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História Marcas da Solidão - ShinoKiba - Convite irrecusável


Escrita por: kalinebogard

Notas do Autor


Gente, tem algo errado com esse mês.
Tá passando mais depressa do que deveria '-'

Capítulo 21 - Convite irrecusável


Fanfic / Fanfiction Marcas da Solidão - ShinoKiba - Convite irrecusável

— Não se precipitem — A ordem de Shino foi dada para todos os Betas, inclusive os que seguiam a viagem camuflados. Terminou olhando para Kiba — Tenha cuidado e fique perto de mim. Sinto que é um Alpha. E vem com... seis Betas.

Talvez fossem viajantes deixando Sunagakure rumo outro país. Talvez não.

Aquela altura, precisavam estar preparados para tudo.

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Os cavalos seguiram a trote. Shino sentiu seus Beta se posicionando de modo a fechar um cerco em derredor. Manobra defensiva que Ino também intuiu, não por poder senti-los, mas porque os treinou até que dominassem a técnica.

Pouco tempo depois viram um pequeno grupo parado, como se aguardassem sua chegada. Estavam longe demais para ver detalhes, mas só podia ser o grupo que Shino captou. Não faziam questão nenhum de ocultar a presença. Talvez um bom sinal.

Shino e Ino trocaram um olhar de mútuo entendimento. Qualquer descuido era perigoso. Não estavam em uma simples viagem turística, ainda que não houvesse provas de algo errado. Tão somente indícios que causaram desconfianças instintivas.

Prosseguiram até que o pequeno grupo se tornou divisível. O que vinha a frente, Alpha e líder, usava pesadas roupas escuras típicas de Sunagakure. O rosto de traços fortes estava pintado com linhas arroxeadas.

— Kankuro — Ino sussurrou para Shino, reconhecendo o outro shifter — Irmão de Gaara, o Kazekage.

Shino franziu as sobrancelhas de leve, sem entender porque seriam recepcionados por alguém tão importante. De qualquer forma, a proximidade do segundo Alpha o incomodou e incomodou seus insetos. Resistiu a tentação de enviar alguns para sondar o terreno. Conseguir infiltrar os bichinhos em outro Alpha não era tão fácil quanto colocá-los para vigiar um Ômega. E tal atitude era considerada mais do que ofensiva.

Apenas se conformou em terminar de percorrer o curto caminho que os separava da comitiva e parar a poucos metros de distância dos shifters vindos de Suna.

— Yo — o Alpha de nome Kankuro adiantou-se e os cumprimentou com um gesto de cortesia — Sou Kankuro, venho em nome do Kazekage dar boas-vindas à sua caravana e ao Ômega que acompanham.

A revelação não foi o que esperavam ouvir. Kiba tinha feito a viagem toda com a proteção do cordão, para evitar que descobrissem sobre sua essência. Não pretendiam mostrar  isso a menos que fosse estritamente necessário. E acabaram descobertos antes mesmo de entrar na Vila da Areia!

Kankuro leu a surpresa na face de Kiba, a quem analisava com interesse e o único dos viajantes que não conseguiu disfarçar a reação. Sorriu.

— Não, não podemos sentir sua presença — foi explicando — Mas vocês atravessaram o deserto. E não se esconde nada desses grãos de areia.

Sim, Suna tinha a defesa perfeita. Por mais que tentassem esconder, traficar ou realizar alguma atividade secreta, no instante em que pisavam no solo do deserto, Sabaku no Gaara ficava sabendo. Não que ele se envolvesse com todo e qualquer tipo de segredo que atravessasse o território de Suna, todavia, um Ômega vindo direto para a vila não era para ser ignorado.

— Entendo — Shino aquiesceu — Precisamos de alguma autorização especial para entrar em Sunagakure? — sabia que não havia esse procedimento, mas perguntou para sondar a situação.

Kankuro riu descontraído.

— Claro que não. Ômegas são mais do que bem-vindos. Meu irmão pediu que os recepcionasse e os levasse para o prédio do Conselho, podem declinar do convite. Não se sintam obrigados a nada. Mas ele gostaria de saber mais sobre a história de vocês e o motivo de nos visitarem em condições tão especificas.

E por “condições específicas” se referia ao fato de ocultarem a presença de Kiba.

Shino considerou as opções por segundos. Eram livres para recusar, frase que não enganou. Quem, em sã consciência, deixaria de atender um pedido do próprio Kazekage?

— Agradeço o convite.  Vou aceitá-lo — se pensasse bem, talvez aquilo se mostrasse providencial. Quem conhecia melhor a Vila do que o homem que a governava?

Kankuro pareceu satisfeito. Fez um gesto para os Betas, que partiram na frente. Ele aguardou que Shino colocasse o cavalo em movimento e emparelhasse consigo, Alpha andando ao lado de Alpha. Kiba animou  o alazão e cercou Shino pelo outro lado. Ino ficou alguns metros atrás, com uma visão privilegiada de tudo o que acontecia.

— Fizeram boa viagem? — Kankuro deu inicio a conversa descompromissada.

— Sim. Foi agradável — Shino respondeu sucinto.

Kiba sentiu a língua pinicar. Mordeu de leve, na intenção de se controlar. Todavia, era Kiba. Ele já teve que se controlar demais, a vida toda! Agora estava mais do que provado que existia mesmo outro lado da moeda, que havia chance de um Ômega ser livre, feliz e aceito. Sem a necessidade de oprimir a própria personalidade em prol da sobrevivência.

A pergunta de Kankuro soou descontraída e interessada. E Kiba experimentou tantas maravilhas que sequer imaginava! Foi demais pra ele, que desistiu de se controlar. Quando se deu conta, respondia no auge da empolgação:

— Foi incrível! Encontramos um oásis no meio dessa areia toda! Não fazia ideia que existia tanta areia assim no mundo. Mas a melhor parte foram os figos em conserva — e emendou numa narrativa empolgada sobre a aventura, aliviando o clima um tanto pesado e surpreendendo Kankuro.

Depois disso a voz vibrante, distribuindo animação contagiante foi a trilha sonora que os acompanhou até chegarem a Sunagakure.

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 A visão daquela vila foi tão imponente, que conseguiu calar as percepções de Inuzuka Kiba a respeito da viagem. Mesmo Ino, que esteve ali recentemente, ficou um tanto sem folego.

Falavam de altas paredes de areia, um monumento natural inigualável, enterrado no seio das areias, envolvendo a cidade como braços indestrutíveis. A defesa de Sunagakure era impenetrável em níveis astronômicos.

— Caralho — foi tudo o que Kiba disse, enquanto se aproximavam dos muros. Algo que só podia ter sido feito pelos gigantes das lendas — Coisas assim faz a gente parecer tão pequeno...

A frase divertiu os outros. No fim das contas, em escalas shifter, o Ômega era pequeno. Mas em outras, onde importava de verdade, Shino sabia que ele era muito maior do que aqueles muros.

— Sejam bem vindos a Sunagakure — Kankuro fez um gesto amplo com a mão — Vou levá-los à presença do Kazekage, onde poderão descansar antes de conhecer nossa vila e realizarem os objetivos da viagem.

O primeiro contato com a povoação foi uma loucura. Havia muita gente. Muita, muita, muita gente. Ino explicou que Sunagakure recebia um número exorbitante de shifters que atravessavam o deserto, por sua localização privilegiada. Quem ia de uma ponta a outra do mapa, precisava passar por ali para se reabastecer. Isso fortalecia seu comércio e gerava uma diversidade sem precedentes. Antes, era conhecida por ser uma terra sem leis, que atraia bandidos e saqueadores, de olhos nas caravanas que transportavam riquezas.

Porém o novo Kazekage era famoso por sua mão pesada na hora de punir criminosos. A postura rígida limpou a vila do crime. A paz estabeleceu-se em definitivo e Suna virou um ótimo lugar para quem gostava de movimento, de muitas pessoas e cultura exótica.

Kiba não sabia para onde olhar. Havia casas construídas tão perto umas das outras, que pareciam grudadas! E a passagem principal era circulada por um tipo de feira, com barracas de ambos os lados. Betas vendiam produtos excêntricos e exuberantes, roupas, acessórios. Os cheiros se combinavam: perfumes, iguarias, comida! Uma verdadeira loucura.

— Caralho... — só repediu, os olhos indo de um ponto a outro, tranquilo, pois apesar da balburdia em que se viu envolvido, a presença marcante do Alpha ao seu lado era um porto dando segurança. Podia aproveitar cada segundo do que experimentava, justamente por ter Shino ali — Depois podemos visitar a feira com mais calma?

— Sim, o que você quiser — Shino consentiu.

Seu maior medo era esse: a multidão de shifters desconhecidos. Uma confusão de cores, vozes, sons... algo que nunca gostou na vida. E a que se desacostumou, vivendo na solidão de seu feudo. Temeu que ao entrar naquela Vila não conseguisse lidar com a confusão.

E descobriu que não precisava ter receio. A presença de Kiba era uma espécie de ancora que prendia seus sentidos em um lugar seguro. Não simplesmente a essência Ômega, que não captava graças ao cordão de proteção.

Mas a presença de Kiba por si só. Seu sorriso animado, o rosto queimado de sol, que mal escondia a curiosidade jovial. O cheiro da pele, inconfundível. Tudo nele se sobrepunha ao tumulto.  Justamente por isso, respondeu com tanta certeza. Tendo o companheiro junto a si, poderia retornar ali quantas vezes fosse necessário, para preservar a felicidade que captava emanando do Ômega. Alguém com sede de conhecer tudo o que o mundo podia oferecer, que tentava tirar o atraso depois de anos preso em um distrito no qual mal tinha acesso ao mais básico para sobreviver.

O pensamento lembrou Shino do motivo de estarem ali.

Prioridades.

Talvez esse convite do Kazekage fosse realmente providencial. Ganhariam mais tempo obtendo informações direto com ele do que indo a campo.

E foi nesse momento que o prédio alto do Conselho de Suna se descortinou na distância, revelando-se soberano às demais construções. E foi quando a animação contagiante de Kiba amainou um bocado, tornando-se certo receio e preocupação. A sobriedade do Conselho o jogou na realidade, não estava ali pra brincar e se divertir.

Estava ali numa viagem importante em que apostava tudo o que dizia respeito a si mesmo, a própria identidade.

Em Suna, poderia confirmar o que acreditava ser parte do seu passado, ser parte de sua história. Ou, na pior hipótese, poderia perder tudo. Inclusive aquele que acreditava ser seu nome.


Notas Finais


Tão pensando que Suna é bagunça? Não é não, rapá. Vamos por os pingos nos is e... hohohohoho... o que mais?

Nem conto.


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