História May We Meet Again (MWMA) - Clexa - Chapter XIV: So... she is not coming.

Pov Lexa

Dois meses para o Conclave

— De novo!

— Não!— Lincoln estendeu o braço entre nós, me obrigando a parar de andar.— Você está bem afiada por hoje. Chega! Comigo chega.— ele procurou por Titus e Anya, mas não os encontrou.

— Não quis bater tão forte em você, mas convenhamos... olha o seu tamanho e olha o meu.— se um homem desse tamanho não aguenta uma hora treinando o que será de mim?

Lincoln me olhou incrédulo. Minha vontade de rir apareceu sei lá de onde. A cara que ele fez...

— Você tem força o suficiente para acabar comigo, Lexa.— ele levantou do chão e deixei uma risadinha escapar quando o vi mancando.— Devo falar isso sempre para inflar seu ego?

— Não é necessário. Perder já basta.

— Quem perdeu?— Anya apareceu.— Espero que ele esteja mancando de derrota.— apontou para Lincoln. Ele sorriu sem graça.

— Sua pequena máquina mortífera quer ir de novo. Sua vez.— e assim ele me deixou para trás.

— Nada disso!— Anya me parou quando eu estava prestes a atacá-la de surpresa.— Vamos comer, depois você chuta minha bunda.

(...)

— Isso não é justo!— sei que parece infantil da minha parte, mas não é justo.— Você tirou uma espada sei lá de onde!

— Não seja birrenta!— Anya estava quase rindo, eu sentia.

— Titus me ajuda aqui! Antes do Conclave eu serei revistada. Você deveria saber disso, Anya! Escolhemos três armas e a luta inicia. Eu deveria saber da espada.— cruzei os braços.

— Oh, agora você sabe.— de repente ela me atacou.

Por muito pouco ela não acertou minha orelha. Eu consegui desviar e aproveitei para dar um jeito de pegar a espada dela. Anya era forte, o que dificultou bem o meu trabalho. Mas todos no Conclave seriam igualmente, ou até mais, fortes do que ela. Então tudo certo.

— Lexa, à direita!— ouço Titus quase desesperado de longe.

— O qu-

Pov Clarke

A falta de Lexa ultimamente tem feito com que as coisas ficassem estranhamente calmas. No entanto, aquela tarde ela tinha uma reunião. Uma das grandes, se me atrevo a dizer.

— Olá, Clarke!— Octavia parecia tão calma... suspeito. Aqui a calmaria não dura tanto assim.— Indra pediu-me para perguntar se Lexa já chegou?— ela olhou para trás. O escritório vazio respondeu a questão.

Sorri levemente como quem pede desculpas.

— Lexa ainda não chegou.— eu sei que ela percebeu, mas é bom ressaltar.— Quanto tempo até a reunião?

— Uma hora.— ela sorriu também.— Bom, tudo bem. Assim que ela chegar peça que-

— Pode deixar, Octavia. Avisarei agora mesmo.

O que acontece é... Lexa deveria estar aqui há meia hora.

Octavia saiu e trombou com Lincoln no caminho. Observei de longe, não o chamei para não acabar com a conversinha deles. Minha sorte é que durou pouco.

— Ei, Lincoln!— o homem me olhou e logo senti que alguma coisa estava errada.— Cadê a Lexa?— levantei e perguntei.— Vocês não foram treinar juntos? A reunião-

— Eu acho que a reunião acontecerá sem a Lexa...— Lincoln sorriu em puro desespero.— Ela está bem, não me bombardeie com perguntas. Vamos dizer que, como todo treinamento, às vezes acontece um aciden-

— O que aconteceu com ela?— infelizmente minha voz subiu um pouco. Eu sei que estou tentando não pensar no perigo disso tudo, mas assim ninguém me ajuda. 

— Shiu!— Lincoln olhou para os lados. Ninguém olhava para nós, ainda bem.

Sem querer esperar por respostas acabei o puxando para o escritório dela e fechei a porta.

— Cadê ela, Lincoln? Essa reunião é-

— É importante, eu sei! Só que Lexa está no estacionamento completamente desconsertada. Anya atingiu a cabeça dela há alguns minutos. Sem chance de ela voltar ao normal em uma hora.

— Indra vai matar ela...— murmurei. Lincoln riu.— O quê?

— Indra já sabe.

— Ela sabe?— perguntei perplexa. Sou a última a saber?— Como ela sabe?

— Ela está no estacionamento. E é por isso que eu tô aqui, você precisa descer comigo. Nós faremos a reunião. Lexa está tonta mas não vai acabar com a empresa se nos disser algumas informações a mais.

— N-ós...?— engasguei.

Eu não tenho palavras para descrever o que senti nesse momento.

— Clarke a gente consegue. Lexa pediu para eu apresentar com você. Juntos. Ela confia o suficiente em nós. E Indra estará lá.

— Eu não acho que sou capaz de ministrar a reunião.— confessei. Sabe o medo? Então, esse maldito me pegou em cheio.

— Consegue, Clarke.

Lexa estava apoiada em Titus e Indra. Anya murmurou algumas vezes que pensou que Lexa estivesse atenta à luta, por isso golpeou tão precisamente.

— Lexa...

— Eu faria a reunião se não estivesse com a visão duplicada. Obrigada por isso, Anya.— ela sentou e suspirou. Eu pude notar claramente que Lexa estava minimamente se divertindo com isso.

— Eu pensei que-

— Eu sei o que você pensou, você deixou bem claro na última meia hora.— Lexa a cortou.— O ponto é... Clarke, Lincoln e Indra são perfeitamente capazes de conduzir hoje. Se eu melhorar apareço por lá. Eu prometo.— ela foi tão convincente que automaticamente ganhei confiança.

— Vocês dois vêm comigo. Vamos.

Lincoln e eu nos entreolhamos com medo, essa é a verdade!

— Vamos.— falamos juntos e seguimos Indra pela empresa até a sala dela.

Eu nunca percebi como a Polis é grande. É fácil se perder aqui dentro, muito fácil. Sabe o que é fácil também? Eu enrolar as palavras.

— Estamos a dois meses do Conclave, então ninguém realmente espera que a Lexa esteja aqui hoje. Vocês são duas peças importantes aqui dentro e eu estou com ela, acredito que a reunião decidirá os melhores interesses da Polis Memorial.— Indra parecia calma e confiante. Qual é?— Peguem as pastas amarelas. A reunião será na sala treze.— Indra já estava de saída quando Lincoln abriu a boca.

— Nunca usamos a sala treze.— Lincoln protestou. E assim como ele, eu estranhei também.

Indra parou de andar e nos olhou com intensidade.

— Essa reunião exige a sala treze. Vamos.

Bom... seguimos em frente. 

— Por que você está mancando?— sussurrei confusa antes de entrarmos na sala e Lincoln não respondeu, apenas sorriu balançando a cabeça.

Pov Lexa

— Ainda está vendo duas de mim?— Anya ainda estava ali. No meu pé.

Bufei inquieta e girei a cadeira. Aquele golpe doeu! E não foi pouco. Estou começando a pensar na dor depois da luta. Eu sei, eu sei... é ensaiada. Isso impede que alguém morra, não garante total integridade.

— Já me sinto melhor.— murmurei. 

— Falsa.— Anya revidou.

— Não acha que já fez demais por hoje?— girei a cadeira no sentido contrário, ficando frente a frente com ela.

— Lexa tem razão, Anya.— finalmente Titus está fazendo o trabalho dele. Será que devo lhe dar um troféu?— Por hoje você já fez o necessário.

Anya aceitou aquele pedido tão sucinto de "Vá embora, pelo amor de Deus!". Sua saída foi breve, para meu alívio pessoal e físico. Eu posso dar uma relaxada nisso, certo? 

— Isso não quer dizer que você pode beber, Lexa.— desde quando ele ainda está aqui?

— Um dedo não vai matar ninguém, Titus.— encarei o homem enquanto segurava o copo com a medida exata de um "dedo" de whisky. 

— Exceto você.— ele andou em minha direção e gentilmente pegou o copo.— Não me olhe assim. Você tomou analgésico. Seria burrice.

— Burrice foi perder de novo.— aceitei meu fatídico fim de dia. Eu só queria uma dose, é pedir muito? Aparente sim.

Titus me conhece muito bem a ponto de saber que não quero conversar agora. Na verdade, eu quero muito saber como está sendo a reunião. Faz vinte minutos que Clarke e Lincoln saíram daqui. Resumindo... ninguém me tira daqui tão cedo.

O tempo foi passando e minha aflição só aumentou. Quando vi que estava totalmente bem, resolvi sair fali. Talvez chegasse a tempo de presenciar o total desastre, ou triunfo, em que a reunião tornou-se. Mas é aquela coisa... esperei tanto que perdi. Literalmente. Quando entrei na sala treze pude notar apenas Clarke, Lincoln e Octavia. E de repente três olhares caíram sobre minha pobre imagem. Quero dizer, é uma bela imagem, mas no momento está defasada.

Em total silêncio me sentei. Eu esperava por respostas sem fazer as perguntas e isso foi totalmente néscio da minha parte.

— Então... inda temos uma empresa ou vou decretar falência em algumas horas?— perguntei com uma serenidade incrível no tom de voz.

— Hm...— Octavia foi a primeira a tentar pronunciar algo coerente, mas acabou só me encarando.

Confesso que suspirei levemente incomodada.

— Clarke? Lincoln?

— Você teve tempo de inteirar-se no assunto da reunião?— Lincoln me olhou.— Tipo, todo o assunto?

— Claro que sim, Lincoln. Vocês deveriam definir a exposição anual que acontece exclusivamente no acervo privado.— respondi um pouco arrogante, confesso.

— Não, Lexa...— Clarke chamou minha atenção.— Aquelas pessoas eram representantes de emissoras de televisão.— explicou.— A principais emissoras do país querem televisionar tudo esse ano. E... eles conseguiram.

— O...k... ok. Isso é- isso é ótimo, é-

— Você vai ganhar em rede nacional!— de repente Clarke estava animada.

Pelo amor de Deus, mulher! Eu posso levar uma surra federal bem na frente do país. 

— De repente a luta não é perigosa, Griffin?— perguntei curiosa.

— Você o deixou mancando o dia todo.— apontou para Lincoln.— Acho que se sairá bem.— ela sorriu com delicadeza.

— Isso veremos.— levantei.— Não posso deixar de parabenizar vocês... obrigada. E qualquer coisa culpem Anya.— dessa vez eu sorri e deixei o trio para trás.

Sem brincadeira, eu CORRI para o escritório. 

— Pelo amor de Deus, Titus! Não tem mais nada para você aqui.— se alguém puder me explicar o que ele ainda está fazendo aqui eu agradeceria muito. Muito mesmo.

— Credo, Lexa... o que aconteceu? Está pálida. Vai desmaiar a qualquer instante?

Me apoiei na mesa e o encarei profundamente.

— Nós vamos aparecer em rede nacional. Temos dois meses para você me deixar mais astuta e sagaz que um maldito tubarão.— que sensação de pênico é essa aqui?

— Você já é um baby shark, não se preocupe.— ele sorriu confiante.

— Pare! Esse comercial demorou meses para deixar minha cabeça em paz!— in(fe)lizmente sorri junto com ele.

— Lexa?

— Estamos bem, Clarke... volte outra hora, sim?— Titus foi educado e Clarke estranhou, mas saiu.— Sem distrações.— ele me olhou depois de fechar a porta.

— Quem está distraída aqui?— respondi com arrogância pela segunda vez em um dia. Talvez eu estivesse. Totalmente distraída. Quem liga? Eu diria que ninguém, mas o carecão me encarando diz o contrário.

— Por enquanto, ninguém.— pelo menos ele acredita nisso.— Mas vamos evitar que fique, sim?— ele me olhava quase divertido. 

— Você é um homem careca muito maldoso quando quer, sabia?— suspirei e sentei.

— Deve ser justamente por causa da careca. Vamos exercitar um pouco a sua percepção de espaço. E o seu nível de maldade. Às vezes é inversamente proporcional ao seu tamanho.— Titus sentou-se logo à frente.

— É o meu gás.— ironizei.— Lincoln tem uns vinte centímetros a mais do que eu... acho que estamos no caminho de angariar mais uma vitória.

No caminho da morte, meu Deus... Parabéns, Lexa! Eu sempre falo que não vou me meter em roubadas... o problema é eu ouvir meu próprio conselho.