História Mar de Lírios - O abalo de nárnia

Liliandil segurava forte a mão da rainha que estava recostada na cabeceira da cama e tinha a respiração ofegante, Lúcia hávia saido do quarto para pegar uma bacia de água mas logo retornou e junto trouxe alguns panos para compressa.

-Como ela está?-Perguntou a destemida colocando a bacia num criado mudo próximo a cama.
-Com muita dor.-Lili respondeu.
-Mel me ouça, eu preciso que confie em nós, vamos te ajudar mas fique calma.-Lúcia falava e Mel apenas concordava com a cabeça.

Lúcia subiu na cama de joelhos e ficou de frente para Mel separou ambas as pernas e subiu sua roupa até as coxas, a estrela apenas olhava, Mel apertou a mão de Liliandil e soltou mais um grito dolorido, um gemido alto que fez tudo tremer.

A rainha vermelha finalmente estava frente a frente com os inimigos, os reis a encaravam sérios, tomados de ódio, ela aproximou-se lentamente e parou a alguns metros deles com seus tigres ao lado.

-Eu disse que era melhor se renderem.-Disse com sua voz estridente.
-Para o seu bem rainha abandone nárnia e nos deixe em paz!-Axel tomou a frente e falou.
-Se não?-A malvada dama provocou e depois riu alto.-Olhem para vocês, estão em farrapos, ainda estão confiando que aquele leão idiota irá salvá-los?-Perguntou soltando uma gargalhada no final.
-Protegeremos nárnia contra a sua maldade, com ou sem a ajuda de Aslam.-Pedro retrucou.
-Verdade reizinho? pois eu lhes digo que o leão abandou vocês e aquele monstrinho jamais chegará a nascer!- Após dizer isso sentiram um tremor, a terra agitou-se novamente, a rainha mirou seus olhos para o castelo e trincou os dentes de ódio já sabendo qual o motivo do tremor, depois se recompôs e ordenou a seus tigres.-Matem todos.

Um dos enormes tigres saltaram sobre Edmundo que foi ao chão devido o peso da criatura, o justo segurou sua espada entre a boca a berta do animal o impedindo assim que o atacasse, mas não resistiria por muito tempo, o animal era forte.

Pedro também estava tentando se livrar de um dos felinos da rainha que apenas observava a cena, vendo Edmundo em apuros Cor tirou seu punhal da cintura e o segurou pelo cabo para logo depois mirar e acertar o tigre na cabeça, ele caiu para o lado com a arma cravada em sua carne, Ed mundo levantou-se, a rainha vermelha fitou Cor com fúria, Franco acabava de travar uma batalha com um violento guerreiro, teve certa dificuldade pois sua perna estava cortada e seu pulso direito hávia sido quebrado em meio a luta, mesmo assim ele conseguiu se livrar do inimigo, mirou seus olhos na rainha que estava a poucos metros dele, era a sua melhor chance e sem titubiar girou a espada na mão e correu na direção dela com a arma em punho, quando estava bem próximo e prestes a desferir o golpe que poria um fim aquela guerra  a mulher olhou para ele e rápidamente cravou seu tridente fundo no peito do antigo rei, ele paralizou com os olhos arregalados o sangue escorreu e pingou no chão, satisfeita a rainha deu um sorriso e puxou seu tridente  fazendo  o corpo do rei bater no solo sem vida.

-Franco!- Pedro gritou ao ver o amigo desfalecer bem diante de seus olhos.
-Aí está um homem estupido que arrisca a única vida que possui.-Debochou a rainha.- E outros mais estupidos ainda que continuam lutando por uma causa perdida.

-Calma Mel, respire.-Lúcia falava vendo a amiga segurar firme na cabeceira da cama, a garota estava encharcada de suor, os cabelos úmidos grudados a pele, e em seu rosto uma careta de dor, Liliandil pressionava o pano úmido sobre sua testa a fim de secar seu suor, Mel voltou a respirar ofegante por alguns segundos para novamente ser tomada por uma dor excruciante que a fazia curvar-se para frente e empurrar com força.

Mais uma vez o solo estremeceu, fissuras se abriram no solo do pátio principal, estava rachando devido os violentos abalos de terra, a rainha vermelha respirou fundo e apoiou-se em seu tridente, com a cabeça baixa, estava começando a se enfraquecer e isso a enchia de fúria.

-Mel faça mais um pouco de força.-Pedia Lúcia incentivando a amiga, Mel voltou a forçar, seu rosto estava vermelho e em sua testa hávia um pequena veia saltada, Liliandil voltou a molhar o pano e depois torcer, ela olhou para Lúcia que estava concentrada no que fazia, mais uma vez a dor a atingiu e ela gritou alto voltando a fazer o máximo de força que podia.

A batalha continuava se estendendo, e mais um tremor violento assolou o reino, os pilares de concreto que ficavam na entrada do castelo começaram a rachar e pedaços soltaram-se, o lugar estava começando a ruir, Cor acertou um chute forte no adversário que voou longe, Axel estava no chão, tinha ferimentos por toda pele exposta, sua espada estava a alguns metros de distância dele, ferido ele tentou arrastar-se até ela quando sua mão estava próxima a arma um pé pisou-lhe e começou a esmagar sua mão, o rei gritava devido a dor que sentia.

-Morra seu verme!-Dizia a o adversário que girava o pé esmagando sem piedade a mão do rei arquelandês.

Aracelly colocava-se de pé, com sangue escorrendo pelo canto de sua boca, a garota também estava ferida, mas não se dava por vencida, com a irmã acontecia o mesmo, um soldado segurou Aravis pelos longos cabelos e bateu com o rosto dela contra a  parede duas vezes  depois a jogou longe.

-Desgraçado!-Pedro gritou e empunhando sua espada lendária cortou a garganta do inimigo que caiu de joelhos, o loiro correu até a amada que estava jogada e a segurou nos braços.-Aravis você está bem?- A moça tinha o rosto coberto de sangue e os olhos inchados, com muita dificuldade os abriu e fitou o rosto também ferido de Pedro, depois esboçou algo semelhante a um sorriso.

Mel respirava ofegante após ter feito mais força, depois agarrou forte o lençou e voltou a forçar, jamais na vida sentiu tanta dor, Lúcia e Liliandil a incentivavam mas ela não ouvia nada, estava completamente alheia a tudo a sua volta, só queria que sua filha nascesse e que aquilo se acabasse logo.

Aracelly acomodou mais uma flecha em seu arco e atirou acertando o homem que torturava o rei Axel, ela correu até ele eu ajudou a ficar de pé.

-Majestade, o senhor está bem?
-Sim querida, obrigado.

Háviam corpos jogados por toda parte, de soldados narnianos e de soldados da rainha vermelha, mais um abalo de terra, e uma das pilastras principais se partiu ao meio e desabou sobre o solo.

-Oquê está havendo?-Perguntou Cor avistando o castelo se despedaçar.
-Não sei.-Respondeu Edmundo.

Mel continuava gritando e depois parou respirando ofegante, o tremor  cessou junto ao seu grito, ela deixou-se cair sobre a cama enquanto tentava normalizar a respiração.

-Falta pouco agora Mel, eu jà estou vendo a cabeça dela.-Lúcia sorriu e Mel voltou a fazer mais força.
-Anda Mel, coragem!-Liliandil apertava  a mão da garota.

Ela empurrava o máximo que podia, enquanto sentia o chão voltar a tremer, Lúcia segurava firme os joelhos da amiga numa forma de apoio.
Enquanto isso a rainha vermelha estava enfaquecendo cada vez mais , tinha que acabar com aquela criança de uma vez.

-Vamos Mel!- Mais um grito alto e um choro agudo preencheu o ambiente, Lúcia embrulhou o bêbê num pano branco e olhou para a amiga que estava quase desfalecendo.- Nasceu.

A rainha vermelha se mantinha de pé com dificuldade, ouvia o som dos metais se chocando, e levantou os olhos vendo Pedro a encarando, ela respirou fundo e o rei magnifico partiu para cima dela, mas uma vez ela iria desferiri um golpe mortal com seu tridente quando uma voz se fez presente.

-Acabou rainha.- A mulher paralisou e virou-se lentamente a sua frente estava Aslam com toda sua imponência diante dela.