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História Mas se você vier... - Gerard


Escrita por: ElizabethJules

Notas do Autor


Oi leitores!

Depois do capítulo passado vocês ficaram se perguntando: E agora?
Bem, agora começa nesse capítulo.

Boa leitura!

Capítulo 21 - Gerard


-S2-

POV Gerard

 

Eu me sentia uma alma penada andando pelo quarto. Eu estava destruído. Pior do que jamais pensei que me sentiria de novo.

Lembro-me do desespero que ele me causava anos atrás quando brigávamos e este mesmo desespero aterrador me abraçava de novo e sempre.

Só que dessa vez sufocava.

E eu chorei, chorei como o louco que eu era, deixando aquela dor toda tomar forma e me mostrar o quão fraco eu estava.

Eu estava arrependido, envergonhado.

Sentei-me na cama e segurei meu rosto entre minhas mãos.

Eu queria sumir.

Queria nunca tê-lo feito sofrer e eu simplesmente fiz de novo. Fui um completo imbecil de novo e aquilo me feria profundamente.

Meu jeito de ser... Eu não entendia.

Qual era o meu problema afinal?

Chorei, chorei, chorei, sem me importar com o som alto que eu emitia, eu nunca chorava. Eu tentava não fazê-lo há um bom tempo e eu estava conseguindo até isso.

E saber que o melhor era me manter longe porque eu era um fraco que não conseguia se abrir e ser eu mesmo, por saber que isso o machucava; eu tinha que aceitar o fato de que ir embora como ele havia pedido era o melhor. Eu não podia ousar machucá-lo mais do que aquilo.

Eu queria estar presente, apoiá-lo nesse momento e...

Droga! Estraguei tudo!

Olhei o quarto em volta. Eu estava totalmente sozinho em todos os sentidos possíveis imagináveis.

Desliguei meu celular, que tocou insistentemente até que eu o desligasse de uma vez. Lyn com certeza já sabia das boas novas e estaria a minha espera furiosa. Isso era certeza.

Tomei um banho quente e vesti qualquer coisa.

Sentia-me como um louco e tive que tomar diversos medicamentos para conseguir dormir. O que só consegui mesmo depois de beber uma dose de qualquer bebida nojenta com álcool. Eu precisava relaxar, esquecer e me acalmar. Resolvi voltar para Summit só na manhã seguinte. Não conseguiria dirigir naquele estado. Eu não conseguia sequer pensar direito.

Depois de me revirar de um lado para o outro na cama pensando nele e em como eu havia sido idiota, em algum momento finalmente como uma bênção depois de um dia de cão, eu adormeci.

Adormeci com um pensamento me rondando, dominando meu interior: Eu devia ter falado.

-S2-

Acordei no dia seguinte de péssimo humor, de ressaca e tudo que é sentimento ruim eu sentia me tomar em uma onda que me causou náuseas.

Eu precisava enfrentar um novo dia, a vida e seguir em frente. Como sempre fiz.

Suspeitava que dessa vez fosse mais difícil, mas eu precisava me levantar; a começar por aquela cama. E retirando forças sei lá de onde, levantei-me e fui direto para o banho.

Tomei um longo banho.

Quente e frio ao mesmo tempo.

Eu sentia muito frio.

Eu tremia... E chorei.

Chorei mais enquanto a água caía sobre a minha cabeça e minhas costas. Eu chorei quando achei que não conseguiria mais, afinal, no dia anterior eu tinha desmoronado, por horas e horas seguidas.

Eu sentia desidratando-me.

Desliguei o chuveiro, me sequei com uma toalha branca que estava ao lado do box e saí deste.

Encarei meu reflexo diante do espelho que estava na parede e eu suspirei.

Estava com a pior cara. De todo jeito aquilo não era nada comparado a como eu me sentia.

Engoli com dificuldade as lágrimas insistentes que ainda restavam, terminei de me secar e fui para o quarto onde comecei a me vestir.

Vesti uma calça jeans qualquer, tênis, ajeitei os cabelos com as mãos e coloquei um casaco preto simples.

Eu tinha que voltar pra casa, o quanto antes me resolvesse com a Lyn, melhor seria, e eu não podia adiar. É pra lá que eu ia.

Tomei uns comprimidos para não enlouquecer e parti.

Saí do hotel depois de fechar a minha conta. Coloquei minhas coisas em meu carro e peguei a estrada de volta a Summit.

-S2-

Quando cheguei em casa ainda naquela manhã fui recebido por minha filha que parecia pressentir o quanto eu precisava dela. Assim que abri a porta, lá estava minha pequena, que desceu as escadas com um sorriso no rosto e eu também sorri fracamente, mas me senti aliviado quando me abaixei, ajoelhando-me para abraçá-la com força. Mais do que isso, eu realmente quis voltar a chorar, mas não o fiz, eu não podia parecer um bebê chorão, não diante dela.

Eu estava há tanto tempo sem vê-la e ela era só sorrisos.

Quebramos o abraço e olhei para o rostinho dela.

Como seria bom ser criança de novo... Eu nem me lembrava mais qual foi o dia que não tive preocupações.

Eu nunca queria que minha filha levasse o tipo de vida que eu tinha. Estaria ao lado dela para que não errasse tanto quanto eu, e que se acontecesse, concertaríamos.

Eu definitivamente não poderia contar com meus pais para isso, não quando a pessoa em questão era um homem e eu também. Eles eram ótimas pessoas, mas não me entenderiam.

Uma coisa era certa, eu nunca deixaria de amar minha filha, por nada, nem a julgaria por que eu sabia que isso doía muito, ainda mais quando se era como eu, sozinho.

_ Que saudades Ban. Como eu senti sua falta minha filha..._ falei a abraçando sofregamente de novo.

_ Tudo bem papai, está tudo bem._ ela pareceu notar meu desespero_ Também senti sua falta, mas agora estamos juntos! _ Nos afastamos um pouco e ela analisou minhas feições com atenção_ Como está? Não parece feliz...

Bandit sempre usava aquela palavra. Feliz.

_ Estou bem filha._ menti tentando sorrir e fracassando de certo.

_ Não está não!_ ela disse séria e pegou a minha mão enquanto eu me levantava_ Quer conversar comigo? _ ela perguntou e eu estava concentrado em seus olhinhos preocupados até que uma voz conhecida soou atrás de mim e eu desejei sinceramente não ter ouvido.

_ Seu pai vai conversar comigo agora._ declarou ela, Lyn. E eu me virei para fitá-la.

Lyn estava séria e eu sabia o porquê. Deu-me as costas e subiu a escada. Eu sabia que estava indo para o nosso quarto e me esperava lá para uma longa conversa e não me demorei.

_ Então filha... Papai vai conversar com sua mãe agora. Depois nós podemos passar um bom tempo juntos, eu preciso disso. Você me espera aqui?

_ Tudo bem! Eu espero!_ ela disse sentando-se no sofá e olhando para a televisão_ Vou continuar assistindo desenhos.

Eu assenti e beijei a cabecinha dela a assistindo comer uns biscoitos que estavam em um pote sobre o sofá.

Ela estava bem.

Respirei fundo e subi as escadas.

Teria que falar com Lyn, mas é claro. Não estava nem um pouco ansioso para aquilo.

-S2-

Abri a porta do quarto e assim que entrei e fechei a mesma atrás de mim lá veio ela. Estava furiosa.

_ O que é isso Gerard?_ ela perguntou alterada segurando um bolo de revistas nas mãos_ O que é isso?!_ abriu uma das revistas e amostrou uma página que mostrava a foto do beijo, entre mim e Frank e eu sabia, eles escreviam loucuras ali_ Me diz! Vai ficar calado olhando pra mim depois disso?! Me diz droga! _ ela disse se aproximando mais e jogando as revistas em cima de mim.

As revistas caíram sobre meu peito e foram todas para o chão em um baque. Ela se afastou um pouco e passou as mãos pelos cabelos nervosa.

_ Me desculpe._ eu disse baixo e ela se voltou pra mim.

_ Gerard... O que foi isso? Você está me traindo? Há quanto tempo... Isso vem acontecendo?

_ Não Lyn! Não estou!

_ Eu li, está em toda parte. Parece que vocês estão juntos... _ ela  pegou o celular no bolso de sua calça preta e remexeu nele alguns poucos segundos até que continuou_ Eu li Gerard! O que acha disso?_ ela me encarou e passou a ler_ Vocês estavam juntos, aquela mulher morreu e você estava com ele. Há quanto tempo hein?_ ela mal deixou eu responder_ Eu também vi que passaram noites juntos em um quarto de hotel... E depois você foi pra Newark e até ia buscar os filhos dele na escola!

Droga eles estavam me vigiando mesmo! Mil vezes droga!

_ Lyn, me escuta. _ eu me aproximei dela e a segurei pelos braços firmemente para que se calasse e se aquietasse_ A esposa dele morreu e eu estava lá para apoiá-lo, só isso._ ela me olhava com os olhos arregalados_ Eles inventaram um monte de mentiras. E sobre... O beijo, eu não vou negar. Aconteceu, foi uma estupidez minha, me desculpe. Eu te garanto... Não aconteceu nada! Nada.

_ Porque ele não quis!_ ela gritou_ Eu tenho certeza que foi porque ele não quis! Tem noção da minha vergonha quando as minhas amigas não paravam de ligar e dizer: Ah Lyn... Você já viu o seu marido? Sabe com quem ele está?

_ Sinto muito, eu não quis te envergonhar. Nunca quis fazê-lo.

_ Mas eu me envergonhei, porque você é meu marido e eu esperava nunca mais ver aquela palavra estúpida que foi a única coisa que vi nos últimos dias toda vez que ligava meu celular. Como é mesmo?... Frerard... Frerard. Ah por favor! Eu não esperava que voltasse a desejar um casinho antigo. _ ela se afastou de mim e passou a caminhar pelo quarto.

_ Você sabe que não foi só um casinho. Foi muito mais do que isso.

_ Como ousa me dizer isso depois do que fez?

_ Desculpe Lyn. Mil vezes me desculpe. Se quiser me bater, me odiar, eu vou entender.

_ Eu não quero isso... _ ela disso mais baixo e olhando para mim fixamente.

_ O que eu posso fazer para que me desculpe... Então o que quer?

_ Quero que me ame.

_ Lyn...

_ Quero que me ame pelo menos um instante.

_ Lyn eu te amo, você é a mãe da minha filha e... _ falei como quem fala com a vovó.

_ Você não me ama! Não me ama como mulher e isso me mata! Eu não quero que me ama como amiga, ou seja lá como me vê, quero que se sinta bem quando está comigo, quero que me deseje, quero que seja meu.

_ Eu estou aqui não estou?

_ Você não está. Nem agora, e nem nunca! Você nunca esteve...

Foi a minha vez de colocar meus cabelos para trás nervosamente.

_ Eu te juro. Não te traí com ele e nem com outra pessoa. Ele não quer nada comigo, quanto a isso não tem com o que se preocupar, ele não quer me ver.

_ Com certeza você fez alguma bobagem. Mas que bom! Porque você eesta aqui! E aqui você vai ficar Gerard!_ ela disse contornando meu corpo com um abraço desesperado que eu não estava preparado para receber_ Eu não vou te deixar por isso. Nós temos uma família e eu não vou me deixar abater por esse momento, se você diz que não aconteceu mais nada, eu acredito._ ela segurou meu rosto firmemente entre as mãos_ Já cheguei até aqui e não vou dar passagem pra ele e pra ninguém e acima de tudo... Se um dia ele quiser ficar com você vai ter que passar por cima de mim. Vocês dois vão ter.

_ Lyn! _ eu disse estarrecido.

_ Eu te perdôo Gerard.

Eu assenti, agradeci e ela espalmou as mãos em meu peito enquanto eu suspirava aliviado. Um problema a menos. Isso era o que eu pensava.

_ Obrigado Lyn. Não quis te decepcionar, você é da minha família, minha esposa.

_ Então me beije._ ela disse me encarando altiva_ Anda logo! Beija-me!

_ O que?!_ eu perguntei um pouco surpreso.

_ Você achou que seria tão fácil?! Mostre-me que me ama como diz, mas como sua esposa porque se não percebeu, essa que eu sou.

_ Lyn..._ eu disse olhando para o nada. Eu nunca saberia o porquê, mas eu não queria beijar ela, muito menos lá, com ele na cabeça.

_ Me beije agora Gerard Way. Não pode me negar isso.

Tem razão, de alguma forma ela tem razão. Eu quis me casar com ela, teria que estar ali._ pensei enquanto olhava no fundo dos olhos dela e me aproximei definitivamente com o coração apertado.

Enlacei-a pela cintura colando nossos corpos e ela deu um pequeno sorriso que poderia ter se chamado de sincero, mas nunca nela.

Eu não queria aquilo.

Mas a beijei, por fim depois de engolir toda rejeição que meus instintos apresentaram, eu colei nos lábios que ela tratou de intensificar e me envolver com os braços, mais forte.

Eu não entendia... Nunca foi tão difícil beijar ela. Eu não queria... Meu Deus o que eu estava fazendo ali?

E ela parecia interessada mesmo nos meus lábios, em estar ali. Eu não podia repudiá-la, me afastar e demonstrar o quanto aquilo me sufocava. A machucaria mais ainda e eu não queria destruir a vida de outro alguém. Já era o bastante. Então me resignei.

Permaneci.

E ela não parou.

-S2-


Notas Finais


Citação do dia:
"As coisas são como são. Na hora certa."
_Tati Bernardi

A citação explica muita coisa.
E mais uma vez não fiquem tristes com o capítulo, tudo ocorrerá no tempo certo.

Amei os comentários do capítulo anterior.
Obrigada. <3

Essa semana foi aniversário do Miles, acabamos de completar um mês de fic e amanhã é aniversário de quem?
Gerard!
Muitas comemorações, então amanhã pretendo voltar pra comemorar o aniversário do Gerd com mais um capítulo meus amores.

Aguentem firme. Tempos melhores virão na fic e na vida.

Até amanhã.
Beijos <3


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