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História (Maldito Seja) O Crush da Minha Irmã - Se você não crusha, não venha me descrushar.


Escrita por: woyifane

Notas do Autor


Oieee amores <3
Sobre minha demora pra responder os comentários, ou eu respondo ou eu escrevo a fanfic porque basicamente, sou lesada pras duas coisas HUASHUASHUAHS mas vou responder, juro de mindinho).

Sobre esse capítulo, não posso nem ver que eu adoro.
Bjo no coração, até as notas finais <3

Capítulo 7 - Se você não crusha, não venha me descrushar.


Fanfic / Fanfiction (Maldito Seja) O Crush da Minha Irmã - Se você não crusha, não venha me descrushar.

– Oppa, me deixa arrumar seu cabelo? – vi aqueles olhinhos pidões e lembrei dos olhos de Baekhyun lacrimejando. Bufei e revirei os olhos.

Nome: Park Chanyeol.

Idade: 17

Função: ser fodido por um Byun. Ou por vários deles.

 

---*---

 

Foi no semestre de outono da terceira série que eu vi o Baekhyun pela primeira vez, todas as turmas brincavam no mesmo parquinho depois das aulas, e quando ele se transferiu, era considerado “carne nova” pelos coleguinhas.

Mas essa parte da história não é interessante, porque foi na quarta série que eu comecei a falar com ele.

Ele levava gimbap pra escola todos os dias como lanche, e eu com meus sanduíches que eu mesmo preparava – pela falta de tempo de dona mamãe – ficava com inveja – eu nem mesmo tenho vergonha de admitir isso, era inveja branca e passiva, nunca matei por isso – então, eu me aproximei dele uma vez e disse na maior cara de pau e naturalidade que uma criança de dez anos pode ter.

– Quer trocar de lanche comigo?

Eu lembro que ele endireitou a postura – tínhamos a mesma altura na época, háhá – e me olhou de cima a baixo com os olhos semicerrados enquanto eu mostrava o sanduíche porcaria que eu havia feito.

– Você que fez? – ele falou, riu até, me abalei muito, mas não desisti.

– Sim, eu vi que você come isso todos dia – apontei pro gimbap delicioso que ele comia, forçando uma expressão de desdém – então resolvi que seria bom variar.

– Não quero – ele fechou a cara e meu mundo caiu.

Eu não queria comer mais o sanduíche.

Quando a professora mandou os alunos voltarem para a classe, eu mal havia tocado no meu lanche, fuzilei com o olhar aquela criança que andava satisfeita com sua lancheira vazia – e barriga cheia.

No outro dia, eu estava emburrado em um canto, quando o Byun chegou me oferecendo um potinho.

Era gimbap! – pensei, iludido.

Não. Eram tteok.

Mas não reclamei, comi sorrindo e só depois quando os doces acabaram que eu me toquei.

– Por que me deu isso? – falei de boca cheia comendo o ultimo bolinho.

– Você parecia emburrado – disse simples. – Minha omma diz que doces fazer a gente ficar feliz.

E fizeram mesmo.

A partir daquele dia eu comia com Baekhyun, ele me dava gimbap e, mesmo recusando de primeira, eu dava um pouco dos meus sanduíches – apesar da aparência, eles eram bem gostosos.

Uma dia, Baekhyun foi pra escola sem os gimbap de sempre, sem os bolinhos de arroz, sem lanche algum. Pode parecer estranho ou até egoísta, pode parecer que só comecei a falar com ele por causa do lanche, mas eu realmente admirava ele.

Na hora do lanche, ele comeu um dos sanduíches que eu levava – porque eu sempre fazia dois pra poder dividir com ele – sem dizer quase nada, eu pude ver que estava triste ou emburrado com alguma coisa.

Não perguntei. Eu tinha dez anos, só me preocupava em ver desenho na tevê quando chegasse em casa.

No dia seguinte, Baekhyun não apareceu.

Nem nos outros.

Quando voltou, ele não falava mais comigo. Sempre me olhava estranho, então eu ignorei, afinal, não me faltavam amigos.

Fui otário.

Eu filosofei bastante enquanto sentia a escola de cabelos da menina Byun roçar no meu couro cabeludo, era relaxante, mas quando comecei a pensar no porquê de Joohyun parecer me odiar, pensei em como Baekhyun costumava me odiar – ou me olhar com ódio – e isso me fez refletir que, talvez, podia ser que ele tivesse descoberto que eu só me aproximei dele por causa dos lanches que ele me dava quando tínhamos dez anos.

Dez anos.

Por que isso me faz pensar que estou esquecendo algo?

– Fique quieto – a menina puxou meu cabelo com impaciência.

– Eu estou – o que aconteceu com o “oppa” com olhinhos brilhantes de pouco tempo atrás?

– Não está! – ela puxou mais uma vez.

Tentei revidar falando algo, mas a porta do quarto imediatamente abriu.

Era o Byun mais velho.

– Que porra... é essa...?

 

---*---

 

Eu provavelmente tenho que pedir perdão por todos os meus pecados, e talvez por ter feito amizade com o Baekhyun apenas pela comida, tenho que pedir perdão por não ajudar a minha irmã com o crush como eu devia estar fazendo, e tenho que pedir perdão por não conseguir olhar na cara desse crush por mais de três segundos no momento. Estou quase morrendo, na verdade, mas seria vergonhoso demais morrer assim.

Morrer de vergonha, jamais.

Baekhyun decidiu entrar no quarto no momento crucial quando a Byun mais nova estava “colando” laços de tule no meu cabelo, e então o mais velho não perdoou. Tanto que riu por quase meia hora sem parar.

O que eu não sabia, é que, em vez de só me “pentear” como disse que faria, a pequena Joohyun decidiu que faria  o serviço completo. Começou a me maquiar como se fosse uma profissional no assunto, mas eu sabia que ia dar merda porque o Byun não parava de rir baixinho – mas alto o suficiente pra me deixar envergonhado e querendo morrer.

– Só falta um toquezinho de blush, agora – ela pegou a esponjinha do produto e quase afundou aquilo nos dois lados da minha cara com seu “toquezinho” – Pronto.

Baekhyun parou de rir por alguns segundos e levantou, pegou o celular e tirou uma foto na cara dura.

Filho da puta.

Começou a rir depois disso, e o que eu poderia fazer? Nada, claro, a mini Byun continuava segurando a escova de cabelo, eu tinha que preservar a minha vida.

– Eu posso ver? – pedi permissão, na verdade eu queria mesmo era me jogar num poço bem fundo e nunca mais sair de lá. Só que, no momento eu tinha que encarar os fatos, no caso, encarar a minha própria cara.

Me deram um espelho, quase me caguei porque estava parecendo um palhaço no fim do expediente, ou talvez um Drag depois de levar um fora de um bofe e chorar rios borrando a maquiagem e deixando os cílios postiços caírem – aliás, tinha um cílio postiço colado na minha sobrancelha, bom trabalho Joohyun!

A situação era desastrosa, meu cabelo estava preso em dois rabos de cavalo que pareciam dois coqueiros queimados, tinha glitter e além dos laços de tule horrendos tinha algumas fivelas de bichinho. Meu olhos estavam azul brilhante, as bochechas tinham dois círculos em rosa choque bem marcados, a boca estava pintada de roxo cheguei e boa parte do batom estava no meu dente.

E ela ainda disse que tudo aquilo me deixaria animado.

E olha, não me deixou animado não, no máximo, me deixou com uma vontade louca de morrer, mas acho que o efeito “animado” serviu bem pro irmão dela, porque ele chegou a rolar no chão de tanta “felicidade”.

Exageros a parte, eu precisava limpar a cara.

– Está... lindo – falei mesmo, pra tentar elogiar e talvez fazer amizade, sabe, boa impressão é tudo.

– Está brincando? – ela me olhou incrédula guardando suas tralhas na caixinha com estampa de zebra – “oncinha é pros fracos” ela disse – guardou a escola de cabelos também, eu suspirei aliviado. – Está ridículo.

– Ah, é! Está horroroso – finalmente pude ser sincero. Maldita, havia feito de propósito.

– Oppa, seu rosto é muito mais bonito que o desse tio, nem meu talento conseguiu melhorá-lo – ela olhou para o Baekhyun e saiu do quarto batendo a porta.

E aí, só aí, ele parou de rir exagerado e levantou.

– Desculpa dizer, mas a sua irmã é um demônio – falei sentindo uma súbita saudade de ChoRong, mas logo notei que era besteira, afinal, ChoRong também é um demônio.

– Ela está assim porque tem visita – ele apontou pra mim segurando o riso novamente. – Ela raramente me chama de oppa, e também é ótima em fazer maquiagem.

Ah, tá. Com essa máscara de carnaval do capeta que ela fez na minha cara, ela é ÓTIMA maquiando. Não.

– Eu vou tirar isso da cara – levantei, indo pro banheiro sem dizer mais nada, e escutei a porta do quarto bater, com o silêncio que veio em seguida pude notar o Byun mais velho havia saído.

O cabelo foi a parte fácil, o glitter não estava impregnado e foi moleza desfazer os laços de tule-pano-de-limpar-privada-suja, mas a maquiagem... o máximo que eu consegui, esfregando bem, foi fazer tudo escorrer e piorar mais a situação deprimente que era o meu rosto.

– Por quê isso não sai? – esbravejei escutando minha voz ecoar pelo banheiro. – Baekhyun ah, minha cara está condenada!

Logo depois do meu pequeno chilique, Baekhyun abriu a porta do banheiro de súbito e me puxou com cara de “vou te dar uns cascudos moleque”, me fez sentar no carpete, encostado na cama e eu pude ver que ele segurava um frasco azul numa mão e um pote com chumaços de algodão.

– Cala a boca, pelo amor – ele ordenou porque eu já ia gritar mais (claro, ele parecia querer enfiar o algodão pela minha guela) além disso, o tom de voz dele era super mandão, a voz estava meio rouca e isso fez com que meus dedos dos pés tremessem (q???), ele revirou os olhos e se abaixou até ficarmos da mesma altura, eu abri um pouco as pernas e ele se ajoelhou lá ficando bem perto do meu rosto.

Ok, aquela era a hora que eu não tinha mais como discordar de nada na minha vida, então eu decidi admitir. Era fato que eu sentia atração por Byun Baekhyun, seria burrice dizer que não, eu me sentia mal por isso tanto quanto me sentia mal por Chorong, mas não é como se ele me correspondesse e que fôssemos casar e tudo. Mas aquilo não era algo que eu podia mudar ou apertar um botão de “deixar de sentir atração pelo crush da minha irmã”.

Com agilidade, e meio sem se importar mais com nada, ele abriu a tampa do frasco azul e molhou um chumaço de algodão aproximando aquilo da minha cara e bufando quando eu recuei.

– O que é isso? – temi que fosse algum ácido que corroesse a minha pele, afinal, eu estava sozinho em um quarto com um Byun!

– Demaquilante – disse, fazendo uma careta e olhando o frasco – Demaquilador, ah, foda-se, algo pra tirar isso aí da sua cara de mula.

– Que delicadeza, obrigado – retribui sua gentileza irônica com mais gentileza irônica.

– Fica quieto e me deixa limpar! – sua mão se aproximou do meu rosto e eu senti o algodão gelado na minha bochecha, prendi a respiração e apertei seu pulso por impulso (pulso por impulso, eu seria um ótimo – não – poeta).

Ficamos nos olhando por um tempo e eu me perguntava por que diabos estava agindo como uma mocinha virgem dos anos setenta, não que seja problema eu ser virgem, porque, tecnicamente – e obviamente, infelizmente – eu sou realmente virgem.

Não conseguia parar de encarar o rosto dele, seus olhos brilhavam e eu subitamente lembrei de como ele sorria na quarta série, o sorriso quando me entregou os tteok e como sorria sempre que comia o gimbap.

Até que senti um forte beliscão na bochecha e ele começou a mover o algodão pra remover a maquiagem.

O silêncio estava constrangedor pra mim, ele com certeza estava de boa, mas eu só pensava em coisas como: Chorong vai me matar. Por que, de repente, estou rearando no Baekhyun? Ele é um demônio, e isso me excita. As mãos dele estão bem próximas do meu rosto.

Parei de pensar disso e balancei a cabeça quando ele estava trocando o algodão e molhando o chumaço com o liquido do frasco azul, decidi acabar com aquele silêncio, mesmo que tivesse que pegar pesado.

– Ei, Baekhyun – murmurei fingindo um interesse súbito. Eu via a clavícula dele de perto, então engoli em seco.

– Hum? – vi o pomo de adão dele mexer, ok, era tão mínimo e tão achatado que mal era considerado um pomo de adão, mas aquilo mexeu e eu engoli em seco novamente. Ele não aprecia interessado na conversa.

– Você se lembra da quarta série? – ele parou por uns míseros segundos, como se pensasse, pra depois apertar o algodão com força, fazendo o liquido escorrer e pingar no meu pescoço me causando um arrepio. – A gente dividia lanche e tudo – completei e ele relaxou os músculos da mandíbula, esfregando o algodão com mais delicadeza.

– Ah, é... eu, eu lembro – vi ele sorrir sem humor.

Ficamos em silêncio de novo, ele só se ocupava em trocar o algodão quando este estava sujo o suficiente.

– Aliás, eu ainda não entendi porque você parou de falar comigo – disse meio murmurando, era uma dúvida interna na verdade. Ele passou a limpar meus olhos e eu os fechei pra não correr o risco de ficar cego. – Eu lembro que eu acordava cedo pra fazer dois sanduíches pra dividir com você – falei realmente sem pensar e calei a boca depois disso.

O silêncio veio novamente e pra piorar eu não via nada, parecia que ele fazia questão em se demorar limpando meus olhos pra me ver vulnerável.

– Nossa, conte mais – ele falou debochado, eu ainda não via e tinha medo de abrir os olhos e acabar ficando cego, mas tinha certeza de que ele sorria de canto com um ar maléfico.

Engoli saliva e respirei fundo, o que mais eu precisava expor da minha vida de anos atrás que não parecesse tão gay quanto tudo que eu já falei?

Bom, a resposta é nada.

– Eu chegava cedo na escola pra te ver passar pelo portão – cerrei os olhos, tenho certeza de que fiquei vermelho.

Ouvi um riso debochado e o ar batendo no meu rosto. Hálito de menta.

Quando eu senti o hálito cada bem mais perto, soube que não era um grande motivo pra entrar em pânico. Mas era.

Abri os olhos de repente, pouco me fodendo caso ficasse cego com aquele demaquilante Byun (que não era Byun realmente, mas era propriedade e estava na casa Byun, whatever, não sei se isso tem cabimento), só sei que assim que eu abri os olhos e vi os olhos do Baekhyun bem próximo dos meus, arregalados, com sua boca roçando na minha e nossos hálitos se misturando fiquei puto.

Puto porque ele recuou com um sorrisinho.

– Tinha glitter no seu cabelo – falou, mostrando as pedrinhas brilhantes que estavam grudadas no meu cabelo. Eu realmente pensei que ele ia me beijar de novo? Nossa, mano, que boiola que eu sou!

– Ah, é... – respirei fundo e refleti o quão viado eu estava sendo em apensas uma tarde/manhã – não sei.

– O que é isso, Chanie? Seu rosto está vermelhinho – riu cutucando minha bochecha, eu não consegui falar e sequer me mexia direito. Acho que ele quer me levar pro manicômio.

Então eu decidi usar aqueles momentos de silêncio pra refletir sobre outra coisa que não fosse minha vidinha de merda e pensar em coisas produtivas, mas tudo só me levava até o rosto infantil e sorridente de um Baekhyun de dez anos.

Dez anos. Ele tinha dez anos quando a mãe morreu. Então... Ok, sei que não devia tocar neste assunto, mas eu me sinto um filho da puta máster. Desculpa, mãe, não é você, sou eu.

– Baek – falei sério, subitamente, imaginando algo que até poderia ser plausível naquela situação – Quem fazia o gimbap que você levava na quarta séria, era a sua mãe?

Ele já tinha parado de limpar meu rosto e estava apenas passando limpando os próprios dedos, mas parou de focar em qualquer coisa assim que falei “gimbap” então quando cheguei no final da frase ele baixou a cabeça, bufando.

– Estou certo, não estou? – pude ver seu punho fechar e seu queixo tremer. Talvez eu estivesse passando dos limites.

– Não está na hora de você ir embora, não? – ele murmurou, não sei nem ao certo se ouvi um pouco direito.

– Então, quando você começou a faltar foi porque... – ele me interrompeu se levantando de repente, eu pude ver de perto seu punho fechado, pronto pra socar a minha cara.

– Acho melhor você ir embora, Chanyeol – ele disse sério, guardando o frasco e eu fiquei perplexo.

– Hum?

– É surdo, por acaso? – falou com o semblante apavorante, quase vomitei meu rim.

Fiquei confuso, mas peguei meu celular e saí, sequer lembrei que meu uniforme estava secando lá e eu precisava levá-lo pra casa. Estava tão atordoado que mal olhei por onde andava, e esbarrei em um homem baixinho com feições bem joviais. Gelei, era o pai do Byun?

– Oh, mas quem é esse rapaz? – perguntou pro vento, pois não olhava pra ninguém e uma voz fininha respondeu.

– É um colega do Hyunnie, se chama Chanmyeol – Joohyun coloria um livrinho na sala e me mostrou a língua.

– Olá, senhor Byun – me curvei, não queria ser mal educado, mas eu mal respirava direito. – Desculpe, mas eu preciso sair da sua casa agora.

Ele não me perguntou nada, só abriu a porta e fez uma cara de “não vai sair?” e então eu saí. Ele saiu junto comigo e eu fiquei encarando um pouco.

Ele não parecia nada com os filhos.

– Eu não sei o que aconteceu, mas... Baekhyun fez alguma coisa? – ele perguntou baixinho.

– Como? – até onde eu sei, eu que tinha feito algo, ainda não sei o que, não tive tempo pra raciocinar, mas eu que fui otário.

– É que, geralmente, ele é uma criança violenta... – ele olhou para os lados. – Uma vez me chamaram na escola porque ele tinha mordido um dos coleguinhas. O garoto levou quatro pontos no ombro...

MAS QUÊ...?

– Eu... eu... ele não fez... – tentei falar, mas o homem sorriu apenas.

– Se está tudo bem, ótimo – deu um tchauzinho. – Até qualquer dia, Myeol... nossa, que nome estranho.

– É Chanyeol, senhor Byun – corrigi. – Park Chanyeol.

– Oh, sim... Eu sou Byun Heechul, Chanyeol, obrigada por ter paciência com meu filho...

Ele entrou em casa e eu fiquei olhando pro nada por um tempo, o que havia acabado de acontecer aqui?

– Chanyeol...? – uma voz bastante conhecida falou e quando eu virei, vi uma das pessoas que eu não queria ver.

 

---*---

 

Eu estava com o cu na mão mesmo antes de ver Kang SeulGi com uma roupa esportiva correndo pela rua sendo completamente estonteante como sempre. Realmente, coitada da minha irmã.

Eu não fiz questão de fingir estar de bom humor quando ela falou meu nome, eu só virei e bufei com a mais natural preguiça e com um “fuck you bitch” estampado na minha testa pra todo mundo ver.

– O quê? – falei, emburrado. Primeiro, porque ela estava falando comigo se nem olhava na minha cara durante as aulas, claro que eu também nunca cheguei pra ela pra conversar civilizadamente, mas isso não conta.

– Nada, eu só... achei estranho te ver por aqui – ela pareceu recuar e ficou encarando a placa que anunciava um “Byun” bem grande – ok, nem tão grande – na entrada da casa.

– Ah, legal – retruquei sentindo a barriga doer. Ah é, eu não tinha comido nada, aliás, que horas são?

– Bom, eu não sei se você está livre, mas eu estava saindo pra tomar café agora – disse parecendo ter ensaiado e tudo.

– E daí? – falei mesmo, não estava com paciência, ela que me perdoe depois, mas eu estou sentindo meus pulmões bem fracos neste momento.

– E daí – disse sorrindo, ela sequer pareceu ofendida. – Que eu ouvi sua barriga roncar, não quer ir comigo?

Ok, só nunca que eu iria “sair” com uma garota tendo os pensamentos que estou tendo agora. Estes pensamentos se resumem em: O que eu fiz pro Baekhyun ficar com raiva? Ele realmente não vai mais falar comigo? O que eu devo fazer agora? Chorong vai me matar? Baekhyun vai me matar? Por que diabos Seulgi está me chamando pra fazer “qualquer coisa” com ela?

Resumindo tudo, 70% é sobre Baekhyun, 25% sobre como Chorong vai agir quando souber que Baekhyun não fala mais comigo e 5% duvidando que Seulgi tenha intenções realmente inocentes.

Não sei se já repararam, mas ela e suas amiguinhas ficam rindo para a tela do celular como se vissem algum tipo de coisa proibida.

Algo como pornô. E na hora da aula.

– Eu, eu não sei – falei, meio coberto pelos meus pensamentos.

– Vamos, Chanyeol! Eu pago – ela sorriu amigável.

– Ok.

Não tinha como eu negar comida de graça, tinha?

 

---*---

 

Eu pensei que seria estranho eu sair com uma menina pela rua que não fosse a minha irmã (originalmente, eu nunca fiz isso, e nunca fiz questão de fazer isso realmente), mas SeulGi agia como uma pessoa normal, talvez ela fosse uma pessoa normal.

Veja bem, se eu estivesse em meu juízo normal, eu faria questão de dizer que sou gay e que amei aquele blusão amarelo dela, mas eu não estava bem, e sinceramente, eu detestei aquele blusão cor de gema, doía na vista e eu estava na fossa.

– Podemos comer aqui, eu sempre venho nos fins de semana – ela sentou numa mesinha na mesma cafeteria que eu vim com o Baekhyun uma vez, então eu acordei e olhei para os lados.

– Bom dia, o de sempre? – a moça falou fazendo uma expressão exagerada. – Nossa, você não disse que tinha um irmão.

– E não tenho – Seulgi sorriu, eu estava alheio observando ora Heeyeon, ora a menina do blusão de gema. – Esse é o Chanyeol.

– Ah sim – ela balançou a cabeça e depois, como se tivesse se lembrado de algo, abriu a boca e começou a tremer apontando pra mim. – É ele, é... é ele!

– Ele...? – falei. – espera, eu o quê?

– Ele que eu te contei naquele dia que eu vi os dois aqui e tudo – ela sussurrou tão rápido que quase bugou tudo.

– Sério? – Seulgi me olhou pasma e depois sorriu, assim como Hani. – Ah, eu disse que eles estudavam comigo.

Tremi, o que era a casa Byun quando se estou do lado de duas loucas.

– Por que estão me encarando? – perguntei sem gaguejar, lógico, minha cabeça só pensava na burrada que eu provavelmente tinha feito com o Byun.

– Bom, Chanyeol, cadê o seu amigo? – ela sentou em uma das cadeiras, sem se importar realmente de estar em horário de trabalho.

– Hum? O Baekhyun? – elas duas confirmaram freneticamente com a cabeça, eu teria ficado tonto. – Bom, ele está em casa... com raiva de mim.

A última parte eu murmurei, mas eu aprendi que não dá pra esconder nada das mulheres (ainda mais se forem loucas como as duas na minha frente).

– Com raiva? Por que? Como assim? – Seulgi pareceu perplexa.

– Eu...

– Chanyeol, pode confiar, eu curso psicologia e estou disposta a te ajudar – ela disse, e a Kang pareceu protestar mais logo se calou.

– Bom... – respirei fundo e contei o básico, que eu havia falado muitas coisas sobre algum assunto e que o Baekhyun de repente me mandou pastar. – Foi isso.

As duas me olhavam sem expressão.

– “sobre algum assunto”? O que é isso, como vou te ajudar assim? – Heeyeon bufou. – Fale ao menos qual assunto!

– Ah, é meio delicado – me encolhi, eu era bem mais alto que elas duas, mas é aquele ditado, as piranhas são pequenas, porém mortais.

– O que você vai querer, Chan? Um cappuccino, cupcakes, uma torta? – Seulgi me perguntou como se me provocasse. E realmente deu certo.

– Mas tem que contar pra gente primeiro – Heeyeon interviu.

Respirei fundo. É, eu ia ceder.

– Na quarta série eu comecei a falar com o Baekhyun porque sentia inveja do gimbap que ele levava todos os dias – falei e elas ficaram com um “wat” estampado na cara. – Então a gente começou a dividir o lanche a partir daí, e então... eu estava na casa dele hoje e perguntei se quem fazia aquele gimbap era a mãe dele e se ele parou de ir na escola por causa da...

Parei, era certo falar aquilo?

– Por causa...? Por causa do quê? – Heeyeon murmurou.

Estava meditando comigo mesmo se devia ou não falar, aquilo não se tratava da minha vida, era a vida pessoal do Baekhyun, eu podia lidar com isso? Ele podia me matar depois. Ou até pior, não falar mais comigo. Senti um incomodo no pulmão e tentei respirar fundo, mas meu peito doía.

– AHN HEEYEON O QUÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – uma voz super alta ecoou de trás do balcão da cafeteria, era uma mulher alta com cabelos brilhantes e olhar flamejante. – FAÇA O SEU TRABALHO DIREITO!

Ela puxou a orelha da Hani que voltou reclamando até seu posto, fazendo caretas que, em outra situação, eu riria com certeza.

Virei meu olhar e vi os olhos acesos de Seulgi insistindo para que eu continuasse.

– Bom, se não quiser contar o porquê dele estar bravo, que eu acho que é por ele não querer tocar no assunto “gimbap” por algum motivo... – ela fez uma expressão pensativa. – Você pode me falar como quer resolver isso.

– Resolver? – falei e ela confirmou. – Eu não pensei realmente nisso, porque também não sei porque ele ficou bravo.

– Chanyeol-ssi, me diga exatamente como aconteceu – ela assumiu uma pose profissional.

Fechei os olhos, aquilo era realmente um assunto sério, eu fiquei com medo do Baekhyun me odiar por espalhar.

– A mãe do Baekhyun morreu quando ele tinha dez anos... – falei.

– Sim, eu sei... eu estudei com ele a vida toda – ela disse simplesmente.

Quê? Como assim? Eu não lembro de Seulgi em nenhum momento da minha vida!

– Ah, entendi – ela coçou a bochecha com a ponta da unha decorada. – Você entrou num assunto delicado pra ele, já que Baekhyun detesta falar sobre sua mãe tão levianamente, como você perguntou se o gimbap era feito por ela e se ele começou a faltar por tê-la perdido, ele provavelmente ficou com os nervos a flor da pele.

Caralhos.

– Putaquepariu, como você raciocinou tudo isso? – falei e ela beliscou meu braço – Aiê!

– Não fale palavrão neste lugar fofo – olhei ao redor, era tudo tão rosa e branco que até um palavrão sairia doce. – Bom, eu não tive que pensar muito, é óbvio que o Baekhyun não iria gostar disso, nunca fui próxima dele, mas convivi tempo o bastante para saber de algumas peculiaridades.

Ela sorriu, realmente, aquela menina era muito mais do que só dança, orelhas e eyesmile. Kang Seulgi era um gênio.

Fiquei admirando por um tempo até Heeyeon aparecer com três cappuccinos e se afastar para fechar a loja.

– A reunião já vai começar – falou, misteriosa.

Seulgi acenou e voltou a beber o cappuccino, tranquila.

– Que reunião?

– Desculpe, Chanyeol, mas hoje teremos um encontro... de BLovers – falou calmamente. – Eu posso te ajudar a resolver seu problema com o Baekhyun, mas vai ter que assistir a reunião conosco.

– BLô o quê? – tomara que não seja nada relacionado a macumba ou santos milagreiros, eu sempre ganho um azar da porra com esse tipo de coisa, não nasci pra isso.

– Bom, meninas... – a mulher que puxou a orelha de Heeyeon antes, se aproximou. Era bem alta e tinha feições de modelo. – Hani e EssGi – ela revirou os olhos. – As outras meninas resolveram faltar hoje, então como não dava para adiar isso, faremos nós três...

– O que é um EssGi? – sussurrei para SeulGi.

– É meu codinome, S de Seul, G de Gi... – continuei com uma expressão confusa e ela riu, revirando os olhos. – é inglês, cara, não seja burro!

– Bom, temos um novato? – a mulher me analisou.

– Hein?

– Ele é um convidado, apenas YoonA unnie – Seulgi murmurou. – É um Park.

– Um Park? – ela rapidamente entendeu, e eu fiquei na mesma bosta de sempre.

Ela sorriu.

– Então, é aquilo que a CR falava sempre? – YoonA me olhava com os olhos assustadoramente brilhantes.

– Sim – Seulgi falou enquanto Hani se segurava pra não soltar uma risada, fazia fada careta que Deus a perdoe. – Não ligue para ele, vamos continuar com a reunião.

As três sorriram, e quando Yoona ligou um projetor apontando-o para uma das paredes limpas e ele começou a mostrar cenas de anime bastante confusas eu pude entender que estava fodido. Parcialmente, porque a outra parte eu mesmo já tinha fodido sozinho.

 

---*---

 

– Então, o quê achou do OVA? – Seulgi perguntou, estávamos indo pra minha casa, porque ela cismou em querer resolver meus problemas por falta do que fazer.

– Primeiro, eu não ser o que é um OVA, mas se foi aquilo que assistimos eu achei bastante estranho vocês surtarem tanto – falei sincero.

Bom, havíamos assistido um episódio de um anime qualquer chamado Segye Jeil-ui Cheos-Sarang, eles falavam em japonês e tínhamos que ler as legendas super depressa, era quase como ver um filme estrangeiro. Coisa que eu não estava acostumado porque nunca via filmes ou assistia nada, eu preferia olhar uma parede, apenas.

– Bom, deixando o anime de lado, por que não começa a pensar em formas de pedir desculpas ao Baekhyun? – ela falou, sorrindo com toda a atenção no sorvete que ela havia comprado. E não me ofereceu.

– Ainda não... – murmurei triste. – Eu não saberia o que falar e provavelmente iria ficar olhando pra cara dele com cara de mané. Acho que ele nunca mais vai querer falar comigo.

Então ficamos em silêncio, Seulgi era uma espécie de gênio, então provavelmente estava pensando em alguma forma para eu conseguir pedir desculpas decentemente.

Estávamos quase chegando na minha casa quando ela resolver quebrar o silêncio, o que me animou um pouco.

– Chanyeol... – ela parou.

– Oi? – me virei pra ela, que sorria de um jeito bem estranho, com o sorvete na frente da boca.

– Você, por acaso... gosta do Baekhyun? Tipo, gosta daquele jeito?

Me engasguei com a saliva e tudo. Estava queimando, eu rosto estava vermelho, eu sabia porque minhas bochechas queimavam mais que uma panela de feijoada num domingo de família.

– Calma, calma, eu só perguntei – ela deu tapinha nas minhas costas, enquanto eu tentava me recuperar, claro que não deu certo. – Mas isso foi um sim, não foi?

– Não! Quero dizer, não foi nada! – resmunguei.

– Não tente fazer cu doce, eu sou PhD em detectar ukes cu doces e, apesar de você ter mais cara de seme, essas suas atitudes me irritam – ela conseguia repreender as pessoas com um sorriso no rosto.

– Não use esses códigos comigo, eu não entendi nada – resmunguei.

– Não vou explicar até você admitir – ela comia a casquinha do sorvete com muita empolgação. – E, se disser que gosta mesmo do Byun, ainda ganha ajuda grátis para conquistá-lo.

– Eu não quero isso! – disse rapidamente. – ChoRong tem uma crush no Baekhyun, eu não posso simplesmente roubar o crush da minha irmã, posso?

– Então o problema está só na sua irmã ter uma crush nele... – murmurou.

– Cala a boca, eu vou afundar sua cara nesse sorvete – falei, rindo e virando em direção a minha casa, mas pare no meio do caminho, estava paralisado.

Baekhyun falava com a minha irmã logo em frente a porta e segurava uma sacola – provavelmente com as roupas que eu deixei na sua casa. O interessante é que ChoRong não estava corada ou dando resquícios de estar “apaixonadinha” como dizia que estava, eu não estava mais entendendo nada.

Ele virou no momento crucial, eu estava encarado eles, e logo eles estavam me encarando, ChoRong recuou um passo e mordeu o lábio, provavelmente fingindo um pré-berreiro dramático, Baekhyun sequer olhou pra mim, ele estava ocupado trocando olhares com Seulgi e logo voltando a me encarar, como se estivesse desacreditando.

Eu me fodi? Me fodi bem fodido dessa vez.

Mas, ao contrário do que eu pensava, ele apenas sorriu forçado.

– Vamos acabar com isso – disse, provavelmente para ChoRong, e virou as costas.

Eu decidi me segurar, mas senti uma mão pequena me dar um tabefe e depois me empurrar.

– Vá atrás dele! É o momento perfeito – ela olhava para mim com determinação, então apenas corri e puxei o Byun pelo braço.

– Baek! – ele virou, calmamente, sorria olhando para o nada.

– Então você gostava mesmo da Seulgi, por isso sempre falava dela – resmungou, ainda sorrindo sem vontade.

– Não, é um mal entendido! Eu só queria pedir desculpas porque...

– Não precisa, eu não tenho nada a ver com a sua vida – ele se soltou e me olhou sinicamente. – Quanto a hoje cedo, me desculpa, eu não gosto de falar daquele assunto. Me alterei.

Ele estava pedindo desculpas? Em que mundo estamos?

– Na verdade, eu pedi desculpas por tocar no assunto – resmunguei sem vontade de falar com aquele Baekhyun sem sensibilidade.

– Ok, desculpas aceitas – ele praticamente deu de ombros. – Pode voltar ao seu encontro.

– Encontro? – ah, não vai dizer que ele pensou que eu e Seulgi estávamos em um encontro. – Cara, você sabe que eu sou gay.

– Mas nada te impede de ter um encontro com ela – ele deu de ombros.

– Não é um encontro – falei, mesmo achando que ele não ia acreditar por ser um cabeça dura.

Então ele respirou fundo.

– Eu cansei, ok? Não é um encontro, beleza, estou indo pra casa – ele até sorriu minimamente, e meu peito acelerou como se eu fosse uma mocinha de filme antigo.

Eu já ia virar pra ir pra casa, e então vi ChoRong e Seulgi na soleira da porta fazendo sinais pra eu ir em frente ou algo parecido, Seulgi gritou um “Fighting” e ChoRong gritou um “mandavê carai” e isso era do que eu estava precisando.

A insegurança sobre “estar roubando o crush da minha irmã” sumiu por uns segundos e eu alcancei, de novo, o braço do Baekhyun.

– Baek, eu gosto de você – falei, no momento eu só ouvia um zumbido na minha cabeça.

– Hein? Eu também gosto de você, Chanyeol, você é tipo, um quase melhor amigo – disse, sorrindo de lado. Mas eu notei que ele corou.

– Não, idiota... eu gosto... daquele jeito – falei mais naturalmente, sentindo um súbito frio na espinha quando me dei conta do que estava falando.

– Ah... legal – ele falou, abrindo um sorrisinho, logo vi que ele estava mesmo era rindo da minha cara. – Ok, a gente se vê depois, Chan – deu tapinhas no meu braço e virou as costas.

O que aconteceu? Eu levei um fora? Ele não me levou a sério?

Voltei pra casa meio cabisbaixo, meio confuso. Afinal, um dia ChoRong estava chorando pela a atenção do crush e no outro me incentiva a ir lá e me declarar pra esse mesmo crush – que é originalmente dela e não meu, porque ter crush não é coisa de macho é coisa de Chanyeol, whatever.

Eu precisava conversar com ela antes que minha cabeça explodisse em mil pedacinhos.

 

---*---

 

ChoRong estava me evitando, não olhava na minha cara direito e se trancou no quarto o dia todo, eu até tentei falar com ela, mas tinha que pensar numa forma mais coerente de começar uma conversa.

Até tentei ligar pro Jongdae, mas ainda não queria falar com ele depois de tê-lo visto em um encontro com o MinSeok, então liguei para os dois patetas que eu chamava de amigos. Ou quase amigos, tínhamos uma relação complicada. Não sabia para qual dos dois ligar, então liguei primeiro para o menos retardado.

– Kai? – falei quando atenderam a ligação.

– “Não é o Kai, é o Sehun... Chanyeol hyung, é você?” – Sehun estava com a voz sonolenta, e isso me deixou curioso.

– Sim, sou eu... Espera, Jongin não tem meu número salvo no celular? – isso não tem cabimento.

– “Aqui está escrito ‘Dumbo’ devia ter imaginado” – o ouvi bocejar.

– Bem... – revirei os olhos. – Eu preciso de ajuda, ou quase isso.

– “Calma aí, vou colocar no viva voz” – ouvi de repente uma séria de ruídos, estalados e logo depois a voz de Sehun voltou. – “Pode falar, hyung”.

– Lembram de quando falei que ChoRong tinha um crush? – fui direto.

– “Já descobriu quem é?” – Kai falou, sua voz mais sonolenta que a do próprio Sehun.

– Sim, mas eu acho que ela não tem uma crush nele de verdade – falei meio receoso.

– “E daí?” – falaram juntos.

– E daí que ela me fez descobrir várias coisas sobre ele – estava começando a ficar bravo. – E agora eu acho que ela só fez isso pra me fazer de idiota.

– “Hyung, ela é sua irmã... vai lá e fala com ela” – Sehun disse, com a voz rouca e cansada.

– Ah... é, mas o que eu falo?

– “Seja direto, hyung” – Kai falou murmurando e respirando alto. – “Diga... tipo, pergunte... por que ela mudou de opinião tão rápido” – ele falava dando pausas, parecia estar passando mal.

– “Mulheres fazem isso o tempo todo, então acho que é só perguntar com calma, hyung” – Sehun voltou a falar, com voz de riso.

– “I-isso...” – Kai murmurou. Franzi o cenho.

– Gente, o que voc~es estão fazendo...?

– “Tchau, hyung” – Sehun desligou.

Olhei pro celular por um tempo tentando evitar pensar besteiras... Tipo, Sehun e Kai?

Voltei a pensar em como conversar com a minha própria irmã e quase quebrei a cabeça. Quando tive certeza de que estava bom e que tinha planejado uma conversa, no mínimo, tranquila e favorável, eu levantei minha bunda do sofá e bati a porta do seu quarto.

– ChoRong noona, abra isso – falei e nada. Silencio absoluto. – Abra isso logo, ou eu vou começar a bater.

Nada.

Então comecei a dar leves socos na porta de madeira, não era muita coisa mas o barulhinho era irritante, ela logo abriria.

Dito e feito, ela abriu e estava descabelada, ela parecia ter chorado e estava vermelha também, parecia ter dormido depois de cair de um triciclo infantil.

– O que você quer? Jogar na minha cara de que sou uma péssima irmã ou vir me jogar areia nos olhos? – falou dramática, revirei os olhos e entrei no quarto sem esperar convite, afinal, eu não era obrigado a esperar em pé encostado na parede, faça-me o favor.

– Queria perguntar como a sua crush no Baekhyun sumiu de um dia pro outro, ontem mesmo você me disse para dormir lá e descobrir o tipo ideal dele e então praticamente me apoia a ir lá e... – lembrei do possível fora que ganhei e calei a boca.

– Bom, é uma longa história, Chanyeol, não vai querer saber, é chato e... e nem é da sua conta – falou rapidamente, cruzando os braços no fim, empertigando-se por esconder assuntos importantes das pessoas, ChoRong era dessas.

– Me conte essa história, porque ela é da minha conta sim, a partir do momento em que você me chantageou com esse seu choro forçado pra eu descobrir coisas de um cara com quem eu não falava a mais de sete anos! – não fiz questão de ser delicado, generoso nem nada! Nem me comovi com o biquinho de choro que ela fez, então ela rapidamente o desfez e bufou cansada.

– Olhe, não fique bravo, tente ver os dois lados da história – ela explicou cuidadosa, estava ficando com medo do que iria ouvir. – Não saia por aí falando que foi traído depois de ouvir tudo, tente refletir que... que eu só queria ajudar...

– Apenas conte logo! – apressei e ela pulou receosa.

– Tá, é... começou assim...

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Perguntas sobre o cap (pra ter assunto no comment, além dos surtos que eu adoooro, eu surto bastante lendo os comments, só pra vcs saberem).

Quem sabe porque a dona Seulgi apareceu do nada? O que a Hani tem a ver com tudo? Por que elas levaram o Chan pra ver yaoi? (no caso, Segye Jeil-ui Cheos-Sarang é o famoso Sekaiichi Hatsukoi) Por que ChoRong estava de boa com o crush na soleira de casa? Por que o Baek deu um fora no Chan? (além de ser por causa da burrice)

E o mais importante, o que Kai e Sehun faziam durante a ligação de Chanyeol? haushaushaush putarias e mais putarias

Bom, a partir daí que as coisas esquentam e tem treta... então a fanfic não terá muito capítulos a partir de agora (creio eu :v)

Uma última pergunta... qual será a explicação que ChoRong dará?

(Descobrirá no próximo capítulo da novela)

tt: @byulibyun


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