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História Marcas desse nosso amor! (Hoseok) - Tudo parecia se encaixar...


Escrita por: eisenhorita

Notas do Autor


Alguém acordado ai? haha
Bom, aqui está o final prometido. Espero que gostem.
boa leitura!

Capítulo 3 - Tudo parecia se encaixar...


Fanfic / Fanfiction Marcas desse nosso amor! (Hoseok) - Tudo parecia se encaixar...

Enfraqueci entre seus braços e ofeguei conforme seus lábios moldavam-se aos meus, não me dando chance de pensar ou recuar frente às suas investidas, sentindo no gosto do nosso beijo o seu sabor misturado a saudade e ao desejo. Mesmo após tantos anos, ele ainda mexia comigo e me desestabilizava, nublando minha mente e queimando meu corpo com seu toque delicado e preciso.

Uma sequência interminável de beijos se concretizou entre nós dois, comigo agarrada a sua nuca, enquanto suas mãos tratavam de tirar minha camisa do lugar, tocando-me diretamente na cintura, pressionando meu corpo contra o seu.

Era doce a ilusão de que, entre os beijos, eu teria tempo de recobrar minha consciência moral daquilo tudo; pois, logo sua boca encaminhou-se pelo meu pescoço e eu gemi em resposta aos seus carinhos despudorados, sentindo-me ainda mais em suas mãos, já que as minhas próprias não mais o empurram, mas o puxavam contra mim, deslizando por seus braços.

Hoseok logo se livrou do blazer e desabotoou os primeiros botões de sua camisa, enquanto me distraia com mais beijos e mordidas na região sensível do meu pescoço.

— Eu senti tanto a sua falta... — sussurrou rente ao meu ouvido e me puxou contra si, brincando com os botões da minha camisa, deixando-me cada vez mais exposta, enquanto sua boca voltava a se juntar com a minha em mais alguns beijos tão bem encaixados.

Eu me sentia fraca e cativa de seus toques, mesclando as sensações daquele momento com as anteriores, e analisando sensivelmente como ele parecia diferente, ainda que fosse o mesmo. Até mesmo o jeito de me tocar tinha mudado um pouco, era mais firme, mas ao mesmo tempo, parecia controlado, perto de tudo o que já vivemos. Eu sabia bem como Hoseok poderia ser impulsivo e despreocupado com contextos.

Seus toques em minha pele me faziam queimar e esquecer que aquilo era uma loucura, e por demais, inadequado. Mal percebi quando ele ousou despir-me da saia, mas lembro-me vagamente de ter tentado impedir, mas sua boca me impediu, exigindo outro beijo, mais intenso ainda, enquanto eu voltava a sentir seu corpo contra o meu.

A forma firme como passou a segurar minha coxa, deixou-me ainda mais rendida ao seu corpo pressionando o meu, enquanto minhas mãos desvendavam cada parte do seu peitoral recém-descoberto, tocando cada músculo por mim desconhecido e ofegando conforme minha língua era chupada e minha coxa se encaixava em si, encostando sutilmente meu quadril ao seu.

— Seok... — suspirei fraca, conforme minha saia subia com o trajeto de sua destra.

E aquilo apenas o chamou a atenção, fazendo-o parar tudo e me olhar absorto, com as pupilas dilatadas, cabelo bagunçado e lábios vermelhos pelo recente beijo. Eu sabia que tinha que falar algo, que aquele era mais uma oportunidade de tentar evitar o que aconteceria. E eu até tentei falar algo, mas nada saiu, e dessa omissão veio mais uma série de beijos, que desceram meu corpo, rumando ao sul, entre minhas pernas, dominando-me com maestria, enquanto tudo o que me era compreensível fazer no momento era agarrar-me a si e afundar entre todas aquelas sensações prazerosas e nostálgicas.

Não foi com calma, e muito menos delicado. Não foi como a nossa última vez, e mesmo assim foi tão intenso quanto. Hoseok parecia disposto a me manter ali consigo a cada segundo em que nossos corpos colidiam, conforme sua boca e suas mãos corriam soltas por todo o meu corpo, apertando, marcando e mordendo por onde passavam.

Eu ouvi por diversas vezes o meu nome sair entre ruídos desconexos de sua boca, lançando-me em um vale de lembranças tão especiais — quanto dolorosas —, provocando-me e tirando de mim qualquer resistência anterior, restando apenas um corpo cansado em busca de alívio, um coração machucado e a voz manhosa após gemidos involuntários.

Mais uma vez eu tive a prova ao vivo de como nos completávamos na cama ou em qualquer lugar; a mesma, que me fez entrar naquele caso desastroso e desistir de tudo anos atrás.

E do ponto final de toda aquela bagunça naquela sala, eu tentava observar nossos cacos espalhados mais uma vez.

 

— Isso... — respirei fundo, e terminei de ajeitar minha camisa — Não devia ter acontecido. — finalizei firme, sem lhe dirigir o olhar.

— Pode falar o que quiser, mas eu sei que sentiu falta.

— Para! — olhei para ele, que estava vestido apenas com a calça social, exibindo seu tronco nu e um sorrisinho cafajeste nos lábios — Não é assim que as coisas são! Mas que droga! — me desesperei por seu tom cínico, enquanto eu me sentia a pior pessoa do mundo.

Como se não bastasse eu fugir de um erro, grávida, seis anos atrás, eu ainda tinha que voltar a cometer tal erro logo no nosso reencontro? Nada tinha valido a pena, então?

Como pude deixar as coisas tomarem aquela direção, novamente?

— Ellie. — suspirou e se aproximou de mim, puxando-me pela cintura contra si, fazendo com que eu me esquivasse e corresse alguns passos para longe dele.

— Sem essa! Fique longe. — pedi desesperada.

— Não precisa agir assim... — insistiu.

— Não! Você não me toca! — ergui o dedo para pará-lo, e ele pareceu respeitar minha sentença, mesmo com o maxilar trincado e o olhar sério sob mim.

Consegui me arrumar o mais rápido possível, enquanto Hoseok se vestia sem pressa alguma, mais atento a mim do que qualquer peça de roupa sua.

— Não pense que vai fazer como seis anos atrás! — seu tom rouco e o aperto em meu punho me fizeram estancar no local e o olhar sem saída.

— Você não entende...

— Não mesmo. E não vou deixar que saia assim.

— Hoseok, por Deus! Isso era para ser uma reunião de negócios. Olha só o que você... O que a gente fez! — soltei exasperada, quase chorosa.

Ele parecia tão confortável com tudo aquilo, que me doía ainda mais pensar que só eu tinha consciência do quão errado aquilo era.

— Nós fizemos. — reafirmou, aproveitando que ainda me segurava pelo braço, para me aproximar de si — Não é como se fossemos estranhos, que pudessem sentar nessa mesa e discutir sobre negócios, quando temos seis anos entre nós, Ellie. — a censura era clara, ele estava irritado ainda.

— Sinto muito, mas esse negócio é importante para mim, e se você não sabe ser profissional, mande seu sócio, pois é com ele que tratarei a partir de agora. — soltei-me de si, tomando dois passos de distância.

— Ellie! — ele elevou a voz e me olhou incrédulo — Não faz assim...

— Para! Você não entende? Desde seis anos atrás, não ficou claro para você? — a compostura tinha desaparecido no momento em que Hoseok resolveu colocar as mãos em mim novamente, assim como nossa paciência — Que isso... — apontei para onde tudo aconteceu naquela sala, deixando bem claro ao que me referia — não vai acontece? Que a sua amante não quis mais ser sua amante? Que eu não quero mais isso! Não? — respirei fundo quando finalmente soltei tudo o que precisava, ou quase tudo.

— Ellie, você não podia ter ido embora assim. Que porra tava pensando, hum? Eu sou algum idiota, por acaso? — ele ficou tão irritado, que quando ameaçou dar dois passos em minha direção, eu me afastei de prontidão, o fazendo parar no lugar e respirar fundo, logo me encarando novamente — Eu fiquei feito um louco te procurando!

— Pois não devia! Você tem uma mulher, Hoseok! Cuide dela! Para com isso... O que fomos é passado!

— Não é! — gritou mais alto, assustando-me — Nunca foi. Como pode me tratar assim? Tratar a gente, assim... — conforme o seu tom ia amenizando, eu ia recuperando minha respiração normal — Sabe que foi mais do que um caso.

— Eu não quero saber! — neguei com a cabeça, querendo evitar falar qualquer coisa que fosse.

Estava tudo muito revirado, e poderia acabar ficando ainda pior.

— Sabe que perdemos o controle... E mesmo assim fugiu! — mais um grito de sua parte. Fechei meus olhos, chorando, sendo inundada por todos os sentimentos desesperadores que rondavam nosso caso, tudo o que reprimi por anos, em nome do amor pelo meu filho — Me tratou como um nada. — agora sua voz era só um sussurro — Por quê? Hm? Por quê? Se eu sei que sentia o mesmo por mim? Estávamos juntos...

— Não. Não... Não confunda! — engoli o choro e o olhei desesperada — Você era muito bem comprometido. Não estávamos juntos, coisa alguma!

— Eu sempre estive mais com você do que com ela.

— Porque é um safado traidor! — ele não pareceu abater-se com o que joguei em sua cara.

— É, eu fui mesmo. Mas não fiz nada sozinho... — aquilo sempre seria o meu peso maior — E não me envolvi sozinho também. — não sabendo negar o que era tão óbvio naquilo tudo, limpei as lágrimas que restavam e tentei me recompor antes que ele falasse algo mais que me fizesse creditar mais arrependimentos a nós dois. E após alguns segundos em silêncio, ele mesmo assim continuou — Não houve outra. Não quando tudo se resumiu a você. Eu agi errado com ela, eu sei. E depois que nos casamos, ela descobriu tudo, — o olhei assustada, sentindo meu coração vacilar em seus batimentos e meu corpo todo tremer — e eu tive a chance de me desculpar oficialmente, não que tenha resolvido algo, ou arrumado a nossa bagunça, mas...

— Como? — eu ainda estava surpresa demais, para prestar atenção a todos os detalhes. Eu estava confusa, e ele pareceu ler isso em meu rosto, quando me respondeu o que eu queria.

— Ela descobriu mensagens antigas, a lingerie...

Droga! Por que caralhos ele se ferraria a ponto de levar algo meu com ele?

Imprudente! Desgraçado!

 — Você... — minha boca se abria, mas eu não conseguia formular nada do que se passava na minha cabeça.

— Ela só descobriu porque não estávamos bem. Eu não consegui ficar com ela. Achei que conseguiria, mas não... — eu já não mais o olhava nos olhos, era demais para mim, eu apenas ouvia a tudo, tentando assimilar a sequência — Ela foi atrás, encontrou algumas coisas e me confrontou. — finalizou engolindo em seco, e só então olhei para seus olhos negros.

Eu me coloquei na posição dela e amarguei a dor que ela pudesse ter sentido.

— Ela não sabe que é você... Mas sabe de você. — fechei meus olhos e levei as mãos aos meus cabelos, bagunçando-os. Quando foi que tudo ficou tão fora do lugar assim? — Não foi planejado, mas foi melhor assim... — ele deu um passo encurtando nossa distância, mas não se atreveu a vir além disso — Ela conheceu alguém legal, está bem... Não me perdoou, mas não me odeia mais. Aconteceu desse jeito.

— Não... Olha, eu sinto muito pelo relacionamento. — o quão hipócrita aquilo poderia soar? Mas não era. — Sinto mesmo, mais do que gostaria... — engoli em seco e desviei meu olhar do seu — Sinto por ela ter passado por tudo isso. Por nós termos passado por tudo isso. Não era para ser assim...

— Ellie, aconteceu como tinha que acontecer. Não me arrependo de ter me envolvido com você. — lá ia ele começar de novo.

— Mas eu sim. — o cortei, antes que ele ousasse algo. Doeu ver a expressão dele, mas eu não podia evitar — Eu me arrependo todos os dias de como bagunçamos nossas vidas! — ele nada disse, o que deixou um silêncio constrangedor entre nós dois.

— Não tem como me arrepender... — murmurou em respostas, quando dei meu primeiro passo rumo à saída.

— Pois devia. — foi a última coisa que tive força para dizer ao larga-lo naquela sala e sair o mais rápido possível daquele edifício.

Cheguei em casa transtornada, e por mais que eu tentasse disfarçar, não conseguiria, então Jin distraiu nosso pequeno e foi ficar comigo assim que pode, e eu contei tudo chorando.

 

Nos dias que se seguiram, Hoseok continuou tentando falar comigo pelo celular, mas viu que eu não o atenderia.

Na semana seguinte, TaeHyung me ligou, e ai sim eu tive coragem pra atender.

 

—Hey, sócia.

— Ah, oi. — eu estava sem jeito, não sabia como lidar com aquilo a partir dali.

— Desculpa? — seu tom de voz mudou de social, para algo mais baixo, quase que preocupado, e eu não entendi bem o motivo, até ele continuar — Meu sócio me contou que vocês já se conheciam, e que não foi uma reunião muito agradável. Então eu queria me desculpar por deixar vocês nessas condições. Mas, se pudermos remarcar, prometo que estarei presente. E só eu, se assim você preferir...

— Oh... Claro, por favor.

— Ótimo. Está livre amanhã ás dez da manhã?

— Sim, estou, senhor Kim.

 

Tratamos um pouco mais por telefone e eu o agradeci de coração por ter intercedido, mesmo não sabendo de fato onde estava se metendo. Foi graças a ele que conseguimos fechar o negócio no dia marcado, e marcamos mais reuniões com a presença online do meu chefe direto.

Hoseok durante esse tempo não tentou nenhum contato, o que foi um alívio, pois consegui me ater aos detalhes da negociação e aliança.

Já SeokJin, falava comigo quase todos os dias, tentando convencer-me a não desistir do meu plano inicial de revelar a paternidade de YoSeob. Mas como eu faria isso depois do que aconteceu?

— Jin, não dá. Não podemos deixar assim? — fiz manha, jogando-me em seu colo, enquanto ele estava sentado na minha cama, me esperando arrumar o quarto — YoSeob já tem um pai.

— Lisonjeiro, mas não basta, amor. Você sabe. Hoseok tem o direito de saber. Eu gostaria de saber se tivesse um filho meu por ai. — abraçou-me pela cintura e me olhou sério — Eu amo vocês, mas não é justo deixar ele fora da vida de YoSeob.

— Tenho medo, Jin. Não sei lidar com ele. Pensei que saberia, mas não dá. Ele não pensa ou ouve nada.

— Talvez porque ele tenha ficado sem vocês por seis anos, e tenha muito o que falar... Dê mais uma chance, hum? — neguei com a cabeça, contrariada — Por YoSeob.

— Não jogue sujo comigo!

— É o seu filho. — riu descarado — Nosso filho. — corrigiu em um murmúrio, ficando corado.

— Céus! Como eu te amo! — enchi seu rosto de beijinhos, mas logo fui colocada de lado por um Jin sem jeito e teatralmente agitado, afirmando que ainda era um homem e não uma boneca, antes de sair do quarto e me deixar risonha por breves segundos, antes de realmente passar a pensar em seus conselhos repetitivos.

 

[...]

E foi o que decidi fazer quando chamei Jung para uma conversa em um parque. A princípio, ele reclamou do lugar, mas não pareceu irritado ao que já estávamos lá.

— Achei que fosse bom me afastar enquanto você fechava negócio com o Tae.

— Oh, sim. Obrigada por isso... — encarei minhas mãos e senti seus olhos sob mim.

— Pensei que fosse me evitar por mais tempo.

— Eu também. — murmurei, tomando coragem para fazer o que Jin tinha dito.

Talvez, se eu arrancasse o band-aid de uma vez, doesse menos...

— O que te fez mudar de ideia? — o olhei, sabendo que aquela era a minha hora.

— Sabe, Hoseok, — ajeitei-me melhor no banco no qual estávamos sentados, avistando antes, ao longe, na balança, Jin e YoSeob brincando despreocupadamente — Há seis anos, já tinha passado da hora de pararmos.

— Ellie, de novo isso?

— É sério. Você ia se casar. Não podíamos... E eu sou tão, ou mais, culpada do que você. Porque eu aceitei brincar daquele jeito, com aquelas condições. Eu era uma estúpida. Não pensamos nos outros, Hoseok, entende?

— Não pensamos. — murmurou mais conformado com o argumento — Mas estamos juntos nessa, e você não pode me deixar sozinho por seis anos e achar que tudo bem.

— Eu não acho que tudo bem... — não estava mesmo, e ficaria ainda menos, dependendo da reação dele.

— Por que desapareceu daquele jeito? Podia ter falado comigo! — então eu me lembrei da nossa última conversa antes de eu mudar de cidade, e uma sensação ruim perpassou meu corpo, me relembrando o quão difícil foi trata-lo daquele jeito.

— Você não entenderia... Provavelmente me ganharia na conversa, Hoseok, sabe que é verdade!

— Eu tentaria. Mas isso não te dá o direito de me deixar daquele jeito.

— Hoseok, Não é como se eu tivesse te usado!

— Mas foi como me senti, porra. — soltou irritadiço, provavelmente relembrando como reagi a sua tentativa de me fazer fica seis anos atrás.

— Para... Olha, é sobre isso que eu preciso falar hoje, antes que eu perca a coragem.

— Vai me explicar por quê? — ele insistia nisso.

— O motivo você sempre soube, era o fim que merecemos e precisávamos. Você não faria, então eu tive que tomar a iniciativa por você.

— O que não adiantou muito, não é? Já que isso, nem de longe, sustentou meu casamento fracassado desde o namoro. — eu sabia que seu sarcasmo era só para tentar me atingir — Se você tivesse ficado, sim, ai podia ter sido diferente...

— Diferente como, hum? Eu não aguentaria, Hoseok. Não seja insensível.

— Não fale como se ficarmos juntos fosse uma tortura... — resmungou frustrado, não querendo me entender.

— Para de falar de nós dois! — pedi, já cansada.

— Mas é isso o que importa aqui, Ellie. Porque éramos nós dois, até você me deixar naquele quarto de hotel, sem mais, nem menos, sumindo no dia seguinte para aparecer só agora, seis anos depois!

— Eu fui embora porque era o certo a se fazer, mas eu só decidi ir naquela noite, porque eu precisava mesmo. Não só por mim, ou pensando em você e no seu casamento, Hoseok. Mas porque tinha outra pessoa que precisava de mim. — nesse momento ele me olhou curioso, e percebi que ficou até um pouco tenso também.

— Você tinha alguém? — não tinha censura ou raiva, ele parecia até impactado com o que ele próprio falava.

— Não, Hoseok. A questão não é essa. De certa forma, eu tinha sim alguém. — analisei seu rosto se contrair sutilmente e ele suspirar — Eu estava grávida.

Tudo o que nos restou foi o silêncio, e eu não me atrevi a quebra-lo, enquanto Jung continuava me olhando fixamente, bem assustado.

— Gr-grávida? — revidou em um murmúrio, ao qual eu apenas assenti — Grávida? — assenti novamente.

— É, eu descobri que estava grávida. E, sinceramente, não podia continuar sustentando o que tínhamos com uma criança. Não seria justo, com ninguém, muito menos com ela.

— Por que não me falou? — sua feição se fechou novamente, e se tornou impassível de analise, o que não me deixou nada mais calma.

— Não achei que fosse o certo.

— Não achou?

— Hoseok! Sei que errei, mas naquele momento era o que julguei certo fazer. O que queria? Que eu tivesse tido, ficado presa a você e um quarto de motel, para que você sustentasse YoSeob como segunda família e mentisse pelo resto da sua vida? Por que era o que você estava disposto a fazer! — segurei as lágrimas que queria sair depois de reviver aquele tempo de tantas dúvidas e complicações — Ou pior, quem me garantiria que você assumiria?

— Talvez eu estivesse disposto mesmo, mentir minha vida inteira e ficar com você. Ainda assim, isso não te dá o direito de escolher por mim! E não assumiria? — elevou a voz, por um breve instante, indignado comigo — Mas é claro que eu assumiria! E outra, você me viu perguntando se essa criança não era minha, hoje mesmo, seis anos depois? Não! Porque não existe outra possibilidade para mim, que não seja essa. — chorei em aberto, mas ele não suavizou sua reação para mim, pelo contrário, continuou a me olhar — Onde ela está?

— O quê?

— A criança.

— É ele... — respirei fundo, limpei minhas lágrimas com a manga da blusa e olhei para onde YoSeob estava com Jin.

— YoSeob... — o olhei surpresa por ele saber o nome, mas ele logo desmistificou o ocorrido — Você disse “YoSeob” agora a pouco. — então eu me lembrei de que, no calor do momento, deixei escapar o nome dele.

— Ah...

— Quem é aquele com ele?

— Jin.

Não houve resposta, ficamos apenas observando como o menininho se divertia ao risos com o maior, por longos minutos, até que Hoseok se levantou, ainda tenso, não mais me olhando nos olhos.

— Eu já vou. É demais por hoje... — levantei-me, prestes a impedi-lo, para pelo menos saber o que faríamos, se ele não queria se aproximar de YoSeob ali no parque... Mas ele não deixou que eu falasse um “A” — Quero me encontrar sozinho com ele.

— Como? — não entendi o que ele queria dizer com aquilo.

— É, eu quero me encontrar sozinho com ele, só nós três. — então eu entendi, ele se referia a Jin — Eu mereço, pelo menos isso, não? — só então ele me direcionou o olhar, e tudo o que soube fazer foi aceitar seu pedido.

E sem dizer mais nada ele foi embora, tão diferente de como chegou ali; mais tenso e agitado. Não muito diferente de mim, que — embora saísse sem um peso enorme nos ombros, que eu carregava há anos — estava tensa pelo que poderia vir desse encontro que Hoseok pediu.

E se nenhum de nós estivesse pronto para isso?

 

[...]

Mas se tinha alguém que estava, esse alguém era SeokJin.

Mais uma vez, ele me tranquilizou e ajudou com tudo, mas ao contrário do Jung pediu, Jin não se afastou, foi conosco.

Ao ver a reação do outro, pensei que tinha sido uma péssima ideia, mas Jin pediu que eu esperava com YoSeob perto dos doces da cafeteria, enquanto eles conversavam.

Não durou mais do que dez minutos, tal conversa, e Jin ainda passou para deixar um beijo na bochecha de Yo e um em minha testa.

Eu nunca soube do que se tratou tal conversa entre eles, mas Hoseok parecia totalmente focado em YoSeob a partir dali.

— Oi. — saldei ao ajeitar Yo em meu colo, que olhou atentamente para o homem a sua frente e me olhou de novo.

Eu e Jin já tínhamos falado com YoSeob sobre quem era o homem que iriamos encontrar, e o menino pareceu estar calmo para o momento, embora demonstrasse curiosidade e falta de jeito.

— Oi. — parece que eu não era a única pisando em ovos ali.

— É ele, Yo. Pode falar com ele... — meu menino me olhou incerto, mas ao me ver sorrir, deu um sorriso tímido e se virou pro pai, estendendo  a mãozinha e não falando nada.

O mais velho me olhou surpreso, tanto quanto eu, que não esperava aquela atitude tão simples, mas tão fofa, do YoSeob, e pegou a mãozinha com a sua, fazendo o menino sorrir abertamente, e meu coração acelerar.

— Oi. — meu bebê inclinou a cabecinha pro lado, avaliando o rosto a sua frente, sem soltar da mão masculina — Você parece comigo.  — soltou sincero, e a risada espontânea de Hoseok se fez presente, me fazendo sorrir.

— Acho que sim... — aproximou-se sem medo e tocou a bochecha de YoSeob, que não se afastou e continuou analisando aquele homem que agora também era seu pai.

Não seria fácil, mas Yo era bom lidando com as coisas, tão diferente de seus pais...

— Você gosta de chocolate? — soltou o aperto de mão e estendeu a barra que compramos minutos antes para que Jung pegasse, mas esse recusou.

— Gosto, não tanto quanto sua mãe... Mas gosto. — meu menino então insistiu em oferecer — Não, essa é sua, YoSeob. — mas o dito cujo era persistente, e não moveu o bracinho, esperando.

— Pegue, Hoseok. É o jeito de YoSeob de ser amigável.

— Oh, é mesmo? — pegou a barra, agradecendo e olhando para o menor, muito mais satisfeito agora, aninhado em meu colo.

— Quando a gente gosta de alguém, ou quer que ela fique bem, damos docinhos. — a voz infantil banhou a nós dois naquele encontro paternal que correu melhor do que imaginávamos.

Não, Yo não saiu todo próximo do pai, mas não o repeliu; e Hoseok, parecia encantado com o pequeno. Foi um primeiro passo para uma relação que eu tinha interrompido antes.

Houve outros encontros públicos, antes de Hoseok vir visitar o pequeno em casa. E já próximo de quando precisaríamos voltar para casa, a novidade veio forte: Hoseok se mudaria para a mesma cidade, afim de ficar perto de YoSeob, que achou o máximo a decisão.

Era o curso natural das coisas, não?

Pelo menos era o que Jin me dizia sempre ao me tranquilizar. E de certa forma, meu coração sabia que não era nada negativa essa proximidade deles, Hoseok já tinha deixado claro que não tentaria nada contra mim, que nunca usaria YoSeob para me atingir.

O assunto do nosso passado não foi mais tocado, e muito menos o que ele e Jin conversaram naquele dia... E com o passar dos meses, a ansiedade foi baixando e nós fomos nos adaptando a essa nova realidade e fomos convivendo com Yo da forma mais harmônica possível, respeitando os limites e direitos de todos.

Mas depois de tanto tempo, quando eu e Hoseok ficamos sozinhos durante um jantar em sua nova casa, pois Jin foi brincar no quarto de YoSeob com seus novos brinquedos, alguns assuntos voltaram a borbulhar.

Não que fosse incômodo ficar perto dele durante todo esse tempo. Claro que não! Ficamos a sós por diversas vezes, conversávamos mais, só que ainda assim, não tínhamos mais esbarrado em nenhum assunto nosso de fato; e foi ele quem começou.

— Desculpa se demorei a entender. — deixei a taça de vinho descansar sob minhas pernas no sofá e lhe dei toda a atenção — É que para mim era difícil... Eu não podia, nem devia, estar com você, mas era com quem eu queria estar; e eu sou o maior culpado disso tudo, porque eu era o comprometido. Sei que não foi fácil para você ficar nessa posição, quando tudo complicou. Só que me parecia tão certo... Para mim, não havia a chance de ficar sem você, Ellie. E eu pensei que você soubesse desde aquela época. Porque estava na cara. Tudo o que eu falava ou fazia, por mais errado que fosse, demonstrava o quanto eu te queria além do sexo.

E então as lembranças das vezes em que Hoseok forçou um pouco mais até que fizéssemos algo diferente do que fazíamos e de toda aquela intensidade inundaram minha mente. Quando ele se impunha mais lento, me deixando sem jeito, ou quando me olhava por tempo demais durante e depois do ato, era a forma dele de mostrar que estava envolvido também.

— Eu sei, Seok. Mas já passou... Agora você pode aproveitar seu filho, não precisa mais mentir...

— É... Estou perto das pessoas que amo. E espero que você não me negue pra sempre a chance de te ter novamente. Porque eu ainda estou totalmente em suas mãos, você gostando, ou não, de saber disso. E sei, tem o Jin, mas ele já deixou bem claro que não é um empecilho.

— Hoseok! — beberiquei o resto do vinho e revirei os olhos, mas sorri, mostrando que não estávamos brigando.

— Pensa com carinho na minha proposta. Agora podemos ser só nós dois, como tinha que ser antes... Não vamos desperdiçar isso. — senti sua mão livre acarinhar meu joelho com delicadeza, ao que ele me olhava, então fechei meus olhos e tentei afastar o quão atrativo aquilo era.

— Não sei, Seok. Vamos com calma... — sussurrei sem jeito de responder aquilo.

— Sem pressa, eu prometo. — sua mão buscou a minha solta sob a perna e entrelaçou nossos dedos, sorrindo para mim — Porque eu amo você, e espero o tempo que for preciso.


Notas Finais


E então, o que acharam? Curtiram o reencontro? E o encontro dos dois meninos? haha Acharam um final justo?
Qual personagem e qual cena vocês gostaram mais?

Retido (Jeon JungKook e Kim TaeHyung
https://www.spiritfanfiction.com/historia/retido-jeon-jungkook-e-kim-taehyung-8217287

Oh na na (Hoseok)
https://www.spiritfanfiction.com/historia/oh-na-na-12768792

Juntos pelo Testamento (Kim TaeHyung)
https://www.spiritfanfiction.com/historia/juntos-pelo-testamento-13254861

First (Kim NamJoon)
https://www.spiritfanfiction.com/historia/first-imagine-kim-namjoon-8489699

Até a próxima!


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