1. Spirit Fanfics >
  2. May we meet again >
  3. Heda

História May we meet again - Heda


Escrita por: legitimaSense8

Notas do Autor


*Os personagens e demais referências desta fanfic são originalmente de "The 100", contudo a história não se passa dentro do mesmo universo da série, o que você vai perceber no decorrer do texto.

*Como a narrativa ainda está sendo construída pode ser que eu demore para postar os capítulos, porém vou buscar evitar que isto aconteça.

*Se quiser, pode me fazer perguntas relacionadas à história, conforme a narrativa for se desenvolvendo. Assim, você pode compreender o motivo dos caminhos que ela toma, o porquê optei por desenvolver um personagem de um jeito ao invés de outro, etc.

*Sou malvada, por isso não dou spoilers dos capítulos que virão, logo você vai precisar segurar a marimba chamada ansiedade. A única coisa que adianto é que planejei nove casais para a história, mas a narrativa sempre será feita pela Lexa e pela Clarke, correndo o risco de ter interferência do narrador em 3ª pessoa.

Capítulo 1 - Heda


Fanfic / Fanfiction May we meet again - Heda

São 2h de uma madrugada de sábado e eu estou deitada em minha cama revivendo todos os acontecimentos dos últimos três meses que envolvem o ser com olhos azuis intensos e sorriso que aquece e derrete meu coração desde a adolescência.

Antigamente, quando me questionavam sobre o que esperava da vida, respondia com um “não sei”, porém, agora que me pego com os dedos nos lábios lembrando-me dos nossos beijos, sei que nunca mais quero me afastar e que todos os meus momentos sejam compartilhados com Clarke.

 

--x--

 

Três meses antes

 

Estou stalkeando alguns amigos de infância e um perfil me chama a atenção. A usuária é a mulher mais bela que já vi na vida. Na foto de perfil ela está sentada em cima de um balcão, ao que parece distraída, segurando uma lata de cerveja, vestindo uma regata de uma das minhas bandas preferidas, AC/DC... "Tem coisas que nunca mudam!" penso sorrindo ao lembrar-me que na adolescência era uma de suas bandas favoritas. Seus cabelos loiros e ondulados estão soltos com as pontas alcançando a altura do busto, o mesmo sorriso e o olhar continuavam ali. Tudo na foto é lindo. Em outra fotografia ela está com um boné e roupas de frio. Olhei para aquela imagem por longos minutos não sabendo explicar como uma simples foto pode reverberar em todo meu ser.

Procurei suas informações na esperança de saber um pouco mais sobre ela, mas não pude ver muito, então, criei coragem: pedi aceite de amizade e mandei uma mensagem que foi respondida alguns dias depois. Ela me fez diversas perguntas querendo saber quais os caminhos que minha vida tomou e eu fiz o mesmo. Eu não acreditava que estávamos retomando contato depois de anos.

--x--

 

Treze anos antes

 

— Te amo, filha! Tenha uma boa aula! Cuidado com esse gesso! – disse meu pai ao me deixar na porta da escola.

— Também te amo, pai! Nos vemos mais tarde!

Entrei na escola e encontrei Anya, Cóstia, Luna, Raven, Roan e Lincoln conversando próximos a biblioteca. Cumprimentei cada um e me inseri no assunto.

Eles conversavam sobre Clarke, uma estudante vinda do outro turno, que agora faz parte da nossa turma. Como faltei por três semanas por motivos de não ter condições emocionais e psicológicas por conta do falecimento de minha mãe, não a conheci.

Disseram-me que ela é uma excelente aluna, muito inteligente e divertida, e que lhe convidaram para ir ao cinema conosco assistir “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” amanhã depois da aula. Falei que por mim tudo bem e que nos veríamos na sala, pois tinha de passar na diretoria para conversar com Kane e Abby.

No caminho para a direção estava tão absorta em minhas lembranças que esbarrei em uma guria. Já tinha fechado os olhos e aceitado que ia cair de cara no chão, mas senti braços me envolvendo e evitando minha queda.

Aquilo me surpreendeu e quando levantei meu olhar vi um sorriso divino e, olhos tão azuis e hipnotizantes que me lembraram um dia de sol com o céu limpo. Não me julguem, sou apaixonada por olhos e sorrisos. Tem coisa mais linda que isso?

— Você está bem? — Pergunta me soltando, sem desgrudar seus olhos dos meus.

— Hum... Estou! Peço desculpas por isso, estava distraída! — Desvio o olhar sentindo minhas bochechas esquentarem.. "Porra, ela é linda!".

— Não esquenta! Olha, eu preciso ir! Que nos encontremos novamente. – ela disse sorrindo enquanto se afastava andando de costas em direção a porta. Sorrio ainda mais por conta da sua última frase que fez-me lembrar de antigas histórias.

Entrei na sala deles e ambos levantaram-se vindo em minha direção prontos para abraçar-me. Aproveitei aquele momento e inevitavelmente comecei a chorar. Eles ficaram ali comigo até que me acalmasse.

Abby e Kane me conheciam há muitos anos, desde que entrei para a primeira série. Acabamos criando um vínculo que excedia o relacionamento de professor e aluno. Como eu os achava inteligentes e sábios, os procurava sempre que podia para conversar sobre diversos assuntos depois da aula e amava aprender com ambos.

— Como você está? – Abby me perguntou.

— Bem!

— Então porque seus olhos nos dizem outra coisa? – indagou Kane. Odiava quando ele fazia isso — Queremos saber como você está de verdade!

— Vou sobreviver! – respondi seca, me arrependendo assim que as palavras saíram.

— Sabe que nos importamos contigo e estamos aqui para o que precisar.

— Sei! Só preciso de um tempo para me acostumar a essa nova realidade de não ter mais a mamãe. Eu preciso ir para a aula agora, já perdi muito conteúdo. Nos vemos depois.

— Alexandra, espere. Queremos que converse com a psicóloga. – Abby disse já me repreendendo pela careta que fiz.

— Ah não. Gente, eu estou bem, juro.

— Ok. Não vamos força-la, todavia Abby e eu vamos monitorá-la por um tempo e, se percebermos que você está se tornando introspectiva de novo, falaremos com Gustus e o orientaremos para que você vá.

— Não é justo, odeio vocês. Como podem apelar para meu pai? – falei bufando.

— Você nos ama, isso sim. Agora vá para a aula! – Abby disse beijando minha testa e me dando um tapa na bunda.

- Olha a audácia! – disse sorrindo e seguindo para a sala.

Pedi licença para o professor Bellamy e sentei no fundo com meus amigos. É aula de Português, uma de minhas disciplinas preferidas, então nem dei moral para as palhaçadas dos meus amigos.

Bellamy é um bom professor, explica didaticamente usando exemplos do nosso cotidiano, o que facilita muito as coisas. É namorado do professor de Ciências, Finn. Ambos são bem jovens e novos na instituição.

O sinal para troca de professores tocou e Anya se virou para mim perguntando como foi com os diretores. Após lhes contar o que ocorreu, Cóstia disse:

— Não se preocupe, você não precisará ir às consultas, pois não deixaremos que você volte para seu casulo.

— Não mesmo! Odin nos livre de perder nossa Heda. Quem lideraria os Trikru para botar o terror nesta escola e depois nos livrar da fúria de Kane e Abby? – Anya pronunciou.

— Cabeção está certa, precisamos de ti! – falou Luna.

— Palhaça, cabeção é você! Por acaso já se olhou no espelho?

— Hey, idiotas, sosseguem que Finn está vindo! – Raven disse entrando com Lincoln e Roan.

— Bom dia, galera! Acomodem-se em seus lugares. Vocês se lembram o que falamos na última aula?

— Falamos sobre o surgimento do universo e sobre ele ser composto por galáxias, com nebulosas, estrelas, cometas, planetas e seus satélites! – respondeu Roan.

— Fico feliz que alguém preste atenção em minhas aulas – brincou Finn – Certo, nas próximas aulas vamos estudar mais especificamente sobre nebulosas, estrelas e demais astros. Começaremos falando das galáxias...

Não que a aula de Finn fosse chata, mas acabei recolhendo-me na minha mente novamente. Primeiro pensei na mamãe e depois numa certa loira dona de dois pares de olhos azuis. 

— Bem galerinha, por hoje é só. Eu vou fazer a chamada e conforme forem respondendo podem ir saindo... Anya. — Minha amiga sai da sala. — Clarke. Clarke?

— Clarke não veio hoje, Finn.

O professor levanta o olhar para a carteira vazia ao meu lado se dando conta da ausência da garota nova só agora.

— Ok. Depois converso com Abby sobre ela.

— Por que será que Clarke não veio hoje? – indagou Lincoln, quando estávamos todos fora da escola.

— Ela teve que resolver um assunto. Disse que não virá amanhã também, mas confirmou o cinema.

— Vocês estão bem amiguinhas, né Raven?

— Nos aproximamos muito, Luna, ela é super divertida e temos várias coisas em comum.

— Tenho que concordar que ela é divertida mesmo, você adoraria conhecê-la, Heda.

— Eita, a guria nova arrebatou seus corações. Dá até para ver a baba escorrendo. Querem guardanapo?

— Besta. – Raven disse mostrando o dedo

Depois de alguns minutos, Raven, Anya e eu nos despedimos e fomos para casa.

Dos Trikru, Raven e Anya eram as mais próximas a mim. Meu pai é amigo de infância dos pais delas e por isso fomos criadas juntas. Raven nasceu no México no tempo em que seu pai e sua mãe viveram lá, morou um tempo em Houston, Texas, até vir para cá com sua família. Na casa dela todos só conversavam em espanhol o que me deixa completamente perdida... Está aí um idioma que nunca vou conseguir aprender. Anya nasceu aqui mesmo, mas sua família é originária de Catmandu, Nepal. As gêmeas Luna e Cóstia Nightblood são alemãs, mudaram-se para nossa rua alguns anos depois; os pais delas, Aaron e Otto, são figuraças! Lincoln e Roan conhecemos na escola; o primeiro é jamaicano e o segundo nasceu em Azgeda, terra que tem fama de ser tão gélida quanto o coração de um aquariano.

Auto intitulamo-nos de Trikru (no idioma grounder significa Povo dos Bosques), em homenagem a um dos 12 clãs dos nossos ancestrais, quando estávamos na quarta série e eu me tornei a Heda (comandante) deles porque sempre era quem planejava nossas aventuras, uma mais mirabolante do que a outra, e isso nos metia em algumas confusões que rendiam boas gargalhadas depois. Eles são as pessoas com quem quero andar a minha vida toda. São meus melhores amigos e tem me dado a maior força depois que mamãe morreu.

“Mamãe... queria que estivesse aqui, sinto tanta sua falta! Por que ela tinha que morrer?”. Choro até ser vencida pelo sono.

 

— Lexa, quer ir ao bosque observar estrelas? – mamãe me pergunta estampando o sorriso direcionado somente a mim, já sabendo minha resposta.

— Mas é claro que quero! – levanto empolgada e entro no carro com minha mãe.

Depois de apreciarmos as estrelas por horas, mamãe se deu conta que já estava tarde e que papai deveria estar preocupado.

Entramos no carro, liguei o som e começamos a cantar as músicas que tocavam, rindo uma da outra conforme as palhaçadas que fazíamos, mas de repente duas luzes surgiram em nossa frente e tudo ficou escuro. A última coisa que me recordo é de mamãe gritando meu nome.

 


Notas Finais


*Através da citação do filme do Harry Potter, dá para saber em qual ano a narrativa da Lexa está se passando.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...