História Mata essa saudade - 51

A levei pra dentro do hospital e já vieram os médicos atende la e carrega la pra maca.
Doutor: daqui você não passa, mas trago noticias em breve. – ele falou e já assumiu o controle com os outros médicos -
Eu me joguei no sofá de espera e a Mari e o Kapela vieram me consolar.
Gui: ta tudo bem. Vou ficar aqui aguardando mas podem ir.
Mari: eu quero ficar também mas preciso de um banho e daqui a pouco eu ia viajar mas transfiro minha passagem pra segunda, tudo bem.
Kapela: Faz assim, eu levo você embora, ai você toma um banho e te trago aqui novamente, aproveito e volto aqui pra te dar uma força cara.
Eu assenti e Mari topou.
Aproveitei pra ligar pros pais da Letícia e para os meus pais também.

*POV Kapela ON*
            Ela estava muito quieta, talvez preocupação com a amiga, eu também estava preocupado e não estava tão calado quanto ela, ela parecia estar com o pensamento longe.
Kapela: ta tudo bem? – falei sem tirar os olhos da estrada -
Mari: tudo sim. – bocejou – é virando a esquerda.
Fiz  como ela disse e parei em frente.
Mari: Estaciona o carro ali, vamos entrar.
Assenti e pegamos o elevador para o apartamento dela.
Mari: Vou tomar um banho, fique a vontade ta? – ela disse assim que entramos no seu apê -
Kapela: tudo bem. – relaxei os ombros, coloquei a Mao no bolso e comecei a andar olhando tudo em volta -
...

Já fazia 20 minutos e eu ainda nao tinha notado barulho de chuveiro então decidi ir atrás dela, comecei a andar na direção em que pensei que fosse o quarto dela, até encontrar uma porta encostada. Abri com cuidado e vi ela deitada no chão.Fui até ela rapidamente.
Kapela:  Mari? Mari???? – falei a chacoalhando -
Mari: hum? – falou com a voz sonolenta -
Kapela: que susto menina, achei que tinha desmaiado. – sorri de leve fazendo carinho no rosto dela -
Mari: to com sono. – falou manhosa -
Kapela: também, de tanto que a senhorita bebeu. Descansa um pouco e depois mais tarde eu passo pra te levar no hospital.
Mari: não, tenho que ver a Le. – ela disse tentando se levantar com dificuldade. -
Eu a ajudei e a levei pro banheiro.
Mari: eu tomo banho sozinha.
Kapela: querida, você não está conseguindo nem se manter em pé sozinha. Relaxa que não farei nada.
Mari: não?
Kapela: a menos que queira. – sorri pervertido -
Mari sorriu envergonhada.
Eu nunca a imaginei envergonhada, eu não faria nada com ela, ela estava bêbada. Tentei tirar a roupa devagar mas eu estava com dificuldade porque ela não estava colaborando. Desisti. Deixei a água cair pelo corpo dela com metade do vestido apenas.
Mari: ta frio. – disse já batendo os dentes -
Kapela: só mais um pouco. – esperei ela ficar mais sóbria e ajeitei pra ficar morno e depois quente -
Mari: obrigada.
Kapela: magina, você termina ai agora?
Ela assentiu, eu sai do banheiro e fui tomar uma água, fiquei mexendo no celular enquanto ela não aparecia e ela já estava demorando demais novamente.
Fui no quarto dela de novo e ela estava parada olhando o closet dela.
Mari: que roupa eu vou? – falou assim que notou a minha presença -
Kapela: alguma confortável, vamos?
Ela suspirou levemente e separou uma roupa enquanto eu me joguei em sua cama.
Mari: sai daí já. – falou sem nem me olhar -
Kapela: só enquanto você se troca. – falei já fechando os olhos -
Ela entrou pro closet em alguma parte que minha vista não a alcançasse e se trocou.
Assim que ela saiu eu já estava quase cochilando, ela estava linda, um coque mal feito, um suéter larguinho, calça jeans e all star com uma bolsa preta e maquiagem fraca. Seus óculos a deixava com aparência de uma menina culta.
Kapela: seu estilo é igual da Letícia, só que você é loira. – sorri -
Mari: fazemos muitas compras juntas. Agora vamos antes que eu durma. – ela sorriu docilmente -

*POV Gui On*
            Eu estava esgotado, totalmente cansado e acabado mas eu me manteria firme e não dormiria, até porque a qualquer momento poderia chegar noticias da Letícia. A Manoela não parava de mandar mensagens, pedindo desculpa pois não sabia da gravidez, pedindo pra me ver, perguntando da Letícia e do bebe, e qualquer outra coisa que eu já não estava mais nem lendo.
Meus pais e os pais da Letícia estavam conversando na poltrona ao lado sobre o bebe, Letícia, eu, nós dois e assuntos quaisquer.
Doutor: Guilherme?
Gui: sim, senhor? – levantei preocupado esperando o que ele falaria -
Doutor: Certo, a Letícia como você sabe, tem uma gravidez de alto risco devido o corpo dela ter ficado muito sem nutrientes, e como ela anda muito magra, até tres kg abaixo do ideal para o corpo dela, o bebê tem deixado ela muito exausta, então eu vou ter que deixa la aqui, em repouso, longe de qualquer tipo de estresse. Tudo bem?
Mauricio: mas como ela e o bebe estão? – ele falou preocupado -
Doutor: estáveis, ela acabou tendo um colapso por ter passado por estresse, e isso acabou exigindo demais dela.
Carla: e podemos vê la?
Doutor: Ela esta desacordada, mas podem sim, sigam me.
Fomos seguindo o médico e assim que entrei, sentei ao lado dela.
Mauricio e Carla fizeram um pouco de carinho nela enquanto meus pais ficaram ao meu lado me dando apoio.
Mauricio: amor, vamos? Já é quase 07h e precisamos ir pra Paraisopolis hoje.
Carla: eu vou ficar com ela, querido. Ela não pode ficar sozinha.
Gui: tudo bem Carla, eu fico com ela.
Ela olhou para Mauricio, que assentiu.
Carla: tudo bem, mas qualquer mudança no estado dela, prometa que vai me ligar!
Gui: Claro! Eu ligo pra senhora sim. – sorri levemente -
Ela deu um beijo na testa da Letícia e outro na minha.
Carla: beijos querido.
Mauricio a beijou também e se despediu dela deixando o quarto.
Rogério: vamos também? Temos que trabalhar na construção do seu salão.
Claudia: Quer que a mamãe fique com você querido?
Gui: Tudo bem mãe, o Kapela e a amiga da Letícia já estão vindo daqui a pouco.
Ela se despediu de mim e saiu me deixando a sós com a Le.
Não demorou muito que os dois chegassem.
Kapela: e ai cara, como ela tá?
Gui: ta desacordada, mas estável.
Mari: trouxemos café pra você, e o bebe? – me entregou o copo -
Gui: Estável e bem, graças a Deus! – falei dando um gole no café em seguida -
Os dois sentaram no sofá que tinha logo a frente e quando percebi já estavam cochilando. Mari com a cabeça deitada no ombro do Kapela e o mesmo com a cabeça deitada em cima dela. Sorri vendo a situação e comecei a conversar com a minha Letícia, mesmo ela não podendo me ouvir.
Gui: olha lá amor, os dois juntos. Não tem nada entre eles, mas não formam um casal feio não viu.- sorri – Acorda logo minha linda, pra gente fazer as pazes, e viver em paz, sem Manoela, sem amiguinhas, sem discussões, apenas eu, você e o nosso filho, ou filha.  – encerrei a conversa dando um beijo em sua mão o que me fez pegar no sono. –

...

*POV Letícia ON*

Acordei com a boca seca, olhei para o lado, o Gui estava dormindo segurando a minha mão, do outro Mari e Kapela dormindo um em cima do outro. Tentei me mover mas senti meu corpo pesar, Gui acabou acordando.
Gui: amor? – ele falou com os olhos apertados de sono -
Letícia: agora é amor de novo? – falei com a voz fraca -
Gui: você ta pálida, vou chamar o medico pra falar que você acordou. – ele ignorou completamente o que eu disse -
Depois de alguns breve minutinhos, o medico chegou e me examinou. A enfermeira me deu alguns remédios e saiu.
O silencio tomou conta entre mim e o Guilherme, Mari e Kapela ainda dormiam.
Gui: então, como se sente? – falou quebrando o silencio entre nós -
Letícia: melhor. – falei seca -
Gui: O medico disse que você precisa ficar aqui em repouso pelo menos uns dias, até porque o bebe esta te cansando muito e você não pode sofrer nenhum tipo de estresse.
Letícia: ta.
O silencio retorna.
Gui: Vai ser assim então?
Letícia: assim como?
Gui: Poucas palavras, sem amizade, grosseria.
Letícia: Você estava com aquela menina, ficava te ligando, não quer que tudo volte ao normal assim né? Eu não aceito traição, você... – ele me interrompe -
Gui: não, espera, agora eu vou falar... Em nenhum momento eu te trai, nunca fiz isso, ela que vinha atrás de mim, e você sabe apenas jogar a culpa pra cima de mim! Você também jogou o nosso casamento no ralo! Eu com certeza cuidaria de você se você me contasse, a gente poderia dar um jeito, a gente sempre da um jeito! O meu filho corre risco, por causa de você! – foi a minha vez de interrompe lo -
Letícia: Você nem queria esse filho!
Gui: Olha, foi em uma hora errada? Foi, mas eu nunca recusaria. Eu vou amar e vou cuidar do mesmo jeito. – ele respirou fundo – Para de querer jogar toda responsabilidade e culpa pra mim... Assuma alguma vez na vida que você também esta errada.
A conversa encerrou ali.
Eu já estava ficando com tédio de olhar para o teto, não tinha nada pra fazer.
Guilherme se mantinha calado no canto, era perceptível o quanto ele ficou triste com o que eu havia dito.
Mari: Ei! Como você ta? – ela disse acordando -
Letícia: oii! To melhor e você ta fazendo o que aqui? Não tinha que viajar?
Mari: vou segunda amiga, quero ficar um pouco mais com você.
Letícia: você não contou pra ninguém né?
Mari: da gravidez? Não amiga, achei que se você quisesse que soubessem já teria falado.
Letícia: Obrigada. – sorri -
Mari: falei pra Gabi que tinha perdido hora e ai ela vai hoje mas que eu vou com os nossos pais.
Ficamos conversando mais um pouquinho e o Gui cochilou um pouco na cadeira.
Mari: e você e ele? – ela falou se referindo ao Gui -
Letícia: tivemos uma pequena discussãozinha agora que eu acordei. Ele falou que tem hora que deveria rever porque eu sempre faço um jeito de reverter a situação e ele ficar como errado.
Mari: e você acha o que sobre tudo isso?
Letícia: sinceramente? Acho que ele tem um pouco de razão... mas sei lá o que fazer. – suspirei -
Mari: Olha, acho que você deveria analisar um pouco toda a situação. Você ainda vai ter tempo pra refletir como foi até agora, toda as situações que vocês têm passado, sobre o baby que está por vim... Você ainda ama ele?
Letícia: amo. – falei sem cogitar – Ele é um garoto ainda, mas é tão responsável, o modo que ele cuida de mim, ele vai ser um pai e tanto.
Mari: Então valoriza mais ele amiga.
Fiquei pensativa sobre o assunto.

1 mês depois...

A Mari foi pro exterior, eu estou estável e meu filho está firme mas continuo no hospital pois eles querem acompanhar de perto a evolução devido ser de alto risco. O Gui e meus pais revezam de ficar aqui não me deixando sozinha em momento algum. Meu pai e os pais do Gui viajaram pro Japão para ampliar a marca da Gstyle já que ele fez uma turnê pra lá e teve boa repercussão, vão ficar mais duas semanas. Minha mãe tem assumido então a loja por enquanto pra ajudar a tia Claudia e o Gui reduziu seus shows para mais próximos e um pouco menos do que ele fazia pra ter tempo de ficar ao meu lado, ele queria acompanhar tudo sobre o filho dele.
Gui: bom dia. Cadê ela?
Carla: bom dia querido, foi tomar um ar no jardim do hospital, ela já estava cansada de estar aqui. Bom, já que chegou, tenho que ir. Fala pra ela que amanha estarei de volta. – ela falou recolhendo suas papelada e guardando o notebook -
Gui: tudo bem, vou me encontrar com ela.
Letícia: encontrar se com quem? – apareci com um leve sorriso no rosto -
Gui: foi passear dona Letícia? – ele veio até a mim me dando um beijo demorado na testa – Oi filhão, papai chegou. – deu um beijo na minha barriga -
Minha relação com o Guilherme não havia voltado ainda, parecíamos amigos, nunca mais trocamos um beijo, mas também não nos tratávamos com frieza mais. Eu sentia a falta dele, e como sentia, muitas vezes meu hormônio estavam a flor da pele, e muitas das vezes eu sentia que o dele também, mas ficávamos cada um na sua.
Letícia: Não agüentava mais ficar presa nesse quarto, queria ver a luz do dia.  – falei calmamente deitando novamente na cama -
 Ele me ajudou e antes que falasse algo, o doutor entrou.
Doutor: bom dia! Vejo que foi passear, não? Mas agora está na hora de descansar.
Gui: doutor, estava pensando em leva la pra comprar algumas coisas pro bebe já que ainda não compramos nada, e... – o medico o interrompeu -
Doutor: Ela já passeou hoje, não?
Letícia: ah por favor, doutor. – pedi manhosa -
Doutor: vamos fazer assim, você descansa hoje e sábado eu libero você até o próximo ultra som.
Gui: então, ela poderá ficar 1 semana em casa?
Ele assentiu.
Eu e a Lê concordamos e ele saiu nos deixando a sós.
Gui: como se sente hoje? – perguntou puxando a poltrona e se sentando ao meu lado -
Letícia: todos os dias você me pergunta isso e todos os dias eu respondo a mesma coisa. – sorri -
Ele soltou aquele riso levado.
Leticia: como foi o show?
Gui: todos os dias você me pergunta isso e todos os dias eu respondo a mesma coisa. – ele riu -
Letícia: to com saudades.
Gui: isso você não fala todos os dias.
Letícia: e nem você.
Ele levantou e sentou ao meu lado na cama passando seu braço um de cada lado e olhou nos meus olhos.
Letícia: o que foi? – perguntei com receio -
Gui: ainda quer casar comigo?