História Me apaixonei por um anjo - Ferida

O show correu maravilhosamente bem, todos os meninos foram perfeitos, mesmo com a travessura do Suga, me mantive ocupada o suficiente para não pensar na conversa que teria com Taehyung. Fiz de tudo, auxiliei na produção, na direção fiquei responsável por colocar cada iluminação no seu lugar, fiz de tudo e não pensei em nada, era tudo o que eu queria. 

Última música, preparo para fechar as cortinas, aquela emoção de fim de show misturado com o grito das fãs, um dos sunbaes responsável pelo cardápio dos meninos me colocou para transportar tudo o que eles tinham pedido, cada um tinha gostos bem específicos que variavam de chocolate a carne de porco frita, tudo bem colocado em uma mesa ornamentada com flores e frutas. Tudo perfeito mas minha cabeça martelava a tal conversa. 

Hoseok e Jimin estavam lindos, não pela roupa ou pela performance mas pelo sorriso, cada um deles ostentava um sorriso radiante. Jin e Jungkook brincavam com o celular filmando as fãs que ainda restavam e faziam brincadeiras entre si, um carinho tão grande que compreendia o porque deles se chamarem de irmãos. 

Meu trabalho enfim estava terminando, aquele show foi o teste máximo para a minha capacidade de mulher, três, quatro, cinco coisas ao mesmo tempo era tão simples que até a minha mãe ficaria orgulhosa, suspiro cansada enquanto arrumo o desastre do meu cabelo, nesse mesmo tempo Yoongi para, na entrada do banheiro de funcionários, seu sorriso era aberto, com um ar de quem atingiu um objetivo, meu visual cansada e bagunçada apenas o fez ficar mais alegre.

-Desculpe noona, mas o seu visual está simplesmente atraente, e se me permite, o meu amuleto da sorte deu muito certo-

-Não seja mentiroso Suga, estou extremamente cansada, e quanto aquele beijo, eu...-

Sua mão subiu como quem quisesse pedir silêncio, seu sorriso foi aos poucos se tornando uma expressão séria e triste. 

-Eu sei, eu sei, não posso fazer muito se eu estou gostando de você, você é diferente, o que eu posso fazer-

Senti meu rosto esquentar, não conseguia olhar diretamente em seus olhos, aprendi apenas prometer aquilo que eu possa cumprir e eu sabia que Yoongi tinha total consciência sobre os meus sentimentos para com ele. Impressionante o seu visual, Suga estava totalmente de branco, a jaqueta e a calça estavam bem ornadas, com detalhes de vermelho combinando com o seu boné virado.

Sai do banheiro quase dez minutos que Suga já havia saído, Sofia ainda estava plantada na platéia me esperando, aquela vontade de ter algo dos meninos ou apenas receber um oi do seu favorito me fez sentir um pouco culpada, corri até Jungkook esperançosa e o abordei. 

-Julia noona, oi, quase não te vi nesse show, como você está? -

Como sempre ele era um menino muito educado, aquele jeitinho de criança que por mais bem arrumado que pareça não conseguia ter pensamentos impuros com ele, era como um filho, um irmão caçula que precisava ser protegido. 

-Meu menino- 

Digo abraçando seu pescoço. 

-Será que você pode me dar essa sua corrente de presente - 

Afinal era tudo da organização e o figurino fazia parte da minha responsabilidade. 

-Claro, aqui noona-

Respondeu retirando a corrente do pescoço. 

-Já chegou a comida? Estou morrendo de fome, ah se essa corrente for para alguém me avisa depois que eu quero conhecê-la -

Disse sorrindo caminhando em direção do camarim. 

Tudo estava bem, mas estranhamente não vi Taehyung depois que o show terminara,  sei que não podia ter desaparecido, com toda certeza estava com raiva de mim, depois daquela quase transa que tivemos, beijo outro na sua frente. 

A van deixou um por um dos staffs em suas respectivas casas, já estava quase amanhecendo e eu muito provavelmente faltaria a faculdade. Depois de dar uma volta em alguns bairros, finalmente chego no prédio, os meninos já haviam chegado mas na minha cabeça não saia a ameaça que Taehyung tinha feito. 

O corredor estava vazio, o som de conversas e risos dava lugar a suspiros altos e alguns roncos, todos estavam dormindo e eu finalmente pude entrar no meu canto sem ser incomodada. Acendo a luz da sala quando sinto um baque no meu corpo, a força me fez parar na parede deixando cair um quadro que tinha comprado, era Taehyung, seu beijo era enfurecido, me exigia, puxava o ar com força enquanto eu tentava afastá-lo. 

-Então ele te beijou, espero que tenha gostado, pois hoje você vai ser minha - 

Sem fazer muita força ele abaixou a minha calça jeans deixando a minha lingerie à mostra, seus olhos estavam vermelhos, escutava sua respiração enquanto eu simplesmente tentava encontrar forças para sair do seu braço.

Com a outra mão dominou a minha camiseta, retirando-a sem muito esforço, assim ele apertou o bico do meu seio, estava praticamente entregue, queria sair, meu choro estava preso, sua mão desceu até o limite da minha calcinha e penetrou sem muita cerimônia, sem carícias mas principalmente com muita dor. Nesse intervalo sua boca deslizava pelo meu corpo, sugava e lambia meus mamilos enquanto seus dedos apertavam meu clitóris e me penetrava, no exato momento em que sinto sua ereção pulsar através do zíper da sua calça aberta ele solta um grito com sua voz grave. 

-Você é minha, minha-

Nessa hora acordei, como quem sai de uma hipnose o empurro para o meio da sala.

-Como assim? Você não é meu dono, você não me conhece-

Meus olhos já não seguravam mais as lágrima, ele mantinha a fúria em seus olhos, todo aquele toque de anjo já não existia mais. 

-Sei sobre você, sei sobre o seu noivo, não conseguiu salvá-lo por isso você está aqui-

Esse golpe foi direto, olhei pra ele enquanto sua fúria aos poucos desaparecia, como ele sabia, como ele descobriu e principalmente, como ele foi capaz de me ferir assim. 

-Sai-

Disse em voz baixa engolindo a vergonha de estar praticamente nua. 

-Noona eu...-

-Você tem razão Kim Taehyung, não fui capaz de salvar o meu noivo, não consigo nem mais ficar no meu país, sou uma fracassada, mas eu não sou sua-

Pegando a minha camiseta suspirei passando por ele. 

-Você não é o anjo que eu pensei que fosse, você não passa de um demônio -

Abri a porta enquanto ele saia sem dizer nada, meu coração doía demais, perdi o amor da minha vida e o cara que eu pensei que me ajudaria não passa de um capeta. 

Sentei recostada na porta, minha ferida mais uma vez foi cutucada, aquela dor profunda e recente, sentada não gritei ou chorei, apenas deixei a dor fluir, saia como lágrimas e como raiva. Precisava ficar sozinha, fugir para a China mas eu precisava da solidão novamente.