenas encarou seu parceiro com uma careta estranha. Ele realmente acreditava que aquele ponto era o mais preocupante? Realmente não se sentia incomodado com as pessoas acreditando que eram um casal?

  — Isso não é a porra de uma declaração! — O shinobi gritou, fazendo com que todos se calassem.

  — Então por que está tão irritado? — Hidan provocou.

  — Você realmente está perguntando isso? — Podia sentir uma veia pulsando em sua testa, por mais que fosse apenas uma marionete. — Tudo o que eu queria era paz, só isso. Planejava trabalhar na minha coleção durante o restante do meu dia, mas fui obrigado a ouvir comentários desnecessários apenas por eu ter usado meu dinheiro para comprar algo para outra pessoa, sendo que isso não é do interesse de mais ninguém. Depois, apareceu esse coelho desgraçado e, para melhorar meu dia, descubro que você roubou a maldita cesta. Com toda certeza, estou muito feliz com tudo o que está acontecendo, vou até vomitar arco-íris enquanto monto em um unicórnio.

  — Eu realmente roubei alguns chocolates. Tentei esconder as embalagens na lixeira de fora, já que ninguém nunca olha lá. Sim, eu esqueci a porra da passagem aberta, o puto daquele bicho deve ter mexido na lixeira e ter se sujado para, depois, entrar aqui. — O acusado suspirou, cruzando os braços. — Porém, posso garantir que não peguei a cesta inteira.

  — É mesmo? — O homem revirou os olhos. — Então, quem foi? Só pode ter sido um fantasma, não é mesmo?

  — Talvez. — O outro bufou.

  — O ovo foi encontrado no seu quarto, Hidan. — Konan interveio. — Está mais do que óbvio que é o culpado.

  — E por que não pode ser você? Você também sabia sobre a cesta. — Ele jogou as mãos para o alto, deixando que sua foice caísse com um baque.

  — Novamente esse argumento? — Ela arqueou uma sobrancelha. — Primeiramente, por que eu faria isso? Segundo, por que o chocolate estaria no seu quarto?

  — Para você me incriminar. — Hidan grunhiu.

  — Já chega! — Pain interveio, a história já estava indo muito longe. — Você mesmo admitiu, Hidan, todos os fatos levam a crer que é o culpado.

  — Mas... — O homem tentaria argumentar, porém foi interrompido pelo líder.

  — Sem mas! — Sua voz saiu firme, ecoando por toda a caverna. — Por sua causa, pergaminhos importantes foram danificados, além de vários objetos de valor que causarão um enorme prejuízo em nossos cofres. Sinceramente, acho que deveria agradecer por ser imortal ou eu iria matá-lo aqui mesmo.

  Hidan e Kakuzu sentiram um arrepio percorrer a espinha. Se havia uma palavra que o homem de olhos verdes odiava, com toda certeza era prejuízo. Quanto ao de olhos rosados ... bem, seu líder poderia ser bem assustador quando desejava.

  — Nesse momento, farei uma reunião com a Konan para discutirmos sobre o que devemos fazer quanto à reposição dos itens quebrados e, principalmente, sobre a perda dos pergaminhos, eles eram essenciais para cumprir nossos objetivos. Enquanto isso, quero que você, Hidan, limpe toda essa bagunça, mais tarde pensarei em como poderá pagar por seus danos. Se alguém tentar ajudá-lo, terá uma punição ainda pior, estamos entendidos? — O homem encarou ameaçadoramente cada um dos membros, recebendo a confirmação que desejava.

  — E quanto a cesta? — Sasori questionou, uma sobrancelha arqueada.

  — Há algo em que Hidan está certo. — Pain encarou-o pelo canto dos olhos. — Se faz questão de dizer que não é algo romântico, deveria compartilhar com todos os membros. Isso responde sua pergunta?

  Ele não iria fazer nada. Infelizmente, sendo somente um subordinado, o ruivo não poderia contestar. Então, apenas bufou.

  — Porém, acho que posso permitir algo. — O portador do Rinnegan deu um sorriso malicioso, apontando para a mão de Sasori. Ele observou o objeto em sua mão com os olhos arregalados, havia se esquecido completamente da tiara.

  — Nem fodendo. — Hidan pareceu perceber o plano, seus olhos se arregalaram instantaneamente. Sua vontade de matar estava maior do que nunca. — Eu não vou usar essa porra, foda-se as fantasias desse puto!

  — Está me desafiando? — Uma aura negra tomou conta do homem de cabelo alaranjado.

  — Eu odeio todos vocês, Jashin irá amaldiçoá-los! — O imortal rosnou, retirando, com força, as orelhas da mão de Sasori. — Tire esse sorriso do rosto, boneco. Pode ter certeza de que isso não vai terminar aqui.

  — Cale-se, Hidan. — Pain ordenou. — Apenas coloque logo e comece sua faxina.

  O homem obedeceu, resmungando baixinho. Amaldiçoou cada um que estava rindo dele, não pretendia deixar aquela humilhação sem uma vingança. Todos iriam sofrer as consequências. Mesmo que ele concordasse que havia ficado ainda mais bonito com aquele acessório.

  Vendo que tudo estava resolvido, o líder deu um olhar silencioso para Konan, indicando que estava na hora de irem para a sala de reuniões.

  — Tobi, preciso que pegue algo para mim, nos acompanhe. — Ele ordenou, dando um escape para que Madara também participasse da reunião sem que houvesse desconfiança por parte dos membros.

  — Tobi está indo!

(...)

  Sasori estava sentado no sofá, pensando sobre tudo o que havia ocorrido naquela noite. Preferia estar trabalhando em suas marionetes, todavia seu cansaço impedia que o fizesse. Ao invés disso, permanecia olhando para o teto como um idiota. Sentia que seu núcleo estava quente, uma grande confusão se formava em sua mente. Sabia que estava sentindo raiva por nada ter corrido como o planejado, mas não conseguia descobrir quais eram os outros sentimentos que o estavam assombrando como um fantasma.

  — Ei. — Uma voz o tirou de seus devaneios. — Podemos conversar, un?

  O ruivo encarou-o por alguns minutos, sentindo seu núcleo esquentar ainda mais. Notou que o loiro mudava seu peso de uma perna para a outra, claramente incomodado com a falta de resposta.

  — Sim. — Manteve-se apático, já havia demonstrado muitas emoções para um único dia.

  Deidara olhou ao redor, certificando-se de que realmente estavam sozinhos, não gostaria de discutir aquele assunto com qualquer outra alma presente. Felizmente, todos estavam ocupados após o dia agitado. Só apareciam no final da noite, quando se reuniriam para relaxarem em frente à televisão.

  — Eu entendi direito? — Ele indagou com uma voz fraca, sentando-se ao lado do marionetista, era possível observar um tom rosado em suas bochechas. — Você realmente comprou uma cesta de chocolate só para mim?

  — Acha mesmo que teríamos discutido por tanto tempo se fosse mentira? — Sasori resmungou, levando uma mão até sua testa. Estava esgotado, muitos problemas ocorreram naquele dia, a maioria por culpa daquele maldito chocolate.

  — Por quê? — O terrorista questionou, fixando seu olhar no dele.

  — Sinceramente? — Ele suspirou, sentindo o que deveria ser seu coração se aquecer ainda mais. — Eu não sei, só pensei que você ficaria feliz, sei o quanto ama aquele doce. Seu sorriso fica enorme, seus olhos brilham como uma criança ao ir em um parque de diversões pela primeira vez.

  — É sério? — Ele jamais havia percebido isso antes, sentia-se um pouco envergonhado por parecer tão infantil. Talvez, seu Danna o visse como ele via o Tobi.

  — Sim. — Deu um pequeno sorriso ao notar o constrangimento do outro. — Sua reação é pior do que quando explode uma daquelas esculturas que você chama de arte.

  — Eu não chamo de arte, aquilo é arte, un! — O ninja cerrou os punhos, é claro que haveria provocações, era sempre daquela forma.

  — Se você diz. — O outro deu de ombros.

  Permaneceram em silêncio por um bom tempo, ninguém sabia como iniciar qualquer outra conversa.

  — Ei. — Deidara pronunciou-se, após se lembrar de algo. — Eu tirei uma foto do Hidan com aquelas orelhas ridículas, você quer ver, un?

  — Com certeza. — Ele abriu um sorriso malicioso, se aproximando mais.

  Durante algumas horas, ficaram conversando sobre banalidades. Era raro que houvesse tanta comunicação, normalmente o loiro apenas tagarelava enquanto o ruivo ignorava-o ou o mandava calar a boca. De vez em quando, algumas palavras da idosa ou da Konan voltavam para atormentar a mente do marionetista, mas ele apenas tentava ignorá-las enquanto observava o pirralho.

  — Eu pensei que você não gostasse de fazer as pessoas esperarem, Danna, un. — O ninja suspirou, segurando sua mão. — Estou realmente me esforçando para deixar você dar o primeiro passo, já que comprou o chocolate.

  — O quê? — Sasori arqueou uma sobrancelha, não entendendo onde ele queria chegar.

(...)

  Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios, enquanto o loiro o puxava para conversarem, longe do olhar dos outros. Por mais que ainda houvesse algo o incomodando, resolveu deixar de lado. Afinal, quem se importa com o modo como Hidan entrou no quarto, sendo que a porta estava certamente trancada? Havia coisas mais importantes para se pensar, ainda mais quando Deidara o puxou para seu quarto, girando a chave na fechadura e se jogando em seus lábios.

  Talvez aquele maldito chocolate não fosse tão ruim assim.

(...)

  — Ainda não acredito que esse plano deu certo. — Konan admitiu, inclinada na cadeira.

  — Você precisa confiar mais em nós, Konan. — Madara comentou, apoiado contra a parede com um sorriso vitorioso por trás da máscara.

  — Hidan foi nosso pote de ouro. — Pain sorriu, colocando um chocolate entre os dedos. — No momento em que se envolveu, não tinha como falharmos.

  — Ainda acho que fomos um pouco injustos com ele. — Ela colocou uma mecha de seu cabelo para trás.

  — É sério? — O ruivo a encarou um pouco surpreso. — Não é como se ele nunca tivesse aprontado. De qualquer forma, foi ele quem roubou os primeiros chocolates, também foi ele quem foi idiota o suficiente para deixar a passagem aberta, permitindo que o coelho entrasse e bagunçasse tudo.

  — Mesmo que tenha sido o Madara quem destrancou a porta e você quem invocou o coelho? — Ela arqueou uma sobrancelha, um sorriso de canto estava presente.

  — Eu apenas aproveitei nossas oportunidades. — Ele deu de ombro. — Ninguém sabia que eu havia mandado o Zetsu sozinho para aquela missão, não poderiam desconfiar do Tobi sendo que ele nem estava aqui, não é mesmo? Alguns sacrifícios são necessários em uma guerra.

  — Realmente, ainda mais quando ele usou o sharingan para esconder a cesta em outra dimensão, mesmo que o pegassem no quarto do Sasori, não poderiam encontrar a cesta. — Ela pegou um bombom, saboreando-o lentamente. — E quanto ao chocolate? Vocês realmente colocaram no quarto do Hidan.

  — Sim. — Pain assentiu. — Eles poderiam não acreditar nas palavras do Tobi, por mais inocente que parecesse. Nesse caso, o Kisame poderia sentir o cheiro e confirmar que esteve ali.

  — E quanto a sujeira que o coelho causou? — Konan continuou questionando. — Ele realmente causou alguns danos em nossas economias. Também tivemos sorte que os pergaminhos não eram tão importantes.

  — Seria suspeito não sofrermos nenhuma perda, alguns riscos são necessários. — Pain explicou calmamente, estavam trazendo a mulher para o mundo dos crimes alimentares aos poucos, precisavam ensiná-la corretamente ou seria um perigo para eles. Não podiam permitir deslizes. — Além disso, usamos o chocolate nas patas para incriminar ainda mais o imortal, o Sasori acabaria associando ao Hidan mais facilmente.

  — Ainda não acredito que nossos ninjas perderam para um coelho. — Madara comentou, um pouco preocupado com suas escolhas.

  — Isso é preocupante. — Pain balançou a cabeça, dando mais uma mordida no doce. — Talvez devêssemos treiná-los com coelhos.

  — Seria engraçado. — Konan deu uma risada curta, pegando uma taça de vinho. — Sabe, agora que já fizemos tudo isso, acho que não adianta nos sentirmos culpados. Como você disse, isso é uma guerra. Esconder comida contra furtos já é uma forma de treinamento, estamos apenas cooperando para seu crescimento, não é mesmo?

  — É assim mesmo, Konan. — Ele sorriu, pegando uma taça para si e despejando o líquido vermelho. — Um brinde aos nossos roubos.

  — Sim. — Ela deu um sorriso ainda maior, encarando o vinho que havia roubado do Itachi no último mês, enquanto comemoravam o aniversário de Kisame. Novamente, a culpa havia recaído sobre o pobre Hidan.

  — Bem, essa Páscoa realmente foi algo memorável. — Ela encarou sua taça contra a luz, seus olhos estavam cheios de luxúria. Com toda certeza, ela poderia se acostumar com aquela vida. — Quando faremos de novo?

  Os outros dois membros sorriram maliciosamente, ela estava dentro.


Notas Finais


E então? O que acharam? Criticas construtivas são muito bem-vindas, adoro ler a opinião de cada um, ainda mais quando me ajudam a melhorar minha escrita. Muito obrigada por terem dedicado seu tempo para ler essa história, fico muito feliz com isso!

Gostaria de me desculpar se algum personagem ficou um pouco OOC, é minha primeira fanfic de Naruto, então ainda estou me acostumando com os personagens. De qualquer forma, espero que tenham gostado.

Então é isso, pessoas! Vou ficando por aqui, nos encontramos nos comentários ou em alguma outra história que eu resolver escrever. Cuidem-se e até a próxima! Feliz Páscoa atrasada!

OBS: Apesar de não ter citado na fanfic, o Deidara acabou ficando com um chocolate (aquele que foi encontrado no quarto de Hidan), então foi um dia muito bom para ele.

OBS 2: Como a Konan e o Pain não sabem sobre a verdadeira identidade do Tobi, coloquei ele como se fosse o Madara, ou seja, seria o ponto de vista deles, não o verdadeiro.


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