Ayame acordou mais cedo para poder estar sozinha. Já que estava deitada no escuro sem fazer nada, com sono, mas sem adormecer, decidiu que já era hora de começar o dia.
Levantou-se devagar para não acordar as outras raparigas e reparou que aos pés de cada cama estavam uns caixotões de cartão.
“Devem ser as fardas” pensou
As fardas não eram assim tão más: havia tanta diversidade como no armário de Ayame.
Havia camisas, sweats, t-shirts, polos, casacos de malha, polares e um blusão corta-chuva. Tudo em tons de azul, verde e com o símbolo da escola a prateado: uma barca sob as letras LD.
Ayame pegou numa t-shirt azul e vestiu umas leggings pretas com uma estampa de esqueleto. Sorriu por dentro: nunca, mas nunca, abandonaria as suas estampas sobrenaturais.
Desceu as escadas para o refeitório e lá embaixo, sentada na mesa, estava Roxanny.
Roxanny, ou Rox, tinha os cabelos louros que lhe emolduravam a cara ligeiramente desgrenhados e algumas olheiras.
“Oi Ayame” disse ela com um bocejo “Dormiste bem?”
Ayame sentiu-se ligeiramente frustrada. Tinha vindo ali, cedo, para estar sozinha! E ela não era grande coisa a falar.
Mas… Rox parecia boa pessoa. Ayame obrigou as suas pernas a irem-se sentar ao pé dela.
“Eu dormi, tu é que pareces que tiveste uma noite difícil!”
“E tive” Rox espreguiçou-se ligeiramente “Mal consegui dormir. Já agora, o que achas da farda?”
“Bem… não acho que seja feia. Parece-me bastante confortável.”
“Olha, ainda não tenho opinião formada. Mas adoro as tuas calças! São fantásticas!”
E aí as duas começaram a conversar sobre coisas sobrenaturais, histórias de terror e assassinos psicopatas. Ayame estava pasmada: havia por fim alguém que partilhava os mesmos interesses!
“Bom dia, senhoritas” disse uma voz à sua direita
Ayato Sakamaki estava de pé perto delas. Ele era, no mínimo, invulgar: olhos vermelhos profundos, cabelo rosado e presas de vampiro. Tinha um grande sorriso no rosto, mas os seus olhos eram frios e malvados. Ayame percebeu assim que o viu, que ele escondia algo, e estava determinada em saber o que era.
Rox não pareceu notar. “Tudo bem Ayato?”
E teriam ficado ali a fazer conversa de chacha se uma considerável multidão não tivesse aparecido pela porta. Ayame suspirou de alívio: a presença daquele estranho rapaz inquietava-a, assustava-a até.
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