História Malec: O Imortal e o Mortal (Atualizada) - Você não está sozinho

Quando chegou em casa o menino foi diretamente para o seu quarto, havia perdido toda a fome por conta das palavras que ouviu. Levou seu olhar até a cama e notou um bilhete que ele aparentemente havia ignorado ou apenas não notado antes.

“Não desonre a nossa família Alec, seja uma pessoa decente.

Assinado: Pai e Mãe. “

Alec apertou o papel com força e se jogou na cama, não podia fazer nada sobre aquilo, apenas fechou lentamente seus olhos e sentiu as lágrimas quentes passando por sua bochecha como uma navalha afiada. Uma vibração em seu bolso o fez parar de chorar, ao pegar o celular uma mensagem de Bane brilhava na tela.

“Just remember you are not alone. “

Era como se o homem soubesse o que ele precisava, Alec mandou um obrigado, era tudo o que conseguia fazer, e então, caiu no sono.

Quando acordou eram cerca de onze da manhã, o dia estava nublado e frio, em sua mão ainda estava o bilhete de seus pais, ele se levantou e o colocou em cima da cômoda. Obviamente ele não estava com fome, apenas tomou um banho e trocou as roupas do dia anterior, havia gostado da ideia de andar por ai sem se preocupar com o que falariam pra ele. Ele colocou uma blusa de frio preta e a calça da mesma cor, o bilhete em seu bolso e saiu do instituto. No começo apenas andou sem rumo, observando como muitas pessoas tinham um sorriso vazio, ou como as crianças corriam despreocupadas, também aqueles de cabeça baixa…e ninguém podia o ver.

Alec caminhou até uma praça calma e se sentou na grama, em silêncio vendo como a neve começava a cair e aos poucos tomava pra si a grama e a tornava um tapete branco, macio e frio. Era relaxante e solitário ao mesmo tempo, em sua cabeça as palavras dos pais vinham e iam sem parar, sua cabeça se encostou na árvore e então ele se permitiu ler novamente o bilhete, o fato de estar sozinho o deixava chorar de novo e de novo, repentinas vezes sem parar e sem ninguém lhe julgar.

O celular tocou rapidamente, sua mão trêmula o pegou, com os olhos embaçados ele leu a mensagem e não pode evitar um leve sorriso.

“Pare de chorar no meio de um parque vazio e venha pra cá, antes que eu mesmo te traga.”

Alec olhou a sua volta procurando pelo feiticeiro, mesmo sem se dar conta ele havia andando até perto do apartamento, como um pedido de socorro silencioso. Lentamente ele se levantou e limpou o rosto com a manga da blusa, ele decidiu segurar o choro dessa vez. Não demorou muito para chegar ao apartamento, Magnus o atendeu com um olhar preocupado estampado em seu rosto normalmente tranquilo.

-Alexander.

-Bane.

(Nota da autora: agora coloquem Ed S. - Thinking Out Loud e esperem ele cantar, vou pedir novamente, leiam lentamente pra curtir melhor.)

Alec entrou lentamente no apartamento, a sala exatamente como da última vez, tudo parecia extremamente confortável e aquilo tudo já lhe era familiar de alguma forma, em alguns momentos mais do que o próprio instituto. Ele parou de andar quando percebeu Magnus parado em sua frente, o feiticeiro o fitava com um olhar triste e sem dizer nada o abraçou. Alec sentiu seu corpo ceder ao abraço, ele não tinha forças para lutar contra aquilo, a sensação lhe fez fechar os olhos, como se alguém estivesse lhe tirando toda a dor. Por um momento apesar de todo o medo e frio, ele se sentiu quente. Apesar de estar todo quebrado, ele se sentiu inteiro.

-Você está chorando por pessoas que não te aceitam, quando deveria sorrir por quem te aceita, Alec. - o feiticeiro disse calmamente.

-Alec…- o menino repetiu baixo.

-Mas você acha que ninguém te aceita, que ninguém irá te aceitar e que sua família vai te odiar se você for gay.- Magnus ergueu lentamente o rosto do menino. - Ninguém tem o direito de te odiar por você ser quem é.

-A minha irmã sabe, a Clary também e…

-E tem mais alguém que sabe. - Magnus sorriu.

-Eu sei, quer dizer, você sabe.

-Sim, eu sei. - Magnus afastou gentilmente o garoto, sua mão segurou delicadamente o rosto do mesmo e o fitou em silêncio durante alguns segundos e então se aproximou o beijando delicadamente, Alec não conseguiu ter reação alguma, apenas se deixou sentir a sensação rápida que lhe foi permitida e então o feiticeiro se afastou. - E eu realmente te amo. - disse por fim.

-O que…- o moreno o fitou com os olhos arregalados claramente surpreso, não apenas pelo beijo.

-Engraçado como as pessoas se apaixonam de formas tão estranhas. - Magnus continuou a encarar os olhos azuis do outro que apenas desviou o olhar.

-Por que você fez isso? - Alec disse sem lhe encarar.

-Não pense que vou repetir Alexander, e nem fazer novamente. - Magnus parecia falar sério.

-Eu também…- Alec começou a falar num sussurro.

E o menino congelou, ele sabia o que havia acabado de acontecer e o que Magnus lhe disse mas não sabia ao certo o que sentir sobre, e nem se deveria acreditar em tudo aquilo. Ele temia estar sozinho e então alguém assim, e isso faz sua cabeça se confundir, será que ele realmente estava sentindo algo? Poderia não estar, mas, mesmo assim, algo dentro dele tinha certeza que aquele sentimento, era sua única verdade no momento.

-Eu também Magnus. - o menino repetiu fazendo Bane lhe encarar novamente. - Eu também gosto de você.

Magnus lhe fitou com um brilho de surpresa no olhar, Alec nunca tinha o visto assim, mas, gostou. Ele gostou de ser a causa da surpresa de alguém que já viveu tanto.