História Many Different - Percabeth - Capítulo 37

— Feche os seus olhos.

— Fechei.

— O que você vê?

— Nada.

— Essa é minha vida sem você.

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— Digam suas últimas palavras

 E foi ouvindo o som do tiro ecoando por todo o hotel. Olhos arregalados e um gritinho assustado

— Não ouse chegar perto deles ou eu acerto dessa vez —

Contra todas as expectativas, Grover estava com uma arma apontada para a direção do homem de terno escuro. Com os corações querendo sair do peito o casal estava atordoado. Desde quando Grover estava na ilha? Aramado?

— Quem você acha que é garoto para me ameaçar? — Debochou o homem. Em seus anos de trabalho, nunca teve medo de morrer, não seria aquele garoto que o assustaria. Grover por outro lado estava calmo. Percy observou que ele segurava a arma com habilidade, como se ele o fizesse a tempos.

— Eu? — Buscou pelo cordão dentro da sua camisa — Agente particular Underwood, e você está preso. — Anunciou chegando mais perto.

 Do outro lado do gatilho o homem olhou para Ann e Percy, de um sorrisinho irônico e sussurrou sem voz “não foi dessa vez”. Os dois viram no momento em que o homem levou a língua para a parte de trás dos dentes e tirando de lá uma pílula da cor azul

— Nunca nos pegaram vivos — Rosnou mordendo o comprimido. O corpo do homem caiu. Os dois se encolheram. Ele havia se matado para não ser pego e interrogado.

— Vocês estão bem? — Percy pode identificar a voz do amigo se aproximando. O moreno apenas balançou a cabeça no automático. Estavam em choque.

 Desde quando Grover era um agente? Parecia até piada, nunca havia visto o amigo fazer exercício físico, nunca aguentou mais de uma corrida até a padaria mais próxima. Agora estava ele com o seu distintivo de agente particular. Era surreal como as pessoas poderiam nos surpreender, elas sempre nos surpreendem. Não importa o quando você as conheça. Elas vão te assustar algum dia.

 O agente estava receoso com o melhor amigo. Gostaria de contar que fora Poseidon a alguns anos atrás que o ajudou a realizar o sonho de ser agente. E gostaria de falar também que a amizade era real, nada havia mudado. Mas parte do seu trabalho, era sigiloso. Grover perdeu as contas de quantas vezes, sem saber, Percy já correra perigo. Aquele garoto parecia ser uma espécie de imã para encrencas. Ele não poderia sair de casa que alguém queria pega-lo. Claro que o amigo nunca soube disso, Grover foi treinado para manter o perigo longe. E assim tem o feito a anos.

 Foi meio inevitável ele ser enviado para a lua de mel. Afinal sendo segurando de Percy ele tinha que ir para onde o moreno fosse. Lembrado disso...

— Olha eu sei que é uma péssima hora para isso..., mas.... Não tinha outro lugar não? O hotel tem uma cama muito confortável. Tinha que ser na praia? — Indagou indignado pelo o que seus amigos o fizeram o passar. Além de ter que ficar cobrindo os olhos para não ver nada Grover teve que correr para pôr as pessoas para fora daquele lugar.

 Os dois começaram a sair do estado de choque, para então irem para o estado de vergonha.

— E-eu... v-você viu algo? — Percy poderia jurar que estava vermelho como um tomate.

— Tapei os olhos. Agora vocês devem sair daqui. Agora! — Lembrou. O hotel ainda sobre ataque, não seria agradável ficarem ali assim, expostos.

 Na delegacia da ilha os homens trabalhavam de um lado para o outro, nunca esteve em tal alvoroço. Nunca ouve um atentado antes, Ann se questionava se onde Percy fosse ele traria problemas, tipo agora.

 — Como assim um atentado?! — Poseidon gritou indignado pelo telefone. Percy suspirou

— Sim, pai, um a-t-e-n-t-a-d-o — Soletrou devagar — Mas Ann e eu estamos bem... Grover também

Silencio. Poseidon congelou, não era assim que o filho deveria saber que tinha um segurança pessoal, na verdade a anos, havia feito isso para o próprio bem do filho.

— Bom, fico feliz. Grover é ótimo no que faz e não saberia disser o quanto estou mais aliviado por saber que os três estão bem. Mas tenho uma má notícia — Murmurou a outra parte

— Tirando a parte que quase fui morto hoje o que tem mais?

— Bom... discutimos sobre isso com a agencia de segurança e decidimos para o bem de todos, vocês estarão em um avião hoje mesmo. Voltem para casa — E desligou deixando um Percy extremamente confuso, com raiva e atordoado. Não queria voltar para casa, não agora que as coisas com Annabeth estavam indo tão bem. Eles estavam se entendendo, e se ao chegarem em casa as coisas mudassem, se não passaram de amassos? Ele não poderia aguentar ficar sem sua sabidinha.

Ele tinha que admitir.

Era difícil.

Mas, depois de ver uma arma apontada para os dois, Percy constatou ali.

Não viveria sem ela.

— No que tanto pensa? — Ann perguntou se encostando nos seus braços

— Meu pai acabou de me ligar. Vamos voltar para casa amanhã — Murmurou contra os cabelos dela. Ann fez um som de negação se juntando mais ao moreno. Não queria deixar essa ilha mágica, sair da bolha que os cobria. Não queria encara o mundo real, o lugar onde seria mais trabalho do que carinhos na cama. Ou café na cama, ou sexo no mar. Riu pela última parte. Ela ouviu de Grover o que ele teve que fazer para que eles não fossem pegos, agradecia ao amigo que tinha.

— Eu não quero voltar — Falou com a voz abafada pela camisa de Percy. O garoto sorrio

— Nem eu. Mas é mais seguro. Eu não me perdoaria se algo acontece com você — Declarou beijando seus cabelos. Ann sorrio com a declaração.

— Nada vai acontecer conosco se estivermos juntos. O amor protege tudo, cabeça de alga.