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História Mas se você vier... - Gerard


Escrita por: ElizabethJules

Notas do Autor


Oi trouxas! <3

Capa nova! A oficial, eu espero. <3

Esse capítulo é o último desta fase, o encerramento dessa parte da fic, e não vai ser fácil de ler, então muita calma.
Amanhã vamos pra última fase da fic, amém.

Boa leitura!

Capítulo 151 - Gerard


-S2-

Pov Gerard

 

Eu amo o Frank. _ pensei ali sentado em meu sofá depois de ficar paralisado por longos momentos ali assim que Frank foi embora. Só então eu percebi que eu deveria contar o óbvio_ Eu o amo e não posso deixá-lo ir embora assim, não posso deixar tudo terminar assim. Eu teria de ir atrás dele naquele instante aonde ele estivesse e conversar, ampará-lo, implorar que me perdoe porque eu deveria lutar e... O que eu acabei de fazer?!

Eu estava desesperado. Fato.

_ Pai! _ ouço Ban me chamar alto e olhei pra cima, ela estava bem no alto da escada_ Era o meu pai Frankie que estava aqui? _ perguntou sonolenta esfregando os olhinhos ao desder as escadas_ Acho que ouvi a voz dele...

_ Sim, era ele filha... _ falei impressionado. Desde cedo fui perceber que Ban agora estava chamando Frank daquela forma e bem... Eu não tirava a razão dela, ele merecia aquilo, ele merecia tudo; e nos últimos tempos tinha sido mais pai do que eu. Me arrependi de novo pelo que acabei de fazer.

_ O que foi pai? Que cara é essa?! Brigou com o meu pai Frankie por acaso? _ Ban perguntou.

_ Sim Ban, eu briguei com ele e preciso consertar as coisas.

_ Então vai atrás dele logo pai! Vai! Se mexe! _ ela falou irritada como eu falava  e eu sorri então tomando forças pra fazer aquilo.

Eu parecia preso em outro mundo, fora da realidade, isso até Frankie sair da minha casa, e agora tudo parecia cair em mim mais e mais.

_ Já vou Ban! _ falei rápido e beijei a cabecinha dela.

_ Senhor Way, já estou de saída. _ disse Angie ao entrar na sala arrastando sua grande mala pelo chão.

_ O que?! Mas já Angie? _ perguntei chocado.

_ Sim senhor, tenho que ir pra passar na minha casa e pegar as demais malas, o avião sai em menos de uma hora, vou conseguir chegar a tempo.

_ Não Angie, eu preciso de você aqui, quem vai ficar com a Ban?

_ Eu estou mesmo em cima da hora senhor, mas pode deixar ela com a sua vizinha, a senhora Gina. A Ban é amiga da filhinha dela e me lembro que as vezes elas brincavam juntas...

_ Pois é isso, vamos Ban. Pegue o casaco que eu vou te levar na vizinha!

_ Mas eu não estou com frio pai! Vamos assim mesmo, você tem que fazer as pazes com ele! _ ela disse pegando a minha mão e Angie veio até nós, nos abraçar.

_ Brigou com o Frank? _ perguntou Angie calma ao me abraçar em despedida e logo abraçar Ban.

_ Pois é, ele brigou com meu outro pai... _ disse Ban colocando a mãozinha na cabeça.

_ Então vai atrás dele, Frank te ama e vai aceitar as suas desculpas.

_ Tomara Angie. _ falei sorrindo ainda que pouco confiante.

_ Vai dar tudo certo. É melhor que deixe Ban mesmo com a vizinha, vão precisar de privacidade pra conversar.

_ Tem razão. _ falei.

_ Então já posso ir? Vão ficar bem?

_ Claro que sim Angie, boas férias pra você. _ falei a ajudando com a mala até a porta e todos saímos de casa.

_ Tchau Angie._ disse Ban acenando pra ela que logo entrava em um táxi que estava parado em frente a minha casa ao lado do carro de Frankie, e eu estranhei ele ter chegado de carro e ter saído sem este. Por que ele faria aquilo?_  Não esquece de trazer pra mim os presentinhos do México!

_ Não vou esquecer Ban! Vou trazer presentes pra todo mundo! _ disse Angie já no carro que deu a partida e Ban acenou sorridente ao que íamos atravessando depressa o jardim rumo a casa ao lado, e me surpreendi com o que vi do outro lado da rua.

Eram simplesmente Ann, Chris(sim, Chris), e os três pequenos, Cher, Li e Miles.

Eles vinham correndo em nossa direção e eu não acreditei, eu só queria falar com Frank o quanto antes, mas toda hora alguém parecia atrasar aquilo.

_ Olha pai! _ apontou Ban, logo todos eles nos alcançaram e os pequenos me abraçaram e Ban e eu sorrimos.

_ Tio Gerard! Viemos correndo! _ disse Li secando a testinha.

_ Mas por que Li? _ perguntei e olhei pra Ann _ E por que está aqui Ann? Posso saber?

_ Ei, eu vim te ajudar. Já tem tempo que o Frank não aparece e como era de se esperar, você faria uma burrada.

_ Tá, mas porque veio?

_ Porque eu... Nós..._ ela disse olhando para o Chris e as crianças_...Viemos impedir que vocês se separem. Vocês tem uma família que os apoiam, e amigos, além do que, mais do que qualquer casal nesse planeta, merecem ficar juntos. _ ela falou e eu sorri.

_ Eu vou atrás dele... E você Chis, o que faz aqui? _ perguntei.

_ Deixa que eu respondo. _ disse Ann sorrindo assim como eu_ Ele é meu namorado agora.

_ Desde quando?

_ Deve ter uns dez minutos mais ou menos, desde que ele me pediu e eu aceitei.

_ E eles se beijaram bem no meio da rua tio! _ disse Cher.

_ É verdade, nós vimos! _ concordou Li e eu sorri.

_ Até que enfim, não é mesmo? Agora parem de me enrolar, já que estão aqui, entrem na minha casa. _ falei e entreguei minha chave a Ann_ Dá uma olhada neles, eu vou atrás de Frank.

_ Tudo bem... _ ela falou e olhou o carro dele logo o percebendo ali e fincando séria_ Por que ele saiu sem o carro?

_ Eu não sei...

_ Ele foi embora há muito tempo?

_ Eu não sei, acho que perdi a noção do tempo, mas...

_ Chega Gerard, pega o seu carro e vai logo atrás dele, ele não foi pra casa, procure-o. _ ela disse já parecendo nervosa, mas eu sabia que se continha por conta das crianças que riam entre si e conversavam alheios a nossa conversa.

_ Eu vou, não tem ideia de onde ele possa ter ido?

_ Não... _ ela disse parecendo pensativa_ Espera, uma vez ele disse algo sobre gostar de fazer caminhadas no bairro vizinho, acho que ele fez isso uma vez ou duas enquanto as crianças estavam na escola e ele tinha um tempinho.

_ Ele deve ter decidido andar um pouco pra pensar. _ disse Chris concordando com Ann.

_ Não sabem que bairro é?

_ Não Gerard! Pelo amor de Deus, vai logo! Procure em todos e só volte pra casa com ele. _ ela não pediu, aquilo foi praticamente uma ordem que eu tinha e queria acatar, o que eu mais queria era ver ele.

_ Claro Ann, claro. _ falei apressado indo até meu carro_ Crianças, se comportem, não demoro. _ eu disse e eles acenaram alegres pra mim, todos menos Li que já devia ter percebido a tensão no ambiente. De qualquer forma não havia tempo para explicações, eu teria de correr e ir atrás dele.

_ Pode deixar que eu cuido de tudo Gerard! _ disse Chris abraçado a Ann.

_ Obrigado! Tchau! _ falei e eles acenaram de onde estavam, eu entrei em meu carro depressa e dei partida.

E não que eu ligasse pra cara daquela garota, mas estava péssima, ela parecia com medo e eu estava tentando ignorar aquilo, mas eu estava com medo também.

-S2-

Dirigi com os vidros do meu carro abertos olhando por todos os lados para ver se o encontrava.

Rodei por todo o bairro(que por sua vez não era tão pequeno assim) e não o encontrei, seguindo o conselho de Ann, segui para o bairro ao lado e depois o outro.

Olhei meu relógio e faltava menos de meia hora pra escurecer e assim ficaria difícil de encontra-lo, já estava sendo.

O que Frank estava pensando saindo assim pelas ruas e ainda mais andando?

Como ele conseguiu ir pra longe tão rápido?

O que estava acontecendo?

Eu estava confuso olhando por toda parte me sentindo muito mal, com um peso no peito ao lembrar de tudo que eu disse e imaginar Frank andando pelas ruas ainda com lágrimas nos olhos e completamente abalado.

Eu me desculparia e se ele não quisesse voltar comigo eu entenderia, mas eu precisava falar pra ele que o amava, eu precisava levá-lo de volta pra casa, e bem.

Pensando nisso, acelerei e continuei a procurar pelas ruas vazias, e me sentindo mais idiota ainda porque eu morava naquelas redondezas há anos, mas como eu quase nunca saía de casa, eu não conhecia nada ali. E me amaldiçoei por tal.

Esmurrei o volante e irritado e logo minha atenção se voltou para meu celular em meu bolso, peguei depressa e atendi no ato pensando ser Frank, mas não era.

_ Alô Frank?! _ perguntei desesperado virando meu carro e entrando em uma rua aleatória torcendo para que Frank estivesse ali, mas ele não estava também.

_ Ei, não é o Frank. _ disse Mikey rindo.

_ Michael, agora eu estou ocupado, depois nos falamos.

_ O que houve? Algum problema entre você e ele?

_ Todos, nós brigamos e eu estou atrás dele.

_ Onde ele está Gerard?

_ Eu não sei, estou o procurando. Agora é sério Michael, eu tenho que desligar, preciso encontrar ele.

_ Fica calmo Gerard, você já vai encontrá-lo.

_ Tomara...

_ Boa sorte irmão. Mais tarde você vai me ligar com boas notícias. _ ele disse e eu sabia que estava sorrindo, então sorri fracamente ainda que muito nervoso, sim eu já estava pra lá de nervoso por não encontrar ele.

_ Espero que sim Mikey, mais tarde eu te ligo.

_ Até mais irmão.

_ Até. _ falei e desliguei, guardei meu celular no bolso e me concentrei no volante e nas ruas a minha frente.

Suspirei não aguentando mais de nervoso.

Eu entrava em uma rua e outra e não via ele.

Mas acho que uns quinze minutos depois o procurando, eu nem sei como, nem sei onde eu estava direito, mas eu o achei andando de cabeça baixa e de braços cruzados por uma daquelas ruas frias e solitárias.

Sorri de alívio ao vê-lo.

Era ele com certeza.

Me aproximei e desacelerei pra acompanhar com o carro, ele que continuava a andar um tanto rápido e parecia nem me notar ali. Fiquei em parte bem mais feliz ao vê-lo, mas ao mesmo tempo bem mais nervoso. Mil vezes mais, então o chamei:

_ Frank! _ e só foi eu falar aquilo com o carro quase esbarrando ao lado dele de tão perto que estava que ele virou o rosto assustado e ainda com lágrimas escorrendo silenciosas ali em minha direção e apressou o passo_ Frank, entra aqui.

_ Gerard, o que está fazendo aqui?

_ Eu vim te buscar, Frankie... Nós precisamos conversar.

_ Gerard não, me deixa em paz, por favor. _ ele disse secando as lágrimas rapidamente e sem me olhar, olhava fixamente pra frente obstinado a seguir caminho e aquilo me irritou_ Eu já entendi que não me quer mais e...

_ Não é nada disso, e eu estou preocupado com você, todos estão.

_ Mas eu já estava voltando pra casa, não está vendo o caminho? Só precisei de um tempo sozinho, mas já estou voltando, tenho que cuidar das crianças e... O que eu estou falando?! Não é do seu interesse mesmo.

_ É sim Frankie, por favor, eu vou parar o carro e você entra aqui. Preciso conversar com você a sós em um lugar reservado.

_ Pra que? _ ele perguntou já chorando mais ainda que fracamente_ Pra me dizer mais daquelas coisas? Me humilhar ainda mais?

_ Não Frank, não! Me escuta, entra aqui!

_ Eu não quero Gerard! Não quero falar com você agora, por favor. Me respeita. _ ele pediu já falando alto comigo assim como eu também falava e então eu parei o carro na hora, saí dali depressa e como estava ao lado dele praticamente, o segurei firme pelos braços e o guiei até a outra porta do carro_ Gerard, dá pra me soltar?! Você não pode me obrigar a conversar com você nesse momento Gerard!

_ Posso sim! _ falei e abri a porta do carro praticamente o jogando lá. Bati a porta com força e o tranquei ali com meu controle. Ele tinha que me ouvir.

Dei a volta no carro depressa, destranquei aquela porta e entrei, novamente trancando tudo e inclusive as janelas.

_ Gerard o que é isso? _ ele perguntou secando seu rosto de novo já sério e não tão frágil ao que eu passei a dirigir.

_ Eu já disse Frank, vamos conversar em um lugar reservado, eu preciso te dizer umas coisas.

_ Eu não quero ouvir, tudo bem?_ ele perguntou chorando de novo e sem me encarar_ Mas já que me forçou a entrar aqui, me leva pra casa agora Gerard.

_ Não Frank, antes nós vamos até o lugar que eu disse.

_ E que lugar é esse Gerard? Meu Deus do céu, você não consegue nem respeitar as minhas escolhas, nem o meu sofrimento... Me leva pra casa, já vai escurecer e eu tenho que ver como as crianças estão...

_ Estão todos bem. E você vem comigo, já falei. _ eu determinei e ele balançou a cabeça negando, mas ficou em silêncio ainda com os braços cruzados e olhando pela janela do carro certamente pra me evitar.

Eu sorri porque ele se resignou, eu já diria tudo.

Só bastava eu chegar lá e eu contaria tudo que sentia pra ele.

Seria tempo o bastante pra eu e ele nos acalmarmos e irmos a um bom lugar pra ter aquela conversa onde eu me abriria e colocaria todas as cartas na mesa.

-S2-

Dirigi por um bom tempo em completo silêncio.

O céu já estava se colorindo de outras cores, esperando a noite por fim cair e tomá-lo por inteiro.

Eu já estava chegando aonde queria quando ele falou:

_ Gerard, dá pra parar esse carro?

_ Calma Frankie.

_ Eu quero ir pra casa Gerard.

_ Eu vou te levar, mas primeiro vamos ter uma conversa.

_ Por favor Gerard, me escuta, me entende. Eu estou nervoso, não estou bem agora, outra hora nós conversamos, mas agora eu estou te pedindo. Me leva pra casa. _ ele pediu já caindo no choro novamente ao que me olhava e por um momento eu pensei em voltar logo, eu odiava vê-lo chorar daquela forma, mas me contive, ele logo ficaria feliz com tudo que eu ia dizer.

_ Calma Frankie, eu vou te levar, só tenha mais um pouco de paciência. Estamos chegando. _ falei com calma e ele assentiu, mas eu sabia que era a contragosto.

_ Que lugar é esse que está me levando e que nunca chegamos? Estamos saindo da cidade por acaso? _ ele perguntou olhando tudo em volta.

_ É nos limites da cidade e eu já disse, estamos chegando. É um restaurante muito bom aqui perto, vamos conversar lá...

_ O que?! Como pode agir com tamanha calma depois de tudo que me disse há pouco? Como pode me colocar nesse carro e praticamente me obrigar a ir a um restaurante para conversarmos quando você mesmo disse que não queria mais me ver?

_ Frank, eu estou querendo concertar as coisas, dá pra esperar um pouco?! _ perguntei irritado porque ele estava me desconcentrando e tudo bem que a estrada estava vazia, mas eu tinha que prestar atenção assim mesmo e com ele ali ao meu lado chorando e fazendo perguntas era difícil, cada vez mais.

_ Me leva pra casa Gerard, só isso... _ ele pediu uma última vez.

_ Frank... _ eu ia dizer mais como por instinto minha cabeça se voltou para frente no mesmo instante e a dele pelo visto também.

Eu quase perdi a ação e o ar na hora porque nós estávamos passando por uma curva sinuosa e um caminhão enorme vinha bem na nossa frente; e eu não entendi nada porque aquele caminhão vinha desgovernado e na contramão.

_ Gerard! _ Frank gritou e só eu só tive tempo de virar o voltante do carro totalmente pra sair da frente daquele veículo que vinha a toda velocidade de encontro a nós e se nos chocássemos a ele, certamente seriamos esmagados no ato.

Por fim eu consegui virar meu carro, mas não o suficiente, o caminhão que vinha sem controle se chocou contra a traseira do meu carro e parte de sua lateral e o impacto foi tão forte que nos jogou pra fora das estrada no mesmo instante.

Eu me lembro do carro caindo pelo precipício ao lado da estrada e capotando diversas vezes antes de tombar virado pra baixo de encontro ao chão em um impacto terrível.

E todas as batidas que levamos até chegar ao chão eu nem sei dizer quantas foram, mas ao que o carro girava no ar se chocando contra tudo, meu único reflexo foi olhar já com lágrimas nos olhos para Frank que estava bem ao meu lado e eu vi ali de onde eu estava com meu airbag sendo ativado e quase me sufocando, mas protegendo de me ferir mais, que o dele não foi ativado, eu não sabia o porquê, então Frank bateu bem forte a cabeça no vidro e no teto do carro diversas vezes, mas só a primeira foi o suficiente para deixá-lo desacordado; e eu fiquei olhando aquilo sem poder fazer nada na hora, eu fiquei em choque e só sentia as lágrimas descendo friamente por meus olhos.

Eu queria protegê-lo, queria salvá-lo, mas naquele instante eu perdi o controle sobre a vida dele, sobre tudo, e aquilo me desesperou.

Nos chocamos ao chão e eu quase perdi a consciência também pela queda, mas me mantive acordado lutando pra ter forças. Eu senti um cheiro forte de gás e sabia que era algo com o carro. Eu precisava tirar ele dali. Olhei pra Frank e naquela posição completamente desconfortável, quase que de cabeça pra baixo, peguei meu controle em meu bolso e abri as portas do carro. Empurrei a minha e sai dali caindo no chão e me machucando mais ainda, mas logo me levantei andando com dificuldade e fui ao outro lado do carro, abri a porta de Frank e vi que ele estava mesmo inconsciente e todo machucado, mas ainda respirava. Eu tapei a minha boca sentindo meu coração ser espremido em meu peito, mas ainda sim, ainda que desesperado e chorando sem emitir som, só lagrimas, eu me aproximei dele depressa e vi que ele estava preso no carro, as pernas dele estavam presas e pra piorar a parte traseira do carro já estava pegando fogo, eu já imaginava que aquilo aconteceria devido as coisas que eu carregava no porta malas, estupidamente coisas completamente inflamáveis que agora causavam a minha própria desgraça.

Eu teria de fazer qualquer coisa, mas o tiraria dali.

Eu estava horrorizado comigo, com a minha estupidez, como eu pude colocar Frank em um carro daquela forma? Ainda mais sem cinto de seguranças... Eu não pensei em nada, em nada e agora aquilo estava acontecendo diante de mim e eu só pensava em uma coisa: salvar ele.

Porque o medo de perdê-lo já era algo que me abatia.

 

“Naquele mesmo dia, mas cedo se Ban tivesse vencido a sonolência e acordado um pouco antes, ela teria chegado a sala a tempo de encontrar Frank ali, e ainda que chorando, ela teria o abraçado e por sua presença a discussão não se agravaria, não teria chegado aonde chegou; Gerard veria a sua frente a proximidade dos dois e o amor que se fazia ali, então não chegaria a dizer o que acabou dizendo. Mas disse.

Se Angie não tivesse demorado tanto na ligação em seu quartinho onde ela ficou totalmente distraída conversando com sua comadre mexicana, ela não teria chegado a sala tantos minutos depois arrastando sua mala pesada e distraindo Gerard, impedindo que ele ainda encontrasse Frank caminhando por uma rua nas proximidades. Ela teria chegado a tempo de ouvir a briga, apressá-lo e se despedir depressa. Mas isso não aconteceu.

Se Ann não tivesse atendido a porta e encontrado Chris bem na hora que estava pra sair, ela não teria perdido tanto tempo dando broncas nele e discutindo ao que ia até o meio da rua, onde ele a segurou e entregou um papel que trazia consigo. E ela não teria perdido o tempo lendo este que dizia: Ann, eu sei que sou um simples cara, não tenho muito a te oferecer e também sei que não sou nenhum desses caras conhecidos com quem você convive, mas eu te amo e se me der uma oportunidade, eu vou te provar que posso ser digno de você, e mesmo agora não tendo muito, eu te prometo que vou progredir e tudo que é meu, será seu. Eu tentei dizer isso de mil formas, mas você nunca me deixava falar, então mais uma vez, EU TE AMO._ Chris.

E se Ann não tivesse lido isso, se ela tivesse o ignorado e jogado o papel longe como costumava jogar tudo que ganhava dele, ela teria chegado bem antes a tempo de impedir que Frank se afastasse mais ainda pelas ruas que caminhava. Mas ela leu. E então ela se emocionou ali na rua e abraçou Chris que a pediu em namoro ali mesmo a girando no ar, como dois loucos dessas cenas de filmes românticos clichês, e pra ser mais ainda, ela aceitou e eles se beijaram. Poderiam não ter perdido tanto tempo, não aqueles exatos segundos, mas perderam.

E Chris deveria ter chegado mais cedo, mas ele trabalhou até mais tarde naquele dia, tudo isso pra cobrir o horário de Ann, a qual ele deu folga simplesmente para ajudar ela.

E só pra começar, se Li não tivesse reparado na demora do pai que já devia ter voltado com os doces, ela não teria pedido pra Ann os levar até a casa do tio Gerard pra impedir que algo acontecesse; mas Ann, muito atrapalhada demorou a sair, pois teve que guardar com dificuldade os quatro cachorrinhos com a ajuda das crianças levadas e depois ainda ter que procurar com a ajuda de Li os casacos dos quatro para saírem e só então tudo acontecer.

E pra completar se Mikey não tivesse cedido a vontade repentina de ligar para seu irmão ao que saía por um momento da sala de Kristin do hospital, Gerard não teria se distraído ao atendê-lo e acabar tomando as ruas erradas e demorando mais para chegar a correta, onde Frank estava.

E se anos atrás Gerard tivesse aceitado os convites de Lindsey para ir a jantares na casa de amigos vizinhos, ele teria conhecido melhor o bairro e teria ido jantar justo em uma das casas da rua que Frank estava passando; Gerard conheceria melhor o bairro, teria mais amigos, mas ele não conhecia o bairro e não tinha mais amigos. Então se perdeu pelos arredores.

E se Gerard tivesse parado pra ouvir, realmente escutar o que Frank dizia em uma de sua conversas no banho, que ele falava sobre assuntos aleatórios e inclusive que convidava Gerard para uma caminhada como ele raramente podia fazer, se Gerard tivesse ouvido mesmo, ele teria até pensado na ideia e aceitado ir para aqueles arredores conversando e andando de mãos dadas com Frank, em uma manhã ensolarada enquanto as crianças estivessem na escola. Mas nada disso aconteceu porque Gerard não ouviu, nenhuma vez, ele interrompeu Frank com um beijo e eles acabaram fazendo o de sempre, desde então traçando o destino que era aquele, o qual não podiam fugir.

Se qualquer uma daquelas coisas tivessem acontecido de forma diferente, uma que fosse, duas, ou todas, tudo seria diferente.

Gerard, no último dos casos encontraria Frank, o colocaria a força no carro, e eles de um jeito ou de outro passariam por aquele caminhão na estrada, mas se fosse essa a história, eles escapariam ilesos, o carro conseguiria virar e permanecer na estrada, então os dois assustados pelo que aconteceu se abraçariam e chorariam juntos no carro. Gerard diria logo que amava Frank, eles se beijariam ali ao que Gerard pedia perdão mil vezes e então voltariam para casa juntos, porque sim, Frank o perdoaria naquelas circunstâncias. Porém nada disso aconteceu.

Mas feliz ou triste, esse era o destino que se apresentara e precisava ser cumprido.

E foi.”

 

Lá estava eu, exausto, ferido, mas tentando loucamente tirar Frank dali, e mesmo com todo custo, eu consegui.

Desprendi suas pernas como por um milagre, o segurei em meu colo e ele ficou completamente frágil ali, completamente inconsciente de si, de seu corpo nos meus braços.

A respiração dele era falha e fraca e eu me desesperei mais andando o mais depressa que pude, ignorando a dor de meus machucados para protegê-lo.

Eu daria a minha vida por ele se preciso, isso com certeza, eu o amava muito e ali com o iminente risco de perdê-lo, eu soube disso com uma força que eu nunca imaginei, nunca iria supor.

Ele era a minha vida, ele era tudo e eu não iria perdê-lo, eu não aceitaria.

O carro já estava a ponto de explodir, eu sabia, corri para longe e me refugiei com ele em um ponto completamente desprotegido, mas longe o suficiente para não sermos atingidos por nada caso o carro explodisse.

O deitei no chão de terra e o abracei ajoelhado ao lado dele ao que eu fechei meus olhos fortemente ao ouvir o som ensurdecedor da explosão. Eu o protegi com meu corpo, mas quando olhei em volta, percebi que eu não fui atingido por nada, eu estava bem diante dele que continuava ali com graves ferimentos no corpo, especialmente em sua cabeça.

Vi que o carro tinha sido completamente destruído e me contendo de todo nervosismo, eu olhei para Frank e disse como se ele pudesse me ouvir:

_ Frank. Frankie! _ chamei-o tocando seu rosto_ Eu vou ligar pra emergência agora e vão cuidar de você. Aguenta firme. _ falei já caindo no choro com medo do que estava por vir e peguei meu celular que por sorte estava intacto em meu bolso.

Liguei para emergência com meus dedos trêmulos e mesmo desesperado daquele jeito eu consegui dizer mais ou menos onde estávamos e o que havia acontecido e segundo a atendente, em breve o socorro viria, eu pedi que viessem o mais rápido possível porque Frankie estava extremamente ferido e cada segundo de vida dele ali era um preciosidade, eu sabia.

Desliguei meu celular depois da ligação ser finalizada, guardei meu aparelho em meu bolso e abracei Frank.

Eu estava o trazendo pra mim desesperadamente naquele abraço ao que eu chorava fraco e finalmente, depois de todos os anos, ali sem sentir eu deixei escapar:

_ Frankie, eu te amo... _ eu disse soluçando_ Eu te amo Frank. Eu te amo muito e não posso te perder, por favor, seja forte Frank. Eu preciso de você, eu te amo... Te amo... _ falei diversas vezes me sentindo mais leve, liberto naquele mesmo instante.

Olhei os últimos raios de sol que cortavam o céu e incomodavam a minha visão, coloquei meus dedos protegendo meus olhos daquela quantidade de luz invasiva que quase me cegava, mas me obrigava a olhar pra cima, para o céu; este que contrariamente aquele céu nublado e frio de horas mais cedo, agora estava alaranjado em sua maioria e cheio de cores similares competindo a atenção com o laranja, vermelho e o rosa. Aquele pôr do sol era algo surreal, algo que eu certamente nunca presenciei em toda vida.

Eu não fazia ideia da hora, mas acho que já devia ter escurecido. E eu olhei pra cima e não entendi aquela claridade toda nos iluminando.

A nossa volta se fazia um silencio incrível, parecia que não existia mais nada no mundo. Ali parecia tudo muito lento e rápido, e eu apesar de trêmulo, desesperado o abraçando e sussurrando sem parar que o amava na esperança de que ele me ouvisse, eu estava em choque, eu estava estarrecido como se estivesse preso em um mundo perturbador em que tudo dependesse do próximo respirar dele, da próxima vez que eu veria aquele peito subir e descer, porque tudo em mim dependia daquilo e eu depositava todas as esperanças na força dele e esperava que aquilo somado ao meu amor agora livre, fosse o suficiente exato para salvá-lo.

E até então eu sentia ele de certa forma lutando pra voltar de seja lá em que estado de inconsciência estava, mas de repente eu senti ele desfalecer no meu colo; foi como se o corpo dele, sempre tão quente se esfriasse por completo, foi como se a mão dele que estava de certa forma firme a mim, perdesse toda força, toda razão de existir e com meus olhos entreabertos eu percebi que já havia escurecido, e que já era noite. Tudo esfriou e escureceu de repente.

E eu pedi, eu implorei chorando como jamais chorei em toda minha vida, porque eu sentia meu coração já dilacerado, sendo arrancado do meu peito metaforicamente:

_ Frank, não me deixa. Eu não vou conseguir sem você, por favor. Não me deixa. Eu te amo tanto... Eu te amo... _ eu praticamente gritava aquelas coisas pra alguém que eu sabia no meu íntimo que não estava mais ali.

E eu gritava que o amava sem parar até que quase me sufocando com meu próprio choro e já perdendo as forças eu o abracei mais e só consegui sussurrar eu te amo perto do ouvido ele, e nessa de abraçá-lo mais e mais eu sem ter a pretensão para tal, acabei por deitar minha cabeça no peito dele. E foi aí que eu percebi que meus medos tinham fundamento, o coração de Frank não batia mais.

Ele já não estava mais ali comigo.

-S2-


Notas Finais


C.A.L.M.A.

Me deu uma dor no coração escrever esse capítulo, ainda mais ler ele agora.
Que difícil.

Antes de surtarem bastante, esperem pelo capítulo de amanhã que vai dar as diretrizes do que acontece no fim da fic.

Eu não vou comentar essa última cena agora, não vou falar sobre o Frank agora, só amanhã quando eu tiver o conteúdo do próximo capítulo publicado, aí vocês vão entender o porquê disso e tal; ou não, não sei.

* Esse capítulo, esse acidente já estava no roteiro da fic desde o início, faz parte dos pilares da estória, e faz referência com o capítulo dois se eu não me engano, o sonho que o G estava tentado salvar o Frank em uma estrada, pois então.

Não desistam da fic agora.
Por pior que pareça, tudo que um motivo.

Até amanhã no próximo capítulo.
Comentem o que estão achando.
Beijos!


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