Sim. Kim Namjoon simplesmente foi embora, ele simplesmente estacionou o carro na calçada de Seokjin – muito mal por sinal – e gritou bem alto para toda a vizinhança ouvir que Seokjin era um rolezeiro agora e saiu dirigindo como um louco. Seokjin estava puto, era a definição certa para o seu humor, sem tirar que ele tinha a famosa ‘cara de cu’ estampada em seu rosto. Ele estava bem puto, vejamos; ele foi para um baile funk, assistiu o seu crush cantar alguma música sem nenhum nexo e ainda teve que assistir várias garotas e Park Jimin requebrando até o chão. Tentou de tudo para agradar a Kim Namjoon e não ganhou nenhum beijinho na bochecha.
Seokjin disse que tentaria se apaixonar por todas as faces de Kim Namjoon, o problema é que ele não sabia que valeria a pena. Até agora a única coisa que Namjoon tinha feito foi ter chamado ele para sair. Seokjin estava um caco.
– Oi, filho. – Hyuna falou assim que Seokjin entrou em casa. – Como foi o seu encontro?
– Quem contou para a senhora? – Seokjin perguntou com os olhos arregalados com medo de ficar de castigo.
–Ninguém, acho que o seu amigo não é nada discreto. – Hyuna riu de uma maneira estranha e Seokjin soltou um suspiro de alivio apenas para sentir a sua cabeça doer em seguida. – Filho, quero contar algo para você...
– Agora não, omma. Minha cabeça dói, vou dormir um pouco. – Seokjin falou e subiu as escadas indo em direção ao seu quarto.
Encarar o seu pôster da Irene nunca foi tão chato. Ele estava chateado, cansado e com uma enorme dor de cabeça, aquele pôster com a sua bias sorrindo como se estivesse falando “acredite em seus sonhos” lhe deixava feliz, agora ele estava irritado. Irene nunca disse que o seu primeiro encontro fosse tão ruim assim.
– Onde está o Taehyung? – Seokjin perguntou olhando para o seu quarto escuro. – Quando preciso dele o viado não está.
Seokjin suspirou fechando os seus olhos e deixando aquilo de lado. Taehyung era um ser mágico eterno que trabalhava naquilo a muito tempo, talvez a pessoa que ‘cuidou’ dele por tanto tempo merecesse um tempo só para ele. Que nem Seokjin agora, que ignorou tudo ao seu redor e tirou a sua roupa, desejando se afogar debaixo do seu chuveiro.
[•••]
Taehyung estava vestido como um adolescente normal. Ele acreditava que si. Trocou o seu vestido e vestiu uma roupa que tinha visto em uma vitrine, era uma calça jeans e um moletom escrito “time to be a unicorn”. Era bem irônico na visão de Taehyung, ele era um fada e claro que conhecia um unicórnio e tentou montar nele, mas não deu muito certo pois unicórnios não são tão agradáveis assim como os humanos costumavam ver.
– Que irônico a sua camisa. – Taehyung escutou uma voz familiar e se virou vendo quem ele menos queria. – Adorei ela.
– O que você quer? – Taehyung perguntou cruzando os seus braços e esperando aquele ser mágico falar. – Não deveria estar me seguindo.
– Eu sou um duende, Taehyung. – O ser mágico riu. – Eu não devo satisfação a ninguém. – Ele falou soltando uma risada mais alto ainda. – Como certas pessoas...
– Não joga indireta, só nós dois estamos aqui. – Taehyung falou abrindo os seus braços e olhando para as ruas vazias. O ser mágico concordou mordendo o seu lábio inferior e sorrindo traiçoeiramente para Taehyung.
– Você segue muitas ordens, Taehyung. – O ser mágico falou se aproximando de Taehyung. – Você é a fada mais velho que já conheci, olha que temos essa espécie de amizades a muito tempo...
– Realmente... – Taehyung revirou os olhos e colocou suas mãos dentro do seu moletom. – Onde você quer chegar?
– O que está acontecendo? – O ser mágico perguntou de uma vez. Taehyung olhou para baixo como se não estivesse entendendo nada. – Você não é assim, nunca se arriscou tanto no mundo dos humanos e nunca teve que se infiltrar em uma escola para ajudar um afilhado.
– Estou cansado. – Taehyung foi sincero limpando as poucas lágrimas que escorriam pelo o seu rosto. – Estou cansado de ver todos os meus afilhados serem felizes com quem eles realmente amam... mas eu... eu não posso ter isso... esse sentimento.
– Você é uma fada. – O duende falou se aproximando o suficiente de Taehyung para segurar os seus braços. – Seu destino não é esse. Seu destino foi escolhido por outros e acabou. Você está destinado a viver ajudando os seus afilhados a acharem as suas almas gêmeas.
–Mas eu não quero mais! – Taehyung gritou e começou a chorar quando o duende lhe abraçou. – Eu não quero mais...
– Você tem que parar de ver o garoto. – O duende falou e Taehyung logo soube que ele falava de Jeongguk. – Ele não vai te ajudar...
– Eu não consigo. – Taehyung falou com a voz embargada. – Eu acho que estou... você sabe.
– Mas em tão pouco tempo. – O duende falou soltando uma risada quando ganhou um soco de leve do fada. – Você sabe, não é? Vai perder suas asas, a eternidade... vai ser um humano.
– Eu sei... – Taehyung falou suspirando e se afastando. – Tenho que ir, tenho um compromisso.
– O seu compromisso é ficar observando o garoto dormir. – O duende gritou e Taehyung soltou uma risada limpando as lágrimas e se afastando.
– Até mais, seu duende filho de uma...
[•••]
Seokjin acordou um poço de estresse. Taehyung estava alegre demais dizendo a todo tempo que amava Seokjin, o mais novo não entendia aquilo. Ele também amava Taehyung, ele aprendeu a amar Taehyung naquele curto espaço de tempo. Mas aquela manhã estava insuportável para ele.
– Bom dia. – Taehyung falou entrando na sala de jantar e encontrando Hyuna colocando o café na mesa. – Que cheiro bom!
– Obrigada, Taehyung-ah. – A mulher falou arrumando o seu robe e apontando para as cadeiras vazias. – Se sentem por favor.
– Bom dia, omma. – Seokjin falou se sentando na mesa e ganhando um olhar preocupado de sua mãe.
– Que olheiras são essas, bebê? – Hyuna perguntou e Taehyung lambeu o dedo que estava sujo de geleia.
– Ele teve um péssimo encontro. – O ser mágico falou e Hyuna concordou entendendo o mau humor do filho.
– Me passa o nome dele, que passo ele na fita. – A mulher falou e Seokjin negou calado. Hyuna soltou um riso fraco e pigarreou em seguida. – Quero falar algo muito importante.
– O que é? – Taehyung perguntou ao ver que Seokjin não iria falar. Ele já estava preocupado.
– Bom... – Hyuna olhou para o filho e soltou uma risada. – Acho que estou... meio grávida?
O silêncio reinou na sala de jantar e a torrada de Seokjin estava parada enquanto o mesmo encarava ela tentando digerir a nova informação. Sua mãe, aquela mulher sentada ao seu lado que vivia processando as pessoas e tinha um caso com o seu advogado dizia estar grávida?
– Espera... meio grávida? Isso não existe! – Seokjin falou jogando a torrada em cima da mesa.
– Kim Seokjin! Olha os seus modos a mesa. – A mulher falou séria e Seokjin se levantou de repente.
– Quer saber?! Eu não quero saber de modos a mesa, não quero saber de tentativas em vão, não quero saber de bebês e principalmente. – Seokjin olhou para Taehyung e em seguida para a sua mãe. – Não quero mais ouvir falar do encontro de ontem à noite. Vou correr um pouco.
Seokjin saiu da cozinha furioso e Taehyung segurou a mão de Hyuna quando viu que a mesma iria seguir o filho. O ser mágico negou e a mulher entendeu que Seokjin precisava de um tempo somente para ele. Não demorou muito para Seokjin trocar de roupa e sair de sua casa correndo pela as calçadas, ele sentia que estava no pico do estresse. Ele tinha tantos problemas que sumiu quando Taehyung apareceu, mas surgiu um novo e pior. Kim Namjoon. Ele era um desafio, deixava a cabeça de Seokjin cheia e o mesmo não conseguia dormir porquê as maravilhosas covinhas de Kim Namjoon aparecia em sua mente.
O problema é que... Namjoon parecia tão distante de si. Seokjin estava mais à frente, o seu crush já sabia que Jin gostava dele e até agora não fez nada para demonstrar que também estava afim de Jin, nenhuma mensagem ele enviou.
– Ya! Kim Seokjin! – Jin escutou alguém gritar o seu nome e se virou cansado vendo Namjoon se aproximar de si em seu carro. – Estava indo lhe ver.
– Sério? – Seokjin perguntou sorrindo bobo e sentindo o seu estresse sumir. Namjoon estava indo ver ele.
– Sim, uns parças meus estão planejando um baile funk em frente de uma casa de algum otário e vim te pegar. – Assim que aquelas palavras saíram da boca carnuda de Namjoon, Seokjin teve voltando de socar aquele rosto tão lindo.
– Vai se ferrar. – Seokjin falou e Namjoon arregalou os olhos.
– Isso é um não?
– Isso significa que estou mandando você ir à merda. – Seokjin falou querendo se sentar naquele chão sujo e chorar. – Eu estou cansado... A muito tempo que eu gosto de você, Namjoon. A muito tempo eu estou fazendo de tudo para agradar você e nada, eu repito, nada parece ser o suficiente. Até mesmo quando eu mudei a minha aparência... bom, isso foi muito bom, porquê foi somente assim que eu consegui ter os seus olhos em cima de mim. – Seokjin suspirou vendo que Namjoon lhe encarava atentamente. – Não custava nada me desejar um boa noite, dizer que foi bom estar em sua companhia ou até mesmo um abraço. Você não fez nada! Acha legal brincar com a minha cara por saber que gosto de você?!
– Seokjin...
– Seokjin é o caralho! Eu sou o único se esforçando aqui. – Seokjin gritou se abaixando em seguida para poder respirar fundo. – Se não for para me dar uma chance, nem tente. Não me iluda.
Seokjin se levantou e Namjoon respirou fundo.
– Seokjin, não é nada disso que você está pensando. Eu apenas... – Seokjin levantou a sua mão e se afastou.
– Até segunda-feira. – Seokjin falou se afastando e voltando a correr em direção a sua casa. De repente ele se sentia mais leve.
Talvez gritar seus problemas fosse a melhor solução para tudo. Jin voltou para a sua casa encontrando sua mãe sentada no sofá visivelmente preocupada, o mais novo se aproximou e se sentou ao lado da mulher, abraçando ela e fazendo com que a mesma note ele.
– Vou amar ter um irmão. – Seokjin falou passando sua mão pela a barriga lisa e pequena de sua mãe. – Me desculpa por ser rude...
– Eu entendo o seu estresse, bebê. – A mulher falou beijando a testa do filho e brincando com os fios rosados do mesmo. – Eu realmente entendo, nosso primeiro encontro tem que ser muito especial... por isso eu já liguei para o Kris, vamos me diga o nome dele.
– Omma! – Seokjin falou começando a rir e fazendo a mulher rir também. – Eu amo você, vou amar essa criança.
– A filho, eu não estou grávida. – A mulher falou e Seokjin se virou para ela surpreso. – Era gases.
Seokjin concordou com a cabeça e se levantou olhando novamente para a sua mãe.
– A senhora precisa de um tratamento psicológico.
– E você de uma chinelada nessa sua raba. – A mulher falou se curvando para pegar a chinela e fazendo Seokjin correr. – Vá tomar um banho, vamos almoçar fora.
– Sim, senhora. – Seokjin falou correndo até as escadas e indo até o seu quarto. Ao entrar nele se deparou com Taehyung olhando para uma foto sua quando era um bebê. – O que houve?
– Você também é meu filho? – Taehyung perguntou do nada e Seokjin entrou no quarto fechando a porta. – Eu te vi nascer, crescer e agora estou te ajudando a namorar com um babaca. Eu sou mais do que um padrinho, certo?
Seokjin se sentou ao lado do ser mágico e abraçou ele, beijando a testa do mesmo e vendo ele suspirar em uma espécie de alivio.
– Claro que sou seu filho. – Seokjin falou e Taehyung riu.
– Sou um pai preso em um corpo de um adolescente. – Taehyung falou rindo e fez Seokjin rir também. – Eu vivi por muitos séculos, acho que já chega para mim...
– O que vai fazer?
– Pedir a famosa aposentadoria.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.