História Maybe You Were Fireproof - Se controla, Mabi

Abri a porta um pouco desacreditada e com medo de que aquilo fosse apenas coisa da minha cabeça, mas descartei essa hipótese. Eu não havia bebido tanto a ponto de ficar delirando.



- Hazz... - Sussurrei.



- Oi. - Ele estava com um meio sorriso nos lábios e o olhar enternecido.



Me embolei a ele num abraço totalmente desesperado e nisso eu senti seu cheiro que me entorpecia cada vez que o inalava.

Eu necessitava tanto desse garoto.



- Senti sua falta. - Confessei sentindo lagrimas escorrendo pelo meu rosto. Beber me fazia ficar tão sensível.



- Eu também, Maria. - Me afastei dele. - Hey, não chora, minha bebê. - Passou seus polegares pela minha face, amenizando os vestígios de lagrimas alí.



Ouvimos um pigarro atrás de mim e eu lembrei das meninas.



- Oi, Harry. - Nathalie e Barbara disseram em conjunto.



- Oi, meninas. - O puxei pra dentro e fechei a porta. Ele foi até elas e as abraçou.



Harry olhou pra perto do sofá vendo Katherine e acenou, ela fez o mesmo toda vermelha.



- Nós vamos deixar vocês sozinhos, até porquê não estamos em condições pra conversar agora. - Babi disse. - Me ajuda a levar a Gabriele. - Meio desajeitadas, ela e Kat pegaram Gaby e todas subiram para os quartos.



Harry se aproximou de mim, passou seus braços pela minha cintura e acariciou minha bochecha.



- O que faz aqui? - Sussurrei encostando nossas testas. - Aliás, como me achou?




- Sem perguntas agora, okay?



- Por que?



- Porque eu estou a quarenta dias sem te ver e a única coisa que eu quero agora é matar essa saudade. - Roçou nossos lábios.



Segurei sua nuca e o puxei, acabando com aquele milimetro de distancia entre nós. Depois de dias eu pude finalmente sentir de novo seu beijo, seu calor, seu toque, sua respiração... E por Deus, como eu sentia falta disso!



Passei minhas unhas pelo seu pescoço, o fazendo arrepiar e aprofundar mais o beijo, que estava numa mistura terrível de álcool e menta.


Ele me puxou para mais perto de si, como se quisesse nos transformar em um, e andou até cairmos no sofá.



- Eu não consegui passar um dia todo sem pensar em você. - Harry sussurrou.



- Idem. - Rimos.



O puxei novamente para outro beijo com a mesma volúpia de antes e ele foi descendo sua mão até minha coxa, a apertando com uma certa força. Harry distribuiu leves beijos pelo meu maxilar, pescoço e colo, mordendo vez ou outra.

Puxei seu cabelo, o obrigando a olhar pra mim.



- Eu estou a um tempo sem te ver e bêbada. Não abusa. - Ele sorriu mordendo o próprio lábio. Droga, Styles!



-Que bom saber disso. - Cheirou meu pescoço. - Eu estava entrando em abstinência.



-Por que? - Perguntei sentindo seus dedos traçarem desenhos na minha perna.



- Seu cheiro - Me olhou. Seus olhos estavam tão escuros, transmitindo tanto desejo. - Eu estava enlouquecendo por não poder sentir esse cheiro.



Sorri e aproximei mais nossos rostos para o selar, ele passou sua língua pela minha boca e eu cedi passagem para aprofundar mais esse ato. Suas mãos, que estavam na minha cintura, foram subindo levando consigo minha camiseta. Ergui meu corpo e terminei de tirá-lá.

Com dificuldade, nos virei no sofá e comigo por cima dele fui desabotoando sua camisa enquanto sentia suas mãos nas minhas costas procurando o fecho do meu soutien. Nesse momento eu percebi o que eu estava fazendo e me afastei um pouco dele segurando seus braços.



- Acho melhor pararmos. - Falei



- O que foi? - Ele mantinha o olhar de quem não estava compreendendo nada.



- Nada, só acho que não é um bom momento. Eu estou bêbada, não quero ir pra cama com você nesse estado - Saí de cima dele.



- Maria... - Choramingou se levantando. - Você esta bêbada, mas esta aparentemente consciente. - Ri colocando minha camiseta.



- Aparentemente? O problema é que eu quero acordar no dia seguinte e lembrar de cada detalhe... - Sussurrei me aproximando. - ...cada sensação... - Passeei meus dedos pelo seu peito. - ...e cada gosto. - O beijei brevemente. - Eu vou dormir. - Me virei e fui até as escadas.



- E eu!? - Ele falou.



- Não tem mais quartos disponíveis então, ou você dorme no meu quarto ou no sofá.



- Eu não estava me referindo à isso. - Parei no meio da escada e virei pra ele.



- O que é, então? - Ele apontou para suas "partes baixas" e eu arregalei meus olhos rindo sem graça pelo volume. - Ham... tem um banheiro no final do corredor, você pode... se quiser pode... Boa noite, Harry. - Subi para o meu quarto, me joguei na cama e agarrei o travesseiro rindo.


Só eu estando bêbada pra isso acontecer.


Alguns minutos depois eu comecei a sentir meus olhos pesarem e a cama afundar. Sonolenta, virei e abracei quem quer que estivesse ao meu lado.





[…]





Abri meus olhos lentamente tentando me acostumar com a luz. Minha cabeça latejava, meu estômago estava revirado e minha visão turva.


Havia esquecido como era ficar de ressaca.


Tentei levantar mas percebi que algo me impedia. Harry. Seus braços me envolviam, me mantendo presa junto a ele. Me estiquei até a mesa de cabeceira e alcancei o rádio relógio.


Meio-dia e trinta e sete.


Olhei em volta percebendo meu quarto e, lentamente, fui saindo do abraço de Harry. Caminhei até o banheiro e me olhei no espelho. Eu estava a cópia perfeita de um zumbi. Joguei água no meu rosto e escovei os dentes. Fui pra debaixo do chuveiro e fiquei por alí até meus dedos enrugarem.

Voltei ao quarto enrolada numa toalha e o mesmo cômodo estava vazio. Vesti minhas peças intimas junto com uma camiseta regata dos Rolling Stones e um short jeans. Desci pra sala e ouvi vozes vindo da cozinha, fui até a mesma encontrando Gabriele e Harry.



- Bom dia - Murmurei sentando na bancada.





- Bom dia!! - Harry disse alto me fazendo cobrir as orelhas automaticamente. Ele riu.



- Para de gritar, Styles. - Sussurrei massageando minhas têmporas.



- Toma - Estendeu-me um comprimido e uma xícara com café. Peguei de suas mãos e os ingeri.



- Olha, se for pra ficar assim no dia seguinte, eu prometo que nunca mais vou beber. - Tomei outro gole de café.



- Você tinha dito isso no seu último porre. - Gaby disse.



Saí da bancada e fui até a geladeira procurar algo pra mim comer.



- Eu concordo sobre você não beber mais, até porquê sou eu quem sofro com isso. - Harry disse.



- Como assim? - Gaby perguntou.



- Vocês chegaram que horas, Harry? - Mudei de assunto.



- Quase meia-noite. Fomos pro hotel e depois eu vim pra cá.



- E como conseguiu meu endereço? - Perguntei tomando o saco de biscoitos da sua mão.



- Victoria me passou.



- Por que vocês... - Gaby foi interrompida pelo toque do telefone na sala.



Agradeci aos céus nesse momento.



- Vai lá atender pra mim? - Pedi. Ela saiu da cozinha e eu me virei pro Harry. - Cala a boca, Styles - Bati no seu braço.



- Ai! Qual é o seu problema?



- Não é pra comentar com ninguém sobre hoje.



- Por que?



- Porque eu conheço os amigos que eu tenho. - A situação com certeza renderia boas zoações e eu não estava com um pingo de paciência pra isso.



- Tudo bem, eu fico quieto. Mas você esta me devendo, amor. Você não sabe o quão difícil foi dormir ao seu lado. - Se aproximou.



- Dormisse no sofá então.



- Você está tão amarga hoje, Mabi. - Rimos. Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e me beijou.



- Credo, gente! Eu não preciso ver isso. - Gaby entrou na cozinha gritando, me afastei do Harry rindo. - Desnecessário, hein.



- Chata - Mostrei minha língua. - Quem era no telefone?



- Victória - Simulei uma arma com meus dedos e apontei pra minha cabeça. - Ela quer que o Harry volte pro hotel e pediu para você e eu a encontrarmos lá mais tarde.



- Pra fazer o que?



- Ela marcou um desfile para essa noite.



- Odeio quando o Riley deixa a Victória no comando. Aparece compromissos do nada. - Falei indo pra sala e me jogando no sofá, logo eles vieram atrás. - Sinto muito, amor. Não vou.



- Como é? Mabi, você não trabalha num escritório ou algo assim para dizer "Eu não vou" quando bem entender. - Ela disse sentando na mesinha de cento.




- Eu tenho consciência disso mas, olha, eu estou cansada, estourando de dor de cabeça e com paciência zero para ficar em cima de um salto quinze cheia de sorrisos a noite toda.



- Eu sei que você esta cansada. Todas nós estamos. Mas temos que cumprir com as nossas obrigações. Estando dispostas ou não. - Levantou e foi até a escada. - Esteja pronta ás sete. - Subiu.



- Droga. - Apertei uma almofada contra o meu rosto, Harry riu.



- Não vai ser tão ruim assim, pequena - Ele falou sentando ao meu lado.



- Eu vou fazer um esforço. - Brinquei com a ponta da almofada.



- Claro que vai. - Levantou - Eu tenho que ir agora.



- Você vai voltar mais tarde? - O acompanhei até a porta.



- É só ligar. - Me selou. - Tchau.



-Cuidado. - Acenei.



Passei a tranca na porta e subi pro meu quarto saindo de lá apenas para necessidades extremas.




[…]





Perto das sete horas levantei e fui me arrumar. Vesti uma calça Pantalona preta e uma blusa da mesma cor que continha um decote profundo pouco acima do meu umbigo. Calcei os sapatos meia pata e fui pra frente do espelho me maquiar.

Ouvi batidas na porta e em seguida a mesma abriu.



- Está pronta? - Gaby disse colocando apenas a cabeça pra dentro do quarto.



- Quase. - Passei o rímel e estiquei todo o meu cabelo pra trás, não deixando um fio fora do lugar. - O que achou?




- Perfeita. Se eu não gostasse de homem até te pegava. - Rimos.



- Você também esta muito bonita. - Toda convencida ela girou mostrando seu vestido branco. - Vamos logo, sua besta. - Peguei minha bolsa e descemos.



- Tchau, meninas, até mais tarde. - Gaby disse jogando beijos ar.



- Cuidado, hein. - Naty alertou. Beijei sua bochecha e saí.



Na frente de casa havia um táxi à nossa espera, entramos nele, Gaby passou o endereço do hotel e seguimos até o mesmo



- Vamos, já tem milhares de fotógrafos à espera de vocês. - Mal saímos de um veículo e Victória nos arrastou pra outro. - Mabi, o que falamos sobre esses tipos de roupas?



-Não esta vulgar. É um desfile, você quer que eu vá parecendo uma freira?



-Você tem apenas dezessete anos, tem que se portar conforme tal.



- Dezessete anos, vacinada e bem-sucedida. O máximo que pode sair é uma notinha com dicas de como ter um corpo como o meu - Ela não falou mais nada e eu segui calada até o evento.




- Sorriam, meninas - Abriram a porta e um dos seguranças nos ajudou a sair.



Na mesma hora uma onda de flashes nos cercaram e microfones apareceram do além perguntando sobre o nosso trabalho e o que estávamos usando.



- Por favor, sem perguntas agora. - Victória se intrometeu. Ela nos arrastou mais pro meio, onde tinha um espaços para posarmos. - Vocês podem circular por aí, mas daqui à quinze minutos entrem. - Assentimos e ficamos alí sorrindo pra cada câmera à nossa frente.




- Isso já esta me irritando. - Falei disfarçando, Gaby riu.



- Dá pra ver pela sua cara. Vai dar uma volta, eu me viro aqui. - Soltei um "obrigada" sem som e me virei dando de cara com uma cena que não me agradara nem um pouco.