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História Manipulação - Capítulo 20


Escrita por: me-ninha

Notas do Autor


O começo do cap é continuação do flashback de "9 anos atrás..."
(Ao longo do cap, o tempo vai diminuindo até chegar mais ou menos nos momentos atuais)
Boa leitura! ❤

Capítulo 20 - Capítulo 20


Los Angeles era uma cidade agradável para a pequena Mônica. A menina adorou sua nova casa — uma mansão perto da praia — como também adorou as pessoas de lá. Como desde os quatro anos fazia aulas de inglês, se comunicar com as pessoas por ali não foi algo tão difícil, mesmo que ela tivesse que aprender um pouco mais para se tornar bem fluente. Como sempre, ela fez amizade fácil e em pouco tempo se tornara uma garota popular.

Fazendo uma mês de que havia se mudado, Mônica fez amizade com sua vizinha, uma senhora de sessenta anos, bonita, apesar das rugas no rosto moreno. Mônica gostava de idosos, e simplesmente adorou Diana, assim como Diana adorou Mônica. E havia um único motivo para que as duas se dessem tão bem: eram exatamente iguais

Diana, ao conhecer Mônica, ficou espantada ao ver a boa lábia da garota. Ela certamente tinha um bom jogo de palavras, apesar da pouca idade. Com o tempo, se tornaram íntimas. Quase como melhores amigas. Diana contou a Mônica que era viúva e que tinha uma única filha, a qual não lhe dava atenção. Mônica contou — com bastante desdém e certo divertimento, aliás — sobre a escola no Brasil

Ambas pensavam da mesma forma e Diana viu em Mônica, sua versão mais jovem. Afinal, quem se não ela seria tão mais debochada assim? Eram sim iguais. Malvadas na medida certa. Ser alguém bom demais é uma tanto ruim, assim como virce e versa. Era necessário uma equilíbrio de emoções.

Diana e Mônica tinham esse equilíbrio

Os anos passaram, a amizade se fortaleceu. Mônica aprendeu a gostar de chás, ficando viciada desde o dia em que Diana lhe pediu para que experimentasse um único gole.

— É a melhor bebida do mundo! — foi o que Mônica disse ao tomar

Diana sorriu. A senhora muitas vezes não gostava muito que Mônica agisse de forma tão fria, então vê-la agir realmente como uma criança animada, que descobriu algo, a aliviava. Era necessário que toda a armadura da menina fosse tirada de vez em quando

— Eu sei querida. — disse Diana — É a melhor bebida do mundo!

5 meses atrás...

Mônica entrou na casa de Diana, encontrando sua velha amiga sentada no sofá, sempre com os cabelos castanhos impecáveis e com uma xícara da mais cara porcelana cheia de chá. Diana estava assistindo a novela, e ao desviar o olhar para Mônica, seu rosto se iluminou

— Mônica, querida! — a senhora exclamou. Mônica sorriu e se sentou no sofá ao lado de Diana — Acabei de ver a sua participação na novela. Estava esplêndida!

— Obrigada — Mônica balançou as mãos, eufórica, e deu um sorriso de lado — Sei que estava ótima

Diana soltou uma risadinha. Sempre achou Mônica um tanto convencida

— Não entendo porque ainda não levou sua atuação mais a sério. Estamos perto de Hollywood! — Diana balançou as mãos, mania que pegou com Mônica — Talento não lhe falta. Até fez aulas de teatro!

— Eu sei. Sou maravilhosa — disse Mônica — Mas eu quero fazer uma faculdade de artes cênicas. Preciso praticar muito ainda...

— Não pratique daquele jeito... Usando os outros — repreendeu a mais velha

— Fiz daquele jeito porque aquele garoto estava me irritando. Fez uma aposta com o amigo de que conseguiria ficar comigo, a garota mais popular da escola. Como se eu fosse idiota a esse ponto, de acreditar nele!

— Mas você fez ele ir pra cadeia Mônica. Pra cadeia!

— Ele tentou me agarrar a força — Mônica deu de ombros

— Mas você sabe se defender

— Sim. Mas deixei que pensasse que não, para que a polícia o flagrasse. Foi a manipulação perfeita. Minha melhor atuação

— Não foi certo. Sabe disso

— Ele mereceu, Diana. Sabe que eu nunca faço nada realmente por mal, a não ser que mereçam

— Eu sei querida. Eu sei

Mônica sorriu e Diana também, sabendo que a adolescente a sua frente era teimosa demais para deixar de "treinar" a sua atuação daquele jeito. Diana não se opunha, já que a a garota não fazia realmente mal a ninguém que não merecesse

Mônica balançou a cabeça, como se estivesse se lembrando de algo naquele momento. Diana olhou imediatamente pra ela. Achava adorável como Mônica uma hora era tão maldosa e sarcástica em um instante e depois gentil e fofa no outro. Se não a conhecesse tão bem diria que ela verdadeiramente alguém tão boazinha quanto aparentava.

— Ah, tenho uma novidade! — disse Mônica, o sorriso brilhante. Enrolou uma mecha do cabelo na ponta do dedo indicador.

Depois que o cabelo cresceu, ela tinha aquela mania, de sempre estar o tocando. Como se estivesse com medo de que alguém passasse e o puxasse, fazendo-o cair como se fosse uma piruca. Com o tempo, mexer no cabelo virou uma mania constante e Mônica o fazia inconscientemente

— Meus pais disseram que queriam se mudar — continuou Mônica — Querem voltar para o Brasil. Para o Limoeiro

— E você...? — Diana ergueu as sombrancelhas

— Adorei a ideia! Vou poder rever meu primo e minha amiga.

— Mas vai se sentir confortável lá? Quero dizer... Pode ser que encontre com...

— Sim, eu sei — Mônica soltou um suspiro exagerado, mas não deixou de continuar sorrindo — É a oportunidade perfeita para uma vingança.

— O quê? — Diana espantou-se. Olhou séria para a jovem a sua frente — Você quer se vingar?

— Claro!

— Vai machucá-los? É que...

— Não. Vou desmascará-los.

— Desmascará-los?

— Sim. Andei falando com o meu primo. Descobri que aqueles três invejosos continuam sendo os populares, mas de um tal Colégio Limoeiro — disse. Enfim, parou de mexer no cabelo — Consegui descobrir o segredo do garoto. Resta saber o das duas que restam.

— Mônica, vingança não leva a nada...

— Não é vingança. Considere como... Um acertos de contas. — sorriu. Ah, o sorriso nunca faltava, Diana sabia.

— Como sabe que elas vão ter segredos?

— Acredite em mim, Diana. Todo mundo tem segredos, sérios ou não.

Diana suspirou, sabendo que não poderia tentar argumentar com Mônica, que era muito teimosa. Já estava velha demais, então só queria descansar e não pensar em outra coisa se não na sua novela e talvez na sua fortuna, cuidando para que a filha não recebesse um centavo.

Diana por fim, sorriu

— Faça o que quiser. Se vingue, do modo menos baixo possível e me deixe orgulhosa

— Pode deixar!

Enfim... Elas eram realmente iguais.

2 meses atrás...

Mônica sentiu o ar do Limoeiro, logo captando o cheiro de chuva. Havia viajado antes dos pais, alegando que queria chegar logo para o Brasil por saudades do primo.

Um frio repentino do início da tarde arrepiou os pelos do seu braço, assim que pisou os pés naquele lugar que conhecia bem. Pegando um táxi, chegou rápido na casa do primo. Este, assim que a viu na sua casa sentada confortavelmente em seu sofá, assustou-se

— Cecília?!

— Surpresaaaa! — ela riu — Não me chame assim. Ah, e eu estou com fome. Pode mandar me servirem alguma coisa?

Com um pequeno sorriso, ela observou o primo de longe, deliciando-se com a expressão impassível dele.

— Devia ter avisado que viria. Eu poderia ter te buscado no aeroporto.

— Quis te fazer uma surpresa — Mônica se levantou do sofá e fez um biquinho — Não gostou de me ver aqui, primo?

Toni riu e a puxou para um abraço. Ela retribuiu, mas logo se soltou

— Vamos dar um rolê?

...

— Então aqui é o Colégio Limoeiro? — perguntou Mônica, assim que Toni a levou para a rua onde ficava o colégio. Ela observou atentamente o prédio grande branco e azul. Olhou as ruas em volta — Está tudo muito quieto

— Muitos jovens costumam andar por aqui, mas agora estão quase todos viajando, por causa das férias

— As férias daqui duram mais que as de Los Angeles.

Mônica e Toni saíram da rua do Colégio e resolveram ir no shopping. Entrando numa lanchonete, foram surpreendidos por uma ruiva de maria chiquinhas que acenava sorridente para o loiro

— Toni, que bom te ver! — disse ela, com voz animada

— Oi Denise — ele sorriu

Os dois não eram amigos, muito menos próximos, mas Denise sempre que o via na rua o cumprimentava animadamente, ou até mesmo no colégio quando o via. Sempre elogiava as roupas do loiro porque adorava o estilo dele

— Adorei a camisa — disse ela. Levou os olhos para Mônica e colocou as mãos na boca. Deu un gritinho animado e correu até Mônica — Menina, não acredito! Eu estava que nem louca procurando essa jaqueta — apontou para a jaqueta de couro de Mônica — Onde comprou?!

— Comprei em Los Angeles — respondeu Mônica, divertindo-se com Denise, que parecia maluquinha

A ruiva cresceu os olhos

— Você foi pra Los Angeles só pra comprar essa jaqueta?!

— Eu morava em lá, na verdade

— Ah, sério? Sabe que eu estive lá dois anos atrás? Foi muito legal! Eu...

— Denise! — duas vozes femininas gritaram por ela

Na porta da lanchonete, apareceu duas garotas. Uma de cabelos loiros e cacheados e outra de cabelos lisos e negros

— Ah, lá vem sua amigas — disse Toni

As duas garotas pareciam cansadas, como se tivessem corrido. Seguravam várias sacolas nas mãos

— Meninas, por que demoraram tanto? — perguntou Denise

— Vocês esqueceu suas compras na porta da loja — disse a loira

— Tivemos que trazer pra você — completou a morena e bufou levemente. Percebeu Toni e Mônica ali. Deu um sorriso gentil — Oi Toni. E essa, quem é?

— Essa é minha prima, Cecília — respondeu ele

— Mônica, na verdade — Mônica lançou um olhar mortal pra ele

— Mônica ou Cecília? — perguntou a loira

— É Mônica Cecília, mas prefiro que me chamem só de Mônica. Esse imbecil que vive me chamando de Cecília.

— Eu sou a Magali — disse a morena

— Sou Cascuda — disse a loira

A ruiva não se apresentou, já que Mônica soube seu nome quando Toni a cumprimentou. Sem hesitação, Denise sentou-se com eles na mesa da lanchonete e puxou assunto. Magali e Cascuda fizeram o mesmo e Toni saiu de fininho, para deixar as meninas mais a vontade.

Então, Mônica emfim, fez amizades verdadeiras.

...

— Não sei, Ceci

— Ah, Marco Antônio, não seja idiota! Você mesmo me disse que odeia a Carmem. Pode me ajudar na vingança contra ela! — Mônica tentou convencer o primo

— Vou pensar. — ele suspirou — E... A foto?

— Não vou divulgar a foto. Só vou assustar ele. Sei que gosta do Titi, e é por você que não irei concluir minha vingança contra a ele

— Obrigado Ceci

— Não me chame assim, idiota!

1 mês atrás...

Luísa olhou a casa ao redor. Embora não fosse nada parecida com o que estava acostumada, não era algo tão ruim assim. Não sabia como Mônica a convenceu, mas conseguiu, alegando que o Brasil era um lugar violento e que era preciso se camuflar por ali. Foi ainda mais convincente ao mostrar que a família da sua amiga Magali era rica e morava em um lugar menos rico do bairro.

Mônica, contente com o que conseguiu, finalmente poderia começar com seu plano. Mas primeiro, era necessário esconder o seu carro, e sabia exatamente quem podia fazer aquilo por ela

— Apareceu a Margarida! — disse Bianca, assim que Mônica entrou na sua casa — Há tempos que não vem aqui!

— Não seja dramática Bianca. Estive aqui há três dias!

— É muito tempo pra mim — Bianca sorriu e abraçou

Mônica retribuiu, mas fez uma careta. Por que as pessoas tinham sempre que se abraçar?

— Então, o que a trouxe aqui? — perguntou Bianca, assim que desfez o abraço

— Minhas pernas. O que mais traria?

Bianca riu

— Você não entendeu o que eu quis dizer, bobinha. Perguntei o motivo de você ter vindo aqui

— Ah, claro — Mônica soltou uma risada baixa. Pelo visto Bianca nunca entenderia sua ironia — Preciso que guarde meu carro na sua garagem e não diga a ninguém que ele é meu

...

Mônica esperou com paciência Magali, Denise e Cascuda assimilarem o que ela acabara de contar. Elas estavam no shopping e as garotas se assustaram ao ver Mônica vestida de nerd. Ela se vestiu assim porque soube que os alunos já voltavam das férias e não queria andar pela aquela parte do bairro vestida do jeito normal

— Espera, espera... Você quer se vingar? Mas de quem? — perguntou Cascuda

— Não posso falar — disse Mônica — Mas são pessoas do colégio

— Você só quer mostrar os segredos dessas três pessoas no final do ano?

— Sim, Denise. Não vai ser nada demais. Só segredos revelados

— Como sabe que essas pessoas têm segredos? — perguntou Magali; uma sombrancelha escura erguida

— Todo mundo tem — sorriu

Depois de muito tempo, as meninas enfim concordaram. Não seria nada demais, não era?

— E os meninos? Podem saber? — perguntou Cascuda

— Se forem de confiança... — Mônica deu de ombros

— Você vai adorar eles. Segunda vamos conhecê-los — Magali sorriu e viu alguém se aproximando delas — Ih, olha lá o Titi. Ele é nosso amigo

Mônica olhou a figura alta chegando até elas e se preparou para a atuação.

Ia ser bem divertido

...

Mônica se enojou com os alhares que recebeu assim que pôs os pés no colégio Limoeiro. Aqueles alunos idiotas estavam a olhando assim porque estava vestida de nerd?

Com certeza, idiotas

Mônica se encolheu um pouco para mais perto de Magali

— Está com medo Mônica? Eles não mordem — brincou Denise, enquanto elas andavam até os meninos, que estavam um pouco longe

— Estou atuando — disse Mônica, indiferente

— Eles realmente não te olhariam assim se soubessem quem você é de verdade — disse Cascuda

— Devo dizer Mona. Você é mesmo uma ótima atriz — desse Denise

— Vai contar para os meninos hoje, Mônica? — perguntou Magali

— Hoje não, Magali. Não confio em todo mundo. É melhor esperar

Nunca esteve tão certa em esperar...

...

— Vaca loira! — reclamou Mônica, furiosa

Parada, no meio do corredor da diretoria, segurando livros nas mãos, ela esperava por Carmem, que a guiaria pelo novo colégio, mas a loira não apareceu, então teve que procurar pelo armário sozinha. Conseguiu seguir as combinações e logo encontrou seu armário de número 011

— Oi — escutou alguém dizer atrás de si

Ela sorriu de canto, reconhecendo a voz. Fingiu que levou um susto e se virou para quem falou com ela. Viu que era o garoto de nome estranho, Cebola. Seus livros caíram não chão. Aquilo não foi premeditado, mas foi ótimo. Cebola se abaixou para pegar os livros dela e Mônica o observou mordendo o lábio inferior, reparando no quanto ele era gos...

Ele se levantou e ela desviou o olhar.

— Desculpa, não queria te assustar — disse Cebola. — Mônica, certo?

— S-Sim — Mônica pensou em alguma coisa vergonhosa pra conseguir corar, fazendo o melhor em sua atuação. — E você é o Cebola

— Sim — ele sorriu de lado, jogando seu charme

Mônica gargalhou por dentro. Estava diante de um idiota, afinal

Cebola falou sobre o colégio pra ela e a levou até sua sala. Mônica estava desconfiada. Ele estava se aproximando demais dela. Tinha suspeitas do que era. Talvez fosse uma aposta, afinal ela já havia sido alvo de aposta uma vez. Só precisava ter certeza...

— Você quer que eu fique escutando a conversa do Cebola com o Titi? — perguntou Toni

Mônica estava na casa dele, falando sobre a aposta que imaginou

— Sim. Só preciso ter certeza

— Mas como sabe que ele deve ter apostado com o Titi?

Mônica deu de ombros

— Eu conheço o Titi. Entre o Cascão e o Xaveco, ele é o único que ajudaria o Cebola nisso

Toni resmungou muito, mas uma hora, concordou em descobrir. A confirmação veio no dia da aula de natação. Mônica observava o professor e as meninas perto da piscina. Não participaria da aula porque disse que tinha asma, mas também não queria estragar o seu visual novo de nerd.

Um tempo depois, Denise e Cascuda chegaram. Denise falava alguma coisa sobre aquela aula não servir de nada e Cascuda perguntou a Mônica se ela não iria colocar seu maiô para nadar. Mônica então respondeu que não

— Que macumba você fez pra o professor deixar você de fora? — perguntou Denise — Me ensina!

— Ah, eu não fiz nada. — Mônica corou. Cascuda riu levemente porque sabia que era atuação — Mas falei pra ele do meu problema de asma e que eu não sei nadar

— Asma? Você tem asma? — Cascuda franziu cenho

— Sim — pegou uma bombinha de ar que ficava em um bolso secreto da saia e mostrou o objeto para a amiga

— Não imaginava

Mônica riu sarcástica e lançou uma piscadela. Denise e Cascuda entenderam

— Eu não demonstro — deu de ombros

Um pouco longe das garotas, estavam Cebola e Titi. Os dois conversavam e observavam as garotas na aula de natação. Em algum momento, falaram da aposta, sem perceberem que um certo loiro escutava tudo

Toni sorriu

— É Ceci. Você estava certa

...

— Aposta? O Cebola apostou você com o Titi? — perguntou Cascuda, visivelmente chocada, depois que Mônica contou sobre a aposta

— Sim — disse ela, simplesmente

Denise balançou a cabeça

— Por isso não vai contar a verdade para os meninos?

Mônica assentiu com a cabeça.

— Muito bem — Magali suspirou — Não vamos contar pra eles

...

Mônica saiu do refeitório, acompanhada de Magali. Tinha acabado de levar um banho de suco de Carmem, mas não se importava. Magali a olhava, visivelmente preocupada. Mônica estava com os lábios muito cerrados e rígidos. Normalmente, as pessoas fazem isso quando estão com raiva.

Mônica não

Ela fazia aquilo para reprimir uma gargalhada

— Mônica, se estiver muito irritada, demonstre. Não precisa ficar se reprimindo — disse Magali

Mônica sorriu pra ela. Magali não estava entendendo, mas depois de tranquilizá-la, Mônica avisou que iria naquele momento na sala de artes. Quando chegou na sala, encontrou com Marina. Observou os cabelos lindos dela, longos que batiam quase na cintura. Por um momento, Mônica sentiu vontade de cortar e estragar todo aquele cabelo dela, para que Marina sentisse o desespero que uma vez já sentiu

Mônica dispensou os pensamentos e falou com Marina. Observou o quadro que ela pintara e estranhou. Não estava feio, mas não parecia com os que estavam nas paredes. Então, sentando-se de frente pra ela, Mônica observou a garota cuidadosamente. Quando o sinal tocou, Mônica saiu da sala e foi para o pátio do colégio, não querendo ir para a próxima aula

Viu uma garota sentada embaixo da árvore e se aproximou, devagar. A garota era loira e usava roupas esportivas. Ela estava pintando. Com uma tela em branco a sua frente e uma aquarela nas mãos, a garota fazia uma verdadeira obra de arte. Mônica reconheceu as características daquela pintura

Pareciam com algumas que viu na sala de artes

— Oi — disse Mônica, sorrindo gentilmente para a menina

— Oi — disse a loira. Pareceu não ter se assustado com a aparição repentina e sorriu pra Mônica também, a analisando de cima a baixo — Você é novata

— Sou Mônica

— Sou Luiza — a outra se apresentou

— Você pinta bem

Luiza pareceu desconcertada

— Você não deveria estar vendo essa pintura

Mônica riu suavemente, então juntou dois mais dois

...

Chegou o dia da festa do Colégio Limoeiro, mas Mônica não tinha tanta vontade assim de ir. Foi convencida pelas amigas, e no fim, não se arrependeu de ter ido. Percebeu que Cebola já estava avançando, provavelmente louco para terminar com aquela aposta. Mônica deixou que ele a beijasse, pois tinha afirmado que era BV

E sua atuação estava cada vez melhor...

...

Paciências tem limites e a de Mônica estava se esgotando. Cebola ficava cada dia mais convencido e ela achava que tinha que acabar com aquela festa dele rápido. Mas, precisava agir com cautela. Imaginou que Cebola teria algum segredo a esconder. Não precisava ser algo sério, mas bom o suficiente para que ele se sentisse ameaçado.

Como ele era um narcisista de carteirinha, isso seria fácil

Mônica então conheceu Milena. Suas amigas a mostraram uma vez, e soube que foi com ela com quem Cebola ficou e conseguiu o status de popular. Afinal, ela era uma garota mais velha.

Disposta a procurá-la, Mônica foi até a sala do diretor, já que Milena era filha dele. Como pensava, Milena estava lá. Sentada. na cadeira do pai, Milena estava com os pés em cima da mesa. Nas mãos tinha um cigarro. Mônica imaginou se ela não era alguma punk, com as roupas pretas. A pele branca se destacava entre os cabelos curtos e olhos negros; olhos esses que avaliaram Mônica da cabeça aos pés assim que ela entrou ali

— Meu pai não está — disse Milena. A voz era um pouco rouca. Tragou o cigarro e soltou a fumaça pela boca. As janelas da sala estavam fechadas e a fumaça se instalou no ambiente

— Não vim ver seu pai — disse Mônica

Milena a avaliou de novo, logo depois, sorriu

— Eu não vendo drogas, se é o que quer saber

Mônica fez uma careta

— Credo!

— O que você quer, nerd? Diga logo e depois vá embora

Milena se encostou um pouco mais na cadeira. Tragou o cigarro outra vez e o apagou na mesa de madeira fina. Sorriu com a travessura. Mônica então olhou mais para a mesa e viu um monte de bitucas de cigarro espalhadas por ali

— Dá pra dizer logo o que quer? — Milena a apressou

Mônica até a responderia com seu usual deboche, mas percebeu que a hora do intervalo logo iria acabar. Milena devia estar ali, aproveitando que o pai ficava zanzando pelo colégio naquele momento

— Você é maior de idade né? Por que ainda está aqui, no ensino médio? — perguntou Mônica. Não ousou se aproximar da outra, que brincava distraída com um grampeador em cima da mesa

Se ela machucasse os dedos, Mônica não se importaria

— Não que isso seja da sua conta, mas estou aqui porque não gosto de trabalhar — respondeu Milena — Meu pai me fez escolher. Ou trabalho, ou estudo. Não tenho dinheiro pra me bancar, então vivo com ele. Sigo as ordens dele

Mônica chegou a achar que Milena estivesse bêbada. Talvez pela voz embolada e rouca demais

— Soube que ficou com o Cebola, o garoto mais popular do colégio a algum tempo atrás — prosseguiu Mônica

Milena abanou a mão direita

— Fiquei com ele sim. Mas só isso que posso falar

Mônica sorriu e pegou um pouco de dinheiro guardado no bolso secreto da saia. Mostrou a Milena e pôde ver as íris pretas da outra brilhando.

— Só preciso de algumas respostas — disse Mônica. Balançou a mão com notas de dinheiro levemente

Milena sorriu

— Talvez eu possa falar algo sim — sentou-se melhor na cadeira e apoiou os braços na mesa, se inclinando — O que quer saber?

Semanas atrás...

Mônica estava mais leve. Depois que Cebola tentou finalmente vencer a aposta, ela se revelou. Foi a melhor coisa que já tinha feito. Ficou a tarde inteira na academia com o primo. Voltou tarde pra casa, depois de uma conversa com os pais, disse que ia dormir. Mas na verdade, estava indo para uma corrida.

Chegou em um lugar que o primo indicou e acabou gostando de lá. A única coisa que não gostava era de um certo ruivo, chamado Ian, que toda hora tentava chamar a atenção dela. Mônica era desconfiada, sempre foi, então resolveu investigar Ian. Dito e feito, ele não era alguém confiável.

Ian era traficante

O ruivo toda hora tentava se aproximar de Mônica, e ela sabia o porque. Mesmo o assim, não deixou de cumprimentá-lo quando ele a cumprimentou. A atuação não podia faltar. Não com quem não era de confiança

.


Notas Finais


Sei seu devem ter estranhado, as partes pequenas demais, mas é que era só uma simples explicação da Mônica quando voltou ao Limoeiro

Lembram que no começo da fic eu pedi pra prestar atenção nos pontos de vista? Era que no começo, não era mostrado muito do que a Mônica pensava, só era mostrado os pensamentos das pessoas ao redor dela. Lembram também que a Mônica sempre vivia com os lábios cerrados? Então aí está também o significado dessa expressão dela

Pode ser que tenham faltado muitas coisas aí, mas elas não tinham necessidade de serem explicadas, porque já estão nos capítulos passados
...

NO PRÓXIMO CAPÍTULO DE MANIPULAÇÃO: Mônica relembra sua última conversa com Magali. As meninas pedem um favor a Cebola. Carmem, Titi e Marina recebem uma mensagem


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