História Marked From Now On (ABO) - Capítulo 16

Kirishima On

Sinto meu couro cabeludo arder depois que o loiro me solta, passo a mão massageando e tentando diminuir a dor. Resmunguei olhando para Bakugou sentado na minha frente com a cara irritada, mas não acho que estou diferente, saber que ele está sendo ameaçado e que é possível ser minha culpa me deixa possesso além do calor e estresse do meu alfa por conta do meu cio.

- Kirishima, olhe pra mim. - A voz do loiro me tira das inúmeras teorias do que pode acontecer caso isso vá mais longe. - Você precisa me explicar por que isso tem ligação a nós dois. - O tom ríspido remete bem a carranca de raiva, o corpo tenso e os olhos demonstrando certo medo que poucos veem.

- Eu sei… só que não posso falar apenas com você. - Falo enquanto olho para os outros que estão no canto, cochichando desde que Katsuki me puxou. - Pessoal, chega aqui. - Grito e sorrio quando Mirio vem correndo como se já esperasse por isso.

- Eu acho que não sou da turma, vou esp… - O alfa que estava com Katsuki começa a falar.

- Fica, eu… vou precisar de todos próximos a nós. - Interrompo ele, mesmo que não me agrada em nada.

Ele fica surpreso e apenas acena ficando perto de Kaminari e agora todos estão na minha frente. O clima se tornou tenso e ansioso para mim, não queria mesmo tocar nesse assunto tão cedo, mas se ela envolveu o Katsuki provavelmente ela virá atrás dos outros ao meu redor.

- Não se irrite, eu preciso contar pra eles também. - Falo olhando para Bakugou que fica emburrado e cruzas os braços resmungando. - Katsuki foi ameaçado e eu acho que sei que foi… - Comento olhando para o chão tentando pensar em como falar, levanto e noto Izuku olhando assustado para Katsuki, que está me olhando pedindo para continuar. - Diva… ela é uma magnata e principal apostadores nas lutas, ela me fez uma proposta de comprar a academia, mas sei como funciona as academias dela e não quero isso. - Respiro profundamente em uma pausa que acabou sendo dramática. -  Quando eu recusei ela tentou me comprar para perder a próxima luta já que é um lutador dela e quando não aceitei de novo ela ameaçou ferrar com a minha vida, como está fazendo agora. - Digo apertando as mão uma na outra. 

- Mas como ela conhece o Bakugou… Digo vocês acabaram de se encontrar. - Sero diz, ele parece ser o mais calmo e centrado de todos, enquanto Mina, Tamaki e Denki estão encolhido atrás de Mirio e Midoriya que parece estar planejando algo. 

- Monoma. - Falo apenas e a reação de Katsuki me deixa com pesar no peito.

- Que merda… - Ele está tremendo com as mão cerradas e os olhos arregalados. O careca tenta se aproximar dele mas o mesmo o olha com raiva. - Não me toca. - Ele diz em um tom brando e violento. Ele se levanta e se afasta de todos ficando perto da parede, ele me olha e acena para continuar. 

- Eu e Katsuki conhecemos o Neito desde a infância, ele sabe muita coisa sobre nós dois e depois que me viu com o Suki na festa deve ter falado para ela, já que ele trabalha com a Diva. - Concluo e apenas fico olhando para Katsuki antes de voltar. - Eu não queria te envolver nisso, nem ninguém.

- Não é sua culpa Red e você é a porra de um idiota. - Ashido se pronuncia um pouco mais confiante, ela vem na minha direção e me dá um soco no ombro. - Nós somos um time e acima de tudo somos seus amigos e você deveria ter nos contado isso antes. - Ela passa a mão no meu ombro e deixa um beijo no meu cabelo por impulso a abraço e sinto o cheiro de chiclete bem doce.

- Obrigado Pink.

- Não por isso.

Me afasto dela e todos da minha equipe me olham com expectativa ou apoio. Os amigos de Katsuki estão com ele, vejo Izuku tentar conversar com ele mas o mesmo parece não querer e se pudesse já teria explodido os alfas ao seu redor com as próprias mãos.

- Ei, a gente tá aqui para te ajudar. - Mirio e Tamaki se aproximam. - Eu conversei com Izuku e pensamos em algumas formas de como cuidar de todos até resolvermos isso de vez, ela não pode ameaçar a gente pra sempre. - Ele fala e abraça meu irmão pelos ombros.

- Eu espero muito que isso acabe rápido… mas sinto que não vai ser tão simples. - Digo olhando pra Katsuki que também estava me olhando.

- Acho que você devia ficar com ele hoje Eiji, já passei por isso e já presenciei muito de crises assim, talvez nenhum deles entenda o que ele está sentindo além de você. - Meu irmão fala calmamente, tentando não gaguejar, e me dá um beijo no rosto. - Eu vou pra casa com o Mirio… aqui você pode pagar um táxi para levar vocês e te levar para casa. - Ele me entrega dinheiro e os dois se afastam chamando os garotos da equipe que moram perto da nossa casa.

Me aproximo dos outros e falo sobre o que Togata e Midoriya disseram e para planejarmos melhor o que fazer depois, já que todos estamos cansados, disperso de todos e dou um abraço forte em Mina assegurando a ela que não iria mais esconder nada deles. Tomo coragem e me aproximo de Katsuki que está gritando com Denki.

- EU NÃO TO COM MEDO SEU MERDA… DESGRUDA KAMINARI, PORRA. - Ele afasta o ômega que resmunga e bate o pé indignado.

- Kaminari, deixe o Bakugou em paz. - Shoto fala indiferente, ele foi o único que não pareceu alterado com a notícia, talvez esteja tentando mostrar calma aos outros.

- Mas se ele estiver nervoso ou alterado ele não vai conseguir me levar pra casa, como daquela vez que ele bateu o carro na… - Antes dele concluir Bakugou me nota e tampa a boca dele e sussurra algo fazendo arregalar os olhos.

- Ele está certo Kacchan… não é bom você dirigir alterado. - Midoriya fala e fico confuso, não sabia que ele tinha voltado a dirigir.  - Vocês podem vir comigo e eu volto pra pegar seu carro.

- Eu não to alterado mais que merda, eu vou levar meu carro. - Ele fala se afastando indo para a saída. - Se quiser ir com eles bem, só não encha a porra do meu saco. - Ele diz antes de fechar a porta do camarim.

- Midoriya, eu vou com ele, preciso conversar com ele. - Falo antes do esverdeado protestar.

- Tudo bem, cuide dele por mim, vamos Denki… Inasa você vem com a gente? - Ele questiona ao careca que me encara nada feliz.

- Ta. - Inasa diz apenas antes de seguir os outros. Eu pego minhas coisas e corro pra fora olhando para todo lado procurando Katsuki até ver ele dentro de um Cr-V branco com a cabeça encostada no volante.

- Oi… Suki. - Tento abrir a porta e seguro sua mão quando ele tenta me dar um soco. - Ei, sou eu, calma. - Ele então me olha assustado e volta a olhar pro volante.

- Eu não consigo sair. - Ele sussurrou segurando o volante com força o suficiente para o couro ranger. - Por que estou em pânico?!… eu…

- Ei… Olha pra mim. - Peço e ele faz depois de um tempo. - Eu sei que você consegue fazer qualquer coisa, principalmente tirar esse carro daqui… mas se agora, você está cansado, eu faço. - Digo calmamente passando a mão nas costas dele. Vejo ele relaxar e encostar no banco, ele levanta a cabeça e respira fundo e então noto suas mãos tremendo.

- Você… Você é mesmo um idiota com esse cabelo de merda. - Ele diz chiando e suspira antes de tirar o cinto. - Não bata o meu carro. - Dou uma risada e o ajudo a descer do carro por ser alto e coloco o cinto nele.

- Porra, seu carro é chique pra caralho, nem tem que usar chave pra ligar. - Falo apenas para descontrair ele do momento e ouço a risada debochada do mesmo, coloco o cinto e dou partida.

QUEBRA DE TEMPO

- É até estranho não ter você gritando ou me batendo por eu estar te ajudando. - Digo ajudando ele a sentar no sofá, já que depois que chegamos ele quase caiu no chão do estacionamento todo mole.

- Cala boca que só estou me aproveitando da sua benevolência. - Ele fala e dou uma gargalhada me abaixando na altura dele.

- Me desculpe Suki,  por tudo que estou te causando. - Falo culposamente, toco o rosto dele e vejo-o responder com um bocejo. - Melhor ir tomar um banho antes de dormir.

- Eu sei... Eiji, nunca te culparia por isso, só aconteceu tá. - Disse calmamente esfregando os olhos. - Mas estou admirado, você está tão calmo sendo que está perto do cio. - Ele falou indo para a cozinha e não para o corredor do banheiro.

- Eu estou tentando ficar, mesmo que me incomode surta agora não seria bom pra nenhum de nós e mesmo que não goste… você está mesmo instável. - Falo a última num sussurro mas pelo o bufo alto e olhar assassino que recebo concluo que ele escutou.

- Eu só estou cansado, não tenho dormido bem desde que recebi essa carta, me sinto observado e tudo fora do meu controle só me estressa mais… E AQUELE MERDA AINDA VEIO ME AMEAÇA… - Ele perde a postura ficando cada vez mais irritado.

- Entendi… mas vamos fazer assim… hoje eu durmo aqui pra cuidar de você e ver se você dormir mesmo e aí amanhã resolvemos isso. - Digo a ele dando meu melhor sorriso forçado e o ouço resmungar depois de desviar para pegar algo na geladeira.

- Não force está bem… podemos ter ficado doze anos longe mas você ainda é um péssimo mentiroso. - Ele diz me entregado uma cerveja e olho repreendendo ele. - Amanhã não trabalho e você já disse que vai passar a noite, eu já volto. - Ele vai ao quarto enquanto me sento no sofá abrindo a lata e tomando um gole, ouço a água caindo e concluo que ele foi tomar banho.

- O que você… - Estou pronto pra perguntar o que vamos comer mas paro ao vê-lo apenas com uma calça de moletom cinza e um… violão. - WOW… você vai fazer uma serenata pra mim? - Quebro o clima quente no meu corpo por ver o corpo magro, branco e liso se aproximando.

- Cala a boca idiota. - Ele sorri de lado e começa a dedilhar as cordas concentrado. - Preciso me acalmar… essa é melhor do que esmurrar a parede. - Ele suspira olhando pra mim e volta a dedilhar as cordas. - 93 Million miles from the sun. People get ready, get ready. ‘Cause here it comes, it's a light. A beautiful light, over the horizon. Into our eyes. Oh, my, my how beautiful. Oh, my beautiful mother. She told me: Son, in life you're gonna go far…

Ele canta calmamente, dando atenção total às notas como se fosse a única coisa importante para ele. A voz entoa cada palavra perfeitamente juntando a melodia que ele não parece errar no tom. Olhos agora fechados mostra a destreza do conhecimento que ele tem da música me deixa pasmo e encantado.

- Every road is a slippery slope. There is always a hand that you can hold on to. Looking deeper through the telescope. You can see that your home's inside of you. - A voz dele trepida por um instante ao mesmo tempo em que ele aperta os olhos mais fortes. - 93 Million miles from the sun. People get ready, get ready. ‘Cause here it comes, it's a light. A beautiful light, over the horizon. Into our eyes. - Ele pronuncia a última estrofe com mais dor e sentimento que deveria ser passado com a música, os ombros tensos e as sobrancelhas franzidas. 

Ele me deixa inebriado com o tom rouco e sussurrado da sua voz, me deixa quente com o movimento simples dos lábios, os quais não tirei os olhos nenhum momento.

- Você foi incrível… - Digo e sem nem perceber meu corpo já tomou a frente. Tiro o violão do colo dele com a mão esquerda e seguro sua nuca com a direita já beijando ele, que hesita antes de corresponder, ele coloca os braços nos meus ombros e me empurrou no sofá e senta no meu colo se afastar nossas bocas, que estava numa luta intensa de domínio.

- Argh… - Ele resmunga enquanto fareja o ar. - Você precisa de um banho e curativos. - Ele diz me roubando um selinho e salta do meu colo pegando um violão.

- Tá… - Levanto e pego minha bolsa e vou ao banheiro, quando passo por Katsuki dou uma leve mordida no ombro dele, que se arrepia, e solto antes dele conseguir me bater.

- Eu vou te matar cabelo de merda… Ae, por que ficou assim? - Ele questiona antes que eu feche a porta.

- Longa história… te conto depois do banho.

Continua...