P.o.v. Alenkar.
Desde que me sentei na cadeira naquela hora, não tive nenhuma interrupção de outros animatronicos além do Bonnie e do Tonnie. E amém!
Acabou de dar 6:00 da manhã, a propósito. Eu dei um suspiro de alívio e saí da minha sala. Chegando no salão principal, dei de cara com Lilith, Golden, Tonnie e o que pareciam ser versões um pouco diferentes de Chica e Freddy. Todos me olhavam, os "novos" sorriam, por sinal.
— Okay... O que mais que eu perdi? - eu parei de andar vendo Golden queria falar comigo.
— Pois bem... Ouvi dizer que Toy Bonnie te atacou esta noite. É verdade?? - Golden parece levemente desconfiado.
— Toy Bonnie...? Tinha ele. - apontei pro Tonnie, que estava ao lado do Golden. - Mas Bonnie o chamou de outro nome.
— Tonnie é a mistura de "Toy" com "Bonnie"! ^–^ - o próprio azulado explicou, com o maior ar de ironia e uma expressão fofa.
— Então foi verdade mesmo... - Golden voltou a falar e encarou Tonnie de canto de olho. - Vamos conversar mais tarde, Toy Bonnie querido.
Eu sentia o ódio nas palavras do Golden. Talvez esses "Toys" não devessem ter saído de onde estavam durante os meus turnos... Vai saber.
— Olá! Eu sou a Toy Chica, como você deve ter percebido. Me chame de Chicky, por favor!
A garota de amarelo que se parecia com a Chica se pronunciou, roubando a atenção que eu tinha sob o Golden e o Tonnie.
— E eu sou o Toddy! - o suposto Toy Freddy piscou pra mim, fazendo mãos de arminha para o lado.
Não puder deixar de sorrir ao ver a inocência na aparência de Chicky e Toddy, mesmo que eles possivelmente não fossem tão ingênuos como parecem...
— Me chamem de Alenkar. - sorri para eles que se apresentaram.
— Sabemos! - Chicky sorria enquanto revelava. - Golden nos contou sobre você.
— Ah sim... Tá bem, é melhor eu ir agora! - eu falei dando uns passos na direção da saída da Fazbear. - Você vem, Lilly?
Dei uma olhada para trás, esperando a resposta da Lilith. Ela assentiu com a cabeça e veio até mim, dando tchau apenas para Golden.
Quando enfim saímos da pizzaria, ela começou a falar.
— Podemos conversar, dono moço?!
Eu me virei pra ela, confuso com seu estresse.
— Er... Claro! - eu sorri fraco.
Ela se sentou no meio-fio na frente do estabelecimento, fazendo sinal para que eu sentasse do lado dela.
— Me conta. Me conta tudo. - ela disse depois que eu sentei ao lado dela.
Do que ela está falan... Ah, já sei. Provavelmente ela tá assim porque eu nem dei oi direito pra ela e pro Golden quando cheguei, e ainda cheguei falta menos de um minuto pro turno começar.
— Ah, não foi nada, Lilith, relaxa!
Ela tirou um cigarro e um isqueiro de sua pequena bolsa, já ligando-o. Não sabia que ela fumava, aliás.
— Moleque, você teve um desentendimento em casa segundo suas próprias mensagens, isso não pode ser simplesmente NADA. - ela colocou o cigarro ligado na boca e guardou o isqueiro. - Vai, desembucha. Disse que sou sua melhor amiga, sou toda ouvidos!
Ela continuava olhando pro asfalto e pra calçada do outro lado da rua enquanto fumava, sem olhar muito para mim.
— Não é nada demais, só isso... É só que meus pais... Ou melhor, meu pai, não sabia que o filho dele é gay. - eu cocei a nuca ao terminar de contar.
Ela soltou a fumaça para o outro lado e se virou para mim, me encarando.
— E ele te fez alguma coisa?! Ele... Te agrediu...?
Eu neguei com a cabeça.
— Sério? E qual é o motivo do mal humor quando chegou? - ela arqueou uma sobrancelha.
— Bem... Eu não pretendia que ele soubesse.
— Você tá de brincadeira?!? Claro que ele saberia! Um dia todos vão saber, seu pai com certeza teria que saber!
— Eu sei, Lilith! É só que... Pareceu tão aleatório na hora. Não achei que fosse me atingir tanto. Foi uma surpresa, na verdade...
— Me conta. - ela falou rapidamente.
— O quê?
— Me conta. Desabafe. Eu disse que sou toda ouvidos, não sou assim com todo mundo. Ps: nem tenho com quem ser assim.
Eu suspirei antes de começar a contar todo o bafafá que houve. Pelo menos no meu ponto de vista, aquilo foi definitivamente uma catástrofe... E por mais sutil que minha mãe tentou ser, a situação não ficou tão sutil como eu sempre imaginei que seria.
— Wow... - ela queimou a bituca de cigarro que restava entre seus dois dedos no asfalto.
— É só isso...? - eu coloquei os braços no quadril, indignado com a reação dela.
— Desculpa, oi?
— Isso é tudo que você tem a dizer, dona Lilith?!
— Ô amado, eu já te escutei desabafar, aconselhar definitivamente não é o meu forte. Sei nem quando foi a última vez que fiz isso... Se é que já fiz.
— Tá... Desculpa pelo abuso. Pelo menos eu me sinto menos pesado para ir pra casa agora. Obrigado, BFF! - eu dei um abraço nela.
— Olha aqui, sua poc! - ela me empurrou, saindo do abraço. - Se seu paizinho quiser te confrontar por ser essa diva que você é, me liga que eu arrasto a cara dele nesse asfalto!
Eu dei uma risada, já querendo chorar por ver que ela se preocupa comigo; ai minha santa carência!
— Tá bom, tá bom! Espero que não seja necessário, ele ainda é meu pai, sabe, heheh...
Nós dois rimos juntos, mas logo fomos interrompidos pelo ronco alto da barriga de Lilly.
— Tá passando fome eu casa, é?? - eu falei brincando com ela.
— Bobo! Só estou com fome mesmo, é isso!
Nos levantamos para irmos cada um pro seu caminho. Demos tchau e acenamos um para o outro de longe e seguimos nosso rumo.
FIM DO CAPÍTULO.
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