História Mas se você vier... - Frank

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POV Frank

No dia seguinte acordei com ele me beijando carinhosamente.

Abri meus olhos e não resisti em me aconchegar mais aonde eu estava, nos braços dele.

Estávamos ambos em posições diferentes das da noite anterior.

Estávamos juntos.

_ Frankie... Bom dia. _ ele falou me abraçando e eu fechei meus olhos. Eu ainda tinha noção de que nossa vida não estava fácil, mas eu não resistia em aproveitar momentos de paz como aquele.

Eu sempre esperava o melhor, e continuaria assim.

_ Bom dia Gerd...

_ Que bom que acordou. Eu... Eu estou tão arrependido por ontem. Não quis te fazer mal. _ ele falou e eu me afastei um tanto de si para olhá-lo nos olhos_ E ver você indo dormir chorando daquela forma acabou comigo.

_ Eu fiquei triste Gerd, só isso. Você sabe que eu me importo com você, com o que faz também e as vezes parece que eu estou falando com as paredes porque você não me entende...

_ Eu vou melhorar isso Frank, nem que eu tenha que me transformar em outra pessoa, eu vou. _ ele disse me abraçando e eu assenti.

_ Não precisa ser outra pessoa, eu não quero. Só peço que tente me entender e melhorar em algumas questões.

_ Eu sei que não entende Frank, que acha que eu faço essas coisas pra te causar mal, mas não, eu juro. É que é muito difícil conciliar o que eu sinto por você com as coisas que eu acredito...

_ Meu amor, eu entendo tudo isso. _ falei o abraçando forte porque ele parecia tão abatido e emocionado ao abrir um tanto do coração pra mim_ Eu estou aqui, com você...

_ Obrigado por nunca desistir de mim. _ ele disse aquilo sinceramente e já me olhando eu pude perceber que o rosto dele estava úmido por lágrimas. As sequei com meus olhos já marejados também. Eu odiava vê-lo sofrer, eu odiava.

_ Eu nunca vou desistir de você. Nunca...

_ Você é o único que não o faz... Eu mesmo já desisti de mim várias vezes. E é por você que dessa vez eu estou tentando, de novo e de novo. Não quero te decepcionar.

_ Você não vai, pelo contrário. Vai conseguir se superar e alcançar tudo, mas no seu tempo. _ falei acariciando o rosto dele com cuidado.

_ E quando vai ser o meu tempo? Ontem mesmo eu acabei estragando tudo. Fiz coisas horríveis...

_ Já passou. Vamos ter outros shows, outras festas, e outros dias pra você melhorar suas atitudes.    

_ Tem razão. Temos que seguir em frente.

_ Em frente sempre. _ falei sorrindo e ainda fazendo carinho nele que sorriu.

_ Sempre. _ ele disse e segurou minha mão e beijou-a_ Me perdoa por tudo que fiz?

_ Claro que sim amor, perdoo.

_ Obrigado Frankie...

_ Por nada amor, só não me faz mais sofrer daquela forma, não fique falando aquelas coisas... É muito duro de se ouvir.

_ Está bem, não falo mais. Eu quero mudar.

_ Sei que sim Gerd, por que não pede ajuda ao seu psiquiatra nesse aspecto? Tem conversado com ele sobre... Nós?

_ Não Frank, eu não faço isso.

_ Tem vergonha, não é?

_ Desculpe...

_ Está tudo bem, mas tente conversar com mais alguém amor, talvez você precise ouvir alguém além de mim. Pra te ajudar.

_ Pode ser. _ ele disse e eu o abracei de novo_ Estamos bem agora?

_ Estamos... _ falei e beijei o peito dele, onde minha cabeça estava repousada.

_ Fico tão feliz Frankie...

_ Eu também, acredite. Eu mais ainda. _ falei e ficamos ali abraçados por mais um tempo até que ouvimos um barulho e umas vozes conhecidas pelo corredor. Sorrimos_ Parece que os pequenos acordaram.

_ Vamos lá cuidar deles. _ ele disse retirando o cobertor de cima de nós.

_ Já estou com saudades. _ falei e antes que nos levantássemos as crianças abriram a porta do meu quarto e logo vieram seguidos de Miles sonolento se juntar a nós na cama. Abracei meu filho que esfregava os olhinhos e trouxe ele para meu colo assim como Gerard fazia com as meninas e segurava Ban_ Bom dia meus amores.

_ Bom dia papai. _ disse Miles me abraçando e as meninas logo me deram bom dia também, assim como para Gerard.

_ Dormiram bem? _ perguntei ajeitando com as mãos os cabelinhos despenteados  de Miles.

_ Sim tio, mas ficamos com saudades de vocês. _ disse Ban e nós sorrimos.

_ Nós também, mas vamos passar bastante tempo juntos nessas semanas, não vamos Gerd?

_ Claro, claro que sim... _ ele disse e olhou pra filha.

_ Vai desenhar e assistir televisão com a gente agora que está em casa pai? _ ela perguntou.

_ Vou filha. _ ele falou e beijou a cabecinha de Ban_ Sei que não tenho feito muito isso, não como antes, mas eu vou. E ainda estou devendo aquelas aulas de desenho para o Miles.

_ Eba! _ disse o pequeno sorrindo.

_ Vai me ouvir treinar piano também tio? _ perguntou Li.

_ Vou, o quanto quiser e se precisar eu ajudo. _ ele disse e ela sorriu.

_ E vai assistir meus números de dança? Igual meu pai assiste? _ perguntou Cher.

_ Todos. _ ele falou e olhou as crianças_ Não vou ficar olhando pro teto como fico as vezes, vou tentar aproveitar mais meu tempo com vocês, antes que eu volte ao trabalho de novo.

_ Ainda falta muito pra gente poder assistir seu desenho tio? _ Miles perguntou e Gerard sorriu.

_ Ainda falta um bocado, mas vai passar depressa.

_ Tomara que sim. _ disse Ban.

_ É, a gente quer ver. _ disse Li.

_ Vocês vão ver tudinho, mas antes vamos tomar café da manhã e escovar os dentes pra começar o dia. _ falei já colocando Miles no chão e nos levantamos_ O que acham de tomar café hoje lá no quarto de vocês enquanto assistem televisão juntos?

_ Boa ideia papai! _ disse Cher e os demais  também concordaram.

_ Então vai lá pro quarto com eles Gerd, eu vou lá na cozinha preparar o café da manhã de vocês.

_ Tudo bem. Vamos crianças... _ ele disse e lá foram eles.

Eu fui atrás sorrindo ao que saía de meu quarto e seguia pelo corredor logo descendo as escadas e indo até a cozinha.

Lá encontrei Laurinha e ela estava preparando o café.

_ Bom dia.

_ Bom dia. _ falei sorrindo e me aproximando dela_ O que eu falei sobre a senhora fazer tarefas por aqui?

_ Que não posso, eu sei. Mas insisto em te ajudar, nem que seja com essas coisinhas.

_ Mas que teimosa. _ falei abraçando ela que sorriu_ Se insiste tanto, mas por favor, só essas coisinhas simples, não mais.

_ Combinado. _ ela falou e eu sorri.

_ Vou preparar uns sanduíches. Gerard vai tomar café da manhã com as crianças no quarto.

_ Está bem, eu te ajudo a levar tudo pra lá.

_ Obrigado. Sabe se o Bert já levantou?

_ Eu não vi ele aqui embaixo ainda não. Parece que ele e a filhinha dormem bastante.

_ Isso é, mas ele chegou tarde ontem e é bom que descanse mesmo. _ falei já cortando uns pães.

_ Sabe Frank, eu gostei daquela menina que veio aqui ontem.

_ A Ann... Também gostamos muito dela.

_ Ela é uma boa moça e gosta muito de você, além de cuidar bem das crianças.

_ Isso é verdade, e ela é professora do meu filho Miles. É ótima.

_ Falando em Miles, você tem sorte. Ele é um menino muito esperto e lindo.

_ É mesmo, todos eles são. _ falei sorrindo e colocando uns pãezinhos prontos na bandeja.

_ São sim... A filha do senhor Way, a Bandit é uma levada, mas é uma boa menina, assim como o pai.

_ É, eles são maravilhosos.

_ A Cherry é uma mocinha muito doce e ela dança muito bem. _ ela falou aquilo e eu ri.

_ Não me diga que ela já te amostrou seus números de dança, Cher está tão empolgada com isso...

_ Amostrou sim. E também vi Lily tocando piano. Ela é muito inteligente, a menina sabe tudo. _ ela disse preparando a xícara de café de Gerard e eu continuei ali rindo.

_ É, a Li sabe muito, depois vou conversar melhor com você sobre ela. Li é uma menina muito especial.

_ Sei que sim... Nossa, mas as crianças são muito levadas. Como consegue cuidar dessa casa enorme e ainda dos quatro?

_ Eu dou conta, faço tudo com amor e tem dado certo.

_ Tem mesmo. Mas já percebi que você também é rico. Por que não tem uma empregada como o senhor Way disse que tem?

_ Eu não preciso, de verdade. Não tem necessidade.

_ Se diz...

_ Sim, está tudo bem. _ falei_ Vamos levar o café da manhã deles, depois descemos e comemos alguma coisa juntos aqui.

_ Não vai tomar café da manhã com eles?

_ Eu até iria, mas como não é sempre que o Gerd pode ficar com as crianças, vou deixar ele um tempo com os pequenos.

_ Faz bem, acho que é da família que ele sente falta quando está longe. Dá pra ver que ele fica bem mais feliz aqui, perto de vocês.

_ Sério? _ perguntei carregando a grande bandeja com todo o café da manhã, a mamadeira de meu filho, o leite das meninas e o café dele.

_ Sim, ele em casa é outra pessoa. _ ela disse aquilo sorrindo e passou a tagarelar como tinha gostado de Bert e de Cleo, e outros assuntos, mas eu fiquei só pensando em Gerard, no que ela disse sobre ele.

Se ele era outra pessoa quando estava longe de nós, como será que ele se comportava quando estava longe?

-S2-

Entreguei o café da manhã deles que estavam lá no tapete do quarto das crianças, todos desenhando, no meio daqueles papéis e lápis de cor e eu sorri. Expliquei a Gerd que deixaria ele um tempo com as crianças e ele entendeu.

Fui para o andar inferior de novo e lá tomei café da manhã com Laurinha e logo Bert se juntou a nós com Cleo em seu colo.

Ele cuidou da filha, deu mamadeira a ela, saiu da cozinha por um momento e só depois veio se sentar conosco, e sem Cleo.

_ Onde está a Cleo, Bert? Ela voltou a dormir? _ perguntei_ Parecia sonolenta...

_ Que nada, eu invadi o quarto das crianças e deixei ela com o Gerard, você sabe... Só pra irritar ele um pouquinho, só pra não perder o costume. _ ele disse e nós rimos.

_ Bert, você não toma jeito. _ falei.

_ Não mesmo. Vocês precisavam ver, ele ficou todo atrapalhado rodeado de crianças lá.

_ Vou lá ajudá-lo.

_ Não Frank, fica sossegado aí, você tem que deixar ele praticar. _ disse Bert e eu fiquei onde estava.

_ Bert tem razão Frank, tem que deixar ele se virar mais. _ disse Laurinha.

_ Acham que eu... sei lá, não deixo ele fazer as coisas?

_ Você não deixa que ele faça nada Frank. _ disse Bert.

_ É, você faz tudo. _ Laurinha concordou.

_ É que ele já trabalha tanto que quando ele está em casa eu gosto de cuidar dele, e de todos, só isso.

_ A gente te entende. _ disse Laurinha.

_ Mas ele não vai quebrar as mãos de príncipe se lavar umas louças de vez em quando. _ Bert  disse e eles riram.

_ Não é assim também pessoal, as vezes ele ajuda, até já lavou as louças pra mim.

_ Isso deve ser uma raridade se eu conheço bem o senhor Way. _ Bert disse e bebericou um pouco do seu café_ Sério Frank, não deixa tão fácil pra ele, pega no pé dele pra ele te ajudar também.

_ Ele não precisa, eu gosto de cuidar de tudo.

_ Sabe o que vai acontecer? _ Bert me perguntou e logo respondeu_ Um dia ele vai precisar cuidar de tudo sozinho e advinha só?Não vai conseguir. Ele não sabe fazer nada...

_ Ele não vai precisar cuidar de tudo sozinho Bert, ele tem a mim.

_ Sei disso Frank, mas o Bert está tentando dizer que é sempre bom as pessoas saberem de tudo, ainda mais um casal, pra quando um precisar, o outro ajudar. _ disse Laurinha e eu assenti.

_ Isso é verdade, pode ser... _ falei pensativo.

_ É sim pequeno Iero. _ disse Bert terminando seu café da manhã_ Mas agora mudando de assunto, obrigado de novo por tudo. Você me ajudou demais, muito mesmo.

_ Não precisa agradecer Bert, pra isso que servem os amigos.

_ Pois se eu dependesse de amigos como Gerard, sei que estava ferrado. _ ele falou se levantando e o fiz também.

_ Deixa disso Bert, ele gosta de você.

_ Só não parece. _ Bert disse rindo_ É melhor eu ir logo Frank, já é domingo e eu tenho que voltar pra casa, minha esposa já deve estar na área e com saudade da gente.

_ Quando precisar de nós pode ligar ou aparecer por aqui. _ falei o abraçando.

_ Valeu Frank, eu digo o mesmo. Se um dia precisar pode me ligar na mesma hora, já o Gerard, se ele precisar eu deixaria ele se ferrando sozinho, ele merece. _ disse Bert ainda rindo e logo foi abraçar Laurinha_ Quanto a senhora, também adorei te conhecer. É muito gentil.

_ Também adorei conhecer você menino, é um bom rapaz, dá pra ver.

_ Que bom que alguém acha isso. _ ele falou sorridente_ Vou lá buscar a Cleo e me despedir do Gerard e das crianças. Adorei conhece-las Frank.

_ Também adoraram você Bert. _ falei.

_ Vou lá pegar as malas primeiro, antes de passar no quarto e falar com eles.

_ Vou te ajudar. _ falei.

_ Então pode deixar que eu retiro a mesa do café da manhã e lavo tudo.

_ Não se incomode com isso Laurinha. _ falei.

_ Eu cuido disso, não é incômodo, você já faz muito por nós, assim pode acompanhar Bert e sua filha até a porta.

_ É, então obrigado. _ falei sorrindo pra ela.

_ Por nada, mas não se esqueçam de trazer a Cleo aqui pra eu me despedir dela.

_ Não esqueceremos. _ disse Bert_ Vamos lá Frank.

_ Vamos. _ falei e saímos da cozinha deixando ela lá retirando os alimentos da mesa e guardando os mesmos.

Fui até o quarto que Bert passou a noite e ajudei ele a descer as malas, incrivelmente Bert deixou o quarto organizado e a cama forrada, eu o agradeci por isso, não me deixava de surpreender com ele. O Bert de antes não era nem um pouco organizado. Eu pensei que ele ia deixar o quarto de ponta a cabeça, mas pelo contrário. Estava tudo ajeitadinho.

Chamei um táxi pra ele e ele foi até o quarto das crianças se despedir de todos, os pequenos não queriam desgrudar da risonha Cleo que também se revelou ser bem falante.

Ela foi no colo do pai e saímos do quarto.

As crianças e Gerard continuaram no quarto.

Ele não se despediu direito de Bert, eu me constrangi é claro, mas fazer o que, eles não estavam se dando mais como antes.

Ele levou Cleo até Laurinha que estava terminando de guardar as coisas, abraçou a pequenina e se despediu de Bert novamente com um abraço. Então nós fomos para sala esperar o táxi. E como o táxi não demoraria a chegar, Bert mesmo preferiu ficar a porta esperando por este. Eu o fiz companhia enquanto isso.

_ Bert, desculpe por qualquer coisa, pela forma que Gerard tem te tratado... Ele gosta de você, só que ele anda sem paciência ultimamente e...

_ Não precisa se desculpar por ele Frank, ele não gosta mais de mim. Há muito tempo. Mas você me tratou muito bem e eu estou grato por isso.

_ É que eu fico constrangido as vezes pela maneira que ele trata as pessoas.

_ Você o conhece, como ele diz, é o jeito dele. _ Bert disse e eu suspirei resignado_ Frank, vou aproveitar que estamos a sós pra te dar um alerta.

_ Qual?

_ Olha Frank, sei que não é da minha conta o que vocês fazem da vida, mas como o Gerard não me ouve mesmo, eu tenho que falar com você, só com você o que eu acho. _ ele falou acalentando a filha que cochilava em seu ombro e eu assenti pra que ele prosseguisse_ Frank, acabei de crer que o Gerard não mudou nada, ele é o mesmo riquinho esnobe e mal educado de sempre. Eu conheço ele Frank, e sei que debaixo de todo aquele egoísmo mora uma boa pessoa, com boas intenções e afins, mas sério, mesmo assim ele não chega aos seus pés. Me surpreendo que deu mais uma chance a ele, depois de todos aqueles rolos... Você não precisa disso Frank, você é melhor do que isso, do que ele... Tipo... muito.

_ Bert, eu não sou melhor do que ninguém e ele é ótimo. Você sabe que eu o amo desde sempre e vou continuar dando todas as oportunidades que ele precisar para que nós fiquemos juntos. Eu acredito nele.

_ Pois acho que não deveria, pra mim está se iludindo demais. Sabe aquele ditado do pau que nasce torto? Pois é, ele.

_ Bert não é assim, eu confio nele e é disso que ele precisa, de um voto de confiança.

_ E de novo e de novo? _ ele perguntou parecendo indignado_ Frank você já fez isso antes e não deu certo, você já lutou e ele não.

_ Mas ele me prometeu que...

_ Ele promete muitas coisas, e espero que ele cumpra dessa vez. Eu repito Frank, não quero ser intrometido, mas já sendo, te peço que tenha cuidado. Como seu amigo me preocupo e não quero nem imaginar que ele está te machucando.

_ Ele não vai...

_ E como você vai saber? Frank, ontem quando eu cheguei, passei pelo corredor em frente ao seu quarto e ouvi você chorando. Eu achei estranho vocês terem saído do show sem antes falar comigo e com o pessoal, posso apostar que ele te tratou mal e nem me diga que não foi isso porque sei como ele é. Frank, você não precisa disso, não precisa dele. Não estou querendo que se separem, mas se esse for o necessário eu apoio porque não quero que seja infeliz.

_ Eu não sou infeliz Bert, ontem nos desentendemos mesmo, mas eu já o perdoei, já passou... Obrigado pela preocupação, mas eu acredito de coração que ele vai fazer o melhor dele assim como eu faço o meu. _ falei e ouvimos o táxi buzinar, este havia chegado.

Bert sorriu e me abraçou de novo.

_ Se você insiste, não me resta nada além de te apoiar e desejar o melhor pra vocês. _ ele falou e me olhou_ Você é muito boa gente Frank, não deixe que te machuquem. Se cuida tá?

_ Eu me cuido, pode deixar. _ falei sorrindo e fiz carinho nos cabelinhos de Cleo_ E se cuide também, de você e de sua família como está cuidando. Estou orgulhoso de você.

_ Eu também estou orgulhoso de você, sempre estive. Quem sabe eu ainda acabo voltando aqui uma próxima vez para o casamento de dois complicados que eu conheço. _ ele falou e eu ri.

_ Vamos, deixa que eu leve as malas pra você, Cleo está muito dorminhoca, dá um beijo nela por mim.

_ Vou dar muitos. _ ele falou e foi até o táxi_ Parece que essa é a nossa despedida, não é?

_ É só um até logo, boa viajem pra vocês. Mande lembranças a sua esposa.

_ Vou mandar, e mande um abraço para Mikey e o pessoal quando vê-los.

_ Está bem.

_ Tchau Frank. _ ele falou entrando no táxi com Cleo.

_ Tchau Bert. _ falei acenando assim como ele o fazia pra mim e logo Cleo também fez porque ela parecia aos poucos despertar.

Sorri e assim que o táxi sumiu de minhas vistas eu voltei a entrar em casa, fechei a porta e fui direto para o segundo andar falar com Gerard.

Quando entrei no quarto das crianças e vi ele lá ainda de pijamas como os pequenos e distraído desenhando. Fui até ele e perguntei:

_ Amor, pode vir aqui trocar umas palavras comigo, por favor?

_ Claro Frankie. _ ele disse sorrindo e se levantou vindo comigo até o corredor. Encostou a porta do quarto das crianças e me olhou_ O que é? O chato já foi?

_ O Bert já foi e é sobre ele que eu quero falar.

_ Ainda bem que ele já foi. Pode dizer.

_ É que eu fiquei constrangido Gerd, pela maneira que tratou ele, nem foi se despedir direito.

_ Eu estava de saco cheio, acredita que ele largou aquela menina piolhenta no meu colo ainda há pouco?

_ Eu não acredito que disse isso Gerard. A Cleo não é piolhenta, ela é uma princesa linda, filha do nosso amigo, ou... meu amigo, não é?

_ É Frank, vou ter que concordar, ele agora é mais amigo seu do que meu. Não tenho mais paciência pra lidar com o Bert.

_ Com paciência ou não deveria ter sido mais gentil, eu te pedi lembra?

_ Lembro sim Frankie, foi mal... _ ele falou me trazendo para os braços dele e me abraçou.

_ Tudo bem Gerd, só não trata mais as pessoas mal.

_ Não vou fazer mais isso Frank. _ ele disse e eu assenti sorrindo e o olhando.

_ Certo... E você? Como está com as crianças?

_ Muito bem, estamos nos divertindo. Vamos ficar juntos no quarto, vem... _ ele falou pegando a minha mão e lá fomos nós.

Tinha tudo para ser um dia perfeito, uma semana perfeita, uma vida perfeita e mesmo com meu coração acreditando que seria, no fundo algo me dizia que alguma coisa em breve aconteceria. E tudo sairia dos trilhos drasticamente, e cada vez mais.

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