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História Mau Agouro e Fotossíntese - One-Shot


Escrita por: meercucio

Notas do Autor


oi nação lukanette, como estão? na seca? o especial de ny deu só umas migalhinhas pra gente desse casal, mas o episódio foi tão perfeito que eu posso relevar hehe

eu ia postar essa one shot só fim de semana, mas sou prematura e cá estamos nós.
a arte da capa eu não achei o autor, peguei no pinterest, mas crédito total ao artista

perdoem qualquer erro, eu não revisei muito bem, um dia eu arrumo tudo hehe

enfim, boa leitura <3

Capítulo 1 - One-Shot


Aquele dia estava horrível, Marinette queria acordar e perceber que era somente um pesadelo de muito mal gosto do seu cérebro.

Chegou atrasada no seu estágio de moda da faculdade por ficar meia hora tentando salvar seu gato, Noir, que tinha se prendido na rede da sacada da lavanderia quando tentou sair por ali para visitar os outros andares do mini prédio onde moravam, ao invés de usar qualquer outra saída disponível como comumente fazia. Seu amável gatinho preto era o xodó da mestiça, então jamais o levaria como um mau agouro, mesmo que ele tivesse fazendo todas as coisas diferentes naquela manhã; como por exemplo também, fazer xixi fora de sua caixinha de areia, ele nunca tinha feito isso!, com certeza era um sinal.

Luka certamente teria sido de grande ajuda, resolvendo todos os pequenos problemas que Noir havia causado, mas ele teve que sair ainda de madrugada de casa para viajar com a Kitty Section para uma cidade da região onde abririam o show de uma banda maior.

Nervosa por ter chegado atrasada pela primeira vez no trabalho — o que ela se empenhara unicamente para a empresa, já que era muito bem conhecida por todos como a atrasada do rolê —, Marinette se apressou para começar seu dia e não deixar que aquilo atrapalhasse sua rotina diária, mas não demorou dez minutos para que fosse chamada para o RH.

Se antes estava nervosa, agora ela estava prestes a ter um colapso nervoso enquanto caminhava apertando a saia bem engomada na noite anterior, amassando a peça delicada feita por suas próprias mãos. Quando entrou no setor indicado, teve uma breve conversa com a funcionária que havia sido responsável pela papelada da sua contratação na época em que começou a estagiar. De forma delicada e rapidamente explicada, a mestiça recebeu a notícia: estava demitida.

Basicamente a parceria de sua faculdade com a empresa tinha chegado ao fim e então todos os estagiários estavam sendo dispensados. Nada tinha a ver com a competência de Marinette, isso foi deixado bem claro, mas para a pobre mulher era difícil de aceitar que estava sendo mandada embora do seu primeiro estágio em moda sem se sentir para baixo.

Então voltou para a casa devagar e a cabeça baixa, olhando os próprios pés como se eles fossem consolá-la com palavras gentis e animadoras. Ainda tinha algumas horas antes da faculdade, mas estava deprimida demais para qualquer coisa naquele momento, então apenas se sentou em uma cadeira na sacada da sala e ficou olhando para uma grande árvore do outro lado da rua de onde vinham vários cantos de pássaros.

Queria ligar para Luka, contar para ele o que aconteceu pois sabia que mesmo que o homem não tivesse palavras para aquilo, somente sua voz carinhosa já seria seu consolo. Mas não o fez, sabia que ele estava muito animado com a abertura daquele show e pensar que sua preocupação seria passada para o de cabelos azuis que com certeza perderia toda a concentração e foco na música era algo fora de cogitação.

Após alguns minutos ainda ali, Noir apareceu na sacada a olhando curioso, logo pulando em seu colo se aconchegando ali. O gatinho preto ronronava diante as carícias que recebia de sua amada dona. Marinette abriu um sorriso triste para o gato, ela estava tão desapontada.

Seu sonho era trabalhar com Gabriel Agreste, mas isso não anulava o fato de que tinha começado em uma ótima empresa que com certeza a estava ajudando muito a evoluir na carreira, então era inevitável não se sentir infeliz ao perder uma grande oportunidade.

Quando sentiu seu estômago roncar de fome, percebeu que estava perto da hora do almoço e logo em seguida teria que seguir seu caminho para a faculdade. Sem ânimo para cozinhar algo, apenas esquentou o jantar da noite anterior e o comeu com Noir a seu lado que também comia a ração recém colocada.

Suas primeiras horas na faculdade haviam sido tranquilas felizmente, a maioria estranhamente entediante, mas antes uma aula chata que algo de ruim acontecendo para piorar seu dia. E maldita boca, Marinette se lembraria de nunca mais pensar positivo em um dia negativo, aprendeu em matemática que sinais opostos dão negativo. Se por desventura tivesse um dia tão cheio de desgraças como esse, tentaria ser o mais pessimistas possível, pois sinais iguais dão positivo.

Com os passos sendo contidos para que não corresse, Marinette andava muito apressada para sua próxima aula com uma pasta grossa e uma prancheta cheia de desenhos soltos em mãos. Era desastrada e desatenta, mas não perceber uma placa amarela no chão indicando o piso molhado e outra mostrando o caminho alternativo a se seguir a fim de evitar o corredor, era algo fora do comum, mas de certa forma não tão anormal em vista a desgraça que estava sendo aquele dia.

O corredor não estava apenas um pouco úmido por um pano molhado que fora passado, estava literalmente encharcado de água, sendo limpas até as paredes. E foi a mestiça por seus pés na gigante poça d'água que sentiu o salto rose que usava deslizar como se usasse patins em uma pista de gelo. Perdendo o equilíbrio ela caiu tentando manter os desenhos longe do chão, mas falhando quando todos caíram se espalhando por todo o local.

Assistiu com pavor nos olhos todo o seu trabalho ser banhado pela água. O material dentro da pasta fora salvo pelo plástico que o cobria, mas as folhas da prancheta — vulgo os projetos em que ela estava trabalhando no momento — agora estavam cobertas de água diante dos olhos assustado de Marinette que se mantinha caída no chão também muito molhada.

Algumas pessoas pararam para observar a cena, enquanto outras apenas passavam como se fosse mais só um dia normal. Sendo despertada pelo homem que outrora limpava o local, Marinette pegou rapidamente seus desenhos, muitos deles se desfazendo entre seus dedos.

Suspirando pesadamente sentindo os olhos arderem e a garganta se fechar em uma vontade crescente de chorar, ela desistiu do resto do seu dia ali e foi de volta para a casa — também porque seu estado físico não permitia continuar, como o mental que queria somente jogar tudo para o ar.

Pela terceira vez naquele dia teve que enfrentar o metrô incrivelmente cheio de pessoas para o horário. Sua cabeça latejava, não sabia se queria mais chorar ou ligar para Luka. Talvez quisesse muito chorar nos braços de Luka enquanto ele afaga seus cabelos com carinho. Mas estava certa de que não o faria, já bastava seu dia estar uma merda, o de seu namorado não precisava ser também.

 

Após um banho longo e deprimente — onde a mulher miúda chorou um pouco — se deitou no sofá da sala assistindo qualquer filme que passava na TV. Ela não prestava atenção no que de fato se passava na tela, apenas a olhava como seu ponto cego enquanto sua própria mente a torturava repassando uma vez a pós a outra os acontecimentos do dia.

Sem que notasse acabou caindo no sono ali no sofá. Revivendo tudo o que passou naquele dia só que dez vezes pior em um pesadelo, onde a mulher do RH menosprezava aos berros o trabalho de Marinette — que se sentia um inseto inferior e minúsculo diante da funcionária — para em seguida a demitir com um sorriso maléfico. Assistiu seus desenhos serem pisoteados por gigantes que passavam pela poça d'água em que a mestiça estava caída apavorada, em seguida os restos dos desenhos se levantaram como se tivesse vida, se transformando em uma versão bizarra de todos os seus últimos projetos em fusão encharcados com um olhar assassino e faminto.

Marinette acordou num pulo assustada quando estava prestes a ser abocanhada pelos seus desenhos. Olhou a sua volta vendo Noir a olhar tanto assustado como curioso pelo despertar brusco, a televisão ligada passando já outra coisa e a casa toda escura, a única fonte de luz sendo a da lâmpada do pequeno hall de entrada.

Se deitou novamente desligando a TV e olhando para o teto pensativa, já estava de noite e Luka não estava em casa. Queria desesperadamente os braços e o carinho dele para esquecer de uma vez por todas aquele dia, já que todos os seus reforços feitos sozinha não adiantaram de nada; muito pelo contrário, quanto mais ela tentava se esquecer, pior ficava.

Abriu um sorriso pequeno ao ter a ideia de colocar um dos solos de guitarra de Luka para tocar. Ela tinha vários gravados no celular, para todos os gostos e momentos. Colocou sua playlist dedicada a admiração ao talento dele e ficou ouvindo de olhos fechados e em silêncio o som sair do celular, acompanhando com os dedos que fingiam tocar a melodia que ela já sabia de cor.

O som harmonioso e calmo que saia do aparelho sobre a barriga da mulher foi silenciado por um momento, dando espaço para o barulho de notificação. Assim que abriu seu aplicativo de mensagens se assustou ao lembrar que não trocara mensagem alguma com Luka e sequer respondeu as dele, não queria preocupá-lo com nada, mas era exatamente o que havia feito ao não responder nenhuma mensagem que sequer havia percebido receber.

"Você já deve ter acordado essa hora, então posso finalmente dar meu bom dia, te amo" 07:12

"Acabei de chegar aqui, vamos começar a aquecer em dez minutos" 10:33

"Você vai estar na faculdade quando a gente terminar de abrir o show, então te mando mensagem mais tarde" 14:15

"Amor, tá tudo bem?" 14:18

Ligação perdida às 14:25

"Terminamos por aqui, já estamos voltando" 17:45

"Me liga quando puder" 17:46

"Chego em meia hora" 22:02

A culpa tomou conta do peito da mestiça, ela nunca demorava pra responder, somente quando estava em aula, seu namorado devia estar morto de preocupação. Queria explicar tudo, mas quando tocou no teclado pronta para escrever, tudo fugiu de sua mente. Não tinha ideia de como explicar a desgraça que foi aquele dia sem ser sucumbida pela vergonha.

Mesmo que não quisesse preocupá-lo ainda mais, apenas digitou uma mensagem rápida e nada reveladora dizendo que estava o esperando.

Ainda com a música lenta e sentimental da guitarra de Luka tocando em seu celular que agora estava no encosto do sofá, Marinette se encolheu no mesmo abraçando uma almofada se sentindo tão envergonhada só de imaginar ter que contar tudo para o guitarrista. Ele era tão talentoso e legal, impressionava a todos com sua música, atraía os melhores olhares e ela era tão desastrada e sem jeito. Pela primeira vez em muito tempo, ela se sentiu inferior no relacionamento, mas claro que jamais deixaria Luka saber disso; o homem venerava o chão em que ela pisava, a colocava em um pedestal como a rainha que era pra si. Se soubesse que ela se sentia daquela forma, era capaz dele se jogar no chão para que ela passasse por cima dele e não sujasse os próprios pés, era possível que Luka ficasse um mês inteiro listando todas as coisas que ele amava nela, ou seja, tudo. Inclusive seu jeito desastrado e qualquer outras imperfeições que ela enxergava em si ele conseguia amar.

Quando ouviu a porta ser destrancada e a voz rouca e grossa do homem soar um tanto preocupada, a mestiça não teve um pingo de coragem nem mesmo de levantar a cabeça. Luka olhou para o sofá da sala ainda do pequeno hall ouvindo uma de suas melodias tocar baixo ao longe. Com preocupação e curiosidade prendeu seus olhos no corpo encolhido da azulada que estranhamente não respondeu nada a sua chegada.

Após deixar as coisas que carregava em um canto da sala, caminhou até o sofá se sentando na beirada dele. Pensando se ela tinha dormido a chamou baixinho, mas constatou que não ao tocar o braço da mesma e ela arrepiar de saudades de seu toque.

— Marinette — a chamou mais uma vez se aproximando mais dela enquanto tirava o cabelo do rosto dela se deparando com o mesmo vermelho. —, você está bem? Aconteceu alguma coisa? — colocou as costas de sua mão na testa da garota para checar sua temperatura, que estava quentinha, mas não febril.

Ela estava muito estranha naquele dia e quando a garota apenas confirmou que sim com a cabeça, Luka começou a se sentir apavorado, mas tentando se acalmar para ouvir o pior. Com gentileza tentando esconder o medo e a ânsia em sua voz para não a deixar também pior, perguntou o porquê.

Com o máximo de coragem que conseguiu reunir em seu peito, a azulada virou de barriga pra cima no sofá inspirando calmamente antes de começar a falar.

— Eu fui... demitida do meu estágio! — a pouca força que tinha reunido para olhar nos olhos azuis oceânicos e profundos do namorado que a observava com atenção, foi perdida ao terminar a oração em meio as lágrimas que desataram de seus olhos sem controle algum.

Assustado pela repentina crise de choro da garota, tentou conter o sorriso que inconscientemente tentava brotar em seus lábios. Ela chorava tanto que chegava a ser fofo, mas não era hora de apreciar o quão linda e genuína a azulada era. A abraçou ainda deitada pelos ombros dela que sem pestanejar abraçou a cintura dele. Com sussurros pausados dizendo que estava tudo bem e pra ela se acalmar, lentamente o choro foi cessando e seus corpos levemente separados.

Luka apoiava um braço ao lado da cabeça de Marinette, enquanto sua mão livre limpava as lágrimas de sua bochecha com carinho e um sorriso gentil no rosto. A mestiça o olhava com profunda tristeza, mas se sentindo muito mais leve do que o dia todo, finalmente tinha chorado nos braços dele.

Ela contou devagar tudo o que tinha acontecido naquele dia horroroso para ele, dando pausas para tentar acalmar o choro que novamente vinha, enquanto o guitarrista acariciava o rosto dela ouvindo atentamente cada palavra e secando veementemente cada lágrima.

— Eu sinto muito — ele falou assim que ela terminou, lhe dando um sorriso empático. — Deve ter sido um dia horrível para você sozinha — com um bico nos lábios, ela concordou levemente emburrada começando a sentir raiva enquanto aos poucos deixava a tristeza de escanteio. — Mas sabe de uma coisa...

Luka abriu um sorriso maroto e cúmplice, olhando bem no fundo dos olhos celestes dela — que estavam levemente avermelhados como suas bochechas —, aquecendo todo o corpo de Marinette que arrepiou somente com um olhar.

—... Eles acabaram de perder a futura CEO mais talentosa de toda Paris! — Marinette riu achando graça do tom meio sério, meio brincalhão que ele usou.

— Futura CEO? — ela perguntou abrindo os olhos surpresa vendo-o concordar como se fosse óbvio.

— Porque a mais talentosa de Paris você já é né! — ele se gabou como se estivesse falando de si mesmo, mas tinha tanto orgulho da garota que apreciava tudo nela como se venerasse uma deusa. — Agora futura CEO é o próximo inevitável passo para a designer de moda mais criativa do continente.

— Agora é do continente?! — Marinette gargalhava alto com as mãos enlaçadas ao redor do pescoço do mais velho, ora subindo e acariciando seus cabelos.

— Mais um pouco nessa conversa e eu vou ter que admitir que você é a mais talentosa do mundo — o de madeixas coloridas de azul, assim como na época de sua adolescência, fingiu estar muito descontente com ter que admitir aquilo, mas seu sorriso entregava seu real humor à Marinette que parecia recebê-lo como uma planta que faz fotossíntese e se alimenta da luz do sol.

Ele era seu sol.

Olhando nos olhos dele com paixão e agradecimento após alguns segundos de silêncio dos dois — mas ainda com os solos de guitarra do homem tocando como tema de fundo —, ela o puxou pelo pescoço para um beijo molhado de lágrimas que foi correspondido no segundo que suas bocas se chocaram delicadamente. Ainda com uma das mãos apoiadas ao lado do rosto dela, a mão livre de Luka desceu para a cintura delicada e quente da mestiça, dando leves apertos ali a puxando para mais perto tentando aprofundar ainda mais o beijo e seus corpos. Os dedos finos da mestiça bagunçavam sem dó o cabelo já despenteado dele, ora descendo a mão para arranhar o pescoço de Luka que sorria entre o beijo com a sensação arrepiante dela.

Com uma mordida de leve no lábio inferior dele, Marinette se afastou minimamente para olhar o rosto lindo do guitarrista. Sorriu contente para ele que trouxe luz às últimas horas do seu dia. O abraçando forte pelo pescoço o fazendo cair de vez sobre seu corpo. Luka sorria com o rosto afundado no pescoço da garota, dando beijos estalados ali arrancando risadinhas divertidas de Mari e respirando profundamente o local para sentir o cheiro doce de seu shampoo. Agradecia por morarem juntos e usarem os mesmos produtos, assim seus cheiros sempre estariam no outro.

— Agora me conta como foi lá! — muito diferente de antes, a mestiça estava alegre e se afastou rapidamente do homem, se virando de costas e o indicando a se deitar abraçado de costas com ela. Noir rapidamente se juntou ao dois, se aconchegando nos braços de Marinette que não tardou em o afagar.

Com o rosto afundado na curva do pescoço dela e os braços rodeando sua cintura, Luka contou tudo e respondeu todas as perguntas que ela fazia. Estava feliz por ouvir o tom feliz na voz animado dela diferente de quando chegou, afinal, ele venerava o chão que ela pisava e a alegria de sua namorada era a sua.


Notas Finais


quem gostou bate palma, quem não gostou paciência

eu tava com saudade de escrever sobre meu otp e saudade de ler seus comentários :(

visitem meu perfil para mais lukanette's! beijinhos e se cuidem <3


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