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História Manipulative - Pede


Escrita por: fire_fall

Notas do Autor


Boa leitura e uma boa noite de sono!

Capítulo 16 - Pede


Fanfic / Fanfiction Manipulative - Pede

  “Como está, Moonbyul?”

O homem grisalho pergunta, vendo a garota abocanhar uma das batatas com molho.

Ela finge estar degustando o tubérculo como uma crítica de gastronomia, o que arranca uma risada dos pais de Yongsun.

Mas Solar se manteve calada, cabisbaixa, o jantar todo.

“Perfeito, Sr. Kim.”

Ela responde finalmente, deixando o senhor levemente embaraçado e bastante satisfeito com sua obra.

“E os cogumelos, Byulie?”

A Sra. Kim entra na conversa. Moonbyul espeta um dos cogumelos com seu garfo e o leva à boca.

“Divinos!”

Ela sorri, limpando sua boca, a mulher agradece o elogio. Então pousa o olhar na menina ao seu lado, que ainda estava com o prato pronto e intocado.

Moonbyul escorrega sua mão por baixo da mesa e aperta seu joelho.

“Por que não está comendo, Solar? Você não vai ficar com fome e fugir enquanto estivermos falando daquele assunto importante, vai?”

Ela brinca, rindo com os pais de sua amiga, que não estavam interessados o suficiente para perguntar que assunto era esse. Yongsun força um sorriso, se sentindo pressionada. Então começa a comer.

Moonbyul termina e levanta, pegando os pratos vazios dos Kim.

“Deixem comigo, é o que posso fazer para agradecer a janta.”

Eles agradecem e de quebra, pedem para Yongsun ajudá-la. A garota segue a amiga e leva os copos.

Moonbyul estava lavando a louça em silêncio. Solar decide quebrá-lo.

“O que você vai fazer?”

A mais velha olha para Moonbyul, que não parece querer contato visual.

“O que eu deveria fazer, Kim Yongsun...?”

Ela responde calmamente, então suspira, colocando um prato já limpo no escorredor.

Yongsun enxuga e guarda, pensando. Foi uma pergunta retórica? Ela deveria responder?

“Você vai contar às meninas?”

Indaga, agora sem coragem de encarar a garota, que toma seu tempo (na opinião de Yongsun, muito) antes de responder:

“Vai depender de você.”

Moonbyul sorri fraco. Parecia triste. Sim, Yongsun havia errado em não contar a elas. Mas sabia o que isso ia significar. Então estava esperando a hora certa.

Mas agora, vendo Moonbyul desse jeito, se arrependeu na hora. Ela era sua melhor amiga e teve que saber de sua mentira encontrando a própria num banco do parque. O quão ridículo é isso?

“Vamos?”

Moonbyul chama, sem esperar a resposta. Ela já tinha lavado as mãos e subia as escadas.

Yongsun assente, mesmo que sua amiga já estivesse afastada e não pudesse ver, a seguindo a uma distância confortável para as duas.

O quarto é aberto pela visitante, que se põe a andar, deslizando a ponta dos dedos por fotos, cadernos, livros, pela madeira de sua mesa de estudos.

Ela puxa uma foto das quatro, desprendendo-a do mural – Moonbyul, Wheein, Yongsun e Hwasa juntas, o mar como um mero figurante ao fundo da imagem. Fora tirada na viagem que fizeram à praia. Difícil foi convencer o pai de Solar, mas no final, tudo deu certo, porque estavam juntas.

Yongsun percebe o sorriso que Moonbyul abre ao olhar a foto, mas se fecha após poucos segundos.

“Moonbyul...”

Ela tenta chamar a atenção da garota, que pisca lentamente. Parecia estar tentando controlar sua irritação.

“Conte a verdade.”

Ela mais ordena que pede, sem tirar os olhos da foto.

“O quê...?”

Yongsun não entende. Moonbyul devolve a foto ao seu posto e finalmente se vira para a menina.

“O que você fazia quando mentia que estava com seu pai?”

Yongsun arregala os olhos, fechando a boca antes entreaberta.

“Eu estava...”

Ela pisca algumas vezes, mas não consegue pensar em nada. Moonbyul trinca seus dentes ao perceber a tentativa chula da garota em continuar mentindo.

“Yongsun. Não minta para mim. Esse é o último aviso.”

Diz, se inclinando para que pudesse estar na altura do rosto de Solar, que havia sentado na cama.

A acusada simplesmente aceita que perdeu, balançando sua cabeça com cuidado.

“Eu... estava com Eric.”

Moonbyul volta à sua postura, ficando de costas e escondendo seu rosto com a mão. Então ela ri. Yongsun não consegue entender por que Moonbyul ria em momentos assim, mas não ousava questionar.

“Eric...”

Ela solta outra gargalhada e tão rápido quanto começou, para.

“Moonbyul... você está bem?”

A menina sentada na cama pergunta, baixo, incerta se o devia ter feito.

“Não importa como eu me sinto. Nunca importou, não é?”

Ela volta a encarar Yongsun, que se espanta. Moonbyul estava chorando. Mas ela seca suas lágrimas e seu rosto, fungando.

“Eu só te peço uma coisa, Yongsun. Se ainda tem algum tipo de afeto por Wheein e Hwasa, conte para elas. PARE de enganar elas!”

E saiu do quarto. Yongsun pôde ouvi-la descendo as escadas com pressa. Pensou em seguir ela, dizer que sentia muito. Mas não conseguia. Suas pernas não se mexiam.

Conseguiu se levantar. Foi até a janela e afastou a cortina. Moonbyul estava indo embora.

“Moonbyul!”

Ela queria gritar. Mas sua voz não saía. Porque ela não conseguiria dar uma explicação que a satisfizesse – não, ela não podia dar uma. Era impossível convencer a si mesma, como convenceria Moonbyul?

Yongsun se acomodou: a cabeça no travesseiro, assim como a lágrima que percorreu sua face. Seu coração pulsava em sincronia às passadas de Moonbyul. Mas ela não sabia – não tinha como saber.

Sim, ela estava com Eric. Mesmo não tendo dito explicitamente, Moonbyul soube. Por isso doeu tanto.

Mas ela prometeu que não abandonaria Moonbyul. E não faria isso. Porque Moonbyul precisa – ou melhor, vai precisar dela.

Assim como ela precisaria de Moonbyul. E tudo bem, porque Solar sabe que ela também lhe ama. Mas não podia amá-la da mesma forma! Ela não podia!

Tudo era tão mais fácil antes. Quando apenas se abraçavam e tocavam sem medo de nada. Quando elas eram como irmãs. Mas mudaram, cresceram.

Claro que tentaram ignorar. Realmente tentaram. Moonbyul se exilou enquanto tentava, com medo de ferir Yongsun e se ferir.

E era como segurar gelo. Esperando que ele derretesse, continuaram o suportando e esperando que a dor acabasse. Mas seguram até hoje.

Porém, voltaram a se encontrar. Voltaram a se falar, se tocar, mesmo com a insegurança, o medo, a dor.

Assim como polos opostos, se atraem.

  Porque no final, todos sabem, todos entendem. Que o Sol e a Lua se pertencem e a mais ninguém.


Notas Finais


Bons sonhos!!


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