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História Mamma mia - Capítulo único


Escrita por: larishim

Notas do Autor


Essa one foi baseado em todas as referências que eu tenho que envolvem "mamma mia" haha principalmente na música da Potyguara Bardo "mamma mia"
É uma misturinha doida de crack, fluffy, trisal e é isso

Capítulo 1 - Capítulo único


"Mamma mia, here I go again, my, my, how can I resist you?" A música ecoava pela sala, enquanto Anne batucava levemente em suas coxas cobertas apenas pelo shorts curto que usava. Sim, a canção tinha total razão, ali estava ela novamente, mas como poderia resistir a magia do cinema e da alegria incontrolável que o musical lhe dava quando assistia mais uma vez ao lado daqueles que amava? 

Anne amava cantarolar junto às personagens e vez ou outra se arriscava em dançar pela sala, imitando os passos de forma desengonçada, enquanto puxava os namorados pelas mãos para dançarem consigo. A morena ria divertida, girando entre os braços de seus amados, movendo seus pés de um lado para o outro, rebolando de maneira engraçada, arrancando risadas altas dos mais velhos. 

Suas esferas negras ora ou outra se encontravam com os celestes de Marco e os amendoados de Thatch, sentindo-se inundar pelo amor calmo e carinhoso que havia entre eles, um amor confidente e acolhedor, recheado pelas alegrias de amar e ser amado. 

Anne os amava intensamente, um amor que começara há três anos quando os conhecera em seu segundo ano do colégio. 

O primeiro que conheceu foi Marco em um dia chuvoso, enquanto subia as escadas abertas do colégio. A morena havia parado no último patamar, se apoiando na borda da escada, olhando para o chão, observando a forma como seu reflexo aparecia na enorme poça de água, os traços um tanto masculinos em seu início de descoberta. Anne sempre soube que era diferente dos outros, que não era aquilo que via refletido contra a água. 

A sardenta se inclinou levemente, recitando um de seus poemas favoritos ao notar a similitude daquele momento com os versos líricos. Estava no alto de uma torre, assim como Ismália, vendo-se refletir na água, da mesma forma que a Lua refletia no mar, todos lhe diziam que ela havia enlouquecido, como Ismália enlouquecera em sua torre a sonhar... Se ela também se perdesse e deixasse ser banhada pelo luar, será que subiria aos céus e ganharia asas para voar? 

A sardenta não havia percebido o quanto havia se inclinado enquanto se perdia em seus pensamentos, presa naquele reflexo que a refletia com todas as suas falhas trêmulas e indesejadas. Mas logo foi arrancada de seus sonhos quando uma mão firme segurou-lhe e a puxou para trás, afastando-a da borda e a abraçando sem pensar duas vezes. 

"Você está bem? Pensei que fosse cair" perguntou o rapaz que a afastara da borda, mantendo os braços ao seu redor, pressionando-a suavemente contra seu corpo "não faça mais isso, ficar tão perto da borda é perigoso, você podia morrer se caísse, sabia? Estava querendo se matar?".

A morena ergueu o olhar, afastando levemente o rosto do peitoral alheio, observando o rosto sério e preocupado sem entender porque ele a olhava daquela forma, daquela maneira de quem se preocupa e tem algum apreço, as orbes de quem se importa.

"Eu não quero morrer, às vezes só desejo não ter nascido", pontuou a sardenta dando um passo para trás, saindo do abraço alheio, levando sua mão até seu braço, "o que você vê quando olha para mim?" questionou a morena direcionando seu olhar para baixo. 

"Agora? Eu vejo uma pessoa que precisa de um amigo, de alguém para lhe mostrar que não é necessário desejar não ter nascido, pois tem muitas coisas pelas quais valem a pena viver" comentou o loiro erguendo a mão para a morena, mantendo sua palma para cima para que ela a segurasse "venha, vou te acompanhar até sua sala". 

E foi naquele dia que começou a se apaixonar, quando suas mãos se encontraram timidamente, caminhando pelos corredores barulhentos. Marco foi sua primeira paixão, seu primeiro amor. 

Entretanto, pouco depois soube que sua primeira paixão lhe era inacessível, pois já era comprometido com outro alguém. Seu coração juvenil se partiu aos poucos quando foi apresentada para aquele que seria seu rival no amor e, em seguida, sua segunda paixão. 

Thatch era alguém que Anne nunca seria, era másculo ao contrário de si, um pouco vaidoso e de humor ácido e sagaz. Aos poucos aceitou que não poderia competir contra ele, ela perderia em qualquer circunstância. 

Foi em uma tarde fria durante seu terceiro ano que tudo começou, já tinha iniciado seu processo de transição e sentia pouco a pouco os efeitos dos hormônios em seu corpo. Em alguns momentos se sentia perdida, em outros como se fosse a coisa mais certa do mundo, era doloroso, lhe dava vontade de desistir de tudo, arrancar sua própria pele para não mais vê-la daquele jeito, não mais ouvir as palavras rudes e insensíveis que os outros direcionavam para si. Nojento. Monstro. Quebrado. Esquisito. Todos os adjetivos que ouvia juntos de risadas ou expressões de desgostos, que a faziam desejar novamente nunca ter nascido. 

"Se você não tivesse nascido, quem teria nos apresentado nosso filme favorito? Quem seria a nossa rainha da dança?" Perguntou Thatch naquela tarde em que estavam juntos na sala da casa de Anne, vendo pela segunda vez "mamma mia" na TV. "See that girl, watch that scene. Diggin' our dancing queen" cantou o castanho de forma atrapalhada, puxando a morena pelas mãos para dançar no meio da sala. 

"Você sabe que cantou errado, não é? É diggin' the dancing queen", comentou a morena pressionando levemente seus dedos na mão alheia. 

"Sei, só adaptei para a nossa realidade", pontuou o castanho dando um largo sorriso ao ver as bochechas da sardenta se aquecerem e se tornarem rubras com o seu comentário "você é a nossa rainha da dança, Anne". 

A morena sorriu ao se ver novamente dançando no meio da sala com os seus namorados, seus dois amores que a tratavam como uma rainha, que a faziam perceber que ela não era quebrada ou que não deveria ter nascido. 

— Look at me now, will I ever learn? — cantou a morena girando o loiro com sua mão — I don't know how but I suddenly lose control.

— There's a fire within my soul — complementou o castanho, colocando suas mãos na cintura da namorada, colando seu corpo em suas costas, beijando-lhe a bochecha macia — just one look and I can hear a bell ring. 

— One more look and I forget everything — continuou o loiro levando suas mãos ao rosto da garota, aproximando suas faces, mantendo seus olhares conectados naquele momento único e mágico em que tudo parecia desaparecer, só existindo os três ali e a música embalando aquele amor — eu esqueço tudo quando estou com vocês. 

Os lábios se roçaram suavemente após aquele comentário, os narizes se acariciando em carícias sutis, os olhos se fechando quando a distância entre suas bocas se findou em um longo e simples selar. Ao se afastarem, o loiro voltou seu olhar para o namorado, também lhe beijando de forma terna e gentil. 

Em seguida, o castanho girou a morena, virando-a para si e depositando um ósculo apaixonado em seus lábios doces. 

[...]

— Não, mas vocês têm que admitir que a Amanda Seyfried está maravilhosa nesse filme — pontuou o loiro colocando os pratos vazios do jantar na pia, logo voltando a se sentar na cadeira da cozinha. 

— Marco, mas olha a Meryl Streep, aquela mulher roubou a cena total — afirmou a morena batendo suavemente seus dedos contra a madeira, dando uma baixa risada ao ver o loiro lhe lançar um olhar contrariado. 

— Sejamos sinceros, o Pierce Brosnan carregou o filme nas costas — afirmou o castanho abrindo a geladeira para pegar o pudim que havia deixado resfriar, deixando-o sobre a mesa e se sentando também. 

— Nhe — respondeu a morena fazendo uma leve careta. 

— Não acredito que vocês dois não acharam a Amanda Seyfried perfeita nesta personagem, parece que ela foi feita para o papel de tão bom que ficou — argumentou o loiro olhando para o doce, notando que o namorado havia esquecido de pegar uma faca para cortar, logo se levantando novamente para pegar o talher e se sentando.

— É, Marco, belos argumentos, mas cadê o mamaco? — questionou a morena dando uma risadinha, acompanhando com os olhos a bunda alheia quando ele estava de costas, antes de voltar a sentar na cadeira.

— Que mamaco, Anne? — o loiro ergueu levemente a sobrancelha, sem compreender onde a namorada queria chegar com aquilo.

— O mama cu de curioso. 

— Uau, engraçadinha, não tem outra piada não? 

— E você conhece o filho do mamaco, Marco? — dessa vez fora o castanho a se pronunciar, tentando conter o riso em sua boca, trocando olhares cúmplices com a sardenta.

— Vou me arrepender muito de perguntar? — o loiro suspirou se ajeitando na cadeira — que filho do mamaco, Thatch?

— O mamaquinho... Mam'aqui no meu pau.

— Namoro dois idiotas, como isso é possível? — comentou Marco em um suspiro, dando uma risada incrédula em seguida — céus, não acredito que peguei a faca e esqueci os nossos talheres e pratos. 

— Mais idiota é você que esqueceu algo tão óbvio — retrucou o castanho dando um sorriso provocativo para o loiro pouco antes de se erguer para pegar o restante. 

A morena logo foi atraída pela bunda alheia, não sabia exatamente quando, mas desde que começaram a namorar tinha principiado a sentir uma enorme atração por aquela parte em específico dos dois. 

— Mamma mia, como eu queria ser uma cadeira pra tu sentar de noite e de dia — comentou a morena passando a língua pelos lábios, os umidecendo — essa sua bunda fica linda subindo e descendo liso no meu colo. 

— Pervertida — reclamou o castanho em um tom de brincadeira, arrebitando a bunda e rebolando de um jeito completamente desajeitado, arrancando risadas altas dos outros dois. 

— Você é uma peça rara, Anne — brincou o loiro estendendo a mão quando o castanho lhe ofereceu os pratos para colocar sobre a mesa. 

— Se tocar o meu som até minha sarrada se torna holística — afirmou a sardenta soltando uma risada nasalada. 

— Você nem sabe o que é holística — provocou o castanho pegando os talheres e finalmente se sentando na cadeira. 

— Posso não saber, mas é uma palavra bonita, ouvi outro dia na TV — disse a sardenta pegando uma colher para si, logo a fincando no pudim e levando um pedaço aos seus lábios, murmurando contente com o gosto doce se desfazendo em sua boca — tenho um segredo pra contar para vocês. 

— E o que é? — perguntaram os dois homens voltando totalmente suas atenções para a mulher do outro lado da mesa, que não tardou em abrir um sorriso ladino.

— No meio das minhas coxas guardo algo colossal — a morena piscou e mostrou a língua, rindo em seguida. 

— A gente sabe — segredou o castanho cortando um pedaço do doce para si — mais tarde quero tirar a prova dessa tal sarrada holística. 

— Pode tirar a prova que quiser, sou sua cadeira pra tu sentar com essa bunda gostosa quicando em círculo — sugeriu a morena com um tom arrastado e dando alguns tapas em sua coxa — tem cadeira Anne pra vocês dois sentarem a noite toda.

— Céus, além de idiotas, são dois tarados — murmurou o loiro balançando suavemente a cabeça para os lados em negação, um pequeno sorriso se delineando em seus lábios. 

— Algo a reclamar, Marco? — questionou a morena arrastando propositalmente o nome alheio. 

— Não, apenas que vocês falam demais e agem pouco — afirmou o loiro direcionando breves olhares para os namorados — ainda estamos de roupa e sentados. 

— Não seja por isso — disse a sardenta em um tom sacana. 

E naquele dia Anne teve a certeza que queria ser uma cadeira pros seus namorados sentarem noite e dia.



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