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História How Far Does The Dark Go? - Capítulo 17 - Lembranças II


Escrita por: SlendernaticaBR

Capítulo 17 - Capítulo 17 - Lembranças II


 Rebeca Pov

Não saberia te dizer o que aconteceu mesmo se quisesse. Lembro de estar em um assunto completamente sério com Jeff. Tivemos uma pequena discussão e alguns momentos meio que tristes. Mas agora... Ele estava me segurando em seu colo, me prensando contra a parede e me beijando com um desejo que nem tente imaginar. Não conseguia resistir a ele, estava realmente gostando daquilo.

Minha cabeça latejava de tanta dor por causa das memórias, mas eu só queria esquecer tudo naquele segundo e sentir apenas prazer naquilo em que fazia no momento.

Jeff me carregou até um dos quartos no andar de cima e me colocou na cama. Tirou seu moletom e sua camiseta, jogando em qualquer canto. Voltou para cima de mim, me beijando. A excitação ficava cada vez maior em nós dois. Tirei minha camiseta e joguei em um canto qualquer, igualmente a ele.

Fui tirando a roupa até ficar apenas de calcinha e sutiã. Deitei na cama, deixando Jeff explorar meu corpo das melhores formas possíveis com seus dedos e lábios. Não pude deixar de conter alguns gemidos que o faziam sentir mais prazer no que estava fazendo. Ele beijava meu pescoço enquanto brincava com seus dedos por cima da minha calcinha.

Estava ficando louca já, precisava de mais! Tentei por sua mão por baixo de minha roupa íntima, mas ele recuou e saiu da cama. Foi até seu moletom e voltou segundos depois com a faca. De princípio, fiquei assustada, achando que ele iria me matar. E minha maior preocupação era morrer seminua, seria vergonhoso de mais quando achassem meu corpo. Se achassem!

Ele subiu na cama novamente, junto com a faca. Deslizou a lâmina com tanta precisão e delicadeza. Sentia cala frios por todo o corpo. Chegava a me arrepiar toda. Por ele estar em cima de mim, sentia o quão duro estava seu membro.

A faca foi de encontro com a frente do meu sutiã e o rasgou no meio. Levei um pequeno susto, mas me recompus. Ele fez o mesmo com minha calcinha. Pegou os tecidos, pendurados na faca e os jogou na cômoda ao lado da cama.

Me beijou com mais vontade ainda do que minutos atrás. Deslizou sua mão até minha vagina e brincou com ela, soltei vários gemidos por causa disso. Com a mão livre, brincava com meu seio esquerdo enquanto dava alguns cupões em meu pescoço.

Sentia que estava completamente dominada e que logo chegaria ao meu limite, até que ele para o que está fazendo e troca de posição comigo. Como provocação, rebolei por cima de seu pênis coberto pelo tecido de sua boxer. Ele me segurava pela cintura, pressionando a mesma com bastante força. Tirei sua boxer com tanta rapidez que eu parecia desesperada por aquilo. Notei uma risada baixa vindo dele.

Comecei a masturba-lo com as mãos lentamente. Aumentei o ritmo quando notei que ele continha os gemidos. Não aguentei tanto tempo e comecei a usar minha boca, isso fez com que ele gemesse por fim. Seu pênis latejava em minha boca, supus que ele estava chegando ao ápice. Então parei.

Me posicionei em cima dele, tentando me encaixar perfeitamente, para que não houvesse erro na hora da penetração. Respirei fundo e me abaixei até seu membro estar completamente dentro da minha vagina. Rebolei em seu colo. Ele auxiliava o ritmo segurando em minha cintura. 

Aquilo estava sendo bem mais prazeroso do que imaginava. Minha dor havia parado completamente e foi substituída pelo prazer. Jeff me jogou na cama, ficando por cima de mim. Fez uma trilha de cupões, da minha boca até minhas coxas e começou a chupar ainda mais minha vagina. Gemi alto, involuntariamente, estava sendo ótimo aquilo.

Logo ele parou, se posicionou em cima de mim e me penetrou novamente. Começou lentamente e foi acelerando o ritmo cada vez mais. Os únicos sons que se ouviam, eram o da cama batendo contra a parede e nossos gemidos.

Arranhava as costas dele com as unhas, enquanto pressionava seu corpo cada vez mais contra o meu. Observei seu rosto, não me parecia tão assustador agora, como se não tivesse nenhuma cicatriz.

Cada vez mais rápido eram seus movimentos. Senti algumas borboletas no estômago e logo relaxei por completo. Tinha chegado ao orgasmo com sucesso. Ouvia sinos tocando e toda aquela baboseira de estar mais relaxada. Segundos depois, Jeff cai ao meu lado, demonstrando que também havia chegado em seu limite.

Contei até 4 repetidas vezes, controlando minha respiração até voltar ao normal. Olhei para o teto em que se refletia a luz da rua. Aquele seria um dos momentos em que comentaria no dia seguinte ou nos minutos seguintes.

Acordei totalmente atrasada. Levantei da cama toda apressada e tropeçando em todos os lugares possíveis. Bati minha cara na parede com toda essa pressa. Peguei minhas botas e minhas roupas, indo direto pro banheiro. Tomei o banho mais rápido da minha vida.

Comi um pedaço de torrada e um copo de suco. Durante o caminho, andava toda atrapalhada com minhas coisas. Cheguei na escola, fui direto para sala, fiquei por lá conversando com Jane.

Meu corpo ficou todo arrepiado por um instante. Sabia que algo estava acontecendo ou iria acontecer. Era um sentimento horrível de que o perigo estava próximo. De repente, todas as coisas ao meu redor começaram a mudar. Me via em um lugar completamente diferente, com roupas completamente diferentes.

Havia um homem segurando uma faca e uma arma. Não conseguia ver seu rosto, as sombras cobriam. O barulho do gatilho e da bala que foi disparada invadiu todo o ambiente. Senti uma grande dor no estômago. Olhei para baixo e vi meu vestido branco, agora corrigido com o vermelho. Estava perdendo todo o ar de meus pulmões, a última coisa que vi, foi um colar no outro canto da sala, perdendo seu brilho.

Acordei com a voz de Jane me chamando. Só então reparei que a sala já estava cheia. Minha atenção foi de Jane para a porta, em que estavam Jeff e seu irmão Liu. A cara deles não era das melhores.

Passaram-se 5 minutos e ainda estávamos em silêncio. Virei para Jeff, o observando, ele não pareceu notar. Levei minha mão até sua cicatriz na boca, percorri meus dedos por lá delicadamente. Notei uma coisa estranha, conforme eu passava minha mão em suas feridas, elas se curavam como se nunca tivessem existido. Passava a mão de volta e as marcas voltavam. Era assustador, mas não queria comentar sobre esses poderes.

- O que está fazendo? - Jeff perguntou se levantando.

- Só estava vendo algo. - me levantei e fui até a janela, enrolada em um lençol.

Abri a porta da varanda e fui até lá. Sentei em uma cadeira, observei a rua, observei as pessoas passando e o tempo mudando. Os Flashs em minha mente eram nítidos, mas ainda sim não conseguia lembrar de nomes. Apenas lugares.

A casa da frente me chamou a atenção. Tentei pular a grade da varanda que separava as duas casas. Amarrei os lençóis firme ao meu corpo. Toquei na maçaneta da porta, tentei abrir e sinto uma mão tocar minhas costas. Viro imediatamente.

- Que susto, Jeff! - falo pondo a mão no coração.

- O que faz aqui?

- Queria conferir uma coisa. Vi essa casa em algumas memórias minhas. Se lembra quem morava aqui?

- Não, sinto muito. Vamos voltar? Você está sem roupa em uma varanda!

- Está de noite, ninguém vai me notar.

Virei para falar cara a cara com Jeff e acabei esbarrando em seu corpo. Não percebi o quão perto estávamos. Nossas respirações estavam se fundindo em uma só, coloquei minha mão em seu peitoral nu, sentindo cada parte de sua pele.

- Isso que fizemos... Significou alguma coisa para você? - perguntei.

- Significou pra você?

- Perguntei primeiro! E sua resposta vale mais do que a minha. Afinal, você que começou isso tudo.

Sentei em uma das cadeiras, esperando uma boa justificativa. A noite estava em um clima agradável para se estar do lado de fora. Meus cabelos dançavam ao vento calmamente.

- Você vê muitos programas de romance. Sou um assassino, Rebeca. Foi apenas sexo. O que mais achou que seria? Amor? Eu não amo! Eu sinto excitação, prazer, dentre outras coisas. Mas... Amor? Eu realmente não sinto isso.

A fala dele me deixou realmente abalada. Soltei algumas lágrimas, fiquei mais triste ainda. Era loucura minha me importar com algo assim.

- É uma pena pois, por mais louco que isso seja, estava começando a criar alguns sentimentos por você. E essas duas vezes pra em que fizemos isso, significou algo pra mim.

Levantei da cadeira, voltei para a casa de Jeff, peguei minhas roupas no chão do quarto e fui até o banheiro tomar um longo banho. Assim que terminei, coloquei minhas roupas e desci até a cozinha para comer algo. No corredor que levava até a cozinha, estava cheio de fotos da família que morava na casa, mas seus rostos estavam riscados.

Peguei um dos quadros na mão, sentindo uma grande energia vinda dali. Coloquei no lugar e voltei meu caminho até a cozinha. Abri a geladeira e para minha surpresa estava lotada. Peguei um pouquinho de tudo que vi, pois estava faminta.

Sentei no sofá, apreciando meu pequeno lanche. Não sabia se ligava a televisão ou optava pelo total e mais completo silêncio. Queria me distrair ao máximo, pois a resposta de Jeff martelava com força em minha mente.

Se nada do que fazemos significou algo pra ele, por que estou aqui? Sou apenas um objeto ou brinquedo dele? Pois não vejo outras explicações.

- Aproveitando bem a noite? - Eyelless diz, entrando pela porta da frente. - Perdi alguma coisa?

- Nada de importante. - levantei do sofá para lavar meu prato e ir deitar em qualquer lugar.

Jack me segurou pelo pulso, impedindo que prosseguisse caminho. Fiquei nervosa automaticamente. Não o conheço e não sei o que ele é capaz de fazer.

- Você sabe quem você realmente é?

- Por que todos estão me perguntando isso hoje?

- Por quê fugiu com Jeff? Não tem medo dele?

- Disse que estaria segura com ele. Que Slender não teria chances de me machucar.

- Você acredita mesmo nisso?

- Acredito! - olhei para ele com certa dúvida em meu olhar. - Não deveria?

Quando Jack ia me responder, Jeff entra na sala todo apressado. Engoli em seco e sai daquele lugar. Peguei meu lanche e subi as escadas até o quarto em que estava antes. Sentei na cama, me apoiando em minhas pernas. Minha cabeça começou a latejar, como se fosse explodir. Deitei e resolvi cochilar um pouco, talvez isso resolvesse.

Virei para o lado da varanda, imaginando tudo que aconteceu por lá e no resto da casa. Pisquei meus olhos várias vezes até ceder ao sono e dormir por fim.

Jeff POV

- O que foi isso?

- Nada de mais, só um desentendimento... Precisamos achar um novo destino logo, sinto que Slender está próximo. - tentei mudar de assunto, em uma tentativa falha.

- Disse para ela que não significou nada!?

- Pode se concentrar no nosso problema mais importante do momento?

- Disse ou não disse?

- Puta que pariu, Jack! - gritei estressado, batendo na mesa. - Sim, eu disse! E o que têm de tão importante nisso? Ela é só uma estranha qualquer que teve o azar de cruzar meu caminho e a sorte de permanecer viva por mais tempo. Achou que eu não iria me aproveitar disso?

- Você realmente acha que ela é uma completa estranha?

- O que quer dizer com isso?

- Sei que Rebeca não é a única que vem tendo visões desde que chegou aqui. - ele fez uma pausa, tirando a máscara do rosto e respirando fundo. - Sabe que estou certo. Você pode não aceitar, mas tem certeza de que falta algo na sua história. Ou alguém, para ser mais específico.

- Deve estar com um parafuso a menos em sua cabeça, Jack. - disse enquanto saia da sala e ia até a cozinha pegar minha faca.

Precisava respirar um pouco e matar alguém. Já faz um tempo que não mato ninguém. Ainda era noite, não havia ninguém nas ruas, andei até encontrar uma casa com as luzes totalmente apagadas. De princípio, achei que não tinha ninguém, até que uma luz se acende. Espero essa mesma luz se apagar, para entrar na casa.

- Ora, ora, ora. Parece que temos carne nova no pedaço. - falou o garoto do Skate que passou por cima de nós.

De repente, mais dois garotos apareceram. Um super magro e o outro era enorme. Os três nos cercaram, impedindo nossa passagem.

- Bem, já que vocês são novos aqui, gostaríamos de nos apresentar; aquele ali é o Keith - olhamos para o magrinho. Ele tinha uma cara de lerdo. - e o outro é o Troy.

Troy era o garoto gordo, que provavelmente não fez um exercício físico na vida até hoje desde que começou a engatinhar.

- E eu... - Disse o garoto do Skate - Sou Randy. Agora, deixe-me explicar; para todas as crianças nesse bairro há um preço pequeno para a passagem de ônibus, se é que você me entende.

Liu se levantou, pronto para socar o garoto até que se virasse do avesso, quando um dos amigos daquele tal de Randy puxou uma faca e apontou para nós.

- Pensei que fossem colaborar conosco, mas parece que vamos ter que fazer do jeito difícil.

Randy se aproximou de Liu, tirando a carteira do bolso dele. Nesse momento, tive aquele sentimento estranho de novo. Mil vezes mais forte, como se estivesse me queimando por dentro. Levantei, Mas Liu pediu para que eu me sentasse novamente. Ignorei e andei em direção ao garoto.

- Ouça aqui,seu merda, devolva a carteira do meu irmão ou...

- Ou o quê? - Randy perguntou rindo, enquanto guardava a carteira em seu bolso.

Não consegui me conter, uma força me dominou, fazendo com que eu fosse pra cima dele e socasse seu nariz. Quando ele tentou tocar o rosto, peguei seu pulso e quebrei. Ele gritou, então peguei a faca de sua mão. Troy e Keith correram para me pegar, mas eu era bem mais rápido. Joguei Randy no chão. Keith tentou me atacar, mas abaixei e apunhalei a faca em seu braço. Ele deixou a faca cair no chão, assim como seu corpo. Troy já vinha para cima de mim, mas nem precisei da faca, apenas o soquei no estômago, o fazendo cair de joelhos. Quando caiu, vomitou tudo para fora.

Liu não conseguia dizer nada, nem ao menos se mover, apenas ficou parado olhando tudo aquilo assustado.

- Como fez isso? - foi tudo que ele disse, até o momento que vimos um ônibus se aproximar.

Pegamos nossas coisas e corremos o mais rápido que conseguimos. Enquanto corríamos, olhamos para trás várias vezes e vimos o motorista do ônibus ir socorrer eles.

Durante o caminho, fiz um acordo com Liu, de não contarmos isso para ninguém. Chegando na escola, fomos recebidos com milhares de olhares curiosos. Torci mentalmente para não estar sujo com o sangue daqueles idiotas.

Após 2 minutos, a luz se apaga. Entro pelos fundos, em silêncio. Procurei pelo quarto, ficava no fundo de um corredor enorme e escuro. Deslizei a lâmina da faca pela parede, fazendo um barulho agudo por toda casa. Certamente a garota tinha ouvido, mas preferiu ignorar.

Abri a porta do quarto, rastejei até a cama, ficando em cima da garota. Ela acordou quando sentiu o meu peso sob seu corpo. Tentou gritar, mas tampei sua boca. Várias lágrimas escorriam de seus olhos, levantei a faca no ar, me preparando para afunda-la em seu peito.

- Shh, Vá dormir! - cravei a faca em seu peito milhares de vezes, até ela não resistir mais e morrer.

Limpei a faca e me levantei para voltar para casa, parei no meio do caminho, sentando em um banco de alguma pracinha ali por perto. Não tinha ninguém por perto essa hora, poderia ficar ali tranquilamente. Tenho pensado ultimamente que me deixei amolecer de mais com Rebeca, mas isso é loucura! Ela pensar que poderia ter algo a mais comigo. Eu praticamente sequestrei ela.

Voltei a andar e parei na frente da minha antiga escola. Não haveria nenhum mal em entrar para dar uma olhada em como estão as coisas. Andei até os fundos e abri a porta. Tudo parecia do mesmo jeito que me lembro, apesar de alguns detalhes estarem faltando.

Fomos para secretaria, pegar nossos horários. Fomos atendidos por uma senhora de idade, que parecia meio perdida. Quando ela nos olhou, só faltou ter um ataque com o susto. Ela nos entregou os horários, o número dos armários e alguns materiais. Agradecemos e fomos em busca de nossos armários.

Guardamos nossas coisas e fomos em direção da nossa primeira aula. No momento que entrei na sala, meu olhar rondou todo o local, até se fixar com os olhos dela. Por Deus, seu olhar era completamente hipnotizante, além de eletrizante!

Talvez eu não devesse ter voltado ali, as lembranças vinham como socos em meu rosto, isso erra horrível de sentir. Lembrar que em um momento da minha vida, eu tinha tudo e agora não tenho nada. Que Liu esteve naqueles corredores comigo, assim como Jane e tinha outra garota... Não consigo me lembrar de seu rosto, acho que era a Fernanda, a garota que Liu estava afim na época. E pensar que tirei dele a oportunidade de ter um futuro com ela.

- Jeff? - essa voz... - sabia que encontraria você aqui.

- O que faz aqui?

Rebeca POV

Acordei com uma grande dor em meu pescoço, levantei para ver no espelho e estava tudo normal aparentemente. Aproveitei que já estava de pé e fui até o banheiro tomar um banho rápido e escovar meus dentes. Quando terminei, desci até a cozinha para tomar café da manhã, me surpreendi ao ver Jack na porta da frente conversando com aquele tal policial do outro dia.

Me escondi no topo da escada, tentando ouvir a conversa dos dois.

- O que faz aqui? - a voz de Jack soou pelo local.

- Eu preciso falar com ela, coisas horríveis vão acontecer se ela não se lembrar quem é!

- Primeiramente, quem é você?

- O pai dela! - sua última frase fez meu corpo estremecer. Encostei na parede e fui deslizando até o chão com a mão na boca. Ele não poderia ser meu pai biológico, isso seria loucura de mais, não somos nem um pouco parecidos.

- Está mentindo!

- Posso não ser o pai biológico, mas ela me considerava um. Sei que ela tem poderes e que estão fora de controle, posso ajudar com isso se confiar em mim. Rebeca, eu posso te ajudar! - ele gritou virado para escada - sei que está ouvindo a conversa.

- Como posso confiar em você? - falei saindo de meu esconderijo.

- Sei que teve flashs se lembrando de mim. Sabe que sou confiável. - o olhei com certo receio. Não queria confiar nele, mas não tinha muitas opções.

- Tudo bem, se pode me ajudar, comece dizendo quem eu sou.

- Você usou uma magia proibida, o único jeito de quebrá-la é você mesma se lembrando. Não posso dizer muita coisa.

- Por que tenho esses poderes?

- Você nasceu com eles, são passados de geração por geração em famílias do nosso mundo.

- Nosso mundo?

- Scary!

Nesse momento, até mesmo Jack estremeceu com esse nome. Pelo visto era um lugar muito bem conhecido por ele. Não vou questionar isso agora, tenho mais o que fazer.

- Por que as coisas que toco estão congelando ou queimando?

- Seus poderes, isso acontece de vez em quando, em ciclos de lua cheia. Você adquire alguns poderes extras. Dessa vez você conseguiu dois poderes elementais. Mas logo eles desaparecerão.

- Ótimo!

Jeff entra pela porta, assim que vê Dave, saca sua faca e aponta para ele. O mesmo não se moveu um centímetro, temendo o pior.

- O que ele faz aqui?

- Ele veio me ajudar.

- Ele te prendeu, lembra?

- E você me sequestrou, qual foi pior? - retruquei. Ele ficou meio desnorteado com minha frase. Eu tinha dito algo errado, muito errado. Jeff não me sequestrou, vim com ele pela mais pura vontade. - por onde você esteve?

- Na escola.

Sorri para eles, como se estivesse surpresa em vê-los. É bom de se ver um rosto amigável quando se é novo em algum lugar. Eles se apresentaram para turma e sentaram em dois lugares vagos, um na minha frente e o outro na frente de Jane. Aqueles eram os lugares de Troy e Randy. Surpreendentemente não vi os dois desde que cheguei na escola. Isso era meio estranho.

Comecei a ficar inquieta novamente. Tinha algo muito errado acontecendo. Aquela inquietude toda não era só minha. Meus poderes descontrolados fazia com que eu sentisse as coisas que alguém ao meu redor sente. Graças as aulas de magia com Dave, sei como identificar quem é. Toquei o ombro de Jeff, assustando ele. O mesmo se virou para trás.

- Está tudo bem? - perguntei.

- Sim e com você?

- Estou bem. Mas você parece nervoso! - ri da situação.

- É o primeiro dia de aula, normal estar nervoso. - ironizou ele.

Fomos interrompidos pela diretora, que entrou na sala para dar um comunicado importante.

- Sinto em lhes informar de uma trágica notícia! - olhei para Jane tentando entender alguma coisa, mas a face dela estava tão surpreendida quanto a minha - Três estudantes foram encontrados feridos no caminho para escola. Foram esfaqueados. A polícia os identificou como Troy, Keith e Randy.

Senti todo o meu corpo se arrepiar.

- Peço que todos tomem cuidado ao sair da escola essa tarde!

Assim que ela saiu da sala, todos começaram a comentar sobre o assunto. A tempestade está se aproximando e tenho medo do que ela pode vir junto...

As outras duas aulas passaram voando, no horário do intervalo, peguei meu dinheiro no armário e fui para lanchonete. Peguei uma bandeja com a comida do dia e fui me sentar na minha habitual mesa de sempre. Jeff e Liu pareciam meio perdidos em meio a multidão, acenei para que eles se sentassem comigo.

- Obrigado! - Liu agradeceu pelo meu gesto, não pude deixar de sorrir.

- Como está sendo o primeiro dia de vocês? - perguntei toda curiosa.

- Está sendo realmente corrido! - brincou jeff.

Ficamos conversando até o fim do intervalo, muitas vezes eu flagrava Jeff me observando com certo olhar curioso. Conversamos bastante o resto do período. Voltamos juntos para casa depois, tirando Jane que teve que sair.

- Terminaram de desempacotar as caixas? - perguntei, puxando assunto.

- Ainda não, faltam algumas que chegaram essa manhã. - Liu.

- Eu posso ajudar vocês se quiserem! - ofereci minha ajuda, não tinha muito o que fazer o resto do dia.

- Não precisa, a gente se vira! - Jeff tentou me convencer a não ir, mas eu já tinha tomado minha decisão, então fui até a casa deles e os ajudei a desempacotar as caixas que sobraram.

A mãe dos dois me recebeu de braços abertos. Ela se apresentou, seu nome era Margareti. Ela disse que faria o almoço e que logo logo estaria pronto. Peguei uma caixa de roupas que tinha o nome de Jeff, então levei para seu quarto. Me surpreendi ao ver que ele decorou em tão pouco tempo, estava cheio de posters, a maioria de bandas de rock.

Tirei as roupas da caixa e fui dobrando, minha atenção focou em um moletom branco. Ele parecia bem interessante, apesar de ser um simples moletom normal. Cheguei em um certo ponto que tinha cansado de dobrar as roupas, então estendi a mão e me concentrei, fazendo todas as roupas se arrumarem sozinhas e se guardarem. Nível de preguiça? Mais de 8 mil!

Jeff entrou sem aviso prévio, me assustando. Coloquei a mão no peito, tentando acalmar meu coração.

- Você me assustou! - dei um soquinho no ombro dele, rindo.

- Você arrumou minhas roupas?

- Arrumei! Algum problema?

- Não! É que foi muito rápido, tipo... Muito rápido!

- Eu tenho pressa em fazer as coisas.

Ficamos em um minuto de silêncio totalmente constrangedor e nesse um minuto, pude notar que ele estava incomodado com algo.

- Aconteceu alguma coisa, Jeff?

- Não, eu só estou cansado mesmo.

- O almoço está pronto! - Liu gritou do corredor.

Abri a porta e desci as escadas até a sala de jantar. Após o almoço, tive que ir embora. Precisava fazer meus deveres de casa. Me despedi de Jeff e Liu, no momento que sai pela porta, senti uma força me puxar de volta. Olhei para trás e não avistei nada, além de Liu.

- Está tudo bem? - ele perguntou.

- Sim está! - sorri para ele e fui caminhando de volta para casa.

Olhei uma última vez para trás, pensei ter visto a casa inteira em chamas, mas quando pisquei novamente, tudo estava normal.

- O tempo passa e vocês dois continuam os mesmos de sempre! - ele foi se retirando. - tenho que ir agora, mas qualquer coisa, podem me encontrar na casa ao lado, aqui está a chave. - ele me entregou uma chave dourada toda enfeitada.

Então, aquela casa era dele...

- Antes que eu vá, tenho que dizer algo muito importante.

- O que?

- Em noites de lua cheia, fique longe da luz da lua e bem longe da água.

- Vou sair uivando ou coisa do tipo?

- Você não é um lobisomem, apesar de ter a força de um. Preciso ir agora, por favor, fique bem longe da luz da lua.

- Ficarei.

- Espera... - ele disse voltando e notando o colar em meu pescoço - ainda usa o colar que te dei!?

- Acho que é um engano. - Jeff pôs-se na minha frente.

- Como assim?

- Eu dei esse colar para ela.

- Tudo bem não vou discutir sobre isso. - ele foi embora.

- Não preciso que fale por mim, Jeff.

Entrei em casa, tomei um banho e troquei de roupa. Ouvi o barulho da porta da frente, logo percebi ser Dave. Terminei de me arrumar e desci as escadas. Ele trouxe consigo uma caixa de pizza e um refrigerante.

- Vai ficar aqui essa noite de novo?

- Achei melhor fazer uma pausa em meu trabalho no outro mundo. - ele falou todo sem graça - tudo bem pra você?

- Você trouxe comida, está tudo ótimo!

- Esfomeada!

- Sou mesmo. - falei toda convencida - vou lá em cima buscar um cobertor, está ficando frio aqui.

- Rebeca, eu achei algo interessante com uma amiga esses dias.

- O quê?

- Isso! - ele tirou uma caixinha de seu bolso e abriu, revelando um lindo colar de lua mingante, com uma pedra no meio, que parecia ter uma galáxia.

- É lindo! - falei admirada, enquanto observava o colar.

- Essa é uma pedra de sombra, na verdade, a única existente. Pois é uma antiguidade do outro mundo.

- Eu já vi isso antes... Graciele tinha um em seu pescoço quando estava viva. Achei que fosse uma simples joia.

- Esse colar fornece proteção contra demônios, magia negra e qualquer tipo de perigo. Além de aumentar os poderes de quem o possuir.

- Por que está com ele?

- Descobri que ele pode te ajudar a controlar seus poderes, ainda mais agora que eles estão se desenvolvendo.

- Obrigada, Dave!

Tentei pegar o colar em mãos, mas no momento em que o toquei, senti minha pele arder em chamas.

- Isso é ruim? - perguntei um pouco assustada.

- Olhe sua mão.

Fiz o que pediu e olhei. O formato do colar havia ficado em minha mão direita, mas logo foi brilhando e sumindo aos poucos.

- As vezes eu me sinto lerda por não notar as coisas rápido! - afirmei, lembrando o significado daquilo. - Eu sou mesmo a última né?

- Sim, você é a última!

Aquele foi o momento em que senti todo o peso do mundo em minhas costas. O resto da noite foi baseado em Dave tentando me manter calma, pois eu me sentia completamente eufórica.

- Não estava falando por você.

- Sim estava.

- Para de ser teimosa garota!

- Quer saber, Jeff? Eu cansei de estar perto de você, seguindo suas regras e sendo seu brinquedinho. Prefiro ser morta pelo Slender lá fora do que passar mais um segundo com você.

- Então vá embora!

Peguei minha mochila e abri a porta. Jeff tentou segurar meu braço e me pedir para voltar, mas uma luz foi emitida de meu colar e o afetou de certa forma. Parece que o colar o considera uma ameaça agora.Caminhei até a ao lado, precisava pensar um pouco antes de prosseguir caminho. Na varanda da casa estava Dave, segurando um molho de chaves.

- O quanto você ouviu? - perguntei.

- O suficiente. Quer ajuda?

- Vai me levar para casa?

- Está em casa.

- Então me leve para um lugar que eu possa pensar um pouco e em paz.

Entramos em seu carro e surpreendentemente ele me levou para a escola que vi antes. Reconhecia o lugar de algumas de minhas memórias. Hoje ela estava fechada por algum motivo.

- O que fazemos aqui?

- Estamos só dando uma volta para que se lembre de algumas coisas. Vamos entrar?

- Está trancada!

- Nada está trancado para nós, minha querida. - ele segurou meu pulso e fez um movimento com suas mãos, senti um vento frio e quando vi, estávamos do lado de dentro.

- Teletransporte?

- Sim.

- Eu podia fazer isso?

- Sim, podia. Mas não era muito boa, sempre acabava em uma piscina, lago ou lugares inconvenientes.

- Interessante.

Sentei em um dos bancos espalhados pelo corredor da escola, imaginava milhares de pessoas passando por aqueles corredores todos os dias e fazendo seus deveres escolares. Na minha mente, tudo parecia tão cheio de vida, até o momento que uma dor no peito fez com que tudo parecesse triste e desbotado novamente.

- Quem é você, Dave? Quero dizer, sei que é meu pai de consideração, mas como?

- Você logo irá lembrar.

- O que fazemos aqui? Eu estudava aqui?

- Estudava, uma ótima aluna! Prestava atenção nas aulas, fazia todos os trabalhos, tirava altas notas, realmente incrível. Tinha alguns colegas, e tinha seus melhores amigos.

- Quem são meus amigos?

- Estou realmente surpreso de que não se lembre.

[...] Duas semanas haviam se passado, fiquei bem mais amiga de Jeff e Liu nesse tempo. Conversávamos todos os dias e saímos algumas vezes. Essa tarde, após a aula, os dois iriam lá para casa. Temos um trabalho em grupo, de história. Disse para eles que poderia fazer sozinha, mas insistiram tanto.

- Podem deixar suas bolsas em cima do sofá.

Fui até a cozinha, preparar algo que a gente possa comer. Os dois me seguiram e se sentaram na bancada que ficava na divisa entre a cozinha e a sala de estar.

- Bom, vou fazer comida para nós. Depois começamos o trabalho. - falei pegando um pote de vidro do armário.

- Onde estão seus pais? - O pote caiu no chão, se quebrando em milhares de pedaços. Olhei para Liu com a cara mais assustada que tinha.

- Meus pais?

- Sim, você nunca nos falou deles, na verdade nunca vimos ele.

- Meus pais? - repeti. - Ai meu Deus.

- O que foi?

- É que...

A porta da frente abriu e de lá apareceu Dave.

- Pai! - gritei, indo em direção a ele. - Chegou muito cedo!

- Está tudo bem Rebe... - apontei com a cabeça para Jeff e Liu, fazendo com que Dave entendesse - Filha! Não me contou que traria visitas para casa.

- Foi de última hora. Vamos fazer um trabalho de escola.

- Vou estar no meu quarto se precisar de alguma coisa. - eu fazia gestos, meio que implorando para ele ficar, mas não adiantou em nada.

Voltei para cozinha, com uma cara frustrada, pego a bandeja do chão, cheia de nachos. Os dois me olharam como se tivesse visto um fantasma.

- O que foi?

- A bandeja tinha quebrado! - Jeff apontou para a mesma.

- Não estava não.

- Sim estava! - Liu rebateu.

- Vamos fazer logo esse trabalho.

Comemos e fizemos o trabalho bem rápido, estávamos no tédio então resolvemos assistir um filme. No meio do filme me senti estranha, minha mão estava meio que formigando, olhei e lá estava a marca do colar, bem exposta. Fiquei um pouco enjoada, tentei me segurar, mas tudo parecia estar girando.

Levantei do sofá e andei até as escadas, atraindo os olhares de Jeff e Liu sob mim. Fui até o quarto de Dave, abrindo a porta com tudo.

- Eu tenho Flashes daquela vida, mas não consigo lembrar nomes e rostos. Exceto o seu, que fica bem nítido em minha memória.

- Existe mais alguma coisa que se lembre?

- Lembro da casa, lembro da rua e me lembro da escola. Sei uma coisa ou outra sobre meus poderes, não sei como funcionam e qual o seu tamanho. Mas ainda sim me parece estranho.

- Quer ver como ele funciona?

- Pode me mostrar? - ele concordou.

Levantamos e voltamos para o carro. Fomos de volta para casa, olhei para casa de Jeff e eles pareciam estar lá ainda. Dave estacionou o carro, entramos em sua casa, que me parecia bem familiar do lado de dentro. Sentei no sofá, observei cada detalhe do lugar como se estivesse me certificando de que tudo está em seu devido lugar.

- Seus poderes, o principal deles que vêm de uma grande linhagem de bruxas e feiticeiras, é muito simples de se usar, mas muito perigoso também se usado de forma descontrolada.

- Quantos poderes e que tipos existem no mundo?

- Infinitos, qualquer um que consiga imaginar. Do mais fraco para o mais poderoso. Existe uma longa história por trás deles. Não estou aqui para explicar um por um, de novo. Apenas te mostrar o essencial.

- Você tem poderes?

- Sou um bruxo, feiticeiro, como quiser chamar. Quer que eu te mostre os meus?

- Sim!

Ele fez alguns movimentos com as mãos, vi alguns feixes de luz acompanhando seus movimentos, assim que terminou, todas as coisas da sala de estar e cozinha desapareceram. Vi tudo aquilo impressionada.

- Onde estão as coisas?

- Não sei, quando faço as coisas desaparecerem não faço ideia para onde vão. Acha que consegue trazer tudo de volta?

- Oi?

- Tente! É divertido fazer magia.

- Como faço isso?

- Basta pensar em um feitiço, geralmente com rimas, ou simplesmente mentalizar as coisas em seu subconsciente.

- Vou tentar. - me concentrei ao máximo, fechei os olhos e pensei em tudo aparecendo em seus devidos lugares. Levantei minha mão direita, abri os olhos, estalei os dedos, vi um feixe de luz azul ao meu redor e tudo voltou ao lugar.

- Você conseguiu!

- Isso é melhor do que imaginei! - estava fascinada com tudo aquilo.

- Realmente incrível! Com bastante prática, pode melhorar cada vez mais.

- Pode me mostrar mais? - ele concordou.

Passamos o resto da tarde praticando e praticando. Foi ótimo, tinha até me esquecido dos acontecimentos de mais cedo. Estava ficando muito tarde, precisava voltar para casa de Jeff querendo ou não. Dave disse que eu poderia ficar lá em cima se quisesse.

Recusei seu convite, disse que precisava me resolver com Jeff e que logo seguiria caminho com ele. Dave parecia ligeiramente preocupado com isso, talvez tivesse medo de que eu lembrasse de algo.

- Tome cuidado! - ouvi ele gritar.

Voltei para a casa, abri a porta e logo voltei para perto de Jeff. Apesar de gritarmos um pouco, acabamos nos resolvendo.

- Acho que já podemos seguir viagem. - falei pegando minha bolsa.

- Tem razão, ficamos muito tempo aqui. Slender deve estar na nossa cola já. - EJ concordou comigo.

- Peguem suas coisas.

Andei até a porta e esperei pelos dois. Dei uma última olhada na casa, ainda tinha certeza de que já estive ali. Afastei o pensamento, voltei a me concentrar no que eles faziam. Até que ouvi milhares de gritos.

- Estão ouvindo isso? - perguntei e Jack negou, já Jeff...

- São gritos?

- Não consigo ouvir nada.

Abri a porta e segui o som dos gritos, até uma casa no fim da rua. Entrei e vi que estava tudo destruído por dentro. Ouvi barulhos de tiro, cheiro de fumaça, mais gritos. A imagem e ador de ter caído da escada e batido a cabeça com força. A imagem de alguém em chamas caindo ao meu lado.

Parei de frente para escada, Jeff entra pela porta e para ao meu lado, com sua presença, pude sentir tudo de uma única vez. Olhei para Jeff e então me lembrei, lembrei de tudo! Como em um baque forte.

Aquelas palavras, minhas últimas palavras para Jeff. Antes de esquecermos um do outro.

Jeff pov

- Queria me despedir! Talvez a gente se encontre algum dia, Jeffrey.

- Veremos. - ela riu e voltou para cama.

- Me lembro de você! - falei antes de ouvir a porta da frente ser quebrada com força e ouvir um barulho estático.

Continua...



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