História Maze Runner: E se fosse eu na caixa? - A Clareira

Depois do almoço eu e Newt saímos andando lado a lado, ele me mostrou e explicou cada cantinho da Clareira com toda a paciência do mundo, não se importava em repitir as informações até que eu as entendesse perfeitamente.

Aí vai um pequeno resumo de tudo que aprendi com Newt durante a caminhada.

Ele me mostrou os jardins, onde são cultivados todos os tipos de frutas, verduras e legumes. O cercado, que é basicamente uma minifazenda, na qual são criados vários tipos de animais. A árvore, lugar onde se conseguia ver toda a Clareira, essa também era usada como a torre de vigilância. E por fim, a sala do concelho, que uma vez já servira de lar para os garotos dormirem, mas como nunca chove e o clima é sempre agradável, ninguém mais dorme lá, atualmente ela é usada como uma espécie de sala de reunião, sempre que uma decisão importante precisa ser tomada.

Os meninos também tinham suas próprias gírias, trolho, cara de mértila e plong são exemplos de algumas delas, que eram usadas sempre entre eles, eu em particular, as achava bem divertidas e quando percebi,  já tinha começado a usa-las também.

- O que tem depois daquele portão de pedra? - Eu perguntei curiosa, apontando para uma enorme muralha de pedra que cercava toda a Clareira.

- O labirinto. - Newt me responde sério, olhando bem no fundo dos meus olhos. - Lá não é um lugar agradável, é muito perigoso e além disso gigantesco, todas as manhãs os portões se abrem, porém, eles se fecham no final da tarde... Ninguem nunca sobreviveu uma noite sequer naquele lugar.

O labirinto era intrigante, despertando em mim, medo e curiosidade, ele com certeza era a saída daquele lugar. Eu tinha acabado de chegar, mas pelo que havia visto, a Clareira não era um lugar tão ruim de se viver. Por outro lado, não podia dispensar a hipótese de que algum dia, talvez, os suprimentos podiam parar de subir pela caixa, nos deixando sem escolha, se não, enfrentar o labirinto.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo barulho dos portões se movendo, antes que eles pudessem se fechar por completo, um grupo de jovens entra correndo na Clareira. O primeiro deles era Minho, o garoto asiático que havia ajudado Caçadora a carregar Ben mais cedo.

Newt, já prevendo minha pergunta começa a explicar.

- Eles são corredores. Os únicos que tem permissão para passar pelos portões, o trabalho deles é correr o dia todo pelo labirinto, acumulando informações sobre o movimento das paredes, e claro, procurando por uma saída.

- Movimento das paredes?! - Eu pergunto surpresa.

- Sim, todas as noites as paredes se movem, tornando ainda mais difícil o trabalho de mapea-las. - Newt responde com naturalidade.

Nesse momento Minho vem correndo em nossa direção, para ao lado de Newt dando um tapinha em suas costas e falando.

- Como você está cara de mértila? Já terminou de dar em cima da nova Fedelha? - Ele abre um grande sorriso que fez com que seus olhos puxados quase se fechassem, deixando-o super fofinho.

- Não chame ela assim seu trolho, você devia saber que não se deve tratar uma dama desta forma. E não, eu estou apenas terminado de mostrar a Clareira para ela. - Newt responde passando os dedos entre os fios de seu cabelo.

- É, você tem razão plong, eu realmente devia saber como tratar uma dama, afinal, faz anos que nós estamos cercados de garotas. - Minho responde sarcástico.

Sem conseguir me segurar, eu soltei uma enorme gargalhada, os dois sorriam para mim enquanto eu dizia.

- O Newt está certo seu mértila, faça me o favor de tratar a minha pessoa da melhor forma possível, assim, talvez, eu retorne o favor. - Falei brincando e abrindo um sorriso para Minho que sorriu de volta e disse.

- Claro minha dama. - Ele fala fazendo uma reverência desajeitada o que me fez rir ainda mais.

- Sua nada trolho, sinto-lhe informar mas eu não te pertenço. - Falei deixando minhas intenções bem claras para ele.

- Se não pertence a mim, então acho que já sabemos quem está com a vantagem. - Ele falou lançando um olhar malicioso para Newt, que corou sem saber exatamente o que dizer.

- Está bem plong, já chega. Eu pertenço a mim mesma. - Falei séria, afinal, toda brincadeira tem seu limite. - Agora se me der licença, preciso ajudar Caçarola na cozinha. - Virei de costas e sai andando, mas sem antes ouvir Newt falar para Minho.

- Qual o seu problema trolho?

Não consegui ouvir a resposta de Minho, mas isso não importava muito, no momento eu precisava me concentrar em ajudar Caçarola, que já me esperava na cozinha.

- Olá novata, pronta para seu primeiro dia como cozinheira? - Caçarola perguntou abrindo um sorriso.

- Claro chef! - Eu respondi animada.

Demoramos pouco mais de uma hora para terminar de fazer a comida, dava para sentir o seu cheiro a distância. Eu mal podia esperar para ver a cara de Chuck ao experimenta-la.

Depois de servir meu prato, eu andei em direção a mesa que Newt e Chuck se encontravam, quando me aproximei percebi que eles já estavam quase acabando a refeição.

- NOVATA! - Chuck grita ao me ver. - Você é a melhor cozinheira do mundo! Estão todos falando de você, obrigado!

- Desculpe por não te esperar para comer, mas é que a comida está... deliciosa. - Newt fala corando um pouco, o que fez com que ele ficasse ainda mais lindo.

- Não tem problema seu plong. - Eu falo me sentando entre os dois e abrindo um sorriso. - Fico muito feliz por vocês terem gostado.

- Entenda uma coisa, nós não gostamos. Nós AMAMOS! - Grita Chuck novamente sem se importar em conter a alegria.

Mais tarde os meninos acenderam uma enorme fogueira, que ficava no centro de um círculo de troncos de árvore, que eram usados como assentos pelos Clareanos, pelo menos, por aqueles que não estavam "brigando" entre si.

Assim como Chuck e Newt, eu estava sentada observando os garotos lutando em volta da fogueira, porém no meio de uma das lutas eu senti uma dor repentina na cabeça, que veio seguida de um flash de luz que me fez desmaiar de imediato.

Quando acordei, a primeira coisa que vi foi o olhar preocupado de Newt, que me segurava carinhosamente em seus braços.

- Você esta bem? - Ele me pergunta apreensivo.

- Melly! - Eu exclamo. - Meu nome é Melly!

Newt abre um sorriso aliviado e cuidadosamente, me ajuda a levantar.

- Seja bem vida a Clareira Melly! Você assustou a gente, sua mértila! - fala Chuck, abrindo um sorriso contagiante e me dando um abraço super acolhedor em seguida.