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História Mãos - Parte - IX


Escrita por: johnatanandrade

Capítulo 49 - Parte - IX


Fanfic / Fanfiction Mãos - Parte - IX

- Sua maneira de agir seguia.. como posso falar.. outra vertente de como cuidar de uma família – Louis usou de eufemismo para poder desnortear a forma rude e grotesca de como seu pai tratava a família.

Chamlet se aproximou de lado do seu corpo. A travesti agora podia sentir, depois de muitos encontros, um pouco de como Jessie tinha sorte de ter um homem tão bem ornamentado como o que estava ao seu lado. Sentia que seu corpo estava mais agitado do que antes, da hora da discussão de que ela sairia do quarto. Ele a olhou, e meio que balançou a cabeça. Ela então apenas fez que sinal que estava ali para ajuda-lo. Para ouvi-lo. Para recompensa-lo.

- Ele trabalhava na Moe´s Beer. Um bar próximo aqui dessas redondezas. – ela então parecia entender melhor o porquê do local – Trabalhava como Barman, tinha sempre nos final de semanas gorjetas mais gordos quando os ¨cara do jogo iam¨. Ainda me lembra dele falando assim quando chegava em casa perto da meia-noite e eu ficava assistindo os Teletubbies. Meu senhor! Odiava o roxo. Lembrava-me dele. Ele às vezes assistia junto comigo e falava que era ele. – Chamlet riu disso, e Louis ao perceber riu também. Depois olhou para ela e com o tom mais casual continuou. Ela ficava mais atenta. – Bem! Com isso, ele continuou a trabalhar no bar até que as coisas começaram a ficar mais fora de controle. Com aquela vida que levava, ele continuava a beber. Semana a semana bebia cada vez mais. Uma vez, um amigo da minha mãe teve que ir busca-lo na delegacia – Chamlet ficava atônita – ele ao sair do bar não seguir direto a rua da nossa cassa. Passou na próxima e não sei por que ficou gritando para uma casa que parecia um pouco com a nossa ¨cadê minha mulher. Sai pra fora! – Louis com a testa franzida agora continuou a conversa olhando diretamente para Chamlet – A idosa saiu da casa e, bem, ele perguntou se era sua mulher e a idosa tentou alarma-lo que não era e iria chamar ajuda. Então ele agarrou a idosa pela sua costa e derrubou a mulher no chão. Vizinhos viram e chamaram a polici..

- E a idosa?

- Ela ficou bem semanas depois. Na verdade quebrou umas das costelas, mas se recuperou pelo que eu acho.

- É! Não sabemos bem mesmo julgar as pessoas. Quem te vê hoje jamais pensa que tenha passado por dificuldades! Continue, por favor – Louis percebeu que Chamlet estava muito receptiva de sua história. Olhou para a janela e viu o sol diminuir, percebia que a história tinha que ser contada.

- Ele bebia cada vez mais que as semanas passava até se tornar um alcoólatra indesejado. Minha mãe ficava com medo da situação. Era diarista e tinha algumas outras tarefas em horas vagas para trazer dinheiro para casa. Ela então percebeu que podia ocorrer a ela o que sempre ocorre nessas histórias, agressão. Eu tinha por volta de quinze anos e também não sabia bem o que seria isso. Que consequência isso traria para nós. Ela sempre foi muito aberta comigo, digo, para falar sobre os deveres diários, dela, do pai, como era para se comportar com tudo isso. Logo, ela pouco o chamava sua atenção, não o pedia mais para fazer as compras, para fazer as manutenções da casa, para estar comigo. Evitava ao máximo para falar com ele. E eu ficava em situação muito difusa, queria aquele velho pai, mas também queria que não acontecesse nada com minha mãe e que fingíssemos que a família continuasse a mesma. Que essas semanas de cada vez mais aumento nas dosagens de medo, escuridão e ressentimento fosse apenas um estágio de fase.

Chamlet continuava ali, e ele também. Parecia perder noção do espaço, do tempo e de que havia compromissos a serem tomado. Foi um dos poucos momentos que se esqueceu de sua mulher Jessie. Ou mesmo de suas crianças. Do trabalho que levava e da mordomia que conquistou para sua família.

- ele também pouco falava com minha mãe. Percebeu a situação e fazia o seu jogo de ser durão. Fazer o semblante de homem.

- Meerdaa! Babaca! Perdão, bebê! – colocou a mão na boca, mas gostou de ter feito Louis sorrir um pouco com tudo isso acontecendo.

- Houve então a semana especial. Ele chegou muito bebo em casa no sábado à noite. Ao ver sentado no sofá com a Tv aberta ia falar comigo até a mãe chegar e chamar sua atenção. Ela disse que não estava gostando da situação. Acho que foi o dia que mais tive medo em toda minha vida. Ela me mandou ir para quarto e antes de sair deu para ouvir a discussão dos dois. Quando cheguei ao quarto comecei a chorar. Não sabia se aquilo levaria a algo pior ou resolveria a situação. No dia seguinte continuou assim, ele vinha, chegava em casa, comia e saia para o trabalho. Sem falar com minha mãe no decorrer da próxima semana inteira. Acho que o pior não havia acontecido.

- Ele então não bateu na sua mãe e nem coisa pior.

- Acho que não! Provavelmente não, veria hematomas nela ou manchas se isso tivesse ocorrido. E bem, não vi nada.

- Que bom! Ao menos sua mãe não se machucou cm a merda desse cara. Continue!

- A mãe então começava a arquear mais despesas. O que ele ganhava gastava em bebidas e já não mais a ajudava em nada. Ao ver aquela situação eu percebi que precisava de uma resposta, tinha que fazer algo para ajudar minha mãe. Já vi ela chorando perto da pia por haver pouca comida no stock. Começava a me sentir entristecido e fraco por não fazer nada para mudar isso. E ele continuava ao estar lá, dormir lá, e fazer minha mãe sofrer cada vez mais. Então, bem. Não sei como falar!

- Calma! Pode ter calma! Você já me contou tudo isso e isso faz eu ter uma enorme responsabilidade. Chupa pau de velhos, mas guardo bem segredos, bebê.

- Conhecia umas pessoas de um lugar secreto. Coisa de escola. Era algo bem diferente. Eu comecei a então a ver eles e fiz minhas escolhas. Um me emprestou as primeiras coisas pra isso.

- O que isso quer dizer?

- Eu comecei a fazer isso por que era necessário para essas situações. Chamlet, eu... assim como você.. eu comecei a me prostituir. Ia para os pontos de encontro com as pessoas que me avisavam o que era o melhor e fazia o melhor possível. Transavam com velhos principalmente. E até mesmo usava perucas para satisfazer a merda de fetiches de outros.

Chamlet estava confusa e desnorteada. Parecia não acreditar no que ouvia. Mas tentou entender melhor antes de qualquer outra reação que pudesse ter com que aquele cara ali na sua frente, despindo sua alma, ao invés do pretencioso.

- Então você se prostitui para ajudar sua mãe! E seu pai, como você aguentava tudo isso. Na verdade não sei o que falar.

- Não precisa! Eu cheguei em casa algumas semanas depois e meu pai já estava lá. Mãe o expulsou de casa, e bem, ela não sabia disso. Uma vez me encontrei com ele anos atrás e falamos um pouco sobre a vida. Acima de tudo continuava a ser meu pai. Me prostitui por mais alguns anos até que encontrei um cara e me levou a vida corporativista. Tive sorte e bem aqui estou.

- Bem, fez o que devia! E sua mãe?

- Anos atrás morreu de uma parada. Tinha 83 anos.

- Minhas condolências!

- E é por isso que te chamo aqui. Estou te ajudando com a grana sem precisar tá mais fazendo isso com outros. Quero te ajudar e realizar a promessa de se sentir mais convicto que o ideal é viver o outro em si. Tento!

- Louis. Nunca conheci alguém tão simples quanto você! Obrigada então por isso.

Chamlet abraçou Louis que ainda tentava se recuperar do momento intenso que remeteu a viver novamente. Ele ainda conversou um pouco mais e avisou que nas próximas semanas não estaria em Boston. Viajaria a Nova York com a família a convite de Caroline e sua família que fizera para ficar uma semana na Big Apple. Ele perguntou se Chamlet ainda queria se reencontrar com ele mais vezes. Ela aceitou e enxergou que Louis era agora mais um amigo do que cliente. Até pediu lembranças quando voltasse de viagem a Nova York. Louis percebeu que já era quase 1 hora e tinha que voltar para casa. Deu um ultimo abraço em Chamlet. Ela saiu antes para fretar seu Uber. E ele tomou novamente um banho no condomínio. Deus duas voltas com a chave na trinca e saiu dali. 


Notas Finais


Espero que gostem e até à próxima parte!


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