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História Mas se você vier... - Frank


Escrita por: ElizabethJules

Notas do Autor


Oi trouxas! <3

Tensão na área.

Espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 138 - Frank


Fanfic / Fanfiction Mas se você vier... - Frank

-S2-

POV Frank

 

Depois da discussão do dia anterior o que ocorreu mesmo, foi que Gerard chamou Ban pra ir pra casa com ele, mas ela de jeito nenhum quis sair de minha casa, ainda mais no meio da brincadeira como ela disse; então Gerard preferiu ir sozinho porque já sabia que brigaria com Ban caso insistissem em levá-la junto.

Ela era tão insistente quanto ele, então assim aconteceu, Ban ficou conosco e ele foi embora sozinho.

Eu me senti aliviado por Ban ter ficado, mas preocupado e tenso por esse afastamento repentino deles. Estava sendo muito difícil lidar com Gerard nos últimos tempos, e Ban sentia muito, eu sabia.

Então eu creio que ela preferia se manter em seu mundo de criança, do que se envolver mais ainda nas questões do pai; e eu conversava muito com Ban, as vezes com todos, geralmente com todos os pequenos, mas as vezes quando eu tinha uma oportunidade a sós com ela, eu conversava com ela.

Falávamos sobre Gerard, eu pedia que ela tivesse paciência com ele sempre, porque nós nunca sabíamos o que ele aprontaria em seguida, mas era quase certo que ele ainda nos aprontaria algumas coisas; em todo caso eu me preocupava demais em preservar as crianças, ainda mais Ban que sempre costumava ser tão preocupada com o pai, mas pouco a pouco ela acabava se entregando a infância que pertencia a ela e passava a deixar que nós adultos nos resolvêssemos. E eu confesso que a ajuda deles antes foi muito importante, mas como agora tudo estava tão mudado, eu preferia que eles se mantivessem mesmo em seu mundo enquanto nós nos mantínhamos no nosso.

-S2-

Passei aquela noite de sábado pra domingo sem ele não foi fácil de pegar no sono.

Cuidei das crianças como sempre o fazia e depois fui para o meu quarto onde passei nem sei quanto tempo me revirando na cama, sem conseguir dormir pensando em como ele estava e no quanto eu queria ele ali.

A minha cama já tinha o cheiro dele, e eu até peguei seu travesseiro e só consegui sossegar(ou quase isso) abraçado neste e sentindo o cheiro familiar ali impregnado; eu fechei meus olhos e deixei que umas lágrimas rolassem finalmente.

Estava sendo difícil pra mim, muito, eu sabia; mas eu sabia que pra ele também estava e eu só queria que ele fosse feliz de verdade, só isso.

Permaneci com meus olhos fechados e fiz a minha oração de todas as noites, eu a essa altura não sabia se Deus me ouviria, se eu era digno disso ou não, mas eu pedi como sempre o fazia; eu pedi por ele, por nossos filhos, por todos nós, pra que um dia ele se aceitasse, nos aceitasse e nós pudéssemos por fim ser felizes como família.

Uma família completa e sem medo.

Era o que deveria ser, mas ainda que no fundo eu permanecesse receoso, o Frank cheio de esperança prevalecia em mim e esse sempre seria o que movia cada atitude minha, em relação a tudo.

E eu havia prometido a mim mesmo que nós sairíamos vencedores desse momento conturbado. Eu faria de tudo e confia que ele uma hora o faria também.

-S2-

No dia seguinte ele chegou logo pela manhã.

Era um domingo ensolarado contrariando aqueles dias frios, e eu fiquei feliz por ele voltar logo cedo, eu fiquei muito feliz porque ele parecia ótimo e eu estava otimista é claro, eu sempre buscava deixar o passado no passado e nos dar uma chance a cada dia. Porque eu queria muito que desse certo e ele também pelo visto.

Ele me abraçou e me beijou afoito. Entrou logo abraçando todo mundo e disse que já sentia saudades e que quase veio no meio da noite pra minha casa, só não o fez pra não me assustar batendo a minha porta tão tarde.

Nós rimos e fomos tomar café da manhã juntos.

Estávamos reunidos e tudo estava como eu gostava e cria que era o nosso ideal.

Ele trouxe consigo biscoitos para as crianças e eu amava aquele jeito atencioso dele, que mesmo com todos os problemas, ele sempre se preocupava em fazer os pequenos sorrirem assim como eu fazia dentro de minhas capacidades.

E lá estávamos nós como se não houvesse o dia de amanhã. E eu me perguntava as vezes se aquela  minha estratégia de não pensar muito no dia de amanhã funcionaria ou se seria uma tragédia para todos nós. Eu estava seguindo meus instintos e tentando manter todos felizes e a casa em ordem, e na maior parte do tempo eu conseguia, só que as vezes ele virava tudo de ponta a cabeça e sobrava pra mim também consertar seja lá o que fosse.

De qualquer forma eu o faria, sempre que precisava.

E lá estava eu de novo fazendo todas as vontades dele em seu último dia conosco.

Eu limpei nossa mesa de café da manhã e não demorou a que eu começasse a cozinhar tudo que ele e as crianças pediram. Eu quis fazer do nosso dia especial e mesmo tão atarefado correndo de um lado para o outro em pleno domingo atendendo a tudo que eles me pediam, eu o fazia sem problema algum; eu o fazia com um sorriso no rosto. Gostava de oferecer tudo do melhor para os meus cinco amores e pensando nisso preparei o melhor almoço da vida deles, a sobremesa preferida de cada um e assim nós almoçamos todos juntos.

Eles ficaram muito felizes e me agradeceram muito e eu disse o de sempre, que não tinham o que agradecer, eu fazia tudo por eles com amor e isso me deixava muito realizado, vê-los felizes como estavam.

Mas bem, voltando ao meu dia, eu só sentei mesmo pra almoçar com eles, porque logo levantei pra limpar tudo, fui cuidar dos cachorrinhos, limpar a garagem como eu fazia todo dia; que era onde eles ficavam e alimentei-os.

Gerard e as crianças estavam entretidos nos desenhos que passavam na televisão da sala e eu ia lá vez ou outra pra servir o que eles queriam, fosse água, suco, café no caso de Gerd, biscoitos e essas coisas.

Voltei a fazer minhas tarefas, catei roupas da corda, estendi mais e fiquei ocupado e assim as horas foram passando.

Certo momento eles voltaram para cozinha para lanchar, e eu coloquei a mesa pra eles e ao que ia me sentar para lanchar também, meu celular tocou em meu bolso e eu peguei pra ver que era; o número da tela era desconhecido, mas como mesmo assim poderia ser minha mãe, me apressei em me encaminhar para fora da cozinha e disse parado a porta desta:

_ Vou atender uma ligação, podem começar sem mim. _ falei e as crianças assentiram e o fizeram.

_ É a sua mãe Frankie?

_ Não sei Gerd, mas vou atender amor. _ falei e ele sorriu pra mim e voltou a beber de seu café ao que eu saí de vez dali e encostei a porta atrás de mim.

Fui até o sofá, sentei-me depressa e atendia a ligação. E eu esperava tudo, menos aquilo:

_ Alô Iero. _disse Lindsey, eu sabia que era ela.

Fique tenso na hora, eu já havia a perdoado, estava tudo bem, mas eu senti uma coisa ruim ao ouvir a voz dela.

_ Alô. Você quer falar com a Ban? Um momento, vou chamá-la. _ eu disse mesmo estranhando porque ela quando queria falar com Ban, ligava para o telefone de minha casa.

_ Não, obrigado. Hoje eu quero falar com você mesmo.

_ Você fez alguma coisa? _ perguntei sério.

_ Você não sabe da metade do que eu fiz Iero. Mas não é pra isso que eu liguei, é pra te alertar, como você salvou minha filha e eu estou te devendo uma, veja como uma ajuda, um conselho de velhos amigos se quiser.

_ Você nunca foi minha amiga Lindsey, pelo contrário, foi muito cruel tirando o Gerd de mim e depois fazendo mal a ele. O que poderia vir de bom de você agora?

_ Não foi eu quem tirou ele de você, ele que te deixou seu bobo. Eu tentei te explicar isso mil vezes, mas você nunca quis ouvir a verdade. Talvez pra manter essa ilusão de que ele é bom e você ama ele.

_ Não é ilusão Lindsey, Gerard é um homem incrível e eu o amo. E você até outro dia jurava o mesmo.

_ Pois é claro, eu o amo mesmo, mas não liguei pra falar de mim e sim de você, então não seja burro e pensa: Se ele te amasse mesmo, mesmo, mesmo, ele não teria se casado comigo por mais que eu desse um pouquinho em cima dele. Ele teria ficado com você.

_ Não precisa se dar o trabalho de me falar sobre essas coisas que aconteceram há tanto tempo atrás até porque nós já superamos isso.

_ Lá vem você sendo o mesmo burrinho apaixonado de novo. Pensa! Pensa pelo menos uma vez, com a cabeça e não com o coração, vocês não superaram nada disso, e ele vai fazer de novo. Vai te deixar de novo, eu sei porque tudo contribui pra isso.

_ O que você sabe sobre nós pra me dizer essas coisas?

_ Mas que a maioria, já que conheço os dois, mas saiba que o país, não, o mundo sabe o que vocês tem. Eu acompanho tudo pela imprensa. O dia a dia família de vocês.

_ Você não...

_ Sim, eu que coloquei a imprensa a espreita. Dei algumas informações valiosas a eles e acredite, eu nem precisei pagar! Vocês dão tantos lucros para esses fofoqueiros que eles resolveram procurar e bisbilhotar vocês por eles mesmos. Estou te contando porque você tem sido bom com minha filha e com Gerard, e eu me sinto no dever de te esclarecer tudo. _ ela dizia normalmente.

_ Você é um monstro...

_ Pode até ser, mas isso eu fiz pra te ajudar.

_ Como me ajudar? Você está nos prejudicando, só isso!

_ Que nada! Eu fiz só pra você ver o quanto antes, que o Gerard vai te largar na primeira oportunidade, quando começar a pesar nas costas dele, ele vai te deixar.

_ Ele não faria isso comigo, não de novo.

_ Faria. Eu estou dizendo isso porque o conheço. Gerard é um covarde, não esse homem maravilhoso com quem sonha. Ele é um covarde e vai preferir ficar sem você e sua filharada do que ser chamado de gay na rua, por todos!

_ Não fale dos meus filhos, e se quer saber ser chamado de gay, não é vergonha alguma, é o que nós somos.

_ Eu sei, e também sei que não é vergonha alguma, agora vai colocar isso na cabeça dele. Vai lá, tenta convencer ele... Frank, se seu amor fosse o suficiente ele nunca teria o deixado pra começo de conversa e agora não estaria prestes a fazer isso de novo. Poxa, cai fora. Pensa em você e nas crianças, no quanto todos vão sofrer... O que te fez acreditar que poderia fazer ele te amar agora se ele não fez isso antes? Se seu amor nunca serviu de verdade pra ele? _ ela perguntou mencionando meu nome pela primeira vez em anos, e jogando todos os meus medos na minha cara eu não aguentei, eu comecei a chorar baixo porque eu sabia, até ela, até Lindsey estava com pena de mim, mesmo com toda a maldade quando ela baixou o tom eu senti que ela estava falando o que realmente estava na cara de todo mundo_ Você está chorando, não é? _ perguntou ela baixo.

_ Eu vou desligar...

_ Não, eu ainda não acabei. E por favor, pare de chorar tanto por ele, se bem te conheço, você anda fazendo isso bastante.

_ Não tente bancar a minha amiga agora, porque quando eu precisei de uma, não tive da sua parte já que você estava lá me traindo. Como posso acreditar que logo agora você queira o meu bem? Você não quer isso, você quer uma chance com ele.

_ Eu fui rude com você? Sim. Coloquei Gerard a frente da nossa amizade? Sim, mas no fundo eu não te odeio, não quero o seu mal, eu só quero ele. E... Você não precisa fazer papel de bobo de novo, se ele não ficar comigo o que é muito provável já que ele não quer nem me ver, ele vai ficar com outra, eu sei que tem um monte de garotinhas atrás dele como sempre e quer saber, ele pode até ficar com elas, mas não com um cara, não com você. Ele não saberia lidar.

_ Pra isso que eu estou aqui, ao lado dele dia após dia o amando e ajudando ele a superar isso. _ falei ainda chorando um pouco.

_ Você já foi pra cama com ele, não é? _ perguntou ela parecendo preocupada por um mísero instante e eu não respondi óbvio, só chorei mais_ Claro que sim! E você ainda acha que todo o seu amor, o seu corpo, ou sei lá vão mudar ele... Frank pare de se machucar e cai fora antes que ele te dê um pé. Está na cara pra todo mundo que você está sendo usado por ele e assim que ele te largar você vai ficar todo triste de novo, só que pior. Ainda mais por que não vai ter mais a Jamia pra te consolar, não vai ter ninguém, e você ainda vai ter três filhos pra criar, longe dele.

_ Cale a boca Lindsey, eu faço tudo que faço porque o amo, e ele sabe disso.

_ Mas ele não te ama, aposto que não te falou nada sobre isso... _ ela falou e eu me calei_ Viu só?

_ Eu não vou deixá-lo só porque você quer... Por mim nós nunca nos separaríamos.

_ Eu sei disso e boa sorte pra você. Vai precisar. E a propósito, não é por mim que você estaria se livrando dele, é por você e pelos seus filhos, porque acredite em mim, quando ele te deixar e ele vai te deixar, é só questão de tempo, você não vai aguentar, você vai...

_ Quem está falando com você, Frank?_ perguntou Gerard entrando na sala e logo tomando o telefone de minha mão nervoso. Ele colocou no ouvido e logo desligou. Eu fiquei ali no sofá chorando como o idiota que eu certamente era_ Desligaram... Quem te fez ficar assim? Quem te fez chorar? _ ele perguntou se sentando ao meu lado e colocando o telefone na base.

_ Foi a Lindsey, ela ligou...

_ Tinha que ser! Mas por que está assim Frank? Sabe que ela só fala bobagens.

_ Ela me disse umas coisas... _ falei tentando me conter.

_ O que? _ perguntou ele secando as lágrimas do meu rosto.

_ Pra começar ela confessou que foi ela que avisou a imprensa sobre a gente. _ falei olhando pra ele.

_ Só podia ser coisa dela, Lindsey está se tornando uma desocupada e insuportável! _ ele falou nervoso e ficou me olhando chorar mais até eu me controlar mais e quase parar_ Foi só isso que ela disse? Ela te falou mais o que Frankie? _ perguntou ele me abraçando e eu me aninhei no peito dele.

_ Nada, nada deixa pra lá. Só me abraça, por favor. Não me deixa... _ falei fechando os meus olhos.

_ Eu não vou te deixar Frankie, eu jamais faria isso. _ ele falou baixo beijando o topo da minha cabeça.

_ Promete?

_ Eu te prometo.

-S2-

Ficamos um longo tempo só ali quietos e abraçados até que ele me convenceu a ir lanchar mesmo que agora eu já estivesse sem fome pelas coisas que ouvi. Mas pra agradar ele e não preocupá-lo, eu voltei a cozinha e tomei apenas um copo de suco e comi uns biscoitos.

As crianças já estavam correndo por toda parte com seus cachorrinhos e como era fim de tarde, mas ainda estava demasiadamente quente e a claridade ainda se fazia no céu, pediram pra irem brincar com os filhotes na grama em frente a casa; nós fazíamos isso as vezes; mas eu sempre ficava de olho neles enquanto brincavam e tomavam um pouco de ar fresco.

Como eu havia acabado de lanchar e estava recolhendo a mesa e já indo limpar tudo, pedi que Gerard fosse ficar de olho neles e então lá foram eles.

Fiquei na cozinha mesmo e eu até olhava pela janela vez ou outra pra ficar de olho neles porque Gerard parecia entretido em seu celular, mais do que nas crianças na brincadeira, de qualquer modo tudo parecia estar bem, só que em outro momento quando voltei a olhar pela fresta da janela meus quatro pequenos haviam sumido, e os filhotes também, e Gerard ainda estava olhando demais para seu celular.

Eu senti uma coisa ruim, mas não me permiti me desesperar.

Abri a janela totalmente e gritei-o:

_ Gerd! Onde estão as crianças?

_ Só foram buscar uma das bolinhas dos filhotes que eles tacaram longe. Caiu no gramado de uma casa aqui da rua, foi o que Li disse e eu deixei que ela fosse lá buscar com os demais.

_ Por que não foi com eles, Gerard?

_ Não se preocupa com eles, aqui é muito seguro e Li é esperta e já deve estar voltando.

_ Tudo bem... Mas quando eles voltarem peça que venham até mim, eu quero vê-los.

_ Pode deixar, eu peço. _ ele disse e voltou a se distrair no celular e eu percebi que ele estava jogando.

_ Cuida deles Gerd...

_ Estou cuidando... _ ele disse com os molhos vidrados na tela e eu assenti voltando a fechar a janela.

Percebi que não devia faltar muito pra escurecer então eu decidi deixar aquela pia de lado e ir atrás das crianças pra eu mesmo vigiá-los enquanto brincavam, mas ao que eu ia sair, eu já estava na sala pronto pra isso, Gerard entrou depressa sorrindo, me abraçou e me beijou calorosamente. Eu sorri assim que nossos lábios se separaram e logo perguntei:

_ As crianças voltaram, não é amor?

_ Acho que não...

_ Você acha?! _ perguntei já nervoso me afastando dele e indo até a porta de casa abrindo-a e gelando ao que não vi uma alma viva ali_ Gerard, onde estão os meus filhos? _ perguntei.

_ Estão vindo Frankie...

_ Gerard, onde eles estão? Já era para os quatro terem voltado. Onde eles estão?! _ perguntei perdido olhando tudo em volta ao que eu ia até a grama completamente desesperado com meu coração batendo loucamente.

_ Olha Frank, eles estão vindo ali. _ disse Gerard apontando tranquilamente para as crianças e os cachorrinhos que vinham correndo em nossa direção e eu me senti aliviado por todos estarem ali e bem, mas ainda sim, me senti tenso, como se algum perigo ainda nos rondasse.

_ Graças a Deus... _ falei e logo Li se chocou em mim com um forte abraço, Li parecia aflita e logo que ela deu espaço, Miles veio para meu colo.

_ Pai, vamos entrar pai! Vamos entrar e nos esconder! _ disse Li pegando a minha mão e a de Gerard e foi correndo praticamente nos puxando para entrar em casa, já que Ban foi na frente com Cher; Ban abriu a porta e Cher levou cada um dos cachorrinhos pra dentro assim que nós entramos.

_ Minha filha, o que aconteceu? Conta pro papai o que houve. _ pedi e depois que Li trancou a porta, ela se virou pra mim com os olhinhos arregalados.

Todos estavam muito quietos e até os cachorrinhos barulhentos não latiram uma só vez.

Miles o mais levado da turma, estava abraçado a mim fortemente e com o coraçãozinho batendo descontrolado. Ele estava nervoso e eu o abracei mais forte e olhei pra Gerard que estava ao meu lado sem entender nada.

Depois daquele breve silêncio Li disse tudo de uma vez:

_ Pai, um moço tentou sequestrar o Miles. _ ela disse e eu quase caí pra trás com meu filho no colo, eu senti minhas pernas falharem e minha garganta secar_ Nós fomos buscar a bolinha, como dissemos ao tio que faríamos; estava no gramado de uma casa aqui perto pai, só umas casas de distância daqui, mas aí quando chegamos lá, eu senti que tinha um carro preto seguindo a gente. Não demorou nada pra que um moço ruim abrisse a janela do carro e chamasse pelo meu irmão Miles, então eu segurei a mão do Miles e gritei pra que o moço fosse embora, aí o moço ficou bravo comigo, desligou o carro e saiu correndo na nossa direção. E ele ia pegar meu irmão, mas eu pisei no pé dele e pedi que meu cachorrinho Gerardinho atacasse aquele moço, então o Gerardinho mordeu a perna dele e nós saímos correndo e voltamos pra cá. Eu fiquei com medo pai, achei que o moço ia me bater pra pegar o Miles que estava bem atrás de mim! _ Lily disse aquilo tudo rapidamente e eu coloquei Miles no chão com cuidado porque parecia que eu tinha perdido a força. Li veio até mim de novo e abraçou minhas pernas e eu percebi o quão trêmula ela estava_ Fiquei com medo de não conseguir proteger eles pai, fiquei com medo de não conseguir cumprir o que te prometi. _ ela disse chorando e meu único reflexo foi me abaixar para abraçá-la melhor.

_ Você salvou seu irmãozinho Li. Obrigado... Muito obrigado meu amor... _ eu falei e umas lágrimas caíram densas de meus olhos_ Eu estou orgulhoso demais de você Li, de todos vocês. _ falei e os pequenos se juntaram a nós naquele abraço e até os cachorrinhos ficaram em volta. Eu peguei Gerardinho no colo e fiz um carinho na cabecinha dele em agradecimento_ Nós vamos ficar bem. _ eu disse e sequei as lágrimas do rostinho de Miles e percebi que as meninas estavam chorando também_ Mas por favor, não chorem. Eu vou resolver tudo. _ falei ainda que incerto_ Nós vamos a polícia agora mesmo, e vocês vão precisar ser fortes e responder umas perguntas lá.

_ Tudo bem papai, vamos fazer isso.  _disse Cher.

_ Ban... _ chamei-a e ela assentiu para que eu prosseguisse_ Você conseguiu identificar se o moço dessa vez era o mesmo daquele dia? _ perguntei me referindo a tarde em que fomos assaltados no parque.

_ Não tio. _ ela disse negando com a cabeça_ Eu lembro daquele moço e aquele é completamente diferente.

_ Entendi querida... _ falei, me levantei e logo olhei para Gerard que estava parado ao meu lado_ Me leva a delegacia mais próxima Gerard, nós precisamos de uma solução pra... Essas coisas que estão acontecendo.

_ Eu não sei Frank...

_ Como não sabe Gerard? Nós vamos agora mesmo, eu estou com medo. _ falei e ele assentiu_ Nos leve no meu carro, eu estou muito nervoso pra dirigir.

_ Tudo bem, vamos lá... _ele disse ainda parecendo incomodado e eu nem sei com o que, quem devia estar incomodado e estava era eu, além de apavorado, é claro, mas deixaria pra conversar com ele quando estivéssemos a sós mais tarde.

-S2-

Só foi eu dar um copo de água para as crianças, enquanto Gerard a meu pedido foi no segundo andar pegar nossos casacos e lá fomos nós.

Ele nos levou a delegacia mais próxima, ele sabia onde era e no meu carro levou todos nós pra lá.

Eu estava com muito medo, eu estava apavorado, todos estavam quietos e eu com meu filho ainda quietinho em meu colo.

E Gerard... Eu só queria uma atenção dele, eu só queria que ele dissesse alguma coisa reconfortante pra mim assim como eu dizia pra todo mundo, mas não, nesses horas ele parecia travar, ele não disse uma palavra o tempo inteiro e eu precisava de uma palavra, eu precisava ouvir a voz dele, eu precisava de um abraço; mas ele se trancou dentro dele mesmo e nem me olhou depois daquele susto e durante todo caminho.

E eu sabia que ele estava nervoso e com medo assim como eu, mas ao contrário de mim, ele tinha aquela postura, o que me deixava ainda mais nervoso.

Mas pouco depois chegamos a delegacia com as crianças e o meu nervosismo só aumentou porque aquele era um momento de tensão, de muita dificuldade na nossa família e eu precisava dele, mas assim que solicitamos falar com o delegado, e ele pôde nos atender, eu simplesmente não acreditei no que Gerard fez.

A primeira coisa que nos perguntaram foi se éramos um casal(até porque eles precisavam saber e estava na cara de qualquer forma), então ao que eu ia responder que sim, nós éramos, ele tratou de dizer prontamente que não, nessa hora eu quis chorar ali mesmo, porque eu estava desesperado, além de nossos problemas cotidianos, eu quase perdi meu filho, e não sabia quem estava por trás daquilo. Eu quis chorar porque ele de novo, como sempre, não estava do meu lado de verdade, não como eu o fazia com ele.

Então contendo meu nervosismo, eu pedi que nós pulássemos logo para a parte dos depoimentos individuais, eu precisava esclarecer tudo que estava acontecendo, com o apoio de Gerard ou não.

-S2-

Eu estava magoado, ferido, e até trêmulo ainda, mas fiquei firme naquela sala e contei nossa situação. Gerard estava na sala de espera com as crianças e eu preferi que fosse assim.

Contei ao delegado responsável que tinha muitas pessoas contra nosso relacionamento, contei que isso incluía, até mesmo os familiares dele e os meus, e principalmente Lindsey; eu não fiz uma denúncia formal contra ela, mas falei sobre o assalto e a agressão que sofri, falei que ela foi a mandante, e eu não tive escolha a não ser contar.

E não, sobre Miles eu não acreditava que fosse ela, mas ainda sim era uma opção e eu queria ter uma resposta, eu queria que todos os suspeitos fossem investigados, absolutamente todos, e se nós fossemos mais expostos ainda, que fossemos, mas meus filhos não correriam mais perigo.

O delegado e o investigador não acharam que fosse Lindsey também, mas se mostraram bastante competentes e prontos a resolver o caso. Eu não queria contar nada sobre ela, até pedi pra que tivessem discrição quando fossem falar com Ban, já que a pequena não sabia que a mãe havia feito tais coisas.

Eles entenderam prontamente e depois de quase uma hora de depoimento, eu fui buscar um por um dos meus filhos e cada um falou como foi aquele momento terrível que passaram mais cedo.

As crianças se saíram bem nos depoimentos e Li se emocionou bastante, abracei forte ela que teve que infelizmente se lembrar de tudo que passou com os irmãos. Fiquei ao lado de cada um, enquanto Gerard ficava com os demais ainda na sala de espera e por último ele foi.

Todos contaram o que sabiam e as crianças ajudaram o desenhista da polícia a fazer logo os retratos falados, e pra minha surpresa assim que eu dei as informações daquele homem que me agrediu no outro dia no parque, eles me disseram que ele já estava preso; me amostraram uma foto de um detento no computador e eu me arrepiei ao ver que era ele mesmo. E mais ainda ao saber que ele fora preso dias atrás por ter assassinado um homossexual, e eu acho que perdi toda a minha cor naquela hora, porque isso só prova o que eu pensei, que ele me agrediu com aquela fúria propositalmente por eu ser gay, e que podia ser eu a vítima morta naquele momento.

Eu nem sei porque ele me deixou vivo, eu até deixei que umas lágrimas rolassem quando soube daquela notícia, porque eu queria sim aquele homem atrás das grades, por mais que eu só tenha feito o retrato dele por insistência dos policias, mas eu não queria que ele estivesse lá por ter matado uma pessoa inocente, aquilo foi horrível.

Eu pedi ao delegado que resolvesse o máximo naquele dia mesmo, porque eu não queria que meus filhos voltassem ali, tinha um ambiente muito pesado; então ele resolveu o máximo que pôde e eu dei graças a Deus por aquela equipe ter nos tratado tão bem e ter começado a investigar de pronto.

Depois que todos deram seus depoimentos, minha ocorrência fora feita, nós fomos embora.

E ao que saíamos da delegacia, tinha uma repórter ali e Gerard logo tratou de se colocar na nossa frente e nos proteger daquela mulher com sua equipe que nos seguiram até o carro fazendo perguntas e nos fotografando.

Eu praticamento corri com as crianças pra colocá-las logo lá e percebi que Gerard afastara todo mundo quando deu um soco na cara de um dos fotógrafos.

Eu logo entrei no carro  chorando com Miles em meu colo chorando também, e me refugiei ali ao que Gerard entrava no seguinte momento e nós tirava de lá.

-S2-

Já era bem tarde quando chegamos em casa e eu me desculpei com as crianças pelos apuros que passamos, e é claro, agradeci-os por terem se comportado e até colaborado com tudo que pedimos.

Então lá fui eu colocar os quatro pro banho, preparei o leite das meninas e a mamadeira de Miles e logo depois de se alimentarem, eles adormeceram cansados.

Eu prometi aos meus filhos que tudo ficaria bem, que eu cuidaria deles e assim seria; não nos fariam mais mal como aqueles, não agora com a polícia informada, e a espreita, e seja lá quem fosse que estivesse por trás daquilo, com a investigação acontecendo, essa pessoa pararia.

-S2-

Depois de cobrir meus filhos e beijar a cabecinha de cada um deles, eu fui até a cozinha lavar os copos e a mamadeira já vazia.

Feito isso bebi somente um copo de água e fui pro meu quarto tomar banho. Ao que entrei lá, vi Gerard já de pijama pronto pra dormir sentado em minha cama, eu não disse nada, só peguei minhas roupas e fui para meu banheiro tomar um banho.

Eu ainda estava muito tenso, eu sabia que a nossa conversa seria longa e nada fácil, mas seria necessária e eu estava tão nervoso que não me conteria mais, eu perguntaria a ele o que estava me incomodando há muito tempo.

-S2-


Notas Finais


Tem mais gente querendo separar Frerard?
Sim, tem muita gente, vocês sabem e aí está, pegaram pesado dessa vez.

E se não fosse a super Li pra pensar rápido e salvar o dia, teriam levado MESMO o pequeno Miles;
Todas as crianças são espertas e muito levadas, mas cada um age de uma forma em situações de perigo e todo mundo travou, menos a Li. Amém.
E ela simplesmente teve e tem uma linda preocupação de cumprir o que se promete, coisa que muitos adultos não fazem.

G como sempre estava viajando e aconteceu o que aconteceu.
E ele está surtando internamente porque está se culpando pelo que aconteceu, e de certa forma foi culpa dele mesmo porque foi uma falta de atenção muito grande da parte dele.

O G está acumulando todas essas coisas que acontecem com eles e o Frank também, mas os dois tem reações completamente diferentes. No capítulo que vem tem conversa. :-)

E sim, até a Lindsey ficou com pena do Frank e ligou pra ele pra dar aquele tipo de alerta.
O que vocês acham disso?
Comentem o que estão achando.

Obs: a fic está sendo editada nesse formato agora, sem tantos espaçamentos entre os parágrafos. Digam se melhorou ou não pra ler dessa forma. :-)

E só mais um coisa: Acabei de escrever e quarta fase!
Foi muito bom porque me desgastou muito escrever essa fase e eu estou quase que há um ano desenvolvendo as ideias que vocês vão ler em breve, e espero que gostem.
Eu sempre escrevo coisas que gostaria de ler e mesmo dando trabalho pelo desgaste psicológico, fluiu bem porque eu escrevi umas cenas bem complexas de uma vez, foi bem legal.
Estamos quase chegando lá!

Até amanhã no próximo amores.
Beijos <3


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