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História Mary Washington Healthcare - Mate


Escrita por: hotlyminds84

Notas do Autor


Olá amores! Bem, eu sei que eu demorei 3 séculos pra atualizar, mas realmente a coisa tava feia na minha universidade (30 provas kkk) e pra completar a desgraça ainda é PBL aí tem que estudar que nem doido toda a semana.
Mas eu não vou mentir que senti falta de vcs e dessa fic, tô adorando escrever e as ideias bem loucas estão surgindo cada vez mais. Tem umas pistas espalhadas, mas eu vou torturar vocês por alguns capítulos até chegar lá kkk
Obrigada por cada comentário e cada favorito, vocês não sabem o quanto isso me deixa feliz!
Espero que gostem xxx
Só uma notinha: são 3 cenas ao mesmo tempo no refeitório do Hospital (Blake-Reid / Strauss-Rossi / Prentiss-Hotch)

Capítulo 4 - Mate


As pontas dos dedos longos tocaram levemente a parte superior das peças pretas, escolhendo suas próximas jogadas sem antes raciocinar três movimentos à frente. Cada gesto foi assistido com olhos compenetrados da médica mais velha, enquanto as mãos repousavam com leveza sobre as coxas, recobertas pela calça social feminina.

- Medo de perder? – o doutor entrelaçou as mãos sobre a mesa do refeitório, utilizando uma expressão peculiar, ao passo que a doutora riu sarcasticamente.

- Spencer, por favor, nós estamos empatados há quase três meses – levantou as sobrancelhas – Apesar de eu ter certeza que você roubou em alguma das partidas.

- De acordo com as minhas lembranças – Blake aproximou-se do tabuleiro, sua mente com raciocínio tão cauteloso que era quase possível ouvir o potencial de ação emergir na zona gatilho de seus axônios – E eu me lembro de tudo, você perdeu uma vez a mais.

 O silencio permaneceu. Alex não ia argumentar com o jovem gênio sobre algo tão trivial. Claro, ela sabia de pelo menos cinco vezes nas quais Reid utilizou tática ilícitas, mas não ia reclamar. Afinal, aquilo a mantinha entretida durante os almoços, permitindo à jovem senhora evitar o olhar incomodado de Strauss.

(...)

 Por entre óculos, a chefe loira revia algumas papeladas do mês. Contas e mais contas e transferências e reclamações e mais contas. Os ríspidos olhos azuis mantinham-se fixos aos papéis, por mais que em sua cabeça, o pensamento de ter Alex Blake na casa dele no domingo acabou por ficar impregnado. Apesar de se considerar uma pessoa séria, e admitir a arrogância inata, ela tinha sentimentos. Efetuou sua assinatura com certa agressividade e a caneta caiu sobre a mesa, entre um suspiro de frustração.

- Erin? – o homem mais velho pronunciou tranquilamente.

- David – utilizou até a última letra para expressar seu desprazer.

(...)

 As portas se abriram com rapidez enquanto a mulher retirava o celular do bolso inferior. Odiava passar o dia sem poder checar as notícias e entrar nas redes sociais. Era quase desesperador ao ponto de ela pensar que fosse hora de visitar um terapeuta. Certo, talvez fosse um pouco de exagero. Emily riu ao ver uma piada estúpida, movendo-se inconscientemente para a fila a fim de pegar seu almoço. Levantou o olhar apenas quando percebeu certa proximidade do balcão. Os olhos castanhos percorreram os pratos do dia com cuidado, decidindo pela salada grega tão amada por J.J.

- Prentiss – olhou sobre os ombros tensos, avistando o homem mais sério parar atrás de si.

- Senhor – escapou um sorriso educado, suprimindo um leve suspiro preso na garganta.

O silêncio estranho se prolongou.

Cogitou quebrá-lo, mas duvidou desejar uma conversa agradável sobre simpatectomia e hiperidrose compensatória.

- Já checou seus horários da tarde? Quero você no bloco hoje – ambos pegaram as bandejas, Emily apontando para a salada e Aaron tomando posse da tigela preenchida com salada americana de macarrão com bacon – Tenho um implante de válvula hoje e queria...

- Hotch, não me leve a mal – soltou o ar enquanto a mão agarrou uma garrafa de isotônico - Eu adoraria conversar sobre isso o dia todo, eu juro, mas eu acordei com uma dor de cabeça do tamanho do mundo e esse é o último assunto que...

 As mãos femininas entregaram algumas cédulas à jovem moça comandando o caixa, sem evitar um rolar natural de olhos, até perceber um par de olhos castanhos levemente mais claros. Sentiu-se mal de imediato após o comentário rude. Desde o incidente com Ian, Emily e Aaron conseguiram suportar e, dadas as devidas proporções, apreciar a companhia um do outro. Não compartilhavam sobre suas vidas tanto, porém, a morena já sabia da existência do pequeno Jack, da viuvez devido a complicações operatórias e do quanto se assemelhava à ele.

 Era marcante.

 Os dois sabiam aguentar dor, manter tudo bem mesmo quanto o mundo desabava em suas costas. Ele ganhava com facilidade, mas Prentiss gostava de acreditar em seu lado. Acima de tudo, ambos tinham devoção pelo que faziam de melhor: salvar vidas. Nunca se tratou de somente exercer a carreira para pessoas como eles.

- Desculpe, eu...

- Tudo bem – o tom seco disparou sem muito aviso e abriu brecha para mais um longo silêncio.

  Emily decidiu quebrá-lo.

- Se quiser dividir a mesa, eu não estou no humor pra interromper a milésima partida de xadrez de Spencer e Blake – riu fraco, dando de ombros – E Strauss discutindo algo sério com Rossi não parece uma melhor opção.

 O cirurgião prendeu uma risada genuína, todavia, foi inútil em impedir um leve sorriso de emergir entre duas covinhas charmosas. Prentiss pegou-se mergulhando naquela expressão rara, sem proibir seus lábios avermelhados de se pressionarem ao passo que os cantos curvavam-se gentilmente.

(...)

 Blake mexeu a torre após longos minutos de incansável análise, duvidando da possível vitória do médico mais jovem. Tocou, pela primeira vez, nas batatas macias do prato colorido, desviando seus olhos para os dois cirurgiões morenos indo em direção a uma mesa desocupada. Ambos pareciam entretidos em um assunto ou, pelo menos, a mulher estava. Analisou com esmero a postura do grande Aaron Hotchner. Encontrou algo de significado e sorriu.

- Você acha que é ela? – Reid a retirou dos pensamentos, movendo uma peça.

- Talvez – saboreou a comida ao mesmo tempo em que jogava inconsequentemente, causando uma breve pausa em sua fala - J.J. e Morgan estão fazendo um bom trabalho, queria poder ser mais útil.

- Ela se aproximou de mim, parece uma pessoa boa e agradável – Spencer respondeu de maneira clara – Capacidade de empatia comum, não acho traços de psicopatia também – deu de ombros e os cotovelos encostaram-se à mesa, posição reflexiva natural à medida que as órbitas prendiam-se nas peças – Deveríamos encontrá-la em uma situação casual, um pouco de álcool pode mostrar quem ela é.

 A doutora mais velha ficou boquiaberta, sobrancelhas definidas pararam no meio de sua testa e os olhos arregalados em pura surpresa pela declaração anterior.

- Preciso conversar com Morgan sobre o que ele anda ensinando para você – riram de maneira uníssona, atraindo atenção – Mas me diga você – ela manejou entre alguns risos baixos – Acha que é ela?

(...)

 Cabelos já ligeiramente grisalhos balançaram ao ouvir as palavras da mulher do outro lado da mesa. Negação era algo comum e de certo ela não deveria se preocupar. Ainda assim, ele repetiu o movimento e os olhos enrijeceram. Um tom de tristeza, decepção. Uma gota de solidão ao fundo.

- Por que não me disse antes? – a mão masculina encostou um tanto trêmula na pele áspera dos dedos cansados – Eu teria...

- David, eu não tenho tempo pra isso – levantou-se abruptamente, catando as folhas e deixando um atônito doutor Rossi para trás.

 Caleb Rossi. Gravou o nome e permitiu a imaginação fluir.

(...)

 O jovem psiquiatra olhou por cima do ombro, observando a interação entre os cirurgiões. Hotch evitava, de qualquer maneira, um sinal de falta de classe ou de masculinidade. Fácil era notar a necessidade inexorável de impressioná-la. Spencer retornou para capturar os pares de íris vidrados sobre uma risada bela. Segurou a Rainha.

- Não é ela – derrubou o Rei da oponente, estendendo o corpo longilíneo para uma saída triunfante – E xeque-mate.


Notas Finais


*risada diabólica porque o capítulo acabou*
Amo vcs amores, espero que tenham gostado.
ps: qualquer comentário é bem-vindo


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