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História Marotos e o Universo Alternativo - Vida


Escrita por: IsabelMorg

Capítulo 11 - Vida


No dia seguinte à ida ao Ministério da Magia, Lily acordou com um pesadelo no meio da noite. Em seu sonho, ela observava, impotente, enquanto Voldemort torturava Harry. Não o Harry dela, mas o Harry daquele mundo, já crescido. E ele gritava tanto por ela que, assim que acordou, ela percebeu estar chorando.

O quarto parecia quente e sufocante, por isso Lily observou James, que parecia dormir profundamente e se levantou, descendo as escadas em silêncio quando notou a luz da cozinha acesa e vozes ecoando ali.

Curiosa, ela se aproximou, ignorando a sensação de que estava se metendo em algo pessoal. Na cozinha, Gina e Harry conversavam.

- Eu vou voltar para a escola nesse ano letivo - dizia Harry - Minerva já me assegurou que poderei usar a rede de Flu da escola para vir aqui quando precisar.

- Vai ser bom ter meu namorado por mais um ano, pelo menos - Gina disse e era óbvio que havia um sorriso em seu rosto, ainda que Lily não pudesse ver.

- Senti sua falta, Gin - disse Harry parecendo sério - Merlin, eu senti tanto a sua falta que às vezes parecia que eu não podia respirar.

- Isso é um sinal que você precisa começar a me envolver nas suas encrencas - Gina disse e houve um momento de silêncio antes que ela suspirasse e dissesse seriamente - Harry, eu estou falando sério. Não dá mais para me deixar de fora para me proteger.

- Mas-

- Mas nada! - disse a ruiva, interrompendo o namorado um pouco mais alto do que deveria antes de se acalmar - eu posso entender o motivo de não ter me envolvido na busca pelas Horcruxes, nem me contado sobre elas e de ter terminado comigo, mas não tente me proteger como você quis fazer na Batalha, Harry.

- Gin... - ele começou e suspirou - eu não sei o que te dizer. Você é menor de idade e era uma maldita guerra.

- Eu estive na Câmara Secreta, Harry - disse Gina em um tom de voz indiscutível - eu estive no Ministério e na batalha em Hogwarts quando Dumbledore morreu também... E você enfrentou Voldemort com onze anos, então nem venha com essa de ser menor de idade! Eu estava mais do que pronta para enfrentar aquilo, eu queria lutar pelo mundo que vamos construir e nem você, nem meus pais podem negar isso para mim.

- Você poderia ter morrido! - Harry, exasperado, não deu o braço a torcer.

- Todos nós poderíamos! - disse Gina no mesmo tom - eu não era como a maioria dos menores de idade que escaparam para lutar, Harry. Eu tenho tanta instrução e experiência quanto todos as pessoas do seu ano que lutaram, mais até, por ser mais ligada a você.

- Você não sabia o que iria enfrentar - o argumento de Harry enfraqueceu consideravelmente.

- Eu sabia exatamente o que iria enfrentar - discordou Gina - era por isso que eu queria lutar! Deixe-me lembrar a você que no último ano, fomos eu, Neville e Luna liderando a Armada, protegendo os menores e espalhando esperança para os alunos de Hogwarts enquanto Aleto e Amicus nos torturavam e nos forçavam a...

Ela parou de falar abruptamente e por alguns segundos, Lily foi capaz de ouvir até a própria respiração e temeu ter sido descoberta, mas então Harry falou com uma nota de pânico na voz:

- Forçando a que, Gina? - a garota ficou quieta e Lily ouviu o garoto avançando dois passos antes de exclamar - Merlin, se aqueles fodidos encostaram em um fio de cabelo seu, Gin...

- Eles não... - ela falou, insegura, mas então pigarreou e falou - Amicus não conseguiu fazer nada, apesar de ter tentado.

Um nó se formou na garganta de Lily ao ouvir as palavras da Weasley.

- Ele... ele tentou... - Harry gaguejou, parecendo a beira do desespero, o que fez com que Lily quisesse correr até ele e abraçá-lo - encostar em você?

- Amicus ouviu falar sobre mim... Os boatos que aquela maldita da Pansy Parkinson começou no meu quarto ano... - disse Gina parecendo pender entre a raiva e a vergonha, mas Harry parecia não saber sobre esses boatos, porque Gina os esclareceu - meu primeiro beijo foi no quarto ano e o garoto... Se gabou disso por toda a escola, como se eu fosse um prêmio a ser conquistado ou... Não sei, só sei que Pansy começou a me chamar de vagabunda e espalhar que eu ficava com todo mundo. É verdade que eu realmente fiquei com muitos meninos, mas-

- Isso não dá a ninguém o direito de te chamar assim - disse Harry com raiva evidente - é ridículo, como se Draco não se atracasse com qualquer menina que desse um olhar a mais para ele, ou McLaggen...

- Eles são garotos - disse Gina, interrompendo-o - e de qualquer modo, não importa mais. Amicus ouviu sobre isso... Eu não faço ideia do quão suja a mente dele precisa ser para me fantasiar do jeito que ele falou, mas só de pensar eu me sinto suja.

- Ele quem tem de se sentir assim, não você - disse Harry imediatamente - eu vou matá-lo. O que aconteceu?

Gina hesitou, mas respondeu:

- Ele só... me parava pelos corredores e ficava tentando chegar perto de mim durante as aulas, mas a maioria dos meninos já tinham percebido o que ele estava fazendo e não me deixavam sozinha um minuto sequer enquanto eu não estivesse em segurança na Sala Precisa ou no dormitório feminino.

- Meu Deus, Gin... - Harry parecia transtornado - se eu tivesse encostado em você, eu não estaria mais aqui, estaria caçando esse filho da puta agora mesmo. Eu mal posso me segurar agora...

- Mas é isso que eu quero dizer - Gina o interrompeu - eu tive ajuda, mas pude me virar sozinha, Harry. E eu deveria ter lutado desde o começo na Batalha de Hogwarts. Eu tinha o direito, tanto quanto qualquer um de vocês, de estar ali.

- Você tem razão, Gina - disse Harry finalmente - eu não deveria ter dado tanta ênfase na sua segurança a ponto de tirar sua liberdade de escolha.

- Obrigada por admitir - disse a ruiva suavemente - eu entendo a sua preocupação, mas não posso fugir e me esconder do perigo quando eu sei que posso fazer algo. Eu não sou uma donzela em perigo, nem uma princesa que precisa ser mantida no alto da torre, sou uma pessoa livre para escolher sobre a minha vida.

- Eu entendo, e peço desculpas - Harry disse - é só que... pensar em você correndo perigo lá fora me fez entrar em pânico, Gin. Eu não conseguia imaginar você em perigo sem querer correr em direção a você. E eu sabia que se Voldemort ou qualquer um dos Comensais notassem isso, você seria o principal alvo deles.

- Nós mal nos encontramos durante a batalha - Gina falou com a voz abafada e Lily imaginou que ela estava abraçada a Harry.

- E você acha que isso melhorou as coisas? - ele perguntou com um pequeno traço de humor na voz - eu não conseguia parar de te procurar entre todas as pessoas! Gina, quando Bellatriz quase te matou, mesmo sabendo que se eu enfrentasse Voldemort, tudo acabaria, eu não precisei pensar antes de desviar meu caminho e ir na sua direção.

A ruiva não tinha nenhuma resposta para aquilo, por isso ele continuou.

- E você pode falar que eu faria isso por qualquer um ali por causa do meu senso idiota de nobreza, mas a verdade é que eu estava apavorado com a possibilidade de te perder depois de descobrir que eu quero passar o resto da minha vida com você.

- O... que? - ela perguntou, atrapalhada e Harry riu com sutileza.

- Eu pensei em você antes de morrer - disse Harry com simplicidade cortando o ar de Lily com aquela informação estranha e desconexa - vi você ali, bem na minha frente, vi o futuro que eu queria ter e... Só havia você nele, uma das únicas coisas que eu tinha totalmente certa na minha mente.

Lily não podia ver, mas tinha certeza absoluta que Gina tinha beijado seu filho. Houve longos minutos de completo silêncio, em que apenas alguns ruídos podiam ser registrados.

- Eu vejo essa dor, esse desespero que vocês sentiu, Harry, porque eu senti a mesma coisa todas as vezes que te vi em perigo - disse Gina afinal - mas eu sabia que não podia te impedir, por isso eu nunca te proibi de nada. Agora eu preciso que você confie em mim para cuidar de mim mesma.

- Certo - ele disse - você está certa, me desculpe.

- Amor leva tempo para entrar nos eixos - ela respondeu - vai levar um tempo para nos acertarmos e entendermos um ao outro, mas, por Merlin, eu te quero no meu futuro mais do que quero qualquer outra coisa.

- O dia mais feliz da minha vida será o dia em que eu puder te chamar de senhora Potter, sabia? - ele perguntou, meio brincalhão dessa vez.

- O meu também, Harry - ela respondeu - o meu também.

O coração de Lily deu uma guinada brusca quando ela ouviu Harry falando aquilo para Gina: as mesmas palavras de James quando ele a pediu em noivado. Lily percebeu que fazia muito, muito tempo desde que não ouvia palavras tão doces assim do marido. E nem as falava para ele.



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